Cap. 13 – Woman That I Love

POVBrittany

Seis dias se passaram desde a morte da Eleanor, foi difícil, o processo era muito lento, primeiro, a abuela da Santana passou a morar na casa deles, ajudando com o funeral e a se livrar de algumas das coisas dela, o que foi o mais difícil, pois nenhum dos filhos queria doar ou se livrar de nada, só que a mulher os convenceu de que ter um túmulo na sua própria casa seria muito mais doloroso, Nando pediu que Santana demorasse um pouquinho mais antes de falar para a abuela que era gay, porque ele tinha que conseguir a guarda temporária de Kayla antes para que a senhora não tivesse chances de levá-la dos irmãos.

Eu estava indo buscar a Sant em casa para irmos na escola, o que foi meio difícil, já que o Artie ficou muito desconfiado da nossa relação depois da briga que tivemos por causa dos vídeos oito dias atrás, mas ele ficou mais condescendente quando descobriu sobre a mãe dela, a Alma, abuela dela chamou um psicólogo para eles, o que deixa Santana possessa de raiva, ela diz que não precisa de ajuda, mas eu realmente acho que ela está internalizando tudo, e que vai acabar explodindo, o tal Dr. Jenkins ou sei lá o nome da criatura sugeriu que ela e Kayla voltassem ás aulas com mais cuidado, pois as duas tinham se enfurnado em um mundo próprio para aceitar a perda da mãe, e sugeriu que escolhessem uma aula á qual gostariam de freqüentar, e no outro dia, escolheriam mais outra e assim por diante até ter o dia completo.

Santana escolheu voltar ao clube do coral no primeiro dia, então eu me disponibilizei a buscá-la em casa para a aula, estacionei na frente da casa dos Lopez e buzinei, então a morena saiu com um short jeans, blusa azul, tênis e de mãos dadas com Kayla, a olhei com curiosidade enquanto ela colocava a menina na parte de trás do carro e entrava do lado do passageiro.

- Achei que poderíamos levar a Kay pra o Glee hoje, o Sam já levou os irmãos dele, e bem... minha vó tá benzendo a casa e a Kay tem alergia a sálvia. – ela falou, dando um sorriso lindo que e não via há dias e apenas assenti e comecei a dirigir até o WMHS. Quando chegamos, ela desceu e ajudou Kay a descer também, foi uma aula interessante, cantaram uma música sobre apoio pra Santana que durou menos do que esperamos então ficamos conversando, todas as meninas se derretendo com o charminho da Kayla, que estava contando todos os segredos de Santana.

- Sabiam que ela dorme com pijama de ursinho branco? – revelou a pequena.

- Kay... o que foi que eu te falei sobre mentir? – Santana perguntou, olhando de forma acusatória para a irmã.

- Você disse que os meios justificam os fins! – a pequena falou, e eu olhei para Santana, incrédula.

- Sério que você disse isso pra sua irmãzinha? – perguntei, erguendo uma sobrancelha.

- Ah não, Bit, não foi ela, quem me disse isso foi a Jade! – a menina falou. – você me disse que era a coisa mais idiota que eu poderia fazer... – a pequena concluiu, e todas as meninas que estavam ali se entreolharam como se não acreditassem que Santana era capaz de ensinar alguma coisa boa. – Mas eu não to mentindo! Ontem você dormiu com pijama de ursinho branco e seu cobertorzinho felpudo! E foi dormir comigo porque tava com medo, só que ainda não me disse do que! – a pequena concluiu, pensativa, enquanto as meninas trocavam risadinhas e Santana ficava vermelha como um morango e escondia a cabeça no meu ombro. - deve ser da big loira que mora embaixo da cama dela! Mas eu protejo minha maninha! – a pequena falou, abraçando Santana, enquanto eu observava a minha morena, tentando ver qualquer sinal de que ela não fosse agüentar, ainda era recente afinal, as meninas davam risadinhas e conversavam com Kay, enquanto a menina contava histórias. – É verdade! Ela tava até chorando e tremendo de medo! – a menina contou e nessa hora eu virei para Santana, preocupada.

- Você tava mal? Porque não me ligou? – perguntei, preocupada, todas as meninas se calaram e eu vi o resto dos meninos que estavam um pouco mais longe fazerem o mesmo.

- Eu só... tive um pesadelo. – ela disse, olhando para o chão, eu sabia que era mentira, conhecia a minha San.

- Você fala dormindo, San... disse que tinha medo da Bit te deixar de novo... – falou Kayla, olhando a irmã com cautela, Kay ás vezes me impressionava, ela era capaz de mostrar uma fachada muito adulta, eu chamo isso de charme dos Lopez, eles crescem muito rápido e sempre te surpreendem com comportamentos que você nunca espera até mesmo pela idade.

- Como assim? Santana, eu já disse, se você não estiver bem, me ligue, estou aqui por você. – falei, e todos ficaram bastante desconfortáveis, pareciam não saber o que fazer, não estavam acostumados a ter uma Santana desse jeito entre eles, uma que precisa ser consolada e protegida, sempre a conheceram como Satã Lopez, aquela que grita em espanhol, e se impõe, sempre zangada com tudo e com todos.

- Esqueci de te falar, San, a Jade disse pra vocês tomarem mais cuidado que tá dando muito “na cara” – falou Kay, fazendo uma carinha de quem não entendeu e Santana se virou pra ela, confusa.

- Como assim, Kayla? – perguntou a latina, olhando a pequena.

- É que a abuela quase viu vocês no banheiro na quarta. – ela disse, e eu fiquei roxa até as orelhas.

- Como assim? – perguntou Santana, e todos começaram a soltar risadinhas, menos Artie, que me olhava com decepção, o que me fez abaixar a cabeça.

- Dãããh, dando “beijo de namorado”, Tana, você é muito burra! – a menina disse, e eu levantei de uma vez.

- Ok, já falou demais, Kay, vamos pra casa? – perguntei, puxando a pequena para o meu colo e Santana entendeu a deixa e levantou também.

- Britt... eu, posso falar com você no corredor? – Artie perguntou, virando a cadeira para a porta.

- Ahn... claro, vocês me esperam no carro? – perguntei, e Santana assentiu, pegando Kayla do meu colo sem olhar nos meus olhos, segui Artie até o corredor em silêncio, parei de frente para ele.

- O que rola entre você e a Santana? – ele perguntou, e eu travei no lugar e respirei fundo, tentando me acalmar.

- Nada... por que? – perguntei, mordendo a língua, é uma coisa que eu faço quando estou nervosa.

- Porque parece alguma coisa! E quase sempre é algo bem diferente de nada! Eu já desconfiava, mas agora com o que a baixinha lá disse, eu tenho certeza. – falou ele, cruzando os braços, e eu o olhei, incrédula.

- Calma, Artie! Nada rola entre a gente, ok? A mãe dela morreu! Eu só estou tentando ajudar. – menti, e ele me olhou como se não acreditasse em nem uma vírgula do que eu disse.

- Dando “beijo de namorado”? – ele perguntou, e eu troquei o apoio dos meus pés.

- Ela tem sete anos! “namorar” pra ela é brincar de casinha! – afirmei, sem saber realmente o porque de estar tentando provar algum ponto, a verdade é que eu queria logo dar um fim nessa confusão toda que tinha feito entre Santana e Artie, queria ficar com ela, eu a amava, e mesmo gostando de Artie, estava cansada daquela situação.

- Ok então, você. – ele falou, apontando pra mim enquanto desviava levemente a cadeira. – vai procurar outro pra “brincar de casinha” – falou, me olhando bem nos olhos, e eu quase sorri com o suspense ridículo dele. – E não adianta vir atrás de mim! – falou, e ele saiu pelo corredor, soltei uma risadinha e dei de ombros, quase respondendo aquilo de uma forma não muito agradável enquanto saía pelo corredor até o estacionamento. Entrei no carro o mais rápido possível porque estava começando a chover e percebi que Santana me olhava com uma carinha triste, então arrastei minha mão até sua nuca e a puxei para mim violentamente, lhe dando um beijo de tirar o fôlego que ela retribuiu. E aquele era o começo de um caminho que finalmente ia me levar até um final feliz com a mulher que eu amo... E eu estaria com ela para sempre.