The Dark Side Of The Sun escrita por gabe ferreira


Capítulo 4
Capítulo #3


Notas iniciais do capítulo

Pensem no uniforme do Travis mais ou menos assim: http://migre.me/cSFiW e esse é o look dos próximos capítulos também. Enjoy xx



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Dias se passaram desde o dia que eu pisei pela primeira vez na Dover. Já havia explorado o campus inteiro e achei lugares simplesmente lindos. Obras magníficas da natureza. Mas não havia encontrado Garrett novamente. E nada que pudesse me ajudar em relação ao meu pai.

Hoje já era segunda-feira. Meu primeiro dia de aula.

Suspirei enquanto terminava de fazer o nó da gravata e esperava Frank sair do banheiro para escovar os dentes. Já havíamos tomado o café da manhã e só restavam 15 minutos até o sinal bater, indicando o começo do ano letivo.

Vesti o suéter e o blazer. “Arrumei” meu cabelo com os dedos e coloquei a touca. Estava pronto.

Nunca foi tão bom ser homem.

– Já sai, Trav. – Frank pulou os últimos degraus da escada e eu subi a mesma, de dois em dois degraus.

Tranquei a porta do banheiro e escovei os dentes. Aproveitei para arrumar a touca e conferir se eu não tinha esquecido nada que comprometesse Travis. Desci as escadas correndo e peguei minha bolsa, jogando-a em meu ombro e me virei para William que ainda calçava os sapatos.

– Frankie já foi? – Will deu de ombros sem olhar para mim. – Se tu não andar logo vai ir sozinho, William.

– Já ‘tô indo, porra. Espera ai. – O moreno arrumou os cabelos rapidamente na frente do espelho e pegou o estojo em sua escrivaninha. Não levaria bolsa, disse que poderia muito bem carregar os livros nas mãos. William saiu correndo do quarto enquanto gritava: - Você fecha a porta.

– Filho da puta! – Gritei de volta e escutei o mesmo rir enquanto descia a escada.

Brigávamos para ver quem fechava a porta pois ela costumava dar bastante trabalho. A chave emperrava e não girava para frente. Só depois de mil tentativas ela finalmente girava.

Quando já estava xingando a décima quinta geração daquela porta alguém colocou a mão sobre a minha e girou a chave para trás, depois girou rapidamente para frente.

– Se trata de jeito, não força. – Escutei aquela voz rouca e senti seu hálito quente na minha orelha, o que fez com que me arrepiasse.

– Como sabe disso? – Virei para frente com cuidado, não sabia o quão perto Garrett estava de mim. E estava perto, muito perto.

– Esse é meu antigo quarto. – Garrett estava com a mão do lado da minha cabeça e bloqueava qualquer luz que pudesse me iluminar. Como se luz fosse necessária com aqueles holofotes verdes me fitando. – E de nada. – Abriu um sorriso malicioso e eu prendi o suspiro na minha garganta.

– Já estamos atrasados. Se me der licença... – Passei por baixo de seu braço e comecei meu caminho até a escada. Meu corpo estava pegando fogo.

– Espere por mim, Trav. – Fechei os olhos e respirei fundo antes de sentir a mão de Garrett em meu ombro.

– Vamos logo então. – Descemos a escada lado a lado, mas não trocamos uma única palavra até chegarmos ao prédio onde teríamos aula.

–Deixe-me ver seu horário. – Puxei o pedaço de papel do meu bolso e entreguei para o moreno. – Você ‘tá no último ano? – Seu tom de voz era completamente surpreso, o que me deixou confusa.

– Algum problema? – Arqueei uma sobrancelha e tomei meu horário das mãos de Garrett.

– Eu jurava que você estava no primeiro ano. – Agora eu havia entendido.

Eu mais parecia um garoto que ainda ia entrar na puberdade com o meu tamanho – que era bom para uma garota–, a voz apenas um pouco rouca – que era meu natural e Travis “O verdadeiro” disse que não precisaria disfarçar ela - e a falta de pelos faciais.

Prendi o riso enquanto respondia.

– Todo mundo fala a mesma coisa. Agora dá pra falar onde é a porra da sala 21? – O prédio ficara fechado o tempo todo, só abrindo a secretária. Logo não havia explorado ele ainda.

– Minha primeira aula é lá também. Venha. – Pegou meu pulso e saiu me arrastando pelos corredores.

Aquele prédio mais parecia um labirinto de tantos corredores que tinha.

– Com licença, senhor Gallagher. – Entrou na sala sem bater e foi falar direto com o professor, me deixando na porta. Ambos falavam baixo, impossibilitando-me de ouvir o que conversavam.

– Entre, senhor... – O professor se dirigiu a mim e eu entrei na sala, sentindo todos os olhares em mim.

– Goodwin. Travis Goodwin. – Apressei-me em dizer e apertar a mão que o mais velho havia estendido para mim.

Senhor Gallagher não era aqueles professores carecas e barrigudos que vemos por ai. Era alto, porte atlético que se ressaltava em seu suéter azul Royal. Seu cabelo castanho penteado elegantemente e a barba bem aparada emoldurava seu maxilar largo.

Garotas de todo mundo, sintam inveja de mim. Meu professor de biologia é um tesão.

– Seja bem-vindo a Dover, senhor Goodwin. Meu nome é Joshua Gallagher e eu sou professor de biologia, como deve saber. Pode se sentar ao lado de Garrett. – Garrett começou a caminhar pelo corredor formado entre as mesas em duplas e eu segui o mesmo.

Percebi vários olhares sobre mim, mas preferi ignorar. Alguns cochichos eram ouvidos também.

Garrett sentou-se ao fundo da sala e eu sentei ao seu lado. Tirei o livro de biologia da minha bolsa e me apressei em perguntar cochichando:

– É normal toda essa atenção que vocês dão pra alunos novos aqui? – Garrett olhou em volta e percebeu todos os olhares que ainda eram direcionados a mim. Fechou a cara, demonstrando o quão descontente estava com a atenção que eu estava recebendo.

– Eles não estão te encarando porque você é novo, Travis. – Chegou mais perto e sussurrou ainda mais baixo. Tentei de todas as formas, mas não consegui desviar o olhar de seus lábios. – Estão te encarando porque querem você. – Senti um arrepio percorrer meu corpo e então voltei meus olhar para aquela imensidão verde.

–C-como assim? – Garrett olhou para frente rapidamente e depois voltou o olhar para mim com um brilho diferente nos olhos.

– Passamos muito tempo somente entre homens, Travis. Todos cheios de testosterona, logo as mãos já não são suficiente e precisam de contato real, entende? Logo eles preferem aqueles que lembram garotas pra foder. E se me permite dizer isso, você realmente lembra uma garota. – Engoli em seco e Garrett chegou mais perto.

Quando eu estava prestes a debater o que Garrett havia acabado de dizer senti seus lábios se juntando aos meus. Arregalei os olhos e vi que ele também continuou com os olhos abertos.

E tão rápido quanto veio seus lábios se desgrudaram dos meus. Um pequeno “Oh” foi ouvido pela sala e Garrett abriu um pequeno sorriso satisfeito.

– Mas ninguém vai tocar um único dedo em você, prometo.

Meu estômago se contorcia em sensações que eu jamais havia sentido antes. Meus lábios estavam entreabertos, mas mesmo assim estava difícil respirar.

Não sei porque Garrett fez isso, e nem sei se quero saber. Só sei que quero mais.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Por favorrrrrrrr D: hahah xx Ella



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