Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 29
Capítulo 29 - IMPRESSÃO, O QUÊ?


Notas iniciais do capítulo

EU JÁ ESTAVA COM SAUDADES. A FIC GANHOU MAIS UMA RECOMENDAÇÃO ANDREIA BB OBRIGADA LINDINHA UM SUPER BEIJO :)

============================================================
Quanto mais aumenta nosso conhecimento, mais evidente fica nossa ignorância.
John F. Kennedy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/314968/chapter/29

( Mansão dos Cullen )

Na enorme mesa de jantar da casa dos Cullens, entre cadernos, anotações e notebooks abertos. Era mais um dia de aula para Sarah e Edmond. Edward passava a aula de história para eles. Sarah fazia anotações em seu note, enquanto Edward narrava a batalha da Normandia. Mas parou no meio da frase.

– "Operação Overlord", foi a invasão das forças dos Estados Unidos, Reino Unido, França Livre e aliados, na França ocupada pelos alemães na…Não está me ouvindo Edmond. Está disperso. Não está concentrado aqui.

Edward disse, olhando o semblante disperso de Edmond. Ele sabia muito bem o motivo daquela distração. Mas invadir a privacidade das pessoas por causa de seu dom, não era algo que ele apreciava em particular.

– Hum! Ela é bem bonita… Quer falar sobre isso, Edmond.

Sarah os observava quieta, mas esperançosa. Tinha esperanças, que enfim, seu avô conseguisse tirar Ed daquele torpor apaixonante.

“Não agora.” Edmond mandou sua mensagem mental à Edward. Ele confirmou com a cabeça, entendendo

A aula seguiu em seu ritmo normal, mas sem a total consciência de Edmond. Ele não tinha cabeça para a batalha da Normandia, nem tão pouco história era sua matéria favorita. Mas mesmo que fosse, achou que nada, na verdade, o faria esquecer dela.

Sarah ficou entretida, depois da aula, na cozinha com Esme e Bella. Elas faziam um bolo de chocolate com recheio trufado. O preferido de Seth.

Edmond não foi para a biblioteca ajudar Carlisle em suas pesquisas, como sempre fazia. Nem tão pouco se sentiu com vontade de desafiar Edward para o xadrez. Saiu para o jardim, ficando parado em frente ao lago de carpas de Esme. Ele fazia com que elas dançassem um balé nas águas, com seu dom. Seus pensamentos vagueavam disconectos. Edward o observava de longe, na varanda da casa.

Como sentindo o olhar de seu avô sobre si, Ed parou seu comando sobre os peixes, que se dispersaram, agitando as águas.

“Talvez agora seja uma boa hora.” Disse mentalmente para Edward, e deixou sua mente vagar para tudo que o atormentava, desde o dia do vinho e a lareira, até o dia que Milley foi embora. Edward recebia aquela carga de informações e franzia o centro, deixando a testa enrugada. Depois que Ed terminou, se aproximou de seu neto, tocando seu ombro, em sinal de apoio.

Ed esperou ele falar alguma coisa, mas Edward parecia perdido em seu próprios pensamentos.

– Achei que entre todos, o senhor podeira me entender, vô.

Depois de um breve silêncio, Edward olha para Ed.

– Eu entendo, mas estou longe de poder lhe dar um conselho sobre isso. Isso não tem futuro. Não vejo uma saída para isso… Não pode transforma-la…

Edmond interrompeu Edward nessa hora.

– Eu nunca faria isso. Não quero transforma-la. Ela não tem idéia do que somos... Nem sei se quero que saiba. É muito perigoso para ela... “Posso viver com ela, não importa a sua idade, ou se vai envelhecer.”

– Mas ela vai se importar. Ela vai sofrer, e você também, por vê-la sofrer. É um beco sem saída, Ed. Não se iluda quanto à isso…

Edward disse sem esperança. Não podia alimentar essa idéia em Ed.

– O que eu faço então? Não consigo tira-la da minha cabeça.

– Não tire.! Mas tenha em mente, que é o melhor para ela. E estar longe disso tudo é o mais seguro para ela. Isso vai ajuda-lo, se pensar que está fazendo isso para seu bem, como verdadeiramente está. Não vai querer machucá-la, e então tudo estará bem. Não vai ser fácil, mas é o que o melhor que pode tentar fazer... Por ela e por você.

Ed olhou seu avô.

– Tentou fazer isso, não foi? Tentou deixar Bella, mas não conseguiu…

Edward deu um sorriso triste para Ed.

– Não me arrependo das escolhas que fiz. Mas na época, isso me pareceu correto. Mas Bella e Milley são diferentes, Ed. Milley não sabe sobre nós. Ela pode ter uma vantagem que Bella não tinha.

– Acha que ela vai me esquecer, então…

– Não seria melhor assim, Ed?

Edmond sabia que sim. Mas doía em sua alma, achar que Milley poderia facilmente esquece-lo, enquanto ele sabia que isso não aconteceria com ele.

–Não pense assim, Ed.

Edward disse, lendo a mente de Edmond.

– Ainda pode ter um imprinting.

Edmond não acreditava nisso. Não podia ter isso. Mesmo que talvez isso o libertasse de Milley. Mas dentro dele, algo dizia que isso não ia acontecer.

===========================================================

( Barcelona – Espanha / Lucian )

“Escorregadio como uma arraia.” Felix tinha se expressado muito bem. Eu e ice fataly tínhamos revirado aquela cidade inteira, e ido até mais além. Hora seguindo seu rastro, ora seguindo pistas falsas, que o rato tinha espalhado. Chegamos perto demais, mas sem conseguir agarra-lo.

Estávamos agora em Barcelona. E aquela cidade estava repleta de turistas. Jane não podia procurar comigo de dia. À noite nos revesávamos. Mas aquilo não estava nos levando a lugar algum. Precisávamos de Nerida, e Aro parecia protelar em enviá-la a nós, pelos motivos que eu já desconfiava. Ela não estava inclinada a se enfiar em uma caçada por seu próprio pai. E Aro não queria arriscar sua última rastreadora. Reviramos ruas, vielas, cavernas, até igrejas antigas e ruínas abandonadas. Nada do vampiro. Ele não tinha um dom, pelo que me falaram, mas eu começava a cogitar que o dom dele era se esconder muito bem.

Aquela caçada de procurar agulha em meio a uma tonelada de feno estava me enchendo. Eu queria voltar a Volterra, e falar com Alec sobre os vampiros de olhos estranhos. Eu tinha certeza que conhecia aquele clã. A vampira loira... O jeito como ela tinha me olhado. Todos eles, parecendo cuidadosos, em vez de tentarem se defender ou me atacarem... E levaram a criança. Por que levaram a criança? O próprio “avô” tinha largado ela no bosque. Por que se importavam? Eu me perguntava, mas na verdade eu tinha ficado aliviado que eles levaram a criança. A possibilidade de ter que levar um bebê para Volterra me causava arrepios. Uma criança crescendo naqueles muros, de novo. Já tinha sido o suficiente! Não queria que a pobre criança viesse a ter essa mesma experiência. Depois, a vampira loira a pegou com tanto cuidado, e podia jurar que estava emocionada.
















– Lucian!

Jane me chamou, tirando-me dos meus pensamentos.

– Amanhã vamos para Versalles.

Estávamos no teto da catedral da sagrada família de Gaudí. Em mais uma noite de caça ao vampiro escorregadio. Ela me olhou com seus infinitos olhos de sangue.

Eu apenas esfreguei os olhos. Eu não dormia há três dias. Aquela última semana parecia não ter fim. Não caçava recentemente. As brigas e discusões com Jane sempre acabavam de forma esgotante. Eu não podia continuar assim. Era duro admitir. E eu sabia que para Jane era bem pior. Mas tínhamos que nos conformar. Nos tínhamos falhado. Aquele vampiro não ia aparecer, como se saísse de dentro da caixa do Houdini**. Ele tinha nos dado a maior volta. Ele não estava naquela cidade, e nem em outra cidade da Espanha. Ele, provavelmente fugiu para o outro lado do mundo.

– Vamos voltar Jane. Estamos caçando um fantasma.

Jane grunhiu em sua fúria habitual. Ela é obstinada. Desistir, era a mesma coisa de admitir que falhara. E isso em seu currículo perfeito, era uma mancha que ela não admitira facilmente.

Com um esvoaçar daquela capa maldita, que ela insistia em usar, como um corvo negro, ela se virou para mim.

– Isso é tudo culpa sua, Lucian!

Eu não acredito. Ela estava me provocando. Eu de saco cheio, e ela ainda me provocava. Eu queria jogá-la no meio Coliseu e assistir leões a destroça-la. Mas era impossível em vários aspectos. Mas eu podia, ao menos, sonhar. Ela estava com o dedo na minha cara, me culpando pela merda daquela missão de fiasco. Será que eu poderia arrancar e comer o dedo dela? Não! Eu teria uma indigestão, com certeza.

Dei um tapa naquela mãozinha e em seu dedinho abusado. Ela soutou um “ai” abafado.

– Você tá maluca, ice louca? Seu cérebro deve ter finalmente congelado, dentro dessa cabeça de freezer.

– Paramos para você comer, para você dormir... Isso nos atrasou, dando chance para ele fugir.

Ela cuspia palavras como fogo saindo de um dragão enfurecido.

– E você não? Rosa espinhenta do Cairo, não nos atrasou? Não seja estúpida… Não, isso é impossível para você, esqueci … Mas pense. Se você não pode sair, ele tão pouco. Eu cobri o tempo. Só dormia quando era impossível ele sair, mas isso você não vai admitir, porque é mais fácil jogar tudo pra cima de mim. Mas que se dane! Nerida devia estar aqui comigo, e não você, monstrinho de gelo!

Eu não sei se foi o que eu disse, ou o modo como eu disse. Mas ela não falou mais nada depois disso. Recompôs-se com sua capa, puxando o capuz, e quase não pude mais ver seu rosto. Eu já previa uma luta, em que ela me atacaria com um golpe traiçoeiro, mas não. Apenas foi para longe de mim e sumiu em meio às ruínas de Barcelona…==================================================================

( De volta a Volterra. Dois dias depois )

– Ele está dormindo já faz três dias direto, senhor. Quando acorda, pede o whiskey e fica com a garrafa inteira. Não sei mais o que fazer senhor. Nem mesmo senhorita Nerida conseguiu retira-lo daqui.

– Traga um balde com água gelada, Felipe. Um bem grande.

– Como senhor?

Alec só olhou de relance para o homem.

– Sim, senhor! Só um instante.

Alec olhou o caos ao redor. Garrafas de Jack Daniels por todo o quarto, e Lucian dormindo, abraçado a uma, como se fosse sua amante favorita.

– Preferia quando dormia somente com as vampiras, garoto.

Mas só teve de resposta um ronco alto e grotesco.

– Aqui senhor.

Felipe entregou o balde com água a Alec, que pegou sem olhar o velho mordomo, que já imaginava o que ira acontecer.

=======================================

( Lucian )

Sede! Muita sede. Parecia que tinha atravessado meio deserto. Mas como um pedido feito aos céus, a água veio gelada e forte. Forte demais! Bem na minha cara, entrando pelo meu nariz e boca. Engoli errado, e ela me provocou tosse. Acordei como se tivesse me afogando.

– Bom dia!

Aquela voz de suave, mas com a intonação firme de quem está acostumado a dar ordens. Alec! Não respondi. Estava no meio de um pequeno dilúvio. E ele falou de novo.

– Bom dia, meu príncipe!

Olhei confuso os rostos à minha frente. Minha cabeça pesava, como se tivesse sido atingida com uma bigorna.

– Vá encher o balde de novo, Felipe. Ele ainda não acordou direito.

Felipe já saia com o balde que Alec entregou a ele. Apressei-me a dizer.

– Já estou acordado. Já entendi! Chega!

– Suspende o balde Felipe.

Fui saindo da cama meio zonzo e todo molhado pelo belo balde de água fria que me foi jogado na cara.

– Não precisava disso, Alec.

– Felipe disse que você está dormindo a três dias. E pelo que vejo, em péssima companhia.

Alec disse, chutando uma garrafa de Wiskey, displicentemente, no chão.

– Três dias?

Caramba, eu nem tinha me dado conta dos dias. Só de beber, beber e beber. Tinha que beber muito para conseguir a torpor que eu precisava para esquecer. Olhei para Alec pelo canto dos olhos. Ele olhava em volta do quarto com desgosto. Me vi dizendo a ele o seguinte: “Oi, Alec! Que bom que voltou. Como foi de viagem? A propósito... Dormi com sua odiosa irmã. Só pra você saber. Ainda amigos?” Droga! E não era só isso. Tinha também o fato de eu estar bebendo, para não pensar nela e em seu roupão branco nas noites da Espanha.

– O que aconteceu, Lucian?

– O que aconteceu com quem?

– Como, com quem? Com você.

– Nada. Tô bem!

– Bem? E essas garrafas, são parte do estou bem?

– Tenho andado meio sedento.

– Caçou quando chegou?

– Não tive ânimo para isso.

Alec deixou os ombros caírem.

– Vá tomar um banho, Lucian. Felipe, prepare a banheira para ele. Coloque aquelas coisas perfumadas. Ele está fedendo a álcool puro.

– Não! Uma chuveirada é tudo que preciso.

Tentei protestar, em vão.

– Não! De molho, como uma roupa encardida, é como vai ficar.

– Prepararei o banho, senhor.

Felipe disse em sua agilidade eficiente de sempre.

– Depois, peça para subirem com uma boa refeição pra ele, Felipe. E chame alguém para limpar este quarto, pelo amor de Deus.

– Perfeitamente, senhor.

Desisti de falar alguma coisa. Alec dava ordens. Felipe corria de um lado para o outro, providenciando tudo. Eu me sentia torpe demais para lutar contra eles. Deixei pra lá. Alec abria o closet, tirando roupas limpas de lá, para que eu vestisse depois do banho. O que me fez pensar nas minhas roupas. Droga! Estava com as mesmas roupas que eu tinha chegado de viagem. Que ridículo. Alec tinha razão. Estava fedendo a bebida. Dois empregados entraram no quarto, catando toda a bagunça das garrafas. Duas moças trocavam a roupa de cama. Caramba! Eu tinha impedido até mesmo os empregados de fazer seus trabalhos, com minha crise de bebedeira. Me envergonhei, me encolhendo na poltrona.

– Seu banho está pronto, senhor.

– Obrigado, Felipe.

Saí dali, indo para o banheiro, ficar de molho. Sim. Agora me parecia uma ideia muito boa. Na verdade, precisava realmente daquilo. Submergi na água com espuma, ficando ali embaixo da água, até meus pulmões reclamarem por ar. O que demorou um pouco. Levantei encarando um Alec encostado na pia, com um pincel de barba e uma navalha na mão.

Às vezes ele conseguia me fazer sentir com a minha idade real. Seis anos de idade.

– O que é isso? Vai cantar a ópera pra mim? Prefiro Bach, obrigado.

– Muito engraçado, Sansão. Mas eu gostaria de saber quem foi a Dalila que o deixou assim, e não adianta negar. Porque sei os efeitos que uma mulher pode fazer na cabeça de um homem, a ponto dele querer se afogar em uma garrafa de whiskey. O bom e velho Jack Daniels já está calejado de ouvir a carraspana de homens desiludidos.

Alec despejava suas asneiras, e eu me concentrava em pensar em como a água estava boa e cheirava bem. O que tinha ali mesmo? Alecrim, sálvia, umas flores, eu acho, e eu não queria ouvir ele. Não queria olhar muito para ele e nem concordar com as verdades que ele dizia. Se aproveitando do meu estado de fora do meu corpo por pura vergonha. Ele já enchia minha cara de espuma de barbear e vinha com sua navalha, parecendo um barbeiro profissional. Ele, com aquela navalha, era bem uma visão assustadora. Poderia falar agora. Seria uma hora interessante. Ele com a navalha na mão. Aquele troço era bem afiado. Se ele usasse sua força com aquilo, eu poderia perder bons litros de sangue. Talvez não morresse, mas ia fazer um estrago interessante, e a cena seria digna dos filme de Tarantino. Bem sangrenta.

– Não vai me contar quem é ela?

Ele tentou de novo, entre um raspada de barba e outra, levantando meu pescoço. Ele tinha esse talento oculto. Quando ainda humano, ganhava gorjetas com isso, e sabia que eu era o único ali, que ele poderia relembrar essa tarefa simples. Por que não satisfazer meu amigo, meu irmão? Droga, o que eu fiz? Que merda era aquela, entre mini ice lollipop.

– Ninguém que valha a pena. Foi um erro. Não vai acontecer de novo.

Alec parou, com a navalha em punho. Realmente, aquilo assustaria criancinhas.

– Nerida?

Ele perguntou, mas sem acreditar muito.

– Não!

– Alguém que conheceu na Espanha, então?

Eu não queria continuar aquela conversa com ele. Mas eu não ia manter esse segredo entre nós. Já estávamos com segredos demais. Não precisava de mais esse.

– Mais ou menos.

– O que sentiu exatamente?

Ele parecia muito curioso agora.

– Por que está me perguntando isso?

– Acha que ela é sua parceira?

– O quê? Não! Isso nunca vai acontecer comigo. Me recuso Alec!

Ele riu de forma duvidosa, balançando a cabeça negativamente.

– Se for isso, sinto em dizer, mas não vai poder fugir. Os lobos não podem fugir desse tipo de ligação.

– Do que está falando, Alec?

– Da ligação. Do imprinting! É isso, eu acho que é esse o nome.

Eu tive que respirar aliviado, mesmo sem entender direito o que ele estava falando. Eu, na verdade, já estava achando que ele tinha descoberto sobre a minha infração do mal.

– Não sei o que é isso Alec. Do que está falando, afinal?

– Por isso pergunto. O que sentiu, foi como vê-la pela primeira vez? Queria protege-la?

Quase gargalhei nessa hora.

– Quero mata-la!

– O quê?

– Quero muito que ela morra, e se possível, bem rápido.

– Definitivamente não foi o tal do imprinting.

Ele disse ironicamente.

– Imprinting é o que, afinal? Impressão?

– Algo que faz o lobo identificar a parceira ideal. Aquela que pode levar seu genes e fazer lobos mais fortes. É como evoluem. Eu acho que é isso. Não sei se estou explicando isso direito. Pelo menos, foi o que entendi.

Molhei o rosto, retirando o resto de espuma da barba.

– Isso é besteira, Alec.

– Pode até ser, mas se tem vontade de matar aquela a quem está se sentindo atraído, não sei que nome dar a isso. Mas sei que o ódio, é um sentimento muito poderoso. Alguns, podem até mesmo confundi-lo com amor, ou coisa assim. Mas não é e algo ruim que faz mal e polui a alma. Não sei o que esta mulher fez a você, mas se está despertando isso em você, se afaste dela. Não é coisa boa.

Eu realmente não precisava ouvir aquilo dele. Mas foi bom ouvir. Era como finalmente botar uma pedra sobre o assunto Jane.

– Pronto, está quase parecendo um homem , e não o ogro que eu vi deitado na cama . Só falta mais uma coisa. Tem que cortar o cabelo.

– Não, Alec! Quero ele grande.

– Por favor, Lucian, permita-me. É muito estranho vê-lo assim. Parece um cantor de rock dos anos oitenta, perdido no século errado.

Alec se levantou, depositando os utensílios usados da barba na pia, pegando uma tesoura na gaveta. Ele sempre cortava meu cabelo, mas era sempre uma luta. Gostava deles cumpridos, caídos nos olhos, jogados nas costas. Mas ele reclamava sempre. Eu me sentia tão culpado no momento, que ia deixar ele fazer até um moicano, se quisesse. Ele se aproximou com a tesoura, dando uma de serial killer, e eu revirei os olhos. Cabeça livre, para ele fazer o que bem entendesse.

– Fácil, assim? Sem lamentação, Rapunzel? Você está mesmo estranho.

– Você vai acabar me convencendo mesmo. Pra que insistir?

– Melhor pra mim.

É! Ele se aproveitou mesmo. Fiquei parecendo um soldado vindo da guerra, com a cabeça raspada. Até a maquina ele usou. Fez o serviço completo. Comecei a achar se isso não era um teste deliberado, para ver se eu falava algo mais, como era. A culpa que me consumia, cada vez que ele girava a máquina na minha cabeça. Fiquei calado, como um monge cumprindo seu voto de silêncio. Mas minha cabeça trabalhava suas engrenagens mecânicas de sempre. Pensava em Jane, de como ela tinha evaporado na Espanha, me deixando como um louco procurando por ela, depois de dois dias. Eu desisti, voltando a Volterra, e me enterrei no quarto aliviado, quando soube que os reis tinham viajado para Inglaterra, para o conselho dos mais antigos clãs do mundo. E eu tinha que agradecer por isso. As explicações sobre a missão fracassada poderiam esperar, e eu ter voltado a Volterra sem Jane também.

– Não vai mesmo me contar o que aconteceu na Espanha, Lucian?

Olhei para Alec e não consegui encara-lo por muito tempo. Mas tinha uma outra coisa me incomodando também.

– Alec, eu encontrei com alguns vampiros estranhos na Espanha. Eram quatro. No hotel em que estávamos hospedados...

– Como estranhos?

– Os olhos eram dourados.

A expressão lívida que vi no rosto de Alec, era algo que eu já conhecia. Era a mesma que ele tinha quando eu começava, com perguntas sobre o meu passado.

– Falou com eles?

Saí da banheira, me enrolando uma toalha na cintura.

– Sim.

– O que falaram?

– Não foi uma conversa exatamente. Eu estava como lobo.

Alec estava na defensiva. Constatei no mesmo instante que eu disse vampiros de olhos dourados.

– Não sei se devemos ter essa conversa, Lucian. Não está tentando de novo, arrancar informações de mim, com essas coisas, não é mesmo?

Eu conhecia Alec muito bem, para saber que eu tinha chegado em algum lugar em que eu nunca tinha chego antes. A verdade estava ali. No que aqueles vampiros eram.

– Você sabe quem são? Você os conhece?

– Pode ser qualquer clã. Alguns podem ter a íris clara, devido a dieta diferente deles.

– Como assim?

– Só bebem sangue de animal. Como você.

– Por que?

– Eles são o que chamamos de vegetarianos. Não bebem sangue humano.

– Por que?

– Crença, religião, principio, ou tudo... Eu realmente não posso mais falar sobre isso, Lucian.

Eu tinha chegado ao limite das minhas perguntas, eu já sabia. Mas eu ia continuar mesmo assim.

– Aro. Se me contar, ele saberá. Vai ler em sua mente. O que é isso, Alec? O que e Volterra é, afinal? Sabia que foi Joham que transformou os recém-criados, que fomos destruir na Espanha? Que os reis estão por trás de experiências com humanos?

Alec deixou os ombros caírem. E eu vi que ele sabia muito bem.

– Eu vou falar com Aro e Marcus. Isso deve ter algo errado... Uma explicação...



































Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Harry Houdini-famosos escapistas e ilusionistas da História.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Amor Imortal 2 - O Legado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.