Indiana Jones e o Mistério do Báltico escrita por Goldfield


Capítulo 5
Capítulo 4




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Capítulo 4


Vendeta ao modo alemão.

 

         Finalmente o encontrei! – a voz da mulher denotava um rancor envolto em ares de prazerosa descoberta. – O homem que matou meu pai!

O arqueólogo viu-se de frente para uma oficial loira atraente e determinada que, com a mão direita, apontava-lhe o cano de uma Luger a poucos centímetros de sua testa. As sobrancelhas franzidas e o olhar penetrante fizeram com que se recordasse de persistentes adversários do passado... E aquela jovem parecia querer vê-lo morto a qualquer custo assim como eles.

         Quem é seu pai? – Indy indagou num meio-sorriso. – Não pode se vingar de mim devido a algo de que eu nem me lembro!

         Ernst Vogel! – a filha do falecido militar nazista respondeu prontamente, suas pupilas brilhando ao pronunciar o nome. – República de Hatay, 1938, recorda-se?

Vogel... Como o aventureiro poderia se esquecer, não é mesmo?

 

E esta é a maneira como dizemos adeus na Alemanha, doutor Jones!

 

Ele ainda podia sentir a força do punho do coronel lhe revelando o tal costume germânico... Ao menos como consolo Indiana ainda tinha em mente o último grito do desgraçado enquanto ia parar no fundo de um precipício. Destino ao qual também estaria fadado se não houvesse escapado por pouco.

         Pena que seus soldados motorizados falharam em me eliminar nos arredores do chalé... – riu o norte-americano. – Querem tentar de novo?

         Apesar de minha vontade ser imensa... Não o farei por enquanto, herr Jones. Poderá ser útil ao nosso propósito.

Nisso, outros dois combatentes alemães haviam surgido das sombras do depósito e se unido à tenente-coronel. Esta, com um gesto da cabeça apontando para Indy, ordenou que a dupla o amarrasse e o conduzisse escada abaixo junto com Kriegüer, o qual, atônito, tornava-se novamente prisioneiro sem mal ter aproveitado os poucos instantes de liberdade.

 

No andar de baixo, Sophia e Mac, atentos a ambas as saídas do bar, já começavam a estranhar a demora do colega no andar superior. Descuidando-se da porta da frente por um momento, a ruiva olhou preocupada para os degraus que levavam acima e falou ao inglês:

         O Indy ainda não voltou... Terá acontecido alguma coisa?

         Eu não me preocuparia com ele... – afirmou o agente do MI6. – Talvez tenha encontrado algum rabo de saia, por isso a demora...

Hapgood procurou abstrair como pôde a referência do britânico ao fato de Jones ser um conhecido mulherengo, reprimindo-se por sentir, além de repúdio, algo como uma ponta mínima de ciúme. Ele a atraía? Bem, apesar de ser um desmiolado impulsivo metido a conquistador... Não podia negar que a pessoa do arqueólogo despertava ainda algum tipo de chama em seu íntimo. Haviam se tornado bastante próximos durante a busca por Atlântida anos antes... De qualquer forma, aquele de longe não era o melhor momento para ter tais reflexões!

Todavia, a hipótese de Mac ganhou um quê de verdadeira quando passos foram ouvidos na escada, e a primeira figura a aparecer foi justamente a de uma carrancuda e imponente oficial nazista, seus cabelos loiros brilhando sob a luz das lâmpadas acesas do estabelecimento. Tinha a atenção focada em algo ou alguém atrás de si, na direção do qual apontava uma Luger. Logo a incógnita se solucionou quando Indiana, tendo as mãos amarradas, surgiu também descendo os degraus sob a mira da arma, cabeça baixa. Sua situação impossibilitava seus colegas de reagirem.

         Indy! – exclamou Sophia assim que o viu.

Em réplica, o aventureiro apenas ergueu brevemente o rosto, dando uma piscadela para a jovem. Mais indivíduos deixaram o andar de cima: uma dupla de soldados alemães escoltando o professor Kriegüer, este possuindo os pulsos também atados. Os fregueses do bar permaneciam na tranqüilidade de suas mesas, alheios a tudo que ocorria. Vogel, assim que pisou no chão do térreo, parou de frente para os outros dois inimigos, lançando-lhes um olhar que parecia desejoso de parti-los em pedaços. Hapgood também fechou a cara, não simpatizando nada com a integrante da Ahnenerbe.

         Mais espiões, presumo... – a tenente-coronel murmurou.

         Mais patifes, percebo! – a ruiva rebateu raivosa.

A militar, incrédula diante de tamanha petulância, já se preparava para iniciar uma luta contra a agente aliada, quando um de seus comandados surgiu ao seu lado indagando:

         Befehlshaber, o que devemos fazer com esses outros intrusos?

         Tenho algo planejado para eles... – Vogel aparentemente sentia prazer só de pensar em sua idéia. – Quanto a Kriegüer e Jones, virão conosco. Os portões de Vineta nos aguardam.

         Entendido!

         Ah, soldado! Uma última coisa!

         Sim?

         Pode esvaziar este lugar para mim?

Assentindo com a face, o combatente fez um sinal com a mão para o outro e ambos, portando seus rifles, dirigiram-se até o centro do recinto, disparando de súbito para o alto em meio a palavras de ordem. Entre resmungos e xingamentos dirigidos em sua língua aos nazistas, os freqüentadores do bar foram devagar se levantando das mesas e deixando o lugar pela porta da frente, um deles, pescador musculoso, fazendo questão de cuspir sobre as botas de um dos soldados antes de sair, sem que no entanto sofresse alguma represália.

Cumprida a tarefa, a tenente-coronel abriu um sorriso satisfeito.

 

Minutos depois, um destacamento de cerca de quinze militares alemães, chefiado por Vogel, ganhava as ruas do povoado escoltando os acadêmicos prisioneiros até a área do cais. Indy se sentia extremamente furioso e frustrado, pensando sem parar numa maneira de escapar de seus repugnantes algozes. Alguns nazistas haviam ficado para trás, no bar, certamente para executarem Sophia e Mac assim que a comandante lhes desse a ordem. Tinha de fazer alguma coisa... Não podia perdê-los assim!

O cortejo era observado com curiosidade e indignação pelos moradores de Eksund, os quais, apesar de não saberem bem o que acontecia, tinham repúdio pelo exército estrangeiro que ocupara o território de seu país. Os mais dedutivos desconfiavam que Jones e seus amigos estavam ali em missão contra os germânicos e acabaram capturados, isso por si só fazendo com que fossem alvos de sua simpatia. Num dado momento, inclusive, o arqueólogo notou algumas crianças agasalhadas correndo para o interior de um beco, como se chamadas por alguém nele oculto... Algum tipo de ardil? Será que...

         Para onde está nos levando? – Heinrich interrompeu o raciocínio de Indy ao perguntar à mulher.

         A nova expedição à procura dos vestígios submersos de Vineta deverá partir imediatamente – Vogel respondeu, rígida. – Nós sairemos direto daqui rumo ao mar Báltico, viajando sem interrupções.

         Sem interrupções? E de que forma iremos viajar?

Nisso, o grupo já havia ganhado um dos píeres do porto, seus pés percorrendo rapidamente o extenso tablado. Marinheiros e pescadores locais voltavam intrigados suas cabeças para a marcha, alguns adentrando os barcos ali ancorados enquanto outros regressavam à vila. Por fim os alemães e seus prisioneiros pararam ao final da plataforma, como se aguardando alguma coisa, as águas geladas se colidindo com a estrutura em ondas altas que quase chegavam aos seus pés... E foi destas que, de repente, emergiu um vulto cinzento, escuro, comprido... Um imponente U-Boat tipo XXI, projetando esguichos de líquido salgado ao redor conforme revelava à superfície sua poderosa couraça, aqueles sobre o píer instintivamente recuando para não se molharem.

Logo a escotilha no topo do submarino foi aberta por dentro, o tronco de um oficial da marinha nazista surgindo através dela e acenando para a tenente-coronel. Esta já saltava sobre o casco da embarcação enquanto dizia:

         Vamos embora, depressa! Não temos tempo a perder!

Conforme era empurrado pelos demais soldados junto com Kriegüer, Indiana não conseguia parar de pensar nos colegas que haviam ficado para trás... Além, é claro, da certeza de que seus próprios problemas estavam apenas começando...

 

No interior do bar, Mac e Sophia estavam incapacitados de efetuar grandes movimentos. A razão era que haviam sido amarrados pelas mãos e pelos pés a um par de cadeiras, uma de costas para a outra, perto do balcão agora vazio do estabelecimento. Mas, pior do que a solidão e o fato de estarem presos ali, era o maldito “tic-tac”. Apesar de ser tão irritante e monótono quanto o de um relógio, antes pertencesse a um. Era proveniente, naquele caso, do mecanismo de tempo do artefato explosivo instalado ali há pouco pelos homens de Vogel, junto a uma das paredes, de modo que nenhum dos dois agentes conseguisse fitá-lo com clareza, já que o britânico se encontrava voltado para a saída dos fundos e Hapgood para a entrada da frente.

Consistindo num pequeno cronômetro acoplado a bananas de dinamite cuja contagem regressiva terminaria em cinco minutos, a trajetória do ponteiro aproximando cada vez mais a dupla da explosão iminente, o ímpeto de se manterem vivos que poderia dominá-los era sufocado pela certeza de que não o conseguiriam. Como seriam capazes de sair dali a tempo de escaparem da detonação ou ao menos tentar desarmar a bomba se não possuíam qualquer meio de cortarem as cordas que os atavam? Era no mínimo desanimador.

         Você sabe o que é pior? – inquiriu o inglês num dado momento.

         O quê? – Sophia replicou temerosa, temendo que ele revelasse algum detalhe que agravasse ainda mais a situação.

         Eu fiquei com o chapéu do Jonesinho... Ele acabou me entregando-o na hora de montar seu disfarce para entrar aqui e esqueci de devolvê-lo. Pelo visto agora ele fritará junto com a gente e todo este lugar...

         Espere, quantas missões mesmo você já cumpriu com sucesso? Sempre desiste tão fácil assim?

Logo após dizer isso, Hapgood tentou impelir o corpo para frente na tentativa de arrastar as cadeiras na direção da saída, não obtendo qualquer sucesso. Mac era pesado demais, e seu esforço não fez com que se movessem nem um centímetro. Percebendo o que a moça fazia, o britânico tentou por sua vez efetuar o mesmo na direção contrária, mas, desajeitado, também não conseguiu nenhum progresso.

         Já pensou em fazer um regime? – a jovem perguntou irritada.

         O que quer dizer?

Sophia achou melhor nem responder. O “tic-tac” continuava, desesperador. Aturdida, remexeu-se de novo na cadeira, tentando movimentá-la de algum jeito... Empregou o máximo de sua força... E logo conseguiu tal feito, mas os móveis se moveram para o lado, ao invés de se deslocarem para frente...

BLAM!

Quando deu por si, já haviam tombado sobre o chão, suas bochechas agora coladas ao assoalho. Se antes não podiam se aproximar de nenhuma das saídas, a situação acabava de se tornar ainda mais complicada!

         E agora? – resmungou Mac. – Cavamos um túnel na madeira usando nossos dentes?

         Querido... Fique calado, sim?

Enquanto tentava pensar inutilmente numa maneira de se soltar das amarras, Hapgood de repente ouviu a porta da frente do bar ser aberta, passos apressados em seguida se aproximando de si e do colega. Com a visão limitada que possuía junto ao solo, pôde enxergar apenas os sapatos dos recém-chegados – havia mais de uma pessoa – se aproximando, até que finalmente pararam. Olhando para cima como podia e torcendo para não se deparar com mais alemães, a norte-americana enxergou um rapaz loiro de casaco preto e gorro verde, acompanhado de duas crianças vivazes.

         Vejo que estão em apuros, amigos! – constatou sorrindo o jovem, logo depois se abaixando para soltar os dois prisioneiros das cordas.

         Q-quem é você? – indagou Sophia, atordoada.

         Prazer, sou Myrvang. Resistência norueguesa.

Assim que terminou de libertar a dupla, o opositor dos nazistas, fitado com atenção pelos demais, voltou sua atenção para o explosivo ali instalado. Apoiou uma das mãos na parede e, usando a outra para coçar o queixo, examinou a bomba por cerca de um minuto. Por mais incrível que parecesse, não demonstrava muita preocupação com a contagem que quase se encerrava. Sophia e Mac fecharam os punhos, tensos, ao mesmo tempo em que as crianças vibravam silenciosas a cada ação do resistente, olhos brilhando. Por fim ele levou os dedos ao mecanismo e, após rápidos movimentos e cortes, desarmou-o sem qualquer dano.

Todos suspiraram de alívio, Myrvang então tornando a se virar para os outros enquanto falava:

         Estes dois pequenos viram os nazistas escoltando um amigo de vocês até o cais, e como antes vocês chegaram em três ao povoado, logo concluíram que ficaram para trás, talvez vítimas de alguma armadilha... – apontou para os meninos, que sorriam. – Felizmente cheguei a tempo de deter a bomba e salvá-los.

         Levaram o Jonesinho para o cais? – perguntou o inglês. – Será que o enfiaram a bordo de algum barco?

         Um U-Boat... Não creio que ainda consigam alcançá-lo, mas...

Mal o loiro concluiu a frase, Sophia e Mac já corriam através da saída da frente, atravessando velozmente as ruas da vila até os píeres na esperança de  encontrarem neles a embarcação. Desviaram de alguns moradores pelo caminho, o britânico quase tropeçando numa ladeira. Ao ganharem o tablado, ainda puderam visualizar a torre de observação do submarino se distanciando ao longe conforme imergia no mar gélido, logo desaparecendo por completo.

         Lá se vai o Jonesinho... – lamentou o agente do MI6, ofegante.

         Nós em breve o reencontraremos... – disse Hapgood, olhar perdido na paisagem do fiorde.

         Como tem tanta certeza?

         Meus caminhos sempre acabam cruzando com os dele...

E, dando meia-volta, a ruiva, com os braços cruzados, dirigiu-se calmamente em direção a Eksund.

 

Indy e Heinrich já estavam presos no pequeno e apertado compartimento há cerca de uma hora enquanto o U-Boat, o mais veloz que as pás de suas turbinas permitiam, percorria as profundezas do mar nórdico rumo ao Báltico. Imersos em completa escuridão, já que o local úmido, frio e mal-cheiroso não possuía qualquer fonte de luz, os dois prisioneiros encontravam-se amarrados e retraídos junto ao casco do submarino, mantendo os olhos fechados a maior parte do tempo para que o sono os visitasse e o tempo assim passasse mais rápido.

Percebendo, no entanto, que suas tentativas de ficar inconsciente não geravam grandes frutos, Jones, apesar de não poder ver seu companheiro de infortúnio em meio ao breu, resolveu puxar assunto:

         Há quanto tempo você estuda Vineta, Kriegüer?

         Minha vida toda – o alemão respondeu num tom que denotava certo orgulho. – Quando eu era pequeno, meu pai me contava relatos fantásticos a respeito da cidade antes de dormir. Assim meu fascínio por ela só cresceu ao longo dos anos!

         Histórias para dormir... Meu pai também costumava me contar algumas, quando tinha tempo...

         O bom e velho Henry... Há tempos não o vejo. Porém soube que você e ele finalmente fizeram as pazes. Isso me alegra.

Sem poder ser observado, Indiana deu um pequeno sorriso e coçou a barba rala que lhe cobria a face, perguntando em seguida ao especialista:

         Heinrich, acredita mesmo que nós, ou os nazistas, temos chances de encontrar Vineta?

         Eles afirmam terem se deparado com alguns de seus possíveis portões, não é mesmo? Caso isso seja mesmo verdade, devem estar muito perto da cidade em si. Arqueólogos já cogitaram no passado que as ruínas de Vineta estão localizadas embaixo da cidade polonesa de Wolin, a qual na Idade Média foi um importante centro comercial, ou então nas proximidades do delta do rio Oder, que deságua no Báltico... De qualquer maneira, Vogel e seus homens parecem ter esbarrado em algo bem diferente...

         O que quer dizer?

         Enquanto estava detido naquela vila norueguesa, a tenente-coronel recebeu um telegrama de Berlim. Ao que tudo indica, eles já perderam três submarinos na procura por Vineta, desaparecidos misteriosamente. Começo a crer que haja algum tipo de força além de nossa compreensão contribuindo para que a cidade não seja encontrada.

         Talvez os nazistas apenas não saibam procurar...

         Não consigo mais ser tão cético. Já ouviu sobre o suposto fim que Vineta teve, destruída por um maremoto? Deus estava furioso com a cidade e seus pecados oriundos da ganância, enviando uma série de presságios de que sua população seria punida antes que efetivamente o fosse. A metrópole então teria sido tragada por um redemoinho que durou dias, até que o último de seus mercadores se afogasse no mar gélido. Aqueles que buscam o que restou de sua desgraça podem estar fadados à mesma pena!

As aterradoras palavras do professor foram interrompidas quando a porta do compartimento se abriu por fora, a luz oriunda das lâmpadas no corredor rompendo a escuridão no recinto pela fresta liberada. Através da mesma surgiu também a figura de um soldado alemão que, de modo autoritário, informou com uma submetralhadora em mãos:

         Herr Jones, a comandante Vogel deseja vê-lo imediatamente!

Indy se levantou num suspiro de enfado e, depois de trocar um rápido olhar com Kriegüer, ainda parcialmente oculto pelas sombras, encaminhou-se à saída para ser escoltado até a presença da irritante filha de seu antigo inimigo. A conversa que teriam prometia no mínimo algumas interessantes revelações...

 

 

Glossário – Capítulo 4:

 

República de Hatay: País que existiu no Oriente Próximo de setembro de 1938 a junho de 1939, quando foi incorporado à Turquia, tornando-se a província de Hatay. Em seu território se situa a cidade de İskenderun, antiga Alexandreta, nas imediações da qual, no filme “Indiana Jones e a Última Cruzada”, estaria localizado o Templo do Graal.

 

U-Boat tipo XXI: Também conhecido como Elektroboote, foram os primeiros submarinos projetados para operarem com total autonomia no fundo do mar, ao contrário de seus predecessores que permaneciam a maior parte do tempo na superfície da água, submergindo apenas para atacar ou fugir. Possuindo baterias de capacidade bem maior, eram capazes de viajar sem emergirem por até dois ou três dias, à velocidade de nove quilômetros por hora. Armamento de seis tubos para torpedos e quatro canhões de 20mm.

 

Continua...


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