My Beating Heart Belongs To You escrita por MsTigerOwl


Capítulo 11
A Note, A Crush, A Broken Heart


Notas iniciais do capítulo

geeeente, quero agradecer pelos reviews que mereceram um POST DUPLO!! vcs são uns lindos e se continuarem assim eu vou me apaixonar por cada um de vcs pq eu amo demais!! bem, gente, avisando que esse não é um capitulo muito alegre e pode ser até um pouco pesado



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Ás vezes, coisas pequenas nos levam a grandes fins, um adolescente filho de um grande juiz, vem passar a semana com o tio na pacata cidade de Lima, Ohio, logo ele se anima para ir em uma festa, e é bem aí que a cadeia se inicia, se um menininho no jardim da infância não tivesse caído e cortado o lábio, se as professoras não tivessem ligado para a mãe do menino naquela hora para que fosse buscar a criança, se a mulher não tivesse ligado para o namorado aos prantos dizendo que ia se atrasar e não tivesse parado para explicar o que aconteceu, se o homem não tivesse ficado conversando por mais de uma hora com a namorada tentando acalmá-la, se ele não tivesse se atrasado para sair de casa, se o sobrinho daquele homem não tivesse ficado apressado com o atraso do tio e não tivesse decidido ir no carro dele, se o garoto não tivesse tomado whisky antes de dirigir, se ele tivesse parado para olhar se vinha algum carro naquela rua antes de acelerar o motor até 180 km/h, se ele soubesse que aquele carro não freava tão fácil... Talvez a picape não tivesse atingido o carro de Eleanor.

Antonio começou a chorar logo após a esposa sair, ele sabia que tinha se descontrolado e se sentia péssimo, ele amava a filha, e queria não ter agido daquele jeito, mas agora já era muito tarde, e por isso ele chorava, Jade foi buscar Kayla na escola e resolveu levar a irmãzinha para ajudá-la a comprar materiais da aula de projeção de design artístico na papelaria.

Santana tinha dormido nos braços do irmão depois de muito chorar e Nando a levou para a cama com todo o cuidado, tirou seus sapatos e beijou sua testa, Brittany saía da escola naquele momento, ela pegou o iPhone e começou a tentar ligar para Santana, preocupada pela menina ter faltado, ia direto para a caixa postal e a menina loira decidiu ir na casa dos Lopez depois do almoço.

Enquanto isso, as patrulhas da polícia chegaram ao acidente, tiraram o adolescente do carro maior e o colocaram na ambulância com todo o cuidado, estava gravemente ferido e foi tirado dali o mais rápido possível, era uma cidade pequena e o delegado reconheceu o carro, o Prius cinza totalmente destruído, não havia qualquer chance que seja lá quem o dirigia estivesse vivo, agora era obrigação deles contatar a família e saber quem estava dirigindo o carro.

Ás nove e meia da noite, o xerife Barnes bateu na porta da casa dos Lopez, um Antonio abatido atendeu, no exato momento em que Jade chegava em casa com Kayla e muitas sacolas, a menininha mais nova lambia um picolé e ia junto da irmã até a porta. O policial deu a notícia e o homem adulto na soleira da porta desmoronou, chorando como uma criança, Jade ouvia a tudo e também sentiu lágrimas caindo de seus olhos, Kayla estava confusa, mas era grandinha o suficiente para entender o mínimo e também começou a chorar.

Na outra manhã a menina mais velha levantou ás cinco e meia, não tinha dormido a noite inteira, chorava e se desmontava pela mãe, ela ouviu o que aconteceu antes do acidente e se sentiu ainda mais frustrada pelo pai ter feito aquilo com seus irmãos, saiu de seu quarto e andou até o da pequena Kayla, a pegou no colo com todo o cuidado e a colocou no carro, foi até o apartamento de Nando.

Ela contou tudo, falou sobre o acidente, e ali estavam eles, os quatro, juntos, desmoronando, Santana se questionava se iria agüentar e só queria um abraço daquela que era seu porto seguro, queria Brittany ali com ela, Jade tentava se manter firme, tentava manter aquela forma de menina durona que havia cativado dia após dia, mas a verdade, era que aquilo doía muito mais do que ela era capaz de lidar, Nando estava em choque, ele abraçava as três irmãs e pensava na mãe... se amaldiçoava por não tê-la trazido junto, na sua cabeça, aquilo era tudo culpa sua, e Kay... ela só queria o colo da sua mãe e estava muito confusa.

Os quatro dormiram na cama de casal de Nando aquela tarde, quando Antonio acordou e procurou por Jade e Kayla, achou as camas vazias e se amaldiçoou por ter sido tão estúpido, se perguntou se ainda era tarde demais... chegou á conclusão de que sim, era, Eleanor estava morta e seus filhos o odiavam, ele pegou algumas roupas, jogou em uma mala, escreveu um bilhete para a empregada e saiu pela porta.

Kay foi a primeira a acordar, ela engatinhou para fora do abraço dos irmãos e saiu pelo apartamento, foi até a varanda e se sentou no banco que tinha ali, ficou olhando para o céu que já estava levemente estrelado, se perguntando qual daquelas estrelas era sua mãe, logo depois foi Nando, que levantou sentindo falta da mais nova e saiu para procurá-la, a encontrou e sentou ao seu lado no banco, abraçando-a.

- Aqui fora tá muito frio, Kay. – ele observou, e a pequena apenas o olhou e voltou a fitar o céu. – O que está olhando?

- As estrelas. – ela disse, simples, e a conversa não passou daí, logo Jade levantou e se juntou a eles naquela conversa silenciosa, onde todos os pensamentos se encontravam num mesmo fim, já Santana, não conseguiu sequer levantar da cama e se encolheu nos lençóis quentes, chorando ruidosamente, se sentia sozinha, se lembrava da conversa com o pai e se sentia uma aberração, queria sua mãe, se culpava pelo vídeo, se culpava pelo acidente, ela queria paz, e mais do que tudo, ela queria Brittany, sempre ia querer, e naquele momento, a loira era de quem ela sentia mais falta, a latina fechava os olhos, e as orbes azuis a assombravam, com aquele brilho infantil e calmo.

Aquele dia se passou assim, eles se consolavam e tentavam sobreviver, tudo o que Santana fez foi ficar na cama e chorar até que não houvesse mais lágrimas, ou até que não sentisse mais nada, as pessoas entravam e tentavam falar com ela, mas a latina não ouvia, só havia uma pessoa que ouviria, e ela não estava ali.

Fechava os olhos e desejava mais uma vez, a mesma coisa que havia desejado desde que Jade os contou sobre o acidente, queria seu cheiro, de perfume francês, queria ouvir o barulho de seus passos ecoando pelo corredor quando ela passava pela porta do quarto, e mais do que tudo, a queria ali por uma última vez, mesmo que ela se fosse logo depois, nunca quis tanto dizer adeus.

Naqueles dois dias, ela pensou muito, pensar é o que nós fazemos quando precisamos ficar calados, ou quando não conseguimos falar, se lembrou de um livro que leu, a principal era uma mulher com seus cinqüenta e poucos anos, ela perdeu o filho e o pai na mesma guerra que agora levava seu marido, e ela disse para o companheiro em seu leito de morte, meu coração está cansado. Ele, em seu último suspiro, pediu que ela o deixasse descansar, ela morreu uma semana depois, nada como uma boa metáfora, não?

Agora a morena pensava nisso e gostaria de poder responder, “o meu coração está cansado, está tão cansado... e eu nem consigo fazê-lo descansar, meu coração está cansado, e eu tenho certeza que um coração de dezessete anos não deveria se sentir assim.”, ela diria.

Enquanto isso, Brittany almoçou e resolveu ir até a casa dos Lopez, dirigiu até lá sentindo seu coração apertar, ela ainda não sabia o que tinha acontecido, mas estava com uma sensação horrível, de angústia e desespero, sempre foi assim, elas poderiam estar com um mundo entre elas, mas o que uma sentia, a outra captava, assim que pisou no jardim percebeu que algo estava errado, ela queria ter ido no dia anterior, mas a mãe a arrastou para um evento da sociedade, e quando Santana não compareceu á escola no outro dia também e a loira ouviu rumores de um acidente, resolveu ir até lá, ela bateu na porta algumas vezes antes de testar a maçaneta, que estava aberta, a garota foi devagar para dentro da casa, estava vazia e com um ar sombrio, percebeu o pequeno papel levemente amassado em cima da bancada e o pegou entre os dedos cautelosamente, lendo as palavras ali rabiscadas com dificuldade e endereçadas para a empregada.

Querida Esther,

Gostaria de pedir que ligue para o número do apartamento de Fernando e peça para voltarem para casa, avise que já não estou aqui, diga que eu os amo muito, gostaria de pedir também que continue cuidando deles como tem cuidado desde o nascimento de Fernando, apliquei um bom dinheiro na sua conta para que continuasse a cuidar da casa, por enquanto é só, não sei se entrarei em contato diretamente por algum tempo e quero pedir encarecidamente para que tentem entender e me desculpem por tudo o que fiz, a Els tinha uma carta para cada um de seus filhos que deveria ser entregue aos mesmos após sua morte, as escreveu após o nascimento de cada um deles, como manda a tradição dos Lopez, ela está em uma caixa de jóias no topo do armário de nosso quarto, certifique-se para que a carta de Kayla seja entregue só quando ela tiver quinze anos e o testamento chegue aos dois mais velhos.

                                                                                                                       Com carinho, Antonio.

Brittany sentiu as lágrimas descendo pelo seu rosto, ela tinha um enorme carinho por Eleanor, a conhecia desde os doze anos, e saber que a mulher estava morta era como um soco no estômago, mas pior ainda era imaginar como Santana estava com tudo aquilo, ou Fernando, ou Kayla, e por incrível que pareça, a loira pensou em Jade, ela dobrou o bilhete com carinho imaginando os motivos pelos quais nenhum deles estava em casa e colocou o papel em sua mochila.

A loira pegou sua bolsa da bancada e secou as lágrimas, saiu e trancou a casa, resolveu passar em casa para buscar Hannah antes de ir até o apartamento de Nando.


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