Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 22
Capítulo 22 - SURPRESA NOVA YORKINA.


Notas iniciais do capítulo

O ciúme é uma das enfermidades psicológicas mais congênitas. Quando se nasce com ela, a cura é difícil. Ela envenena as alegrias mais gratas da vida, derrama fel em cada gota de água, em cada bocado de pão."
( Paolo Mantegazza )



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(SARAH)

Tentava puxar meu pai pela mão, mas ele parecia colado no chão. Ou estava fazendo isso para me deixar louca.

– Vamos pai. Vamos ficar daquele lado. Dá para ver melhor, quem está desembarcando.

Ele olhou para baixo, para me encarar. Fez uma cara de tanto faz.

– Daqui eu vejo bem, Sarah.

Tive vontade de chutar a canela dele nessa hora teria feito isso se não fosse meu pai . Mas isso, com certeza era uma péssima ideia. Eu ia ficar de castigo e me arrependeria depois. Sem falar, que eu seria a maior danificada. Meu pai parece uma montanha de força. Eu continuava a mesma garota magrela e fracote. Tinha crescido um pouco nesses três meses. Mas ainda era ridicularmente fraca. Uma menina com corpo de uma criança de treze anos. Mas me sentia estranhamente velha. Não tanto pelas brincadeiras e brinquedos que me atraiam ainda. Mas por ter tantas coisas dentro de mim. Era como ter uma caixa no cérebro, e ela só se enchesse cada vez mais, sem nunca esvaziar. Estava tendo profundas conversas sobre isso com minha vó Bella. Somos parecidas em vários aspectos. É como conversar com o espelho. Ela é assim. Intensa em seus sentimentos, e até meio drástica. Contou algumas estórias bem incríveis. Cara... Ela tinha pulado de um penhasco, só para poder sentir adrenalina e conseguir ouvir a voz do meu avô. Se isso não é ser trágica, eu não sei o que é. Mas eu estranhamente a entendia, e me via fazer a mesma coisa se fosse preciso.

Olhava tão fixamente para a porta de desembarque, que eu estava esquecendo de piscar os olhos. Meu corpo inteiro estava tenso e contraído.

– O que ela tem, Jake?

A voz de Leah me fez desviar do meu foco. Me virei para ela. Ela me olhava curiosa, quando ela tinha chegado ali?

– Sarah fale com Leah. Ela tá te cumprimentando desde que chegou.

Meu pai falou, juntando as sobrancelhas, em sua clara expressão de advertência.

– Desculpe, Leah. Eu não tinha visto você, estou muito ansiosa.

Ela abriu um sorriso lindo. Fiquei surpresa. Ela não era de dar sorrisos calorosos assim pra ninguém. E isso me fez olhar para ela de forma mais atenta. Ela estava como sempre, com sua calça jeans e blusas normais, nada femininas. Seus cabelos presos em um rabo de cavalo simples e botas de caminhada. Óculos escuros, tipo aviador, preso na gola da blusa. Ela é bonita, sem precisar se esforçar. De um jeito selvagem, mas linda.

– Não tem problema, Sarah. Tenho certeza que Seth também deve estar ansioso e louco para vê-la.

Sorri timidamente pra ela, voltando meus olhos para o portão de desembarque. Ela e meu pai começavam a conversar amenidades sobre a reserva. O bando. As rondas, que tinham voltado a rotina normal. Até mesmo Edmond já fazia as rondas. Ele sempre ia com Makilam, o que me deixava solitária. Já que no dia seguinte, os dois dormiam o dia todo. É frustrante.

– É ele!

Leah disse, já acenando.

– Não consigo ver!

Disse, indignada. Minha altura não me ajudava em nada, e para piorar, um monte de gente ainda resolveu entrar na minha frente.

– Pai, me levanta. Me levanta! Quero ver o Seth!

Meu pai me pegou pela cintura, me colocando em seus ombros. Eu finalmente conseguia ver meu lobinho. Gritei como uma louca, sem poder me controlar. Mas a minha alegria de vê-lo, morreu na mesma hora...


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(SETH )

– SETH, SETH!!

Eu pude ouvir a voz de Sarah. Olhei na mesma hora para a direção daquela voz musical. Ela estava linda, toda sorridente nos ombros de Jake.

– Quem é a menininha, Seth?

Milley me perguntou, no meu ombro. Perto demais. Ela, talvez achasse, que eu não podia ouvir pelo barulho do aeroporto e a confusão de gente ali, que se aglomerava para receber os recém- chegados.

– Sarah, minha princesa.

Disse, sem desviar meus olhos da minha pequena, que me olhava estranhamente agora. Fui o mais rápido que pude até eles. Sarah parecia meio vacilante em falar comigo. Se encolheu atrás de Jake.

– Ei, pequena... Cadê meu abraço?

Me abaixei, para ficar na sua altura. Mas quando ela saiu de trás do Jake não me olhou. Seus olhos estavam presos em... Milley. Sua expressão era indecifrável. Seus lábios eram uma linha reta, sem nenhuma expresssão. O momento ficou meio tenso ali, com todos se encarando, sem saber o que falar.

– Então, Seth? Seja bem vindo, meu irmãozinho.

Isso foi ridículo. Leah, teve que quebrar o gelo. Eu continuava agachado como um idiota, esperando um abraço de Sarah. Mas ela friamente me olhou, finalmente, e apenas me deu um beijo na bochecha, sem muito contato. Tentei ainda abraça-la, mas ela não retribuiu. Apenas percebi seu olhar de novo para Milley, que parecia meio constrangida. Eu tinha esquecido de apresenta-la.

– Bem... Essa é Milley Moreno. Ela é representante da General Motors em Nova York, Jacob. Ela veio conhecer as oficinas.

– Prazer, senhorita Moreno. Seja bem vinda à Forks.

Jake disse de maneira educada, mas ainda meio surpreso. Ele provavelmente estava esperando um senhor Moreno.

– Por favor, sei que vamos tratar de negócios, mas pode me chamar de Milley.

– Essa é minha irmã Leah.

Continuei com as apresentações.

– Como vai? Prazer.

Elas se cumprimentaram, e Milley desviou o olhar para Sarah.

– E essa menininha linda, quem é? AIIII

Milley soltou um gemido, encostando a mão na têmpora.

– O que foi, Milley?

Perguntei, preocupado, quando ela fazia uma careta de dor.

– Nossa! Uma dorzinha de cabeça, mas já passou. Coisa estranha. Deve ter sido o voo.

Olhei pelo canto dos olhos para Sarah, que recebia ao mesmo tempo um olhar fulminante de Jake nessa hora. Mas ela nem se abalou. Ficou ainda olhando Milley de cima à baixo agora.

– Bem... Então vamos! Seth vai comigo ou com Jake?

Leah, mais uma vez quebrou o clima esquisito.

– Com você Leah. Eu e meu pai temos que sair. Vamos até o shopping, agora mesmo!

Finalmente Sarah falava. Mas por que estava me dispensando, me empurrando para ir com Leah? queria conversar com ela. Tinha tirado várias fotos. Queria mostrar a ela. Não estava entendendo sua reação estranha, mas não era só eu que não tinha entendido isso. Todos olhavam para Sarah, que cruzou os braços, em uma postura petulante.

– Temos, Sarah?

Jake disse, como se pego de surpresa.

– Sim, temos. Estou precisando de roupas novas.

Ela falou, estendendo os braços, em sinal de impaciência.

– Não é melhor fazer isso com sua mãe?

– Não! Já estamos aqui, pai. O que custa? Leah pode levar Seth e sua... amiga.

Ela quase cuspiu, quando falou isso.

– Onde vai ficar Milley? Podemos deixa-la lá.

Leah se mostrava a salvadora do clima. Estranho?! Quem diria? Logo ela.

– Não se preocupem. Fiz uma reserva no hotel de Forks. Posso pegar um taxi.

– Claro que não. Vamos deixa-la lá.

Jacob parecia tentar controlar a situação que Sarah, tão facilmente, tinha bagunçado. Ela bufava agora e batia o pesinho no chão, toda birrenta. Era claro. Uma malcriação, mas não teve como eu não acha-la linda, fazendo isso.

– Mas Sarah está ansiosa para ir ao shopping. Entendo perfeitamente sua ansiedade, Sarah. Também fico muito ansiosa, quando quero comprar roupas, e aparece outras coisas para fazer.

Milley tentava se mostrar simpática, mas Sarah a ignorou, andando na frente de todos, ainda com os braços cruzados. Ela tinha crescido um pouco. Eu tentava buscar seu olhar, mas ela desviava o tempo todo, olhando para as lojinhas do aeroporto.

– Posso leva-la, Jake. Deixamos ela no hotel. Pode levar Sarah para fazer compras.

Eu deveria tá tentando deixar Milley mais confortável e ajuda-la. Ela tinha sido a minha guia em Nova York, me mostrando a cidade e tudo mais. Deveria retribuir o favor. Mas a atitude de Sarah estava tirando toda a minha atenção da conversa. Leah parecia ter percebido isso, e estava tentando fazer ela se sentir mais à vontade.

– Não quero mesmo incomodar, gente.

Milley disse, e Sarah parou de repente, olhando pra trás. Sua postura mudou um pouco, e ela puxou Milley pela mão. A obrigando a andar na frente, com ela. Eu, Jake e Leah estávamos sem saber o que dizer. Ela se apoderou de Milley, como se ela fosse uma de suas bonecas e falava com ela de forma quase cômica, explicando o que ia fazer.

– Sem incômodo, Milley. Vamos logo. Ela vai comigo e meu pai. Leah leve o Seth. Vamos logo. Venha pai!

Todos nos entreolhamos, enquanto Sarah ia na frente, toda decidida a resolver logo o assunto, puxando Milley pela escada rolante.

– Eu pego as bagagens.

Disse, balançando a cabeça, para me focar em algo mais simples. Jake me ajudou com as malas. Entrei no carro de Leah, depois de combinar com Milley como seria o dia seguinte. Vamos visitar todas as oficinas o quanto antes. Ela tem que voltar segunda para Nova York. Tentei mais uma vez falar com Sarah, mas ela me ignorou, entrando no carro na parte de traz. Ela colocava o cinto, dando muita atenção a isso, como se não quisesse me encarar. Jacob fez um sinto muito com os ombros e eu fui até Leah, que me esperava no carro.

– O que aconteceu com Sarah?

Leah me encarava, balançando a cabeça.

– Homens são tão... Aff... Não sei como podem ser tão idiotas.

– O quê?

Fiquei sem resposta. Ela já ligava uma música no carro, me ignorando totalmente, cantarolando ainda por cima. O quê eu tinha perdido, afinal?

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(SARAH)

– É este aqui, Milley.

Meu pai disse, parando o carro em frente a pousada de Forks. Milley olhou meio surpresa para o local.

– Vou ajuda-la com as malas.

Meu pai disse, já descendo do carro.

Ela ainda analisava a faixada da pousada de Forks, provavelmente a achando meio prosaica. Uma mulher de Nova York acostumada a se hospedar em hotéis de luxo e ter todo o conforto. Espero que ela ache tudo tão desconfortável, e saia daqui o mais rápido possível. Olhei para ela. Ela está detestavelmente bem vestida. Parece que tinha saído de uma capa da Visionaire*. Seu salto alto fino e marrom brilhante. Meias, saia elegantemente cortada. Um modelo Armani, sem dúvida. Tão nova yorkina, que chegava a doer os ossos. Seu estilo é daqueles que toda mulher quer copiar, mas é difícil acertar. Seu corte de cabelo Channel. Um clássico. Demostrando claramente, que é uma mulher séria e de negócios. Seus olhos grandes e astutos por trás de óculos de uma armação muito fashionista, é claro, muito cara. Tem bom gosto, a nojenta. Claro que tem. Estava de olho no meu Seth. A bruxa de Nova York. Queria ter estourado a cabeça dela no aeroporto, assim que ela veio com a aquela pergunta “E essa menininha linda, quem é?” Me vi imitando o jeito, com que ela falou isso, com todo os seus trejeitos sofisticados e irritantes. Ela esperava meu pai colocar as malas na calçada. A bruxa tá fazendo meu pai de carregador.

– Maldita mulher!

Observava eles subirem a escadinha para dentro da pousada. Resolvi me distrair com meu i-pod, ouvindo uma música dançante, que é a minha mais nova paixão. Makilam tinha baixado no meu i-pod várias músicas. Eu tinha me apaixonado pelas cantoras Rhianna , Avril, Miley ... Droga! Milley não. Comecei apagar as músicas dela. Era só o que me faltava. A bruxa ainda tinha o mesmo nome de uma das minhas cantoras favoritas. Ex cantora favorita a partir de agora. Também... A bruxa de Nova York estragou Miley Cyrus pra sempre, pra mim. Me distraia novamente agora com Rhianna e ---- cantarolando com ela. É... Definitivamente, adeus música da borboletinha. Makilam abriu meus ouvidos. Músicas. Eu dava graças à isso.

Estava me distraindo com as músicas, quando ouvi meu pai voltando de novo com as malas da bruxa ... Espera! A bruxa também está vindo. O que é que tá acontecendo? As portas foram abertas. As malas colocadas de novo no carro e eles entraram. Eu esperava no banco de traz, as explicações do meu pai. “Não íamos nos livrar da nojenta nova yorkina aqui?”

– Estou muito envergonhada, Jacob.

– A culpa não foi sua Milley. Foi uma confusão. Só isso. Já liguei para Nessie. Estamos muito felizes em recebe-la em nossa casa.

OK! Meu queixo estava no chão agora.

– Como assim em casa, pai?

Ele me olhou pelo retrovisor, enquanto colocava o carro para andar nas ruas de Forks. Seu olhar era de um aviso claro: “Cuidado com o que vai falar mocinha.”

Milley se virou pra mim, parecendo realmente constrangida.

– Sinto muito pelo seu passeio no Shopping, Sarah. Vou tentar recompensa-la de alguma maneira sobre isso, eu juro.

– Não precisa, Milley. Sarah é muito compreensiva. Não precisa recompensa-la por nada.

Milley se virou novamente para olhar para frente.

– Foi uma falha grave do meu escritório. Isso é inaceitável. Deveriam ter confirmado a reserva no hotel. Poderíamos tentar outro, Jacob. Tenho certeza que terão outros, aqui.

– Na verdade, não muitos. Esse é o melhor. Os outros não seriam apropriados para você, Milley. Quero que tenha uma boa impressão de nossa cidade, e hotéis baratos, não vão ajudar com isso. Não se preocupe. Vai ficar bem confortável em nossa casa.

– Não quero constrange-los a me receber sem aviso. É desagradável! Lamento muito por isso.

– Deixe disso. Minha família estará muito ofendida, se resolver não ficar conosco.

Deixei um fale por você mesmo correr solto para mente do meu pai e a imagem da minha mãe olhando contrariada para o nariz em pé da nossa hóspede. Ele pigarreou e eu continuei com mais imagens. Agora, Edmond se transformava no meio da sala de visitas e nossa hóspede tinha um desmaio súbito. Outra imagem. Eu e Edmond correndo pela casa, atropelando a visitante, fazendo ela cair escada à baixo, com seus saltos altos da Louis Vuitton.

– Deixemos o shopping para outro dia, Sarah. Sua mãe vai saber que você anda precisando de roupas. E se você se comportar, poderá ter o que precisa.

Lendo as mensagens subliminares daquela sentença. Pare de fazer isso ou está de castigo, mocinha.

Aumentei a música, e claro, ofereci minha voz melodiosa ao ritmo de Avril Lavigne à nossa hospede. Alone - Avril Lavigne, obrigado por existir!

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(EDMOND)

– Eles chegaram, mãe!

Gritei pra dentro de casa. Eu e Makilam estávamos sentados no deck da piscina, esperando a desmiolada da minha irmã voltar. Ela estava histérica a manhã toda. Deve ter acordado primeiro que todo mundo, se é que dormiu. Tinha trocado de roupa umas vinte vezes, usando a mim e Maki como seus jurados de estilos. Ia do quarto dela para o meu, onde Makilam tinha dormido. Às vezes, ele fica aqui conosco. Ele sempre acaba fugindo pra cá, quando briga com o tio Sam. Sarah ia de um lado para outro. Trocava de roupa no quarto dela e voltava pro meu, pedindo nossa opinião. Até pra cor do batom que ela estava usando. Eu estava de saco cheio daquilo, querendo jogar x-box com Maki. Mas ela toda vez nos interrompia com suas bobagens de garota. Makilam parecia meio aborrecido, mas não era pelo fato dela estar nos enchendo com mais uma pergunta de qual sapato combinava com o que. Quanto a isso, ele parecia até gostar de ver os olhos dela brilhando quando dizíamos que estava bom. Eu, para ver se ela parava de trocar de roupa como uma louca. Makilan eu não sei, mas ele parecia mesmo achar que ela estava bonita. Deve ter algum problema, esse cara.

O carro do meu pai parou na garagem, e logo uma furiosa Sarah saiu de lá, bufando e passando por mim, Makilam e minha mãe, que tinha vindo para entrada da casa. A minha cara foi pro chão, quando vi a mulher que saiu de dentro do carro do meu pai. Uma gostosa.

– Que merda! Essa é a versão Nova York do Seth?

Levei um tapa na cabeça da minha mãe. Eu não sei se pelo palavrão, ou se pela minha cara de abobado.

– Cala a boca! Vá ajudar seu pai com a mala da nossa hóspede.

– Claro, claro! Ajudo com a mala. Com o que ela precisar. Vem, Maki.

Ele estava meio abobado também. A mulher é uma gostosa, com aqueles saltos altos, toda arrumadinha. Uma executiva de Nova York, perdida no meio da reserva de La Push. Meu pai fez as apresentações. Minha mãe foi toda simpática. Maki e eu ficamos como imbecis, encarando ela. Quando meu pai estalou os dedos na nossa cara, para que acordássemos. Levei as malas dela depois de rosnar de leve para Makilam. Queria mostrar pra nossa hóspede delícia, que eu era fortão. Que poderia sem problema nenhum levar as malas dela. Minha mãe já tinha preparado um dos quartos de hóspedes, que pra minha sorte, é bem pertinho do meu.

– Esse é seu quarto, Milley. Quero que fique bem à vontade. Qualquer coisa, me fale. O quarto dos meninos fica no corredor. O meu e de Jake um pouco acima, na cobertura.

– Obrigada, senhora Black. Eu sinto muito, esse incomodo.

– Que incomodo? Vai ser ótimo tê-la conosco. Um pouco de normalidade aqui será muito bom. Mas nada de senhora Black. Pode me chamar de Nessie.

Olhei sem entender o deslize de minha mãe, que já se arrependia de ter falado, e foi mostrando o banheiro, e onde ela tinha a roupa de cama. Eu continuava lá, depois de ter trago as malas dela pro quarto. Queria observa-la. Mas recebi um cutucão de Maki.

– Cara, para de encarar ela. Ela vai acabar ficando com medo de você.

– Medo de mim? Por que?

– Você tá encarando ela demais. Ela é linda, tudo bem. Mas ela tá ficando com vergonha. Vamos sair daqui e deixar ela com a sua mãe. Vamos ver a Sarah. Ela desceu toda esquisita do carro. Cadê o Seth, afinal?

Muito sem vontade, fui com ele para o quarto da pirralha, que estava no computador, falando com tia Alice. Ela nem ligou para a nossa presença lá, e continuava a falar com web cam. Dei um tchau pra tia Alice, que me mandou beijos e tchausinhos.

– Sai, Ed. Vai pra lá. Então, tia... Ela é assim. Tem um nariz pra cima. Um ar toda superior, que os Nova Yorkinos tem. Sabe, tipo sex and the city.

Eu e Makilam começamos a rir da cara dela, que fazia caras e bocas para descrever Milley para Alice, que ouvia tudo pacientemente.

– O que você acha, Alice? Esse estilo mulher de negócios atrai os meninos?

Outra gargalhada minha e de Maki.

– Cala boca, vocês!

– Sarah, minha borboletinha linda, você tem dois belos rapazes ai do seu lado. Por que não pergunta pra eles? Então meninos, o que acharam da Milley?

– Bonita!

Makilam, disse simplesmente.

– Muito gostosa!

Disse, com um suspiro e levei com um ursinho na cabeça de Sarah.

– Seu indecente tarado. Ouviu isso tia Alice? Ele falou que ela é gostosa!

Sarah disse para Alice. Mas se virou pra mim de novo, com as sobrancelhas levantadas.

– Nunca falou de nenhuma garota antes...

– Nenhuma me interessou até agora ...

– Ela é uma mulher, seu imbecil. Não vai nem olhar pra você, seu fedelho.

– E daí? Eu olho pra ela. Já fico satisfeito, só em admirar aquelas pernas. Você viu aquelas pernas Maki? Queria tanto tirar seus sapatos alto e sua meias...

– Chega! Sai do meu quarto agora, Ed. Eu não vou ouvir isso. Fantasias do meu irmão é demais pra mim. Hoje, definitivamente não deve ser meu dia.

– Por que Sarah? O que aconteceu, afinal? Cadê o Seth?

Makilam olha a expressão de desgosto que Sarah fazia.

– Na casa dele, provavelmente, espero. Ele trouxe essa mulher. Esse contrabando de Nova York com ele. Isso devia ter ficado retido na alfândega. Ela é uma droga ilícita.

Eu e Maki nos olhamos, em um entendimento mútuo. Mas só eu tive coragem de provocar a fera.

– Pronto! Tá explicado. A pirralha está com ciúmes.

Ficamos nisso por um tempo. Discutindo eu e ela. Maki e tia Alice apenas tentavam amenizar nossa discussão. A porta foi aberta, nos sobressaltamos com a imagem da minha mãe nos olhando de forma nada amistosa. Fechou a porta e veio até o computador.

– Tia Alic ... Eu amo você , mas é hora dessas crianças dormirem . Tudo bem ai? Mande um beijo para todos. Até!

Fechou o notebook de Sarah e se virou para nós.

– Eu espero, sinceramente, que você dois se comportem. Temos visita aqui! Uma humana. Temos que ser discretos e sociáveis com ela. Ela veio para fechar um negócio importante para as oficinas do seu pai. Ela deve ser muito bem tratada, Sarah. E não sofrer constrangimento Edmond! Estou sendo clara aqui?

– Claro, mãe!

Eu e Sarah falamos em uníssono.

– Não quero brigas, nem provocações entre vocês. Terão que se comportar. Ela não pode desconfiar que está em algum lugar, onde pessoas estranhas cheias de poderes e força moram. Vamos fazer tudo de forma natural e humana. Dona Sarah está proibida de usar seus poderes enquanto ela estiver aqui. Seu pai me contou da sua implicância com ela no aeroporto. Isso não vai se repetir. Estamos entendidas, mocinha?

– Sim, mãe.

– Ótimo! Maki, querido, sua mãe ligou. Pediu, por favor, para você voltar para casa. Não a deixe preocupada, meu querido. Ela está com saudades sua.

– Eu já vou tia, Nessie. Pode deixar.

– Obrigada, querido. E vocês dois... Juízo. Estou de olhos abertos em vocês dois.

Ela apontava os olhos em nossa direção, de forma ameaçadora. Sabíamos o quanto ela realmente estaria de olho na gente. Estaríamos muito encrencados, se desafiássemos o olhar de dona Renesmee.

Makilam deu um riso abafado quando ela saiu.

– Cara, vocês estão ferrados . Eu vou embora. Fiquei morrendo de medo da sua mãe. Enfrentar meu pai, agora me pareceu bem menos perigoso. Tchau pra vocês. Nos falamos amanhã.

Dei um soco no punho dele e ele beijou o alto da cabeça da Sarah, saindo do quarto. Eu e Sarah ficamos calados, nos olhando. Ela girava de um lado para outro, em sua cadeira giratória, me encarando com uma clara pergunta prestes a sair do seus lábios.

– Acha mesmo?

– O quê?

– Ela gostosa?

– Acho.

– Ela é bonita mesmo... Acha que Seth e ela poderiam ter tido algo em Nova York?

Os olhos de Sarah se desviaram, olhando para a janela do quarto, mas ela esperava ansiosa pela minha resposta.

– Sarah, pelo que eu ouvi sobre imprinting, acho que isso é impossível. Ele não a vê, Sarah. Ele só pode ver você. Você é o seu centro do universo. A sua gravidade, ou sei lá. Eu acho isso fisicamente impossível. Eistein e as leis da física, devem rir disso. Mas eu sei que é assim mesmo. Olhe papai. Ele fica o tempo todo atendendo os desejos de dona Renesmee. Como eu posso duvidar de algo assim? Ele realmente a vê como o centro do seu universo. E Seth tem isso por você. Coitado dele! Tenho pena do cara por isso, acredite. Mas se é isso, ele não acha nossa hóspede de Nova York gostosa. Ele, nem mesmo a enxerga. Fique tranquila, Sarah.

– Eles ficaram três meses juntos em Nova York.

– Trabalhando, Sarah. Trabalhando... Deixa de ser dramática. Parece que gosta de se torturar. Vem, vamos. Vamos jogar x-box, e mostrar que família normal e feliz nós somos, para a nossa hóspede gostosa.

Ela revirou os olhos, mas me seguiu até meu quarto, para jogarmos.

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( Em Volterra )


Era mais uma noite de farra com Felix. Fazia uma semana desde a partida de Nerida para o México. E ele apesar de gostar da companhia da hibrida, cumpriria com o que tinha resolvido para sua vida. Fidelidade e devoção a uma única mulher não ia fazer parte de seus planos.


Lucian já tinha decidido que não iria se alimentar do sangue das meninas humanas da noite. Usaria apenas seus corpos para satisfazer seus desejos carnais. Na hora da caça de Felix, ele sempre se afastava indo para outra direção com suas companhias. Quase sempre era mais de uma, já que uma única humana não saciava a fome do lobo pois caiam na exaustão humana natural de seus corpos frágeis. Mas aquela noite revelaria seus reais propósitos a Lucian. Algo que ele internamente temia, mas que era parte indissolúvel de sua própria natureza selvagem e protetora.

– Vamos, meninas. Ha um hotel a duas quadras daqui.

Lucian dizia à garota de pele escura, que sorria alegremente por ter conseguido um cliente tão bonito aquela noite. Ela e sua amiga asiática já tinham bebido do melhor Whisky da boate e ganhado gorjetas generosas do moreno alto e forte, que as conduzia até o carro de luxo. Mas ele não entrou com elas na bela limousine. Ficou parado na porta do carro, como se esperasse algo. Mas não era isso que Lucian fazia. Na verdade, ele escutava algo. Um grito sofrido e abafado por alguma coisa. Era um pedido sôfrego de socorro desesperado. Mas era nítido a ele, como se estivesse ali ao seu lado. Sorriu alegremente para as meninas dentro da limousine, que já se serviam do champanhe que estava no balde de gelo.

– Aproveitem, meninas. Vão se aquecendo, pra quando eu chegar. Eu já encontro com vocês.

Elas sorriram para ele, de forma sedutora. Lucian fechou a porta do carro e foi a frente, passar instruções ao motorista, que logo partiu com as meninas para o hotel. Lucian caminhava humanamente pela calçada, que estava cheia de pedestres, que se esbarravam sem prestarem atenção um nos outros. Ele logo se desfez das luvas de couro que usava, jogando em uma lata de lixo que estava no caminho que passava. Era uma noite fria e gelada em Napoli. Ele usava um sobretudo, que era mais adereço elegante de moda, pois o

frio nunca poderia atingi-lo realmente. Ele inalava o ar como um farejador caçando. Diversos odores estavam ali. Cigarro, bebidas, perfumes baratos. O cheiro da noite de Napoli se misturava, mas era o cheiro de sangue que ele seguia. O som do grito abafado era quase um gemido de dor, que agora se confundia com os outros barulhos de carros passando, buzinas, passos na calçadas, portas se abrindo, sinos nas lojas anunciando clientes que chegavam. Mas nada disso distraia a atenção de Lucian, que parecia focado em um único objetivo. Descobrir de onde vinha o grito sufocado, que agora podia identificar claramente que era de uma mulher. Parou enfrente a um beco, em penumbra absoluta. Se desviou de alguns mendigos deitados, dormindo no chão sujo. Aquele lugar fedia a urina e drogas. Podia ver seringas espalhadas e papelotes por toda extensão do beco. O grito abafado tinha cessado de vez, e somente a respiração pesada de duas pessoas eram ouvidas. Mais adiante, pode ver a cena que lhe causou náuseas...



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Notas finais do capítulo

Visionaire* REVISTA DE MODA FAMOSA .



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