Anya olha para os próprios pés descalços e sujos que corriam mais rápido do que estavam acostumados. Ela ofegava como nunca e implorava para parar um pouco - e quase pasou relmente, se não fosse por quem a puxava: seu herói, que nem ao menos havia revelado nome ou rosto antes de salvá-la, que percorria os caminhos com tamanha certeza e nunca parava tomar um ar. Ele parecia tão incrível a puxando pela mão que ela nem conseguia questioná-lo.

Estava tudo escuro como breu e o chão era frio e gosmento; aliás, era tudo frio naquele lugar. Anya indagou se sempre fora assim. Ela imaginou o quão longe estaria de sua casa e se permitiu uma rápida olhada para trás. Quem diria? Havia mais escuridão. Ela estava em um imenso e belo nada. Olhou para cima em busca de orientação. Apenas o céu indicava que ela estava indo a algum lugar: estrelas. Milhares de pontinhos brilhantes. Eram todas vermelho-escarlate e tão encantadoras que Anya parou de repente, ainda segunrando a mão do seu herói que se desequilibrou com a parada brusca.

–Para onde estamos indo? - Ela peerguntou com o fio de voz que lhe restava

– Para um lugar seguro - O herói tentava puxá-la para seguir caminho, mas Anya se manteve firme no chão - Venha, princesa.

– Lá tem estrelas?

– Algumas, sim - O herói olhava para os lados com certa preocupação. Eles estavam perdendo tempo - Nós precisamos ir, princesa.

–Estou cansada - Anya olhou para ele. Sua herói com o rosto sujo de lama e escondido sob um chapéu preto. O que estaria debaixo daquilo tudo? O quão belo seria seu salvador? - Podemos ir mais devagar?

Ele parou um instante. Olhou para ela e depois para as estrelas. Suspirou, acalmando-se.

– Estamos quase chegando - Ele segurou a mão de Anya, com mais delicadez do que segurava antes - E acho que os despistamos, também - Ele começou a andar devagar, e dessa vez, Anya o acompanhou - Podemos sim, princesa.