Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 41
Capítulo 41 - COMO ANDAM AS COISAS EM VOLTERRA ?


Notas iniciais do capítulo

Mesmo que de tí eu não ouça um sim. Estarei em estado de graça comigo mesmo, pois sei que de mim, tú jamais ouvirás um não.
Fabyo leal



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Volterra, a cidade antiga e secular da região da Toscana, com seus três mil anos e suas pedras de alabastro. Cidade das casa de pedras e ruas estreitas.







É tão cheia de seus mistérios... Somente as ruas escuras e mais sombrias, podiam revelar o que se ocultava em Volterra. Porque somente à noite, os verdadeiros senhores daquele lugar, podiam caminhar livremente…





Jane atravessava as ruas com sua capa encobrindo seu brilhante cabelo loiro e sua pele branca. Ela seguia a passos rápidos, pela passagem secreta, que levaria ao castelo. Não queria atravessar os portões, nem os muros e ser vista por todos. Queria chegar silenciosa, como uma raposa da neve. Afinal, não tinha saído dali sozinha, e estava voltando desacompanhada. As perguntas viriam. Especulações seriam feitas, a cada passo dado no castelo... Não pretendia responder as perguntas de subalternos.


Entrou no elevador, e a música, tão familiar, entrou em seus ouvidos. Olhou fixamente para o espelho lateral do elevador, deixando seu capuz cair. Atrás daquele espelho, tinha câmeras, que eram vigiadas pelos olhos atentos de Giana. Aquela vampira, é uma lambe botas e lambe outras coisas de Nahuel, Jane sabia. Era inevitável, que ela fosse a primeira a saber de sua chegada solitária, e fosse correndo contar para seu amante humanoide desprezível. Por esse instante, Jane queria que seu dom ultrapassasse as barreiras dos cabos de imagens, e atingissem aquela vampira. Torturar ela seria muito prazeroso. Aplacaria, um pouco da fúria que estava sentindo no momento. Jane desviou o olhar do espelho, e logo a porta se abrira para o grande salão da recepção do castelo. Estava subindo as escadas, mas pôde sentir a presença dele…

– Boa noite, Jane.

Jane não fez menção de olhar para trás. Seus pés subiam já, a grande escadaria, que leva ela para o andar superior e a sala dos tronos.

Logo, Nahuel não se admirou, que seu boa noite foi tão categoricamente ignorado. Passou a mão em seu queixo quadrado, e logo Giana estava ao seu lado, analisando sua expressão, que ainda olhava Jane subir as infinitas escadas.

– Tentando ser educado com a princesa do drácula?

Nahuel não desviou os olhos de Jane ainda. Não entendia aquela criança estranha, como se seu olhar especulativo fizesse uma pergunta. Assim que Jane chegou ao topo da escada norte, ela parou, olhando o casal lá embaixo. Ela não precisava piscar. Ela poderia encara-los e destruí-los com seu olhar. Sucumbi-los a nada, com seu poder. E essa certeza, dava a vampira uma postura de poder, que era inabalável. Jane deu um sorriso a eles. Não um sorriso amistoso. Não um sorriso cínico. Era o sorriso da morte, se ela viesse encarnada em alguém e sorrisse pra você. Todos os pelos do seu corpo se arrepiariam com isso. E seu corpo gelara de medo, daquele sorriso.

Giana se afastou, se escondendo nas sombras, onde os lustres vazavam pouca luz, como se isso a protegesse de alguma maneira. Nahuel se manteve firme, encarando Jane. Mas seu corpo inteiro estava contraído. Cada músculo seu, esperava pelo choque da dor, que aquela criança podia transmitir.

Jane entortou a cabeça, em uma postura quase admirativa pelo ato corajoso de Nahuel, em ainda encara-la. Mas logo se virou, e sua capa só era um vulto deixado no ar. Jane tinha uma batalha mais temível a ser travada. Levar a noticia a Aro. Isso sim, seria algo a se temer.

O som de passos rápidos, batendo no chão de pedra do castelo. E logo, a grande porta da sala dos tronos foi aberta. Jane não se surpreendeu em ver quase todos ali. Giana tem como por obrigação avisar a seus mestres, quando um membro da guarda chega de uma missão. Alec olhou com indisfarçável preocupação para Jane, fazendo internamente, a pergunta de um milhão de dólares. “Onde está Lucian?”

Aro se levantou de seu trono, caminhando lentamente para o meio da sala, para se encontrar com Jane. Aro é um vampiro de séculos de vida. Jane não conseguia encara-lo por muito tempo. Porque é assim no mundo dos vampiros. Aro é o pai de Jane. O seu criador. O seu mestre. Sua lealdade é a ele. Jane, diferente de Alec, era só agradecimento ao seu mestre. Seu pai. Ela não amaldiçoava o fato de ser uma vampira. Ela era honrada por isso. Aceitara, como quem aceita o presente mais valioso do mundo. A sua imortalidade. Aro tinha tornado ela, no que ela é. Era uma vítima humana, nas mãos das pessoas que a humilhavam, junto de seu irmão. Era a vítima, mas não mais. Depois de Aro, Jane era a algoz. A assassina vampira bem treinada, letal, perigosa, temida e conhecida no mundo dos imortais. A princesa de sangue. Jane imediatamente se curvou aos pés de Aro, ficando de cócoras, beijando os pés do seu mestre, de seu pai criador. Uma atitude conhecida no mundo vampiro, de lealdade suprema e indiscutível. Um ato de extrema reverência e um pedido de clemencia, por um ato falho.

Aro ficou imóvel, esperando aquele momento de submissão absoluta terminar. Ele é um vampiro rei. Aqueles atos de contrição, faziam isso necessário por vezes. E Aro gostava intimamente disso, de ser reverenciado, ovacionado com essas atitudes de submissão absoluta.

– Levante-se criança, e conte o que está se passando... Onde está Lucian?

Alec procurou o olhar de Chelsea nessa hora, e a vampira por sua vez, encontrou com os dele. Felix os observava, temendo pelo pior que sairia da boca de Jane.

“Lucian não poderia estar morto, poderia? Aquele garoto não cometeria tal idiotice. Por mais estúpido que fosse, ele não ousaria morrer. Ousaria?” Felix pensava.

Jane estendeu sua mão a Aro. Ela não temia sua infração, de ter matado Nerida. O desaparecimento de Lucian, era muito mais importante. Muito mais urgente, do que a morte daquela cadela no cio.

Aro já pegava sua mão, a principio com sutileza, e até de forma delicada. Mas conforme a mente de Jane se embrenhava aos acontecimentos que sucederam em Gerona, esse gesto se transformava em um aperto. Um aperto, que fez sua mão estalar, e uma rachadura vazava, abrindo-se do seu pulso até seu ombro. Jane não fez menção de se soltar. Fazia parte de sua contrição, aguentar aquilo. Sua punição, segundo Aro. Não pela morte da maldita. Mas por ter perdido o príncipe de Volterra. Isso era o crime. Isso era a única coisa que fazia Jane acreditar, que realmente merecia até mesmo ter seu braço estilhaçado por Aro. E todos esses pensamentos vinham para a mente de Jane, e passavam automaticamente para a mente de Aro. Seu aperto foi se suavizando, e logo ele puxou Jane pra si, a apertando em um abraço frio e estranho.

– Pobre criança. Experimentando os horrores da paixão.

Alec, como todos ali, observava estático e boquiaberto, aquela cena grotesca. Aquele abraço de pai complacente, confortando a filha infratora, que volta para casa depois de ter cometido uma traquinagem.

Mas aquele momento de ternura não durou muito. Aro jogou o corpo de Jane longe, e sua cabeça bateu com tamanha força na parede, que a fez rachar. Alec se moveu até sua irmã. Mas foi impedido por um guarda, que colou-se em sua frente.

Aro foi caminhando até Alec agora. Aqueles olhos frios e cínicos de Aro, tinham se transformado em duas cerejas de fogo.

– Onde ele está?

Aro fez a pergunta com toda fúria e ódio do momento. Ele estava cego por sua ira mortal.

– Eu não saberia dizer, mestre.

Aro ergueu os olhos, e agarrou o braço de Alec, sugando dele, as informações, que achara que Alec teria para ele.

Alec tentou se esquivar. Mas logo Felix estava ao seu lado, esticando o seu braço. Alec teve que se deixar ler como um livro por Aro . Por menos que soubesse onde estava Lucian, tinha uma leve suposição que o lobo tinha ido encontrar com seu destino. Em busca das suas respostas…

Aro pôde ver isso claramente também nessa hora. Mas ele viu além disso também. Viu a deslealdade de Alec. O seu desprezo às leis e aos reis…

Aro soltou a mão de Alec lentamente.

– Prendam… Leve ele para os porões deste castelo, Felix. Retire toda a sua cota de sangue. Prendam-no na cela mais escura e sem nenhum feixe de luz ou ar... Quero que enlouqueça lá dentro, Alec. Quero que seu amado protegido venha resgata-lo. Ele terá uma surpresa esperando por ele... Leve-o, Felix!

Alec não podia permitir isso. Não se permitia ser usado de barganha, para um possível resgate, que Lucian provavelmente tentaria fazer…

Alec jogou sua fumaça negra pela sala, em um movimento tão rápido, que todos ali ficaram desnorteados... E logo uma confusão se instalou ao redor... Chelsea abriu as portas e janelas, mesmo sem noção de nada tentava usar seu conhecimento de secular de vida naquele castelo. Chamou por Alec, em meio às nuvens negras, e foi a garrada pela cintura por mãos firmes, que a arrastaram dali… Tentou gritar, mas sua voz estava embargada pela atmosfera que encobria o local...

Logo, não estava mais dentro da sala dos tronos, e sim no andar de baixo. Ela já conseguia identificar quem estava a carregando…

– Alec!

– Preciso de ajuda, Chel…

Ele pediu, e Chelsea o direcionou para seu quarto, onde havia uma passagem secreta, que levaria eles direto para os jardins…

– Não vai conseguir sair daqui pela ala oeste. Tente sair pelo esgoto, Alec…

Chelsea falava, em sua corrida, com Alec atrás. A essa altura, todos os guardas estavam em alerta, correndo todo o castelo em busca de Alec. A fumaça deixada no salão do trono, logo de dissiparia. Mas o alerta já tinha sido dado...

Fora do castelo, Nahuel organizava a guarda. Ele tinha escutado todo o acontecimento da sala dos tronos, e já preparava sua estratégia.

Alec e Chelsea passavam pelos corredores da ala oeste, para alcançarem enfim, os aposentos de Chelsea. A vampira abre a porta dentro do pequeno quarto. Somente alguns móveis espalhados, e um grande armário, que parecia cravado na parede. Um armário de madeira, talhado com anjos e flores.

Chelsea move uma parte do armário, e um anjo de madeira se move, fazendo o mecanismo da porta destravar. O armário se abre, e Chelsea olha para Alec.

– Boa sorte, Alec. Eu espero, sinceramente, que consiga.

Alec sorri brevemente para ela, pegando sua mão e beijando, em sinal de agradecimento, e dispara pela passagem secreta do armário.

Batidas como estrondo, começam a ecoar pela porta do quarto de Chelsea. Nessa hora, ela se apressa para trancar a porta e colocar a figura do anjo de madeira no lugar. Mas ela foi jogada para longe, nessa hora. Nahuel a aperta com força pelo pescoço, a trazendo para si.

– Abra a passagem, Chelsea, agora!

Chelsea não faz nenhum movimento de que vai fazer o que ele pede. Ela tenta lutar com ele, com toda a sua força. Usar seu dom em Nahuel era impossível. Ele tinha conseguido ludibriar, com seu truque mental, os dons de Chelsea.

– Solte-a!!!
A voz de Felix vinha da porta, potente e furiosa.

Mas logo os guardas que estavam com Nahuel, seguraram o vampiro, antes dele poder se aproximar de Chelsea.

– Abra a porta, vampira. Já disse!

– Não!

Ela ainda consegue dizer, mesmo sendo sufocada com força, por estar tendo seu pescoço esmagado pelas mãos de Nahuel.

– Destruam a porta! Destruam todo esse quarto!

Nahuel dá a ordem.

– Não seja estúpido!

Aro chega com Caius e Marcus.

– Não pode fazer isso, ou a passagem se selará para sempre. Essa passagem foi construída a séculos. Era a fuga dos reis nórdicos.

Aro se voltou para Chelsea, segurando a mão de Nahuel, para que ele a soltasse. Nahuel solta a garganta Chelsea lentamente, a olhando furiosamente nos olhos. Aro segura o rosto de Chelsea de forma gentil e analisa as fissuras deixadas em seu pescoço, por Nahuel. Faz um som de lamentação com os lábios, e dá um suspiro lamentoso ao falar.

– Minha querida e fiel Chelsea. Alec não me pareceu muito dominado pelo seu dom. Ele parecia um tanto quanto rebelde… Devo supor que anda desleixando de seus afazeres, minha cara? Ou devo supor que estava protegendo seu amiguinho?

Chelsea não respondeu a isso. Era inútil responder. Aro já sabia a verdade. Lera na mente de Alec tudo. Todas as conversas. Ele só fazia seu habitual discurso cínico.

– Abra a porta!

Aro pediu, mudando o tom, tornando-se exigente como um rei.

– Abra a porta logo, Chelsea ou será morta aqui mesmo!

Caius completou a ameaça.

– NÃO!

Felix gritava enlouquecido, tendo cinco vampiros tentando segura-lo.

Aro agarrou o rosto de Chelsea e tentava ver em sua mente, como ela tinha aberto a tranca da passagem secreta, mas não conseguiu. Chelsea voltou seus pensamentos para o nada. Para uma parede escura, que ele não conseguia ultrapassar.

– Está realmente conseguindo irritar seu rei, Chelsea.

Aro franziu o semblante, a encarando com desgosto.

– Acha que eu não vou mata-la? Acha que seu dom é tão valioso pra mim, que não a mataria Chelsea?

Aro fez a pergunta em tom de ameaça.

– Está enganada, vampira. Eu não preciso de servos desleais...

Aro não viu medo nos olhos de Chelsea. Por mais que suas ameaças gritassem a ela, mesmo com seu pescoço rachado, não havia medo nos olhos de Chelsea.

– Não tem medo da morte? Acha que vai se encontrar com seu lobisomem fedorento, além vida, Chelsea?

Aro gargalhou, de forma demoníaca. E seu olhar pairou sobre todos no quarto, parando em Felix. O horror que viu nos olhos do grande vampiro, fez Aro sorrir, saboreando um entendimento absoluto.

– Não teme sua morte querida Chel... Mas protege com veemência seus amigos, como estou vendo.

Aro viu Jane na porta. A vampira acabara de chegar e tentava entender o que se passava. Mas logo que olhou para Chelsea e Felix sendo segurados, entendeu imediatamente o que se passava. Aro sorri para ela, como se nada que tivesse passado na sala dos tronos tivesse acontecido.

– Hora da sua redenção, querida Jane. Que chegada mais fortuita. Estamos aqui, tentando convencer nossa estimada Chel, a abrir a passagem dos reis, e ela parece ter esquecido momentaneamente de como se abre…

Jane caminhou para o centro do quarto, e já olhava para Chelsea, projetando seu poder nela. Mas Aro tocou seu ombro, a virando para outra direção. Para Felix, Aro encostou o queixo no ombro de Jane.

– Ali, criança. No nosso caríssimo Felix. Pelo visto, ele tem um apresso especial por nossa amiga Chel. Mas será que ela tem esse mesmo apresso por nosso querido Felix? Vamos saber já...


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