Eu me abaixei e passei por debaixo da mesa, ela então pegou uma faca e lançou na cabeça de meu pai. Acertou bem na testa dele e caiu no chão. Eu não podia acreditar que meu pai estava morto na minha frente, me veio um ódio tão grande e desconhecido que eu não respondia mais por mim. Eu peguei outra faca e corri em direção a mulher albina. Fechei meus olhos e comecei a esfaquear-la com toda a força que eu ainda tinha. Eu fiquei todo sujo de sangue, então parei e abri os olhos. Ela estava parada olhando pra mim, eu pensei que ela estivesse morrido, mas me enganei!

Mesmo toda furada e com os seus órgãos quase jorrando pra fora da barriga, ela me pôs nos braços e me levou até o sótão. Lá, ela me jogou no chão e me arramou no pé de uma cama velha que estava encostada lá por muitos anos. Ela saiu do sótão e me deixou lá sozinho, então aquela era a minha hora de tentar fugir. Enquanto eu tentava me soltar daquelas cordas que me prendiam, eu avistei um armário velho aberto com várias bonecas dentro. O que me espantou foi que eu tive a impressão de que aquelas bonecas estavam me olhando. Seus olhares eram tão vivos e assustadores, como se estivessem me pedindo socorro.

Eu gelei naquele momento. Não conseguia relaxar pois tinha a impressão de que estavam me vigiando todo o tempo. As cordas eram muito fortes e eu, fraco demais. Logo desisti de tentar fugir. Eu fiquei olhando para aquelas bonecas e percebi que cada uma delas tinham um nome debaixo do pé, foi então que eu vi uma boneca com olhos lacrimejando e no seu pé estavam escrito, Dora. Era o nome de minha mãe, cuja eu não mencionara o nome nenhuma vez até então. Confuso, eu, deduzi que aquela boneca fosse a minha mãe, ou sei lá, alguma lembrança dela e que eu tinha que pega-la de qualquer jeito.

Por tudo o que já passei, eu ainda tinha esperanças de fugir. Foi então que me motivei a novamente tentar sair dali. Tentando me soltar daquelas cordas, eu olhei para o chão a fim de encontrar algo que pudesse cortar-las, por sorte, avistei um caco de vidro perto do meu pé. Não era grande coisa, mas não custava nada tentar. Com esforço, consegui pegar o caco de vidro e comecei a esfregar sobre a corda. Depois de algum tempo, a corda se arrebentou e eu finalmente, consegui me soltar. Logo, corri para aquele armário das bonecas e peguei a que tinha o nome da minha mãe escrito no pé. Por incrível que pareça, eu senti a presença de minha mãe ao tocar naquela boneca velha. Eu não sabia bem o que fazer, não queria uma mãe em forma de boneca, Então eu mesmo sem saber o que estava fazendo, apaguei o nome de minha mãe no pé daquela boneca.

Logo, a boneca ganhou vida e começou a gritar, eu a joguei na parede após levar um susto e a boneca rapidamente se levantou e grudou na minha perna. Ela me chamava de idiota várias vezes e dizia que iria esmagar meu cérebro, eu então pensei que talvez, a alma que estava naquela boneca não era mais a de minha mãe e sim, daquela mulher que a possuíra. Eu me senti um tanto feliz e preocupado com a minha mãe correndo perigo e eu com aquela boneca grudada em mim. Eu, com meu espirito de herói, decidi apagar todos os nomes que estavam nos pés das outras bonecas. Não foi lá uma grande ideia, porque todas os espíritos ruins voltaram para as bonecas e todas elas queriam me atacar.