–Rachel, eu sei que deve ser difícil falar sobre esse assunto, mas eu quero que me conte tudo o que aconteceu. - dizia Santana revezando suas mãos entre meu braço e em meu
rosto para secar as lágrimas que caiam.Respirei fundo e falei:
–Santie... Eu só não quero que você faça alguma coisa para ele, ele é um psicopata, tenho medo do que ele pode fazer com você.
–Rachel, sendo pra defender quem eu amo, eu aguento qualquer coisa. Agora me fala tudo.- suspirei bem fundo antes de começar a dizer tudo:
–A gente namora fazem alguns meses e... - fui interrompida
–ESPERA! "A GENTE NAMORA"? RACHEL VOCÊ AINDA NÃO TERMINOU COM ELE? QUER MORRER É ISSO?
–Calma Santana, me deixa explicar tudo. - respirei fundo novamente e continuei - no inicio do namoro ele era o melhor homem do mundo, me entrevaga flores e tudo. Isso até
ele desconfiar que eu estava o traindo com o Finn Hudson sabe? O porteiro aqui do prédio. Vê se pode isso... Eu jamais trairia alguém, ainda mais com o porteiro do prédio.
–Hmm, e quando entra a parte que ele fez a covardia de te bater?
–Quando ele veio me buscar aqui aquele dia de manhã, lembra?
–Lembro.
–Ele me viu dando bom dia ao Finn e eu entrei no carro e ele me deu dois tapas. No outro dia quando eu saí ele me levou ao shopping, me fez escolher roupas e sapatos, para
irmos jantar naquele restaurante de luxo perto do shopping sabe?
–Já ouvi falar, mas continua.
–Jantamos, fomos a casa dele, e chegando lá ele me mandou esperar no quarto, mas eu não fui, porque imaginei o que ele queria, e eu não queria fazer nada com ele.Fiquei na sala mesmo
e ele chegou, e me beijou. As coisas começaram a passar de um beijo e eu disse que não queria, mas ele começou a gritar comigo...e acho que o resto você já sabe. Mas eu consegui fugir
–Que horror, Rach... E onde você dormiu aquela noite?
–Ah então... Aquela noite eu cheguei no prédio toda errada, machucada e chorando, então o Finn me deu abrigo na casa dele. - eu disse meio envergonhada
–Espera?! Rachel você dormiu na casa do porteiro gostoso? - Santana começou a gargalhar
–Dormi, mas no sofá é lógico.
–Ah, sei... - Santana continuava gargalhando - Você é dificil em amiguinha? Até toda machucada...
–Santana cala a boca, eu não fiz nada com o porteiro.
–Mas enfim... ele te tratou bem?
–Muito - respondi eu sorrindo - ele é um cara muito legal Santana, não o galinha que vocês pensam, não é só porque ele é bonito que tem que ser galinha.
–Só legal mesmo? Te conheço Berry, e sei que quando você fala desse jeito é porque tem mais alguma coisa.
–Santana era pra você estar me ajudando com o caso Sam, não? - eu disse indignada
–Calma, calma...
–O Finn disse que o pai dele é chefe de poilicia... Ele pode ajudar.
–Ótimo, mas antes termina com ele. - de repente meu celular interrompeu nossa conversa. Era o Finn. Fui atender na cozinha, porque seria pedir pra ouvir as besteiras
de Santana o resto do dia se eu falasse no telefone com ele ali perto dela.
–-Alô
–-Rachel?
–-Sim.
–-É o Finn, tudo bem?
–-Ah, oi Finn, estou bem, me recuperando ainda mas estou bem - me fiz que não sabia quem era
–-Que bom, só liguei para saber como você estava, fiquei preocupado.
–-É muito gentil da sua parte... Como vai o trabalho?
–-Tudo tranquilo. Quero te fazer um convite.
–-Fala, pode fazer.
–-Amanhã é sexta, e eu tenho folga o dia inteiro... Eu já falei com meu pai sobre o Sam, então você podia... é... vir aqui para conversarmos melhor sobre isso.
–-Ah...
–-Ah o que? Se não quiser vir não precisa, eu só convidei.
–-Não Finn, eu vou. Que horas eu passo na sua casa?
–-Fica pronta às 19h30 que eu te pego aí. Pode ser?
–-Sim, combinado então. Até amanhã.
–-Até amanhã, dorme bem
–-Obrigada, você também.
Nossa, eu não acredito no que estava acontecendo. Eu jamais aceitaria o convite estando em uma situação dessas, mas não consegui negar. Eu queria. Finn me fazia sentir
bem, apesar de tudo. Estava começando a pensar no que Santana disse sobre o que eu achava de Finn... Seria traição sentir qualquer coisa por Finn, e por mais que fosse
trair Sam, eu achava a ideia de somente pensar em outra pessoa horrivel. Decidi acabar tudo de vez com Sam. Peguei meu celular e mandei uma mensagem dizendo:
"Sam, acabou. Não estamos mais namorando. Não me procura mais."
Enviei. De repente apareceu Santana na cozinha me perguntando quem era no telefone.
–Não era ninguém Santana.
–Ah, então estava falando sozinha?
–Ok, você me convenceu. Era o Finn.
–MEU DEUS RACHEL! QUE FOFO, O QUE ELE QUERIA?
–Calma Santie, ele só queria saber como eu estava e... - pausei na hora de dizer do convite
–E o que Rachel?
–E me convidar para ir na casa dele amanhã, para ele me ajudar com o caso Sam.
–AHHHHHHHHHH, MEU DEUS RACHEL!!! VOCÊ ACEITOU NÃO É? DIZ QUE SIM POR FAVOR!
–Aceitei. - Santana começou a me abraçar, e pular.
–Rachel que amor, sério estou encantada com vocês dois, parece filme.
–Santana. - eu disse interrompendo a crise de felicidade dela.
–Fala.
–Eu enviei uma mensagem para o Sam terminando com ele. - nesse instante recebi uma mensagem de volta.
–Quer que eu leia?
–Não, deixa comigo - a mensagem dizia.
"Tudo bem, eu não queria chifres mesmo. Vou ficar um tempo fora, mas EU VOLTO."
Comecei a tremer, quando li "EU VOLTO" a única coisa que me acalmou foi que ele me deixaria um tempo em paz. E que eu estava livre.
–Então Rachel o que diz a mensagem? - contei a Santana o que era. Já eram 20h e Santana e eu começamos a fazer comida, quando Quinn chegou, contando toda animada
sobre um tal Noah Puckerman. Eu não conseguia parar de pensar como seria o "encontro" com Finn amanhã. Nunca mais tinha sentido isso por alguém, nem por Sam. Eu estava
me sentindo estranha... Estranha não era a palavra certa mas talvez apaixonada, ou começando a se apaixonar seria.