O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 17
Costelas Quebradas - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Ok, talvez seja minha consciência pesada, mas eu estou mesmo devendo uma pra vocês. Então aqui vai mais um capitulo. Espero que gostem. Eu me diverti escrevendo esse aqui.



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– Quem é você? – Espera. – Porque estava me vigiando? E onde conseguiu essa armadura? – Essa era a voz de Diogo? Como ele chegou aqui tão rápido? Ele segurou meu braço e o apertou me chacoalhando. – Fale!

– Eu não estava vigiando! Eu estava só descansando um pouco, cretino!

– Agastar! – Disse ele relaxando. – Não me assuste assim. Quase não te reconheci com o cabelo molhado.

– Coloque essa espada bem longe de mim! – Gritei tirando minha espada da bainha.

– Isso me lembra uma coisa muito importante. – Um sorriso debochado alcançou seus lábios. Ele girou minha espada com a sua, prendendo as duas em um X e colocando-se próximo à mim. – Você me deve mais uma vida. – Empurrei-o para longe com raiva. Ele levantou as mãos e me olhou com desdém e malicia. Virei as costas para ele e voltei para perto de Floyd bufando irritada. Eu mereço mesmo...

– Estou com fome. – Reclamei.

– A comida está à sua direita. Eu mesmo fiz.

– Tem certeza de que é comestível?

– Claro que sim! – Ele pegou suas coisas e continuou a ajeita-las sobre o dorso do Dragão. Peguei um pedaço de omelete e cheirei. Parece normal. Dei de ombros e mordi. Estava realmente bom. Acima do comestível, diria. Ou talvez eu esteja com muita fome. De qualquer forma devorei tudo que estava no prato, deixando pouco ou quase nada para Dan... Diogo. Olhei-o meio sem jeito por ter comido todo o omelete. Ou quase todo.

– Desculpe só sobrou isso. – Eu ainda estou morrendo de fome, mas ele não precisa saber disso.

– Eu já comi Agastar. É todo seu. – Respirei aliviada. Sorri discretamente e terminei de comer. Depois de tomar bastante água, suspirei sonolenta. Ah quem dera que minha cama estivesse ao meu alcance agora. Eu poderia dormir melhor que nesse chão duro. Esfreguei os olhos e me encostei nas costas de Floyd. Até que eu estava desenvolvendo certa afeição pelo bicho. Mas não tanta assim.

– Ainda demora? – Perguntei fechando os olhos. Eu estava tão cansada que poderia dormir ali mesmo.

– Você ainda tem que tomar o seu remédio lembra? – Eu o encarei. Ele parecia exausto. Estava elétrico, porem de uma maneira estranha e nervosa, como se assim que parasse fosse desmaiar.

– Nem a pau! – Falei despertando já irritada. Preferia morrer com as costelas quebradas a tomar aquele veneno de novo. E ai dele se tentar me fazer tomar a força.

– Agastar...


– Diogo... – Imitei-o irônica. Sua convicção estava abalada pelas olheiras. Eu sabia que tinha vencido dessa vez.

– Dante nós não vamos parar? Descer em algum lugar? – Ele negou com a cabeça se escorando no pescoço do Dragão.

– Nós não temos tempo. Vamos passar a noite voando. – Respondeu. Ele mal tinha forças para se manter acordado.

– E você vai dormir ai? Você pode cair e morrer. – Nossa Agastar que animador.

– Estou acostumado... – Rebateu. A dormir ai ou a cair? Pensei preocupada. Ponderei por alguns segundos decidindo o que fazer e então meio a contragosto falei:

– Diogo, venha para cá. É mais seguro.

– Não, obrigado... Não precisa. – Ele tentava soar relutante, mas percebi que não se oporia por muito mais tempo.

– Diogo, anda logo! – Antes que minha sanidade volte e eu mude de ideia. Ele parou pensativo. No fundo ele queria resistir, mas seu corpo exausto clamava por um lugar mais adequado que o pescoço daquele bicho. Pelo menos foi o que me pareceu. Ele fez uma manobra rápida e arriscada virando-se para mim e engatinhou pelo Dragão até chegar ao meu lado.

De perto ele parecia ainda mais cansado. Seus olhos estavam fundos e seu rosto abatido. Ele me encarava através de uma nevoa de sono. Seu olhar se estendeu por alguns segundos e então ele desabou. Por um instante uma vontade súbita de cuidar dele tomou conta de mim. Mas foi um momento de fraqueza momentâneo.

Digamos que ele não estava deixando tanto espaço para mim. O quadrado em que estávamos já era meio estreito e ainda havia aquela caixa no canto. Tive que dormir de lado, apoiando-me nas minhas costelas boas. Estava um pouco desconfortável e sufocante, mas era noite, estava frio e a madeira morna me convidava à voltar para meu sono. E eu não pude recusar.

Quando acordei Diogo ainda se encontrava desacordado ao meu lado. Seu braço largo segurava minha cintura e eu estava ainda mais imprensada contra a parede da sela. Só tenho uma coisa a dizer: A carne é fraca. Talvez eu tivesse gostado um pouco de acordar naqueles termos. Nós estávamos parados, em terra firme, e o sol já estava lá no alto. Esfreguei os olhos e bocejei.

– Dante? – Chamei. Em seguida tapei minha boca com as duas mãos. Esperei estática, mas Diogo pareceu não ter acordado. Respirei aliviada. – Diogo? Acorda. Já chegamos. – Ele murmurou e virou de costas para mim. Bom, pelo menos ele me soltou. Levantei devagar e olhei para baixo. Parecia meio alto para um pulo com minhas costelas nesse estado. Quem sabe se eu escorregasse...

Ok, já pode levantar a mão quem achou uma ideia idiota! Coloquei os pés pra fora do patamar e escorreguei rápido até demais em direção ao chão. Certo, confesso. Não foi uma ideia inteligente. Mas na hora pareceu boa. Quando os meus pés tocaram o chão bruscamente uma dor aguda perfurou meu peito. Rolei pelo chão com o impacto e gritei de dor. Diogo acordou assustado e pulou da sela correndo em minha direção.

Pode dizer, eu sei. Eu estava patética, deitada no chão, segurando minhas costelas com as duas mãos e me contorcendo como uma perfeita idiota.

– Agastar! O que aconteceu? – Perguntou ele assustado e olhando ao redor.

– Nada. – Falei o enxotando. – Eu estava só tentando descer.

– Era só ter me chamado! – Ralhou me encarando nervoso.

– Mas eu chamei! – “Cretino”. Xinguei mentalmente. Ele esfregou o rosto inquieto.

– Deixe-me vê-las. – Disse ele abrindo minha armadura rispidamente. Tentei impedi-lo, mas ele segurou minhas mãos e as jogou para longe. – Quieta. – Reclamou. Fiquei um pouco assustada e me calei. Minha mão direita deslizou até minha adaga, só por precaução. Ele a segurou e a jogou para longe. Meu coração estava disparado. O que ele estava tentando fazer? Tentei novamente afastar suas mãos, mas ele apenas prendeu meus braços contra o chão. – Quieta! – Gritou. Já não estou mais assustada. Agora estou apavorada. Ele levantou parte da minha blusa e tocou minhas costelas. Arfei de dor, meus olhos lacrimejaram e tive que conter um grito que tentava forçar caminho pela minha garganta. – Estão quebradas de novo! – Anunciou possesso. – Elas estavam quase curadas, mas agora foi tudo por água abaixo! – Ele balançou a cabeça negativamente e soltou minhas mãos de modo brusco.

Eu estava ofegante e meus olhos inquietos passeavam pela cena. Por um segundo pensei que algo pior fosse acontecer. Eu queria me encolher e chorar, mas não podia fazê-lo agora. Eu estava tremula. Diogo baixou minha blusa com delicadeza e fechou minha armadura. Eu não me movi. Estava assustada demais para tal. Ele me colocou no colo e de um jeito estranhamente fácil me levou de volta à sela. Ele acordou o Dragão e o conduziu até o palácio. O cavaleiro negro pousou o Dragão ameaçador pouco antes da entrada e chamou um homem que zanzava por ali. Talvez um espadachim. Ele pediu que o rapaz me ajudasse a entrar no castelo e disse que voltaria depois. O garoto perguntou o que havia acontecido, mas Diogo o ignorou sumindo pelos ares me deixando ali com cara de paisagem.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Comentem! Quem será o garoto? Alguém se atreve? Beijinhos!