I Will Not Give Up On Us. escrita por Maria Julia


Capítulo 23
Capítulo 23




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Combinamos certinho e fui buscá-la. Ela estava me esperando na porta do apartamento dela. Entrou no carro e voltamos para casa. Chegando lá começamos a conversar.

- Nossa hein, prefiro seu quarto assim, do que aqueles lixo que estava antes.

- Ah engraçadinha, não preciso de opiniões tá legal?

- Nossa Helena, não precisa ser grossa. Só fiz um comentário.

- Comentário dispensado! – respondi.

- Acho que foi um erro ter vindo ficar aqui.  Qual é? O que tá acontecendo com você? Juro que não sei, e nem vou tentar saber.

Clara narrando ~~

Não entendi a mudança de humor dela. Foi muito rápido. Ela estava tão bem, sorria por qualquer coisa, estava feliz. Não entendo realmente o que havia acontecido para que ela mudasse de humor tão rápido.

Helena narrando ~~

- Clara, dá um tempo vai?!

- Dou sim, o tempo que você quiser.

Ela pegou a bolsa dela e foi embora.

Deixei ela ir. O que havia acontecido comigo? Porque fui grossa com ela daquele jeito? 

“Ahh Helena, o que está acontecendo com você?” – pensei alto.

Ignorei os pensamentos na minha cabeça, e me ajoelhei no chão. E lentamente fui me deitando no tapete.

Fiquei encarando o teto do quarto.

- O que será que aconteceu com a Patrícia? – pronunciei em voz alta.

Peguei o celular e liguei para ela.

-Mãe, é a Helena, o que aconteceu com a Dona Patrícia? Cadê o Rene? Porque ele não está ajudando a mãe dele para você ficar em casa?

- Helena, ela está bem, mais não entendo o motivo de estar sendo rígida comigo e exigindo uma explicação pelos meus atos. Eu sou sua mãe, e não ao contrário.

- Mãe desculpa...

- Helena, você tá muito estranha! Resolva os seus problemas sem a minha ajuda, já fiz o que podia, mais você sempre ignorou qualquer comentário que eu fazia, então vire-se como bem entender!

Ela desligou o telefone antes que eu falasse qualquer coisa. Joguei o celular em cima da cama e continuei deitada no chão.

Faziam 3 semanas que eu não via o Rene e nem recebia notícias dele. E faziam exatamente 3 semanas que as coisas que aconteciam comigo toda madrugada haviam começado.

Comecei a ligar os pontos. E tudo o que indicava era que: Eu não sabia mais viver sem ele na minha vida. A presença dele ao meu lado era tudo o que eu precisava agora. Precisava dos braços dele acalmando o terror que me abalava toda noite. Precisava dos abraços que só ele sabia me dar. Queria poder senti-lo. Sentir o toque suave dele. E finalmente, precisava dos beijos dele, para controlar o turbilhão de sensações que havia nascido dentro de mim.

- Não dá mais! O que está acontecendo comigo? Tudo fugiu do meu controle, antes dele aparecer eu sabia exatamente o que queria, e agora isso tudo acontecendo. Primeiro a Suzana, depois aquele sequestrador tentando algo mais, e o delegado  e por fim, a nossa “briga”.

Olhei para as cicatrizes em minhas mãos que já estavam quase sumindo.

- Admitir isso para mim mesma foi e está sendo difícil, mais eu já não sei o que fazer... não sei.

Depois de ficar falando sozinha, esperando que alguém respondesse, continuei encarando o teto do quarto até pegar no sono.

Eu estava muito cansada, não conseguia dormir a algumas noites. Acho que foi por isso que dormi duas noites seguidas.

- Meu Deus! – reclamei de dor nas costas e na cabeça, por ter dormido no tapete do quarto e no chão.

- Mãe! Mãe! – desci as escadas berrando para saber se ela tinha chego em casa.

Ela estava na cozinha preparando o almoço.

- Porque não me acordou? Viu que eu estava dormindo no chão.

Ela continuou sem responder.

- MÃE! – berrei.

- Helena chega! Eu já estou cansada dessas suas cenas, desse seu teatrinho de moça que está sofrendo por amor. Poxa, quantas vezes eu te falei que se você está sentindo algo, não guarde para você, demonstre. Mais não, você prefere ignorar tudo o que eu falo e se trancar no quarto. Helena, a vida não é assim, ignorar quem quer seu bem não resolve. Mais você não entende, e talvez nunca entenda. Você me afastou de você...

- É isso o que eu faço mãe, afasto as pessoas de mim. – disse interrompendo-a e depois saindo de casa.

Não disse para onde ia, e nem quando voltaria. Não tinha pego nada. Celular, bolsa, ou qualquer outra coisa que uma mulher pegaria ao sair de casa.

Eu estava com um short jeans e um camisete xadrez. Andei até falar chega. Fui parar em um bairro deserto, longe de casa.

Não havia quase ninguém naquele lugar. Deviam ter no máximo uma meia dúzia de casas feitas com pedaços de madeira.

Resolvi sair dali. Eu sabia onde queria estar agora. E fui até lá. Estava do mesmo jeito. Eu havia ido até o cativeiro onde me colocaram quando me sequestraram. Não tinha ninguém lá. Estava idêntico a quando eu sai. O banquinho de madeira onde o sequestrador havia colocado o que era para eu comer, as correntes que me prenderam caídas no chão, a porta com uma rachadura imensa, e o lugar mal iluminado. Fiquei de pé, diante daquele lugar e permiti a mim mesma, me deixar pensar em tudo o que havia passado ali dentro.

Flashback On ~~

- Está ai princesa, pode comer.

- Cara, porque você me chama de princesa? Eu nem te conheço.

- Olha aqui ou tu me respeita, ou tu vai ver com quem tu tá se metendo.

- Olha aqui você, primeiro, eu não me meti com você, você que me sequestrou e me trouxe pra esse lugar horrível, segundo eu só te fiz uma pergunta.

- Você pergunta demais.

- Como eu vou comer se estou presa?

- Espero que tu não tente fugir, que ai a coisa piorar pro teu lado.

Flashback Off ~~

Continua...


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