Capitulo 5 – O nosso segredo.

Anne chegou ao dormitório e encontrou as duas Weasley ainda conversando.

– Boa noite – cumprimentou as duas, que ficaram surpresas pela atitude da garota.

– Boa noite – respondeu Rose sorrindo.

– Noite – Roxanne disse apenas.

(...)

No domingo de manhã, Anne acordou e encontrou o dormitório vazio. Vestiu apenas uma calça jeans, uma blusa de manga comprida roxa com preta e um All Star.

Foi até o Salão Principal, de longe pode ver Tiago, Fred, Alvo, Rose, Lílian, Roxanne e os outros. Sentou-se ao lado de Tiago e beijou sua bochecha.

– Bom dia – falou a todos.

Eles a olharam surpresos e Tiago segurou uma risada. Logo o correio chegou. Hermes, a coruja de Anne, parou na sua frente e ao seu lado parou a coruja mais linda que a garota já tinha visto.

Era aquela que há muitos anos tinha visto em sua casa.

– Essa coruja é linda! Eu já tinha visto ela em minha casa – sorriu para Tiago.

– É do meu pai. Ele disse que é parecida com a que ele tinha quando era garoto, por isso a comprou – disse retribuindo o sorriso e pegando a carta que ela trazia e Anne fez o mesmo.

Filha,

Fico feliz em saber que finalmente está fazendo amizade com as pessoas de sua casa. Seu pai está orgulhoso de você, meu anjo. Já lhe dissemos isso. Você não está na casa que gostaríamos que estivesse, mas desde que esteja feliz, tudo bem.

Sobre o garoto Potter, ele é um bom menino e apesar das inúmeras brigas que teve com seu irmão, seria um ótimo amigo. Ficamos felizes em saber que nossa menina será a apanhadora da casa.

Não ligue para o que seu irmão diz, apesar de às vezes não demonstrar isso, ele te ama de verdade e no fundo só quer o seu bem.

Seu pai pediu para lhe dizer que sente sua falta e que está orgulhoso de você e acima de tudo quer que você tome cuidado, as coisas no Ministério não estão nada bem. Estou enviando ao seu irmão uma edição do Profeta Diário e quero que você também leia. É importante.

Sentimos sua falta. Não fique tanto tempo sem nos enviar uma carta. Amamos-te.

Elizabeth Malfoy Carter.

Anne sorriu ao terminar de ler a carta escrita por sua mãe. Saber que seus pais no fundo tinham orgulho dela, tinha a deixado ainda mais feliz.

Tiago lia a carta que havia recebido do pai com calma.

Tiago,

Dê os parabéns a Alvo por ter entrado no time. Sinto por não ter muito tempo para enviar cartas a vocês, as coisas aqui no Ministério não estão nada bem. Houve uma fuga em massa, em Azkaban. Peço para que tomem cuidado.

Sobre a filha dos Carter, ela é realmente muito inteligente. Nunca a vi com ninguém que não seja o irmão ou o filho dos Malfoy, mas fico feliz em saber que você está fazendo amizade com ela.

Sobre o fato de ela te encantar, isso talvez não fique apenas na amizade. Preste atenção no que sente quando está com ela, como você fica, como ela fica...

Sinto muito por essa carta ser curta, mas como disse a situação aqui não está nada bem. Estou tentando fazer sua mãe ficar em casa, mas ela insiste em sair.

Mande um beijo para a Lílian e a Alvo, sinto a falta de vocês. Essa casa não é a mesma sem vocês correndo por ela e quebrando os móveis.

Beijos, amo vocês.

Harry Tiago Potter.

Tiago terminou de ler a carta e passou o recado aos irmãos e os três não deixaram de ficar preocupados com o que o pai havia escrito, pelo jeito a situação estava bem complicada.

O garoto Potter olhou para o lado e não viu a “loira” ao seu lado. A procurou pelo salão e foi encontra-la conversando com o irmão.

Anne estava tentando pegar o exemplar que a mãe havia enviado para os dois filhos, mas o irmão – que havia recebido uma carta da mãe brigando pelo modo como tratava a garota – estava querendo saber o motivo de ela ter virado amiga do Potter, o que não o agradava em nada.

– Que saco, Eric, entrega o jornal para ela logo – reclamou Scorpius, cansado da infantilidade do primo.

Eric bufou e entregou o jornal para irmã, que deixou um beijo em sua bochecha a voltou para a mesa da Grifinória. Sentou-se e na primeira página estava o que provavelmente sua mãe queria que ela visse.

“Fuga em massa em Azkaban”

Vinte e cinco Comensais da Morte fogem de Azkaban. Isso representa a volta Daquele-que-não-deve-ser-nomeado? Ou de um dos seus sucessores? O chefe dos aurores, Harry Potter, afirma que o Lorde das Trevas não está por trás disso, já que ele está morto há mais de dezenove anos, mas pede que a comunidade bruxa tenha calma e cuidado ao sair de casa. O Ministro trouxa foi avisado do acontecido...”

– Falaram de seu pai no jornal – Anne avisa a Tiago e entrega o jornal a ele.

O garoto leu a reportagem com uma careta estranha no rosto, depois passou o jornal a Alvo. Anne se lembrou das palavras de Dumbledore na noite anterior e puxou Tiago com força para fora do Salão Principal.

– O que foi, loira? – o garoto pergunta quando ela para de correr.

– Preciso lhe contar uma coisa, mas tem que ser em um lugar que ninguém possa nos ouvir – falou séria.

– Conheço um lugar, vem.

Tiago a levou para o sétimo andar, onde sabia que ficava a Sala Precisa. Parou na frente da parede lisa.

“Quero um lugar que possamos conversar sem que ninguém nos ouça nem interrompa” pensou Tiago.

Instantaneamente na parede – que era lisa até a alguns segundos – surgiu uma pequena porta. Tiago a abriu e encontrou uma sala pequena, com dois pufes no meio, que pareciam muito confortáveis.

Anne olhava tudo boquiaberta, não sabia da existência da Sala Precisa, assim como a maior parte dos alunos. Tiago a puxou pela mão e ela se sentou em um dos pufes e o garoto no outro.

– O que você tem para me dizer? – perguntou curioso.

E a garota lhe contou tudo que Dumbledore tinha lhe dito na noite anterior e Tiago a ouviu com atenção, quase sem piscar. Estava surpreso com o que o ex-diretor havia contado para a garota, principalmente a parte que seu pai corria perigo.

– Você precisa avisa-lo agora, Tiago, é a vida dele que corre perigo – disse a garota.

O Potter assentiu e desejou uma pena, tinta e um pergaminho e eles logo apareceram em cima de uma mesa. Rapidamente Tiago escreveu uma carta contando tudo o que a garota havia lhe dito. Não era seguro enviar por uma coruja, então só tinha uma opção.

– Monstro! – chamou.

Monstro estava ainda mais velho, Harry teria o deixado livre, mas Monstro preferiu servir a família Potter até que morresse, o que não demoraria muito para acontecer, levando em consideração o estado em que o elfo se encontrava.

Logo o elfo apareceu, fez uma reverencia ao garoto Potter.

– Chamou-me mestre?

– Preciso que entregue essa carta imediatamente a meu pai, somente a ele, entendeu monstro?

O elfo assentiu o pegou o envelope nas mãos e fez outra reverencia.

– Obrigada, monstro – disse Tiago antes que ele desaparecesse.

Assim que o elfo se foi, Tiago olhou para a garota ao seu lado, pensou durante toda a noite no beijo que haviam dado. Ficou de frente para ela e acariciou as bochechas rosadas.

– O que você faz comigo, loira? – perguntou quando ela fechou os olhos apreciando o carinha que recebia.

– Tiago – ela murmurou apenas.

– Hum?

– Que tal mais lembranças felizes? – sorriu tímida.

– Achei que nunca mais me pediria isso – disse a beijando.

(...)

Agora os dois usavam apenas um dos pufes que estavam na sala. Tiago abraçava Anne e depositava beijos em seus cabelos, no rosto, no pescoço e em todos os lugares que ele conseguia ter acesso e ela entrelaçava os dedos dele com os seus.

– Nunca imaginei isso – admitiu Anne.

– O que? Namorar? – brincou Tiago.

– Não, idiota! – ela riu e deu um tapa fraco em seu braço – estar aqui, com você. Queria te agradecer.

– Pelo que exatamente?

– Por não ter desistido de mim, mesmo que eu sempre tenha lhe tratado mal – levantou o rosto e depositou um selinho em seus lábios.

– Sem problemas, eu adoro loiras marrentinhas – piscou.

– Seu idiota – riu e Tiago beijou sua testa.

– Então esse é o nosso segredo? – perguntou rindo maliciosamente.

– Só nosso.