Pura Indecisão escrita por Liz


Capítulo 2
Capítulo 2 - Prazer em te conhecer...


Notas iniciais do capítulo

Deixem comentários, please! Boa leitura (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/315099/chapter/2

No capítulo anterior...

POV Eduarda

Peguei minha mochila e sentei na última cadeira.

– E agora você vem e senta do meu lado? - Era o menino que eu quase dei um soco lá no pátio. Ele estava com a expressão séria. Séria até demais para eu acreditar que era mesmo sério, até que ele sorriu. - Posso saber pelo menos o seu nome?


POV Eduarda

- Meu nome é Eduarda. - Eu disse, com um pequeno sorriso, que, rapidamente, desapareceu do meu rosto.

- Não vai perguntar o meu?

- Ah, tá. - Eu disse, fazendo pouco caso. - Qual é o seu nome?

- Tem que ser com vontade.

- Se depender da minha vontade, eu não irei saber o seu nome.

- Como você é mal humorada, hein?

- Não sou mal humorada.

- Do seu ponto de vista.

- O que você quer?

- Eu apenas queria conversar com você! - Eu bufei, cruzei os braços e olhei para frente.

- Que demora esse professor, viu!

- Meu nome é Thales. - Ele estendeu a mão. 

- Prazer em te conhecer. - Eu apertei a mão dele. Eu disse isto sarcasticamente, mas era verdade.

- Silêncio, alunos! - Disse um professor. - Bom dia a todos. Como vocês podem ver, alguns alunos do 1ºA estão aqui. O professor desta aula deles faltou, então, como não tinha outro professor disponível, eles vieram para cá. Sou o professor de português de vocês...

A partir daí não prestei mais atenção em nada. Eu era boa em português e hoje com certeza ele não passaria matéria alguma, afinal, era o primeiro dia de aula.

POV Thales

Eu intercalava o meu olhar, ora em direção ao professor, ora em direção a Eduarda. Ela parecia estar em outro mundo, mas sem pensar em nada.

- Ei! - Eu sussurrei. Ela parecia dormir de olhos abertos. - Eduarda! - Estalei os dedos.

- O que foi, menino? - Ela sussurrou também.

- Eu só queria conversar um pouco. Essa aula tá muito chata.

- E por que comigo?

- Por que você é tão mal educada?

- Você quer conversar ou ficar falando de mim?

- Eu prefiro não falar de você e beijar você.

- O quê? - Ela gritou. Eu me assustei porque ela também se levantou de tão surpresa que ela ficou com o que eu disse.

- Algum problema, Eduarda?

- Professor, ele... - Ela olhou para mim e parece que não queria me dedurar.

- Vejo que o Thales e você não estão nem um pouco interessados na minha aula, não é?

- Não, professor é que...

- Vocês podem sair.

- Como assim? - Eu disse. Nunca fui expulso da sala de aula.

- Saiam da minha aula!

Nós saímos da sala, que estava em silêncio. Fechamos a porta.

- Você não devia ter me chamado.

- A culpa não foi só minha, Eduarda! Foi sua também! 

- Mas foi mais culpa sua! - Ela apontou pra mim.

- Então, quer dizer que, além de atrevida, você gosta de ficar tirando o seu cavalinho da chuva?

- E quer dizer que você, além de ser um babaca, gosta de ficar falando mal de mim o tempo todo? - Ela ficou muito próxima de mim. Eu fiquei sério. Nunca havia me sentido tão atraído por alguma garota como naquele momento. - Agora você tá achando que vai rolar algo a mais aqui, não é?

Ela era esperta, mas não gostei do tom dela. Eduarda estava brincando com a minha cara e eu não gostei nada disso.

- E você acha que eu ia querer algo com você?

- E por que não? - Ela estava com um sorriso sarcástico.

- Porque você é muito abusada.

- Abusada? 

- É!

- Abusada?!

- Sim, abusada!

- Pelo menos eu não sou uma idiota como você.

- Olha, você até que não é se jogar fora, mas, se fosse menos folgada, teimosa, abusada e idiota, - dei ênfase ao idiota - eu até que te pegaria.

Ela ficou muito nervosa com o que eu disse e me deu um tapa no rosto. Automaticamente, levei a mão em meu rosto.

- Não brinque comigo! Não sou um objeto para você me pegar! - Ela saiu andando.

- Você vai pra onde?

- Não te interessa! - Ela saiu andando como uma dondoca estressada.

- Espera! - Ela parou de andar e se virou para mim.

- O que foi? - Ela disse, pausadamente.

- Daqui a pouco vai bater o sinal e você tem que voltar pra aula. E se o professor sair e ver que você não está aqui, ele vai brigar comigo.

- Sei que você consegue arranjar uma desculpa pra ele. - Ela saiu andando.

- Espera! Volta aqui! - Hesitei, mas fui atrás dela. - Eduarda!

- Por que você tá me seguindo? - Ela continuava andando. Eu consegui acompanhá-la.

- Porque eu quero que você volte!

- Você não é nada meu para me mandar.

- Ainda bem que não sou nada seu. - Ela me olhou indignada e parou de andar.

- Se você não parar de me seguir, eu vou gritar. 

- Você não faria isso.

- Não? Tem certeza? 

- Então, vai! Grita! Grita bem alto! - Ela não faria isso. Mas fez.

Ela tinha um grito muito fino e insuportável. Minha primeira reação foi tapar sua boca. Mas ela continuava tentando gritar, até que ouvi alguns passos. Vi uma porta aberta atrás de nós e a abri. Entrei, induzindo a força Eduarda a entrar também. Olhei pela fechadura e vi que os passos eram da diretora conversando com uma inspetora. Elas se sentaram em um banco no meio do pequeno jardim que tinha na grande escola. Fiquei observando. Elas pareciam combinar alguma coisa.

- Ai, que frio aqui!

- Frio?

Olhei para Eduarda e a vi tremendo, acariciando seus braços para amenizar a terrível sensação e seus dentes fazendo barulho devido ao frio.

- Ninguém mandou você vir com blusa assim.

- É o uniforme! E você também tá usando.

- Mas não tô reclamando de frio!

- Porque está preocupado em assistir à conversa dos outros pela fechadura.

- Como sabe?

- Eu também ouvi os passos lá fora. Você até que é esperto.

A voz dela saía tremida e fraca.

- Aqui tá frio mesmo, né? - Eu disse, esfregando os meus braços.

- Não, Thales! Só tô me encolhendo porque eu sou idiota!

- Você é muito ignorante, mas, como eu sou uma ótima pessoa, vou te ajudar. Aliás, nos ajudar.

POV Eduarda

Ele se aproximou de mim e me abraçou.

- O que você tá fazendo? - Ele tirou seus braços de perto. O que ele pretendia.

- Nosso corpo vai produzir calor e evitar o frio.

- Mas não é melhor desligar o ar condicionado? - Apontei para o aparelho, que ficava quase no teto.

- Se você alcançar... - Abaixei a cabeça. - Faça como quiser, não vou ficar te obrigando pra ficar gerando discussão. A gente saí daqui quando elas saírem e pronto! Tudo se resolve. Mas, se você quiser sobreviver enquanto isso, me abrace.

- Te abraçar? Tá louco? - Eu sentei na ponta da mesa de professor que estava atrás de nós dois.

- Eu vou estar disponível, bem do seu lado, se você quiser. - Ele fez o mesmo.

Ficamos em silêncio e esfregando os braços para tentarmos não sentir frio, mas parecia em vão. Aquela sensação horrível só aumentava e eu não tive escolha.

- Espero que essa sua teoria esteja certa. - Eu o abracei na altura de suas costelas. 

- Eduarda, sei o frio que você está sentindo e não brincaria com isso. - Ele me abraçou, o que me obrigou a encostar minha cabeça em seu notável musculoso peitoral.

Silenciamos por alguns minutos e parecia que elas não saiam dali. Nós conseguíamos ouvir as risadas delas e algumas palavras que pareciam planos, mas não conseguíamos ouvir por causa do barulho que o ar condicionado produzia.

- Não vamos morrer, não é? - Eu disse.

- Não exagere. Esse frio não causará morte!

- Mas parece que está aumentando. Eu não aguento mais.

POV Thales

Ela olhou para mim. Quando olhei no fundo daqueles olhos pretos pude ver o brilho da lâmpada refletida nele. Parecia um céu com uma lua muito radiante. Ela parecia uma criança desesperada.

- Eduarda, - toquei seu rosto. - aguente, por favor.

- Você tá se aproveitando de mim. - Ela riu e abaixou o rosto.

- Não, eu não estou! - Eu ri e a induzi a olhar para mim, novamente.

Eu tinha um desejo. Sim, um desejo incontrolável para fazer o que meu coração dizia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gente??? Não se esqueçam de deixar comentário!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pura Indecisão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.