Scorpius POV:

Nos últimos minutos eu provavelmente havia deixado bem claro que eu era fraco quando se tratava de Rose Weasley, fraco no sentido de não conseguir resistir a ela, o jeito que ela me enfrentou talvez tenha sido a melhor coisa que eu havia presenciado até aquele momento da minha vida. Nunca mais deixaria nada me fazer ter a chance de perdê-la.

Soltamos as mãos quando chegamos à frente da porta da sala de aritmância. Não fazíamos nem ideia de quanto tempo estávamos atrasados. Abri a porta e mais uma vez a turma toda olhou para mim, as únicas diferenças eram que: dessa vez eu estava com Rose e os alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa também estavam ali.

– Desculpa pelo atraso professora Vector, tivemos um imprevisto. – falei.

– Ficar se agarrando por aí não é um imprevisto. – reconheci a voz de Dominique vindo do meio da sala onde ela estava sentada em uma mesa com outra das amigas de Rose. Não acreditava que ela queria insistir com aquilo, porém a sala inteira riu de seu comentário.

– Quietos, tenho certeza que existe um motivo de verdade. – disse a professora Vector, e era por esses motivos que ela era uma de minhas professoras favoritas. O problema é que não existia um motivo de verdade para explicar nosso atraso, a única opção seria mentir.

– O professor Cranston precisava conversar com nós dois sobre uma coisa importante. – foi a melhor coisa que consegui inventar.

– Tudo bem, conversarei com ele mais tarde. – eu realmente esperava que ela estivesse blefando. – Agora, por favor, se sentem. – olhei pela sala a procura de Albus, o encontrei olhando para mim e Rose assim como todos, a diferença é que ele estava sorrindo sentado ao lado de Scarlett, a amiga de Rose. Olhei para Rose, pelo jeito ela também havia entendido, pois se dirigiu a uma das mesas livres do fundo, eu a segui e sentei ao seu lado. – O que ainda estão observando? Vocês tem uma aula para assistir! – a professora Vector disse e todos automaticamente se viraram para frente.

– Não parece feliz em ter que sentar comigo. – falei em tom baixo aproximando um pouco mais minha cadeira da de Rose, que tinha uma expressão um tanto quanto fechada.

– Eu estou feliz em sentar com você, não é por isso que estou assim, acho que você sabe o motivo. – Dominique era obviamente o motivo.

– Ela vai perceber que está errada, só está agindo assim porque está com raiva. – eu disse, Rose permaneceu em silêncio. Ela estava encarando o nada, como se não estivesse ali, com uma das mãos pousadas sobre a coxa e a outra apoiada na mesa, não gostava de vê-la daquele jeito. Coloquei minha mão sobre a dela que estava em sua coxa, ela sorriu.

– Calma aí, Malfoy. – ela sussurrou, também sorri. Minha mão era um pouco maior que a dela então meus dedos tocavam levemente sua coxa, aquela era a primeira vez que tínhamos algum tipo de contato da cintura para baixo. Aquilo era arriscado, porém eu novamente não me importava.

Rose POV:

Depois daquela não tão horrível segunda-feira Scorpius e eu meio que combinamos os melhores horários em que poderíamos nos ver, combinamos de passar os sábados juntos, mas deixar os domingos para os estudos e deveres de casa, faríamos dupla nas aulas de aritmância, runas antigas e transfiguração e Scorpius também havia decidido permanecer na aula de adivinhação, já que era uma aula em que não precisávamos prestar atenção então poderíamos ganhar um tempo juntos mesmo que não livre, por esse motivo combinamos de nos encontrar no almoço quarta-feira, dois dias depois.

Estava conversando com Scarlett enquanto comia, já que a minha situação com Domi continuava a mesma, Scar estava sendo uma amiga muito melhor do que eu já a considerava, estávamos conversando sobre os N.I.E.M.’s quando senti um braço me envolver.

– Bom dia meninas. – Scorpius disse se sentando ao meu lado na mesa da Grifinória. Nós paramos nossa conversa e o encaramos. – Ah, desculpa se estou interrompendo! Prazer, sou o Scorpius e você deve ser a Scarlett. – ele falou estendendo sua mão pela minha frente para cumprimentar Scarlett.

– Não esta interrompendo nada Scorpius. – ela disse sorrindo e apertando a mão dele. – Sim sou a Scarlett. – eles então soltaram as mãos.

– O que está fazendo na mesa da Grifinória Malfoy? – uma voz surgiu de repente atrás de nós, era Thomas Watt, um garoto do time de quadribol da Grifinória, também do sétimo ano.

– Vendo minha namorada enquanto ela almoça. – Scorpius respondeu como se aquilo fosse a coisa mais comum em sua rotina diária. Ignorei a estranheza de toda aquela situação por um momento para ficar feliz com o fato de Scorpius ter me chamado de namorada pela primeira vez.

– Você não pode ficar aqui se é de outra casa. – Thomas falou.

– Posso sim, não ligam muito para essa regra quando estamos em dias comuns. – disse Scorpius.

– Não quero saber das regras, o problema é que a Grifinória não gosta de ter cornos sentados em sua mesa, muito menos quando estão abraçando vadias. – o garoto disse rindo. Scorpius se levantou.

– Pode repetir essa frase, por favor? – Scorpius pediu gentilmente.

– A Grifinória não gosta de ter cornos sentados em sua mesa, muito menos abraçando vadias. – Thomas repetiu pausadamente e então tudo aconteceu. Scorpius o levantou pelo colarinho do suéter e o jogou com força na mesa da Grifinória, depois deu um soco na sua cara e se aproximou.

– Não ouse chamar minha namorada de vadia, por acaso sua vida está tão ruim assim para você ter que vir cuidar da minha? – Scorpius perguntou com sarcasmo na voz, nesse ponto da confusão o Salão Principal inteiro já os encarava, nunca tinha o visto com tanta raiva, na verdade, nunca tinha o visto nem com raiva. Scarlett segurava meu pulso provavelmente com medo de que eu fizesse algo. – Se eu ver ou ouvir que você abriu a boca para falar mal dela de novo, prometo que da próxima vez vai ser pior.

– Tenho certeza que vai. – disse a diretora McGonagall surgindo em nossa frente. Quantas pessoas podiam surgir do nada em menos de cinco minutos? Essa era a pergunta em meu cérebro naquele momento. – Os dois, por favor, me acompanhem antes que peça coisa pior e decida expulsá-los. – Scorpius e Thomas rapidamente se levantaram. – Você também pode vir, Weasley. – ela disse se virando para mim.

– Eu? – perguntei confusa.

– Por mais que vocês Weasleys sejam muitos, está vendo algum outro por aqui? – balancei a cabeça negativamente e me levantei. McGonagall começou a andar, Thomas foi logo atrás dela, eu me juntei a Scorpius atrás dos dois, ele olhou para mim como se esperasse que eu o odiasse por tudo aquilo, tudo o que eu fiz foi segurar sua mão enquanto seguíamos o caminho para fora do Salão Principal, estava com medo do que poderia acontecer agora.