Chegamos ao colégio e descemos do carro dele ainda cantando Yellow. Ríamos e empurrávamos um ao outro. Assim que chegamos ao nosso grupo, Dani perguntou:
– Que porra é essa?
– A gente veio ouvindo música. Sabe como eu fico ouvindo música. - Eu disse. De verdade, sempre que eu ouço música que eu gosto, não importa qual seja, eu fico louca! E como eu tô sempre ouvindo música... (N/a: Acho que você percebeu isso, né Kyvia?).
– Ah, a gente sabe! - Claire exclamou. - Vocês vieram juntos?
– Eu dei carona pra ela nesses últimos dois dias. - Will disse.
– Tome cuidado com as músicas que tocam no seu carro. - Claire continuou. - Nada de Coldplay, Maroon 5, Taylor Swift, One Direction, The Wanted...
– Vixe, não vou poder ajudar muito: do que você disse, eu só não escuto One Direction. Do resto eu sou fã!
– Então fudeu.- Claire disse e o sinal tocou. Agora era aula de Química. Hoje era quarta-feira. Temos os dois primeiros horários de Química nas segundas, quartas e sextas. A aula começou e o professor anunciou:
– A partir da próxima aula, todas as aulas desse trimestre serão feitas em dupla, ou seja, cada um ficará com a dupla que foi selecionada na aula passada. Passarei um trabalho que valerá 30% da nota do trimestre. Os outros 70% serão equivalentes a: 30% do teste, 30% da prova, 5% de comportamento e 5% de atividade. - Tradução: eu teria que passar o resto do trimestre colada no Will. Se eu recebesse essa notícia na segunda, eu teria ficado puta da vida, mas hoje... eu admito que gostei. Os dois primeiros horários passaram, assisti uma aula de história (que eu fazia com Hannah e Tyler. Ninguém do meu grupo. *snif*) e tocou o sinal pro intervalo. Saí da minha sala e vi Will parado na porta da sala em frente a minha, me esperando. Quando estou indo em sua direção, sou interceptada por Tyler.
– Oi, Jane.
– Oi.
– Então, eu queria saber se você vai na festa que vai rolar na minha casa na sexta. - Ele disse.
– Vou. Por quê? - Respondi.
– Por nada, era só que eu tava louco pra que você fosse. - Dizendo isso, ele deu um beijo na minha bochecha e foi embora. O acompanhei com o olhar. Se ele tivesse feito isso ano passado, eu teria morrido. Hoje eu não senti nada. Definitivamente não sinto mais nada por ele.
– Quem é aquele? - Will perguntou intrigado, chegando repentinamente ao meu lado, me assustando.
– Ai que susto, criatura!
– Desculpa. Quem é aquele? - Ele voltou a perguntar, no mesmo tom de antes.
– Tyler.Pra quê tanto interesse? - Perguntei.
– Então esse é Tyler. Esse cara que acabou de dar um beijo na sua bochecha é o Tyler. O Tyler.
– É. Por quê, tá com ciúmes? - Perguntei rindo.
– Ei, essa frase é minha! - Ele disse, voltando ao seu tom de voz normal.
– Você não respondeu a minha pergunta. - Insisti.
– Ei, vocês não vem não? O intervalo passa rápido e a fila da cantina é gigante! Bora, povo! - Lou gritou do outro lado do corredor.
–Vamos! - Will disse pra mim, me puxando. É impressão minha ou ele pareceu aliviado por ter arranjado uma desculpa pra mudar de assunto? Chegamos a cantina, compramos nosso lanche e fizemos o de sempre no intervalo. Voltamos pra sala, assistimos mais três horários e voltamos pra casa (eu voltei com o Will, como nos outros dias). Quando chegamos às nossas casas, demoramos um tempo pra sair do carro, estávamos ouvindo música. Então ele se virou pra mim e perguntou:
– Você tá livre hoje?
– Depende. Por quê? - Respondi.
– Quer ir andar no parque comigo mais tarde? Tipo, de umas 15:00h?
– Pode ser. - Disse sorrindo.
– Abre a janela quando você tiver pronta.
– Ãhn?! - Perguntei confusa.
– Minha janela é de frente pra sua. - Ele disse e mostrou o espaço entre a minha casa e a dele. Como eu ainda não tinha percebido isso?! Deuses, como eu sou lerda!
–Aaahhh... Ei, eu não tenho seu número. - Eu disse. Ele pegou o celular dele, digitou algo e põs na orelha. O meu começou a tocar. - Como você tem o meu?
– Lou. - Ele desligou e eu peguei meu celular. Estava distraída salvando o número dele, e estava sorrindo por causa do que tinha acabado de acontecer e cantarolando The A Team, que estava tocando no som. Estava meio que de frente pra ele, e minha cabeça não estava tão abaixada. De repente, ouço o barulho da câmera do celular dele. Levanto a cabeça e vejo que o celular está apontando pra mim, e pergunto, confusa:
– Por quê você fez isso?.
– Você tava linda, deu vontade de bater uma foto. - Ele disse e parou. - De repente percebeu o que tinha acabado de falar, e voltou a falar nervosamente - E eu gosto de por foto das pessoas nos contatos
– Tá. - Respondi desconfiada. - Então eu também quero bater uma foto sua.
– Nada disso! - Ele disse.
– Por quê não?
– Eu não sou fotogênico.
– Como se eu fosse!
– Mas você é. - Ele disse. - Mais tarde, ok?
– Ok. Eu vou te mandar uma mensagem quando eu tiver pronta. Mais fácil de você saber do que se eu abrir uma janela. É capaz de você nem ver. - Eu disse.
– Acredite, não tem perigo de eu não ver a janela sendo aberta. - Ele disse.
– Ah é? E por quê? Perguntei intrigada.

- Eu passo o dia todo olhando pra ela. - Ele disse e corou.

– Sério? - Perguntei sorrindo.
–Sério. - Ficamos calados por um instante e por fim ele disse. - É melhor a gente sair. Se não, não vai dar tempo da gente ir pro parque. - Tinha até me esquecido de que a gente tava no carro dele.
– Ok. - Ele saiu primeiro e abriu a porta pra mim. - Obrigada. Até mais tarde então.
– Até mais tarde. - Ele disse e deu um beijo em minha bochecha. Entrei em casa e fui almoçar. Olhava no relógio o tempo todo pensando que acabaria atrasada. Fui me arrumar ansiosa pela tarde com Will. Mas por quê eu estava tão ansiosa?