Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 33
Capítulo 33 - QUEM E VOCÊ ?


Notas iniciais do capítulo

ESSE CAPITULO EU DEDICO COM CARINHO PARA ANE MARIE , QUE RECOMENDOU A FIC ESSA ULTIMA SEMANA .OBRIGADA QUERIDA DE CORAÇÃO :)
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Quem é você //Sandra de Sá

Quem é você que chora em silêncio
Quem é você que vem de tão longe
Cansado de amar, cansado de tanta espera
Um pouco de paz nas guerras do amor

Quem te vê, não vê a sua história
Quem é você, eu sei
Sei que te amarei como amei um dia
Sei que não deixei de te amar
Eu sei quem é você
Nunca me esqueci
Nunca me cansei de esperar
Pelo seu amor
Só não sabia que seria agora

Quem diz adeus
Não sabe que o tempo
Transforma em sim
O não do silêncio
Que a força do amor
É feita de movimento
E amar é um só
Eterno momento
Hoje eu sei
Que todos os caminhos que caminhei
São seus.



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Um pigarro e duas tosses. Algo totalmente teatral. Já que vampiros não tem isso. Levantei os olhos para Felipe. É claro que eu já tinha visto ele entrar no quarto. Mas como ele insistia em me chamar de príncipe. Mesmo eu pedindo para ele parar. Eu o estava ignorando de propósito.

– Lucian.

Sorri satisfeito, abaixando o livro que eu estava lendo, e encarando o vampiro constrangido à minha frente.

– Sabe meu nome, Felipe? Eu começava a cogitar a possibilidade que você não soubesse.

A cara de mortificado dele chegava a ser cômica. Usar o primeiro nome em um tratamento formal, era a morte para ele. Mas eu estava disposto a abdicar dessa merda de título, e não ia mas aceitar nada disso.

– Senhor... O Joalheiro Vermont está aqui. Ele trouxe seu medalhão. Pedi que deixasse comigo, mas ele insiste em lhe falar.

Estranhei essa atitude. Um humano desafiando um vampiro. Felipe não era agressivo, mas era natural, que um simples humano temesse ao vampiro. O natural seria jogar a encomenda na porta, receber o devido pagamento e correr o mais rápido que suas pernas conseguissem.

– Ele sabe quem somos Felipe?

– Sua família serve a este palácio há muitas gerações, meu prín... Lucian. Creio, que pelo menos desconfie.

Achei estranho essa atitude. Mas Felipe continuou.

– Na verdade, é um homem velho, o senhor de Vermont. Poucas coisas ainda assustam aquele velho joalheiro.

Ri compreendendo. Gente velha humana, era sempre um desafio para os vampiros. Tinham sempre um sagacidade proeminente. Alec dizia com sabedoria, que a proximidade de saberem que não estão aqui por muito mais tempo, deixavam eles com um olhar mas aguçado, ao que é sobrenatural.

– Deixe o homem entrar então, Felipe.

Felipe fez uma reverência, que eu praguejei, e saiu em busca do homem. Anunciou sua entrada alguns segundos depois, saindo em seguida, nos dando privacidade.

Sr. Vermond é um homem de aparência distinta, na casa de seus quase oitenta anos. Segurava a caixa de veludo negro em uma de suas mãos enrugadas. A outra tinha uma bengala, que o ajudava em sua caminhada. Seus rasos cabelos branquíssimos, sua total falta de dentição e sua visão falha, não me passaram desapercebidos. Mas ele caminhou até mim com firmeza e sem medo algum.

– Sente-se, meu senhor.

Pedi da forma mais educada que pude, pois ele estava me encarando por de trás de seus óculos fundo de garrafa.

Ele não sentou, e se aproximou mais até mim, ficando a poucos centímetros do meu rosto. Estendeu a caixa, que eu pequei, abrindo-a em seguida.

– Lamento! Fiz o melhor que pude, mas não tenho a técnica necessária, meu senhor.

Peguei o medalhão. O lobo tinha sido polido e não tinha mais a marca das garras de Jane. Mas a corrente estava emendada. Era clara, a diferença do metal usado ali.

– Não tem como conserta-la, de modo que fique como antes. Somente onde ela foi feita, eles devem ter a matéria prima necessária para isso.

Olhei intrigado para o velho homem.

– Que matéria seria essa?

– Não sei! Esperava que me dissesse, meu senhor. Fiquei intrigado com a peça.

– Pensei que fosse prata.

– Não! É mais que prata. Algo muito antigo, usado por civilizações antigas. Algo que provavelmente, não existe mais. Pois não encontrei nada semelhante aqui, e nem em toda Europa. Acredite! Eu conheço todo o metal nobre que existe. Mas esse não é nada, nem ao menos parecido com o que eu conheço, meu senhor. É uma pena que também não saiba, para matar a curiosidade desse velho joalheiro. Tentei até mesmo em livros antigos de historia, dos índios Americanos. - Índios? Que índios, de que tribo?

– Sim! A inscrição em volta do lobo, é uma língua indígena, sem dúvida. Mas isso é tudo o que eu descobri. Não sei de onde exatamente. Não sou um entendido no assunto. Mas sem dúvida, é de alguma tribo. Maias, Astecas... Não sei dizer. Com certeza é do continente das Américas, porque aqui não temos nada, nem mesmo parecido com isso, ou essa língua estranha. Posso perguntar onde conseguiu a peça?

– Eu não sei...

O velho apanas me olhava meio frustado, agora.

– Está bem! Sinto, mais uma vez, não poder ter deixado ele como antes, meu senhor. Isso nunca me aconteceu nesses anos todos de serviço, a esse castelo. Me deixou meio frustado e também curioso, quanto à peça. Um lobo é algo que eu nunca pensei ver, vindo de Volterra.

Ele agora me dava um sorriso vazio e cheio de entendimento.

– Até mais, meu rapaz. Boa sorte com sua jornada.

– Jornada?

Ele sorriu mais uma vez de forma vazia. Tannto pelos dentes que lhe faltavam, como das palavras, que ele claramente não ia me dizer.

– Que jornada?

– Não sei! Só achei que tinha alguma, pelo modo como olha para a peça. Tem o olhar dos viajantes perdidos. Mas não dê conversa a esse velho senil. Estou aqui de passagem... E você não.

Ele saiu com sua bengala, me deixando segurando o medalhão, com cara de idiota.

– Felipe vai paga-lo, senhor.

Ele se virou na porta, sorrindo.

– Sim! Ele vai. Obrigado e adeus.

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– Onde pensa que vai Lucian, seu maldito!!!

Mais uma vez Lucian tentava se desvencilhar da vampira, que estava tentando segura-lo pelo pescoço.

– Me solte Haide. Hoje não!!! Eu vou sair com Felix.

– Por que vai sair? Tem tudo que precisa aqui. Não é possível que prefira as humanas, Lucian. Por favor, elas não aguentam você, meu querido.

Lucian já estava perdendo a paciência com a vampira. Segurou firme ela pelos braços, afastando-a. Seu corpo, com cheiro muito adocicado, estava embrulhando seu estômago.

– Hoje não, Haide!

Ele saiu com toda a sua velocidade, a procura de Felix. Foram para uma boate já bem conhecida no centro de Pisa. Mas Lucian estava procurando um tipo de mulher específica, e não estava encontrando. Felix estava analisando o garoto, sem entender seus olhares de procura.

– Está procurando alguém, Lucian?

– Não!! Eu não sei eu... Acha que eu posso achar alguma índia aqui?

Felix soltou uma gargalhada abafada.

– O quê... Tá maluco, Lucian? Uma índia? Tá falando sério?

– Não! Eu só queria achar uma diferente, como uma índia. Morena, de pele dourada. Não sei... Diferente.

– Olha! Espera um pouco. Vou falar com um cara.

Felix sumiu boate a dentro, largando Lucian no bar. Voltou minutos depois, com um cartão, entregando a Lucian.

– O que é isso, Felix?

– Sei que não precisa de profissionais. Que consegue mulher num estalar de dedos, mas como quer algo específico, ligue para este cara. Ele vai conseguir o que quer. É especialista em conseguir mulheres, digamos... Exóticas!!

– São prostitutas, Felix. Está mandando eu procurar prostitutas, Felix?

– Ou isso, ou você vai se cansar, procurando essa índia aí, que você tá imaginando.

Felix se divertia com a cara de espanto e incredulidade de Lucian, que ainda estava encarando o cartão.

– Vai logo, garoto! Mate essa sua curiosidade, e me conte qual é a diferença.

Lucian saiu da boate, parando em frente. Pegou o celular e estava indeciso.

"Eu acho que estou enlouquecendo. Mas que se foda!"

Lucian abriu a porta do quarto, e uma bela morena, de olhos grandes e lábios carnudos, estava na sua frente. Ela o analisava de forma curiosa, e ele a encarava, procurando algo. Seu cheiro forte, de bebida e cigarro, fez ele se retrair. Mas a bela morena já estava enlaçando o seu pescoço.

– Não é sempre que tenho clientes tão bonitos.

Seu sotaque era forte, e seu italiano era péssimo. Lucian se afastou da morena.

– Você é índia?

– Sou o que você quiser que eu seja, meu querido.

– Você é, ou não é índia?

Lucian a encarava sério, o que fez a mulher se afastar, assustada.

– Olha! Eu não sou índia. Meu avô era índio, mas ele já morreu. Se não quer o programa, é só me pagar, que eu vou embora.

– De que tribo ele era?

Ela cruzou os braços, e Lucian foi pegar a carteira. A mulher abriu um sorriso malicioso.

– Agora podemos conversar, bonitão. Está começando a falar uma língua que eu entendo. Mas isso está fora do preço do programa.

Ela disse, enfiando o dinheiro no sutiã.

– Fala logo.

– Sioux! Ele era Sioux.

– Conhece isso?

Lucian apontou para o medalhão de prata em seu peito. A mulher se aproximou, pegando o medalhão na mão. Mas Lucian não fez menção de tira-lo, para sua análise.

– Não reconheço a língua. Mas é um lobo.

– Eu sei que é um lobo! Seu avô não contava histórias para você.

A mulher suspirou pesadamente.

– Eram chatas! Não tinha paciência para ouvi-las.

– Não lembra nenhuma sobre lobos?

– Não! Mas talvez meu pai lembre.

– Pode perguntar?

Ela estendeu a mão, e Luciam colocou uma nota de euro na sua mão. Ela cheirou e deu uma piscadinha para ele, pegando o celular. Ligou, falando em inglês com alguém do outro lado da linha. Lucian estava atento à conversa. Ouviu tudo, mas esperou ela desligar e lhe contar, para ela não estranhar o fato dele ter uma audição apurada.

– Ele disse que conhece uma história, mas não da tribo Sioux. É uma lenda de transmorfos. Homens que se transformam em lobos protetores. Mas não lembra qual tribo.

– Obrigado! Pode ir agora. Toma seu dinheiro.

– Tem certeza que é só isso que quer. Poderíamos nos divertir um pouco.

A mulher se aproximou de Lucian, beijando seu pescoço, subindo até sua boca, beijando-o. Seu gosto era de cigarro e bebida, e Lucian a afastou gentilmente.

– Fica pra outra vez, linda. Eu estou cansado agora. Pode ir.

– Tá bem! É uma pena!

Ela saiu, deixando Lucian cheio de dúvidas. "O que está acontecendo com você, Lucian? Dispensando mulher. Já é a segunda hoje." Mas a imagem da loba não saia da sua mente. Seu cheiro de canela, misturado com a floresta molhada, o embriagava. Só a lembrança já fazia seu corpo entrar em alerta.

– Que droga é essa?

Saiu do hotel, pagando a conta na recepção. Resolveu caminhar pela noite quente da Itália. Depois de uma hora caminhado, viu uma loja de delicatessen. Entrou, e a porta fez barulho de sininhos, fazendo-o olhar para cima. Um rapaz logo apareceu.

– Buona sera! Em que posso ajuda-lo senhor?

– Eu tô procurando alguma coisa com canela.

O Rapaz enrugou a testa, sem entender bem o que Lucian queria.

– Bombom, bala, doces de canela...

– Não! Só a canela!

O homem da loja se encolheu um pouco, com medo. E Lucian se afastou do balcão , com as mãos no bolso do casaco.

O rapaz mostrou a Lucian, três palitos, amarrados em um fino lacinho.

– São pauzinhos de canela.

Luciam os segurou, sentindo a fragrância. É isso! Fechou os olhos, inalando aquele perfume. Sentiu seu corpo fraco, como se alguém estivesse arrancando algo dele. O rapaz da loja estava olhando Lucian sem entender, já cogitando a possibilidade de ter que chamar a polícia para tirar o homem enorme e meio nervoso, de dentro da loja.

– Me dê todos que você tem.

– Como?

– Tudo! Quero todos esses malditos pauzinhos de canela, que você tem.

– Sim, senhor. Está bem.

Chegando no castelo, correu para seu quarto, sem dar atenção a ninguém, batendo firme a porta, trancando-a. Jogou todos os pauzinhos de canela pela cama, deitando em seguida, inalando aquele cheiro, que fazia seu coração bater mais rápido. Queria desesperadamente sonhar com a loba de novo. Dessa vez, não ia deixa-la ir embora.

– Quem é você? Onde você está?

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(Edmond e Milley / NY )

Milley olhava o garoto adormecido em sua cama. Lindo, enroscado em seus lençóis brancos. Era uma visão poderosa e masculina. Sentada em sua cadeira, de costas para a varanda, bebericando um fumegante café. Se distraiu ali, com as curvas perfeitas daquele corpo.

Tinha algo errado com Edmond. Ela sabia. Dentro dela, uma sirene de perigo alertava isso a todo momento. Mas estava irremediavelmente apaixonada por Edmond.

– Está me secando com os olhos, Srta. Milley?

Edmond disse, ainda de olhos fechados.

– Fingindo que estava dormindo, garotão?

Edmond sorriu, abrindo os olhos, olhando para Milley.

– Gosto quando me olha.

– Convencido! Quem disse que estava te olhando? Estava de olhos fechados.

Ed sorriu. Um sorriso devastador. Milley esqueceu, por uma fração de segundo, como respirar, vendo ele assim.

– Como está se sentindo hoje?

– Bem melhor. Dormir com um cobertor superaquecido é medicinal.

Edmond sorriu ainda mais. Se levantou, indo em sua direção. Milley sentiu seu corpo se acender só com a proximidade dele. Edmond a pegou sem dificuldade, fazendo ela se levantar, para sentar em seu colo. Invertendo as posições. Eles ficaram assim. Edmond sentindo o cheiro de lavanda e gerbera, que vinha dos cabelos de Milley. E ela se sentindo aquecida em seus braços.

– Não vai me dizer o que está passando em sua cabeça, Milley?

Milley suspirou pesadamente, o encarando.

– Sabe o que estou pensando Edmond. Mas eu nem sei como formular uma pergunta. Ou melhor, perguntas.

– Comece, com uma de cada vez.

– Vai me responder?

– Algumas, talvez. Mas nem todas, para o seu próprio bem.

– Hum! Estamos fazendo a linha senhor misterioso, Sr. Edmond?

– Não! Estamos, apenas tendo cuidado srta. Milley Moreno.

– Mas... cuidado. Remete a algo que se cuida, por estar sendo ameaçado ou correndo perigo. Devo temer algo, Ed?

Milley viu os olhos de Edmond escurecer nessa hora, e percebeu o quanto perto estava de uma verdade, que talvez não quisesse saber.

– Não posso mentir para você. Só não vou responder algumas perguntas. Sim, é perigoso. Por isso, quanto menos souber, menos risco corre.

– Não quero perde-lo .

– Não vai! A menos que queira... Seu casamento...

Milley alisou o rosto de Edmond, para que aquele olhar escurecido saísse dali, e ela pudesse, de novo, ver seu chocolate preferido.

– Não posso mais me casar com Richard. Nunca seria feliz com ele. Eu amo você, Edmond. Não sei como isso aconteceu, nem porque. Mas é o que eu sinto.

– Seria mais seguro se casasse com ele, Milley. Não sei se posso oferecer algo a você, que talvez ele possa. ...Uma vida normal, com filhos e coisas simples. Isso não faz parte da minha realidade.

Milley se sobressaltou, saindo de seu colo.

– Do que está falando? Vai me deixar, então?

– NUNCA! Só quero que saiba que não posso oferecer o mesmo que Richard. Não estamos em pé de igualdade, Milley. E não é por nossa diferença de idade. Isso é o que menos importa, acredite. Isso não é nada, na verdade.

– O que temos, então? O que é isso que temos, ou vamos ter?

– Vou deixar você decidir. Não posso fazer isso. Não consigo abrir mão de você, Milley. Sou um miserável egoísta, por isso.

Edmond saiu para o banheiro, para se vestir. Percebia as lágrimas querendo sair dos olhos de Milley. E ser ele, a provocar isso, o corroía de raiva, de si mesmo. Milley sentou na beirada da cama, vendo Edmond se afastar, vestindo suas roupas.

– Vai embora?

– Se quiser que eu vá, sim.

– Sabe que não quero. Mas tenho medo de perde-lo Ed. Não sabe como foi difícil chegar aqui, depois de conhecer você. Trabalhar, voltar a rotina... Foi como viver a vida de outra pessoa, Edmond. Eu não sou mais a mesma desde que conheci você. Não entende isso? Acha que posso manda-lo embora? Acha que tenho força para isso? Me casar com outro homem? Deixar você? Isso não é mais uma opção. Não era antes, e menos ainda agora.

Edmond vestia sua calça jeans. Parou encarando as pequenas lágrimas que caíam do rosto de Milley. Se sentiu incapaz pela primeira vez. E isso não era uma sensação boa.

– Milley... Eu não sou...

Edmond engoliu suas palavras. Não sabia se conseguiria contar o segredo dos lobos para ela. E se contasse, quais as consequências?

– O quê? Vai me dizer que não é para mim? Não serve para mim? O quê, Edmond? Não pode me dar filhos, nem uma vida de casada? Uma família? O quê?

– É muito mais complicado que isso, Milley! Não sou humano! Não sou como você, ou seu AMIGO Richard!

Edmond, praticamente grunhiu essas palavras. Seu ciúme o corroeu com uma fúria quase assassina, de imaginar que Milley poderia ser de outro.

Milley não sabia se tinha ouvido direito, apesar dele ter berrado a frase.

– O que quer dizer? Como, não é humano?

– Queria não ter que contar isso para você. Não agora. Não assim, Milley.

Edmond se obrigou a se acalmar, vendo a reação de incredulidade e espanto no rosto de Milley.

– Me conte logo, Edmond!

Milley pediu exasperada, gritando, já.

– Sou um híbrido. Mestiço de duas coisas, que você não sabe, mas existem em nosso mundo, há muito tempo.

Milley sacudiu a cabeça, sem entender nada.

– Híbrido? Como de que? O que é você, Edmond?

– Vampiro, lobo. Os dois. Na verdade, meu lado vampiro é bem acentuado, segundo meu avô Carlisle, e os últimos testes que fizemos.

A boca de Milley estava aberta, e ela tinha uma expressão de assombro e incredulidade.

– Está falando isso de brincadeira, ou para me afastar? O que é isso, Edmond?

– É verdade. Se estivéssemos em La Push, eu mostraria a você. Mas posso fazer isso.

Edmond pegou um pequeno adorno de ferro. Uma criança de metal, patinando em um gelo de mármore. Pesada e de cobre maciço.

– Gosta disso?

Milley apenas balançou os ombros, sem entender muito bem o que ele ia fazer.

– Não muito. Não me lembro quem me deu.

Edmond a pressionou na palma da mão, fechando-a completamente.

Estendeu a mão para Milley, que pegou. Abriu um pó dourado, com pedaços do que era antes a patinadora de gelo no mármore. Estava em pedaços e pó.

– Tenho que toca-la, como se tivesse medindo forças, Milley. Seu sangue pra mim, é como o néctar mais doce e tentador. Não vou envelhecer. Não fico doente, me curo rápido de qualquer arranhão. Cresci rápido também. Tenho essa aparência, mas só tenho seis anos de vida. Toda a minha família é especial, de alguma maneira.

Milley piscou uma, duas, mais algumas vezes. Ainda segurando o pó em sua mão, caminhou até uma mesa e depositou ali, os restos da pequena patinadora de gelo, que agora era só pequenos destroços e pó. Se sentiu assim também, como ela. Esmagada por mãos gigantes.

– Imortal… Eu sabia que tinha algo com você. Mas nunca pensei que fosse isso.

Milley falou, com as mãos na cabeça e os dedos enterrados em seus cabelos.

– O que pensou?

– Não sei! Algo como o homem em chamas, pelo seu calor. Sua beleza perfeita demais, para um garoto de aparência de dezoito. Eu não sei o que estava pensando. Eu não penso direito em coisa alguma, em relação a você!

Milley não segurou mais as lágrimas. Se sentia à beira de um ataque histérico. Edmond percebeu, e se desesperou, ficando de frente a ela, segurando gentilmente seus ombros.

– O que quer que eu faça, Milley? Me diga! Me mande ir embora, que eu vou. O que você decidir, eu obedeço, Milley. Só me diga o que fazer, porque eu não sei. Desisti de pensar, quando vim para cá, como um louco. Eu ia só olha-la de longe. Ver que estava feliz e ir embora. Mas eu a vi no restaurante, com aquele cara. E foi como se estivesse perdendo um pedaço de mim. Estava tão triste, e parecia alheia a tudo. Não entendi! Vim até aqui, para ver se não estava me enganando com isso, e novamente vi que estava triste, Milley.

– Estava sem você, Edmond. Como esperava que eu ficasse? Como espera que eu fique? Não vou deixa-lo ir. Se for, vou com você.

– Não pode ainda, Milley. Não estamos seguros. Não vou leva-la para lá, agora.

– Por que?

– Estamos esperando alguém que pode vir, e com ele, virão algumas complicações. Não vou leva-la para o meio de uma guerra.

Milley arregalou os olhos assustada.

– Guerra?!

– Sim!

– É uma longa história, Milley.

– Por Deus, Edmond! Conte logo tudo…

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Notas finais do capítulo

Ah, os que amam de verdade, quão bem-aventurados são, pois entende que não tem como, o porquê e o que entender nessa vida da fragilidade humana.

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Charles Canela



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