Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 15
Capítulo 15 - CAPITÃO LUCIAN


Notas iniciais do capítulo

Buscai incessantemente a vitória todos os dias. Mas atentai que melhor que está do lado dos vencedores é estar do lado dos justos!
Augusto Branco



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– Vou leva-lo aos bares e boates mais quentes da Itália, garoto. Você vai ficar maluco.

 – Quero a mulherada, Felix. As mulheres.

Felix deu uma estrondosa gargalhada.

– O Fedelho tá doido para cravar os dentes nas carnes das humanas. Mas eu não sei se você tem culhões pra isso, fedelho. Depois, a sua babá vai querer arrancar minha cabeça fora.

Lucian olhou Felix com fúria.

– Alec não manda em mim, Felix!

Felix olhou surpreso pro garoto. Nunca tinha visto o jovem falar assim.

– Claro, você é o príncipe. É você, quem manda nele, em mim, em qualquer um a baixo dos reis. Já entendi.

Lucian olhou Felix um pouco envergonhado com sua atitude hostil. Desde sua transformação, se sentia assim, raivoso. Com um ódio de todos, sem motivo algum. Qualquer olhada mais estranha que Alec o desse, já era motivo para uma briga... Uma confusão. E lá ia ele, se transformando e depois tendo que voltar sem roupas pro castelo. Era constrangedor. Às vezes, quando Alec simplesmente não vinha com roupas, para lhe entregar nos muros. E isso, já estava acontecendo com certa frequência. Lucian pensava com pesar, que talvez seu amigo e tutor ,devia estar se enchendo dele. Ele era um vampiro poderoso antes. Um general da guarda. Agora, é obrigado a ser sua babá, como todos no castelo o chamam. Deve ser humilhante pra ele, essa condição. “Devo deixá-lo em paz. Devo seguir minha vida, e ele com a dele. Não me deve nada. Já posso seguir sozinho. Sou um homem.” Lucian pensava. Olhou no espelho. Aquele rosto ainda lhe era estranho. Queijo, maxilar... Tudo definido. De nada lembrava o rosto do garoto, ou do menino de dias atrás. Dentro dele, também tudo estava diferente. Sentia fogo, como se seu corpo fosse entrar em combustão a qualquer instante. Esperava que sair... Ver gente, mesmo os humanos, fosse acalmar este fogo. Sem falar nos malditos sonhos que atormentavam as suas noites. Lucian se virou em um suspiro, olhando Felix, que o observava com atenção.

– Saímos amanhã à noite sem falta, Felix. Me mostre a cidade inteira. Vamos para o centro. Temos a noite toda.

Felix deu um sorriso satisfeito para ele, mas ainda duvidava se o garoto tinha coragem. Resolveu desafiá-lo.

– Sabe que vamos caçar. Não é mesmo? Sabe que vamos sair para matar pessoas. Isso não incomoda você?

Lucian o olhou desconfiado. Ele não faria esta pergunta para um vampiro. Por que fez a ele?

– Por que devia me incomodar, Felix? Não é isso, que todos caçam, aqui?

Felix estendeu as mão, desviando o assunto, como se fosse uma pergunta banal.

– Nunca caçou humanos. Só animais. Pensei que era por algum motivo especial.

– Só os cuidados exagerados de Alec. Eu acho que não queria me expor na cidade.

Lucian disse isso, sem nem mesmo ele acreditar em suas palavras. Isso era bobagem. Ele sabia. Alec facilmente poderia atrair um humano ao castelo, e dar para que ele o bebesse, mas nunca o fez. E por algum motivo que escapava de Lucian, nem mesmo ele o questionava sobre isso. Está muito satisfeito, em simplesmente beber o sangue dos animais. Algumas vezes, até comer partes de sua carne. Não entendia essa necessidade de sangue humano, que os vampiros tem. Esse frenesi, como eles mesmo chamam, que o sangue humano dá. Chelsea diz que é a emoção da caça, que torna tudo mais intenso. Mas que o sangue, é algo vital para eles. Alec saia pra caçar sangue humano escondido. Lucian já sabia disso há algum tempo. Esperava que Alec um dia o levasse com ele, mas isso nunca acontece. E Lucian não demorou a entender que isso nunca aconteceria. Mas agora, ninguém podia impedi-lo. Nem mesmo Alec. Ele era livre. Um homem. Um homem de quatro anos. Desceu até o salão dos reis com Felix. Ele sempre ia vê-los todos os dias. Ele participa das reuniões com os políticos, que vem até eles, pedir favores. Até mesmo os vampiros, vinham pedir algo. Lucian há muito, já havia entendido como isso tudo funcionava. A política, nada mais é, que um jogo, com suas cartas devidamente marcadas. Um toma lá, da cá, para ver quem tem mais poder. Acha tudo isso chato e entediante. Ele gosta das lutas. Isso, sim. Ele ama o treinamento da guarda, que a cada dia, parecia aumentar assombrosamente. Nahuel é o general da guarda. Cargo que antes, ele sabia que era de Alec. Jane, é a que cuida da guarda particular dos reis, que é composta só de vampiros especias, com dons extraordinários. Nahuel cuida da ralé, como Jane se referia, com desgosto. Mas Lucian não os via assim. São todos impressionantes para ele. Vampiros fortes e destemidos, que vão à luta, sem medo da morte. Ele sempre quis fazer parte disso. Desde pequeno, ficava em seu quarto vendo-os lutar, em treinamento. E quando podia, fugia para vê-los mais de perto. Mas Nahuel sempre o expulsava de lá, e proibia os guardas de lhe falar. Sempre o mandava embora, com palavras rudes e enxotando.

– Volte para saia de sua ama de leite, cachorro!

Ele sabia! Lucian pode entender isso claramente, agora. Ele sabia o que Lucian é.

Olhou em volta do grande salão, procurando por ele... Nahuel! Odiava aquele homem com todas as forças de seu ser. Ele sempre tentava humilhá-lo, mesmo ele sendo um príncipe, o tratava como se fosse um qualquer. Mas isso, acabaria agora.

Lucian foi para seu posto, atrás da cadeira de Aro, que o olhou com um sorriso assim que ele se posicionou ao seu lado. Lucian o tocou no ombro, em um gesto fraternal. Jane o olhava de canto de olho, ainda pasma pela aparência do menino em homem, mas não deixava isso transparecer em gestos. Mas como percebe sua análise sorrateira, Lucian a olhou nos olhos, e ela se assustou com a intensidade deles. Sentiu seu corpo ficar estranhamente quente. Não era possível. Abaixou os olhos, e Lucian sorriu debochado para ela, que endireitou o corpo olhando pra frente, em sua postura de frieza.

Era mais uma reunião chata, como sempre. Lucian já estava impaciente. Não via a hora disso acabar. Queria fazer seu pedido, mas precisava esperar aquele lenga-lenga acabar.

Um jovem guarda entrava agora na sala. Lucian não o reconheceu. Devia ser algum que estava fora, em alguma missão secreta. É muito comum, os lordes mandarem seus oficiais em miossões pelo mundo.

– Até que enfim!!

Bufou Caius, de mal humor. O guarda fez uma reverência aos reis.

– Vim trazendo notícias da missão, meus reis. Nerida me enviou pessoalmente, para informá-los.

Lucian se concentrou na informação do homem, quando ouviu o nome de Nerida. Não teve como não sorrir, ao lembrar da bela híbrida de pele morna e lábios deliciosos. Por mais que já tenha beijado os lábios frios das vampiras do castelo. Os dela tinha um gosto muito mais tentador para ele.

– Como está a missão, soldado? Por que essa demora por notícias?

– Estamos com dificuldade em encontrar três vampiros, meus mestres. Eles tem poderes especiais. Conseguem se adiantar a nós, muito antes de chegarmos a eles. Precisamos de mais gente, meus senhores. Tivemos quatro baixas. Nerida pede que sejam enviados mais cinco guardas nesta incursão.

Aro pareceu impaciente .

– Onde estão exatamente agora, soldado?

– Rússia. Estamos seguindo a pista deles há nove dias, e eles chegaram à Rússia.

– Rússia!!!

Aro olhou inquisitivamente para Caius, que o lançou um olhar de desgosto.

– Jane… Alec! Vocês seguirão com Estebán até Nerida.

Lucian nesta hora, olhou para Alec, que parecia querer dizer alguma coisa. Seus olhares se encontraram. Alec não participava das missões há muito tempo. Ele nem mesmo era mais considerado da guarda. Estava sendo punido por Caius. Sua função, era simplesmente cuidar de Lucian.

Alec foi até o centro devagar, mas firmemente. Caius lançou um olhar fulminante para ele, pela ousadia.

– Eu peço perdão aos reis. Muito me honra poder servi-los em um incursão novamente, mas penso que Lucian ainda precisa de mim.

Isso irritou Lucian profundamente, fazendo ele soltar um rosnado involuntário da garganta. Não queria que Alec partisse, mas não porque ele tinha que cuidar dele. Ele não precisava mais disso.

– Lucian é um homem agora, Alec. Não precisa mais de seus cuidados zelosos. Ele pode tomar conta de si. E depois, ele não estará sozinho.

Aro esticou o braço, estendendo a mão para Lucian, que a tocou de forma amistosa. Alec olhou aquele gesto, e um olhar de pânico surgiu em seu rosto.

– Estaremos com ele.

Aro disse, por fim, com um sorriso, sem mostrar os dentes.

– Eu estava com muita saudades, meu irmão de tê-lo comigo ao meu lado, em uma missão. Como nos velhos tempos.

Jane olhava desafiadora para Alec, que abaixava os ombros, se sentindo derrotado sobre essa questão.

– Lucian deveria ir conosco, então.

Alec falou, e Lucian já se animava com isso. Uma aventura por fim. Finalmente sairei desses muros, e poderei ver Nerida. Lucian sorria todo satisfeito.

– Não! Ainda não. Nosso jovem príncipe é muito novo para isso. Deve ficar. Somente você e Jane irão.

– Gostaria de ir, Aro.

Lucian falou.

– Sei que sim, meu príncipe. Haverá outras incursões para você. Essa é de Alec e Jane. Com eles, não haverá necessidade de cinco soldados. Eles juntos valem mais que isso... Muito mais!

Aro falou com alegria e com orgulho falso nos olhos.

– Espero que entenda, que isso é uma nova chance que estamos lhe dando, Alec. Espero que saiba aproveitá-la.

Caius disse, com a língua entre dentes, olhando e analisando cada gesto de Alec. Que só se curvou respeitosamente, saindo do salão. Aro fez um gesto para que Jane o seguisse.

– O que está esperando, Estebán, para segui-los?

– Tenho um recado particular de Nerida, para o príncipe Lucian, mestre Aro.

Aro olhou de maneira jocosa para Lucian, que fez um falso sinal de desentendimento.

– Leve-o daqui, Lucian. Mas seja breve. A missão de Nerida é crucial, e de muita importância para Volterra. Não podemos perder mais tempo.

Lucian assentiu com a cabeça, saindo da sala, seguido pelo soldado. Quando se afastaram nos corredores, o guarda entregou a Lucian um bilhete, que ele já abria impaciente. Mas foi impedido pelo guarda.

– Ela pediu que estivesse sozinho quando fosse ler, meu príncipe.

O soldado fez uma reverência respeitosa e saiu. Lucian colocou o bilhete no bolso e voltou para a sala dos tronos. Ainda tinha sua missão particular. A seção já terminava, mas os membros principais da guarda e os reis ainda estavam lá. E era isso que Luciam precisava.

– Aro, Caius e Marcus! Tenho um pedido para fazer.

Eles olharam surpresos para Lucian. Menos Marcus, que tinha sua feição de tédio, sempre perpetuada em seu rosto.

– Sim, Lucian. Mas espero, que não seja nos pedindo novamente para seguir com Alec. Pois isso já ficou acertado, que não.

– Claro, Aro! Eu entendo. Mas quero de alguma maneira, poder servir a Volterra. Quero me alistar na guarda. Posso ser um soldado. Não me importo. Eu quero ir nas incursões e nas batalhas, quando as houver.

– Isso é um absurdo!

Nahuel olhava desafiante para Lucian, que o desafiou com o mesmo olhar de fúria.

– Não é você que decide isso, Nahuel.

– Claro que sou, moleque. Eu sou o general da guarda. Eu decido isso.

– Por enquanto!!!

– Então é isso, fedelho? Quer o meu posto? Isso é ridículo. Nem mesmo é um vampiro de verdade.

– Pelo que eu saiba, nem mesmo você é!

– Chega!!! Nahuel, Lucian é um príncipe. Nunca mais dirija-se a ele com pejorativos. E isso, é uma ordem!!!

Nahuel olhou com desgosto para Aro, que manteve sua postura fria em seu trono, sem se abalar.

– Não quero ele na guarda. Ele não seguirá meus homens. Ele é um Lobo!!!

– Na verdade... Ele é o príncipe. Não precisa de sua aprovação, meu general. Se é seu desejo, Lucian. Será parte da guarda, não como soldado. Isso é inadmissível para um lorde. Mas um capitão, ou até mesmo um general…

Aro encarou Nahuel, que já estreitava os olhos enfurecido.

Aro sorriu divertido e disse finalmente.

– Capitão Lucian, então. Comece seu treinamento o quanto antes, meu príncipe. Tenho certeza que será um guerreiro Volturi magnífico. Não se reportará a Nahuel. Somente a nós, seus reis. Não receberá ordens suas, Nahuel. Não cabe a você, ordenar um príncipe. Apenas o treine e faça com que toda a guarda o respeite.

– Eu mesmo conquistarei o respeito dos soldados, Aro. Nahuel não precisa pedir isso à eles.

– Claro que não, Lucian. Você terá por si mesmo. Tenho certeza! Eu apenas o amo como um filho e estou sendo zeloso, como um pai.

– Eu agradeço, Aro. Mas já estou satisfeito com tudo que me deu. Isso basta pra mim.

Aro estendeu a mão, e Lucian a beijou de forma respeitosa e fiel, saindo da sala. Nahuel olhou Aro de forma estranha.

– Não ouse machucá-lo, Nahuel. Ou nem mesmo seu pai, poderá salvá-lo de mim.

Nahuel saiu sem dizer nada, da sala dos tronos. Depois de todos saírem, e somente os três reis permanecerem em seus tronos como estátuas petrificadas, Caius esboçou um sorriso ao falar.

– Quem diria? Um Cullen, capitão da guarda Volturi, beijando a mão de um rei de Volterra e feliz da vida com isso.

– Não há nada mais doce, meu irmão Caius, do que o sabor da vitória. E para um vampiro, o tempo só a torna mais doce e prazerosa, meu querido irmão.

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Lucian estranhou toda aquela movimentação nada normal no castelo. Era o seu primeiro dia na guarda, e Alec não estaria lá para vê-lo. Não tiveram nem tempo para se despedirem. Assim que uma missão é dada, a partida é imediata. Foi em direção ao pátio, na ala dos soldados, para se apresentar como seu novo capitão. Uma legião de soldados estavam o aguardando. Perecia que todo contingente do castelo estava ali. “Mas pra que isso?” Pensou. Olhou pra cima, e estranhou, vendo os rostos de quase todos os vampiros do castelo nas sacadas, pendurados nas janelas. “O Que está acontecendo aqui?” Começava a se perguntar. Aquilo estava muito esquisito. Foi caminhando mais para o meio do pátio. Os soldados se afastavam dele, abrindo passagem. Logo, um círculo foi formado ao seu redor, com todos soldados em volta. Olhou pra cima de novo. Os rostos muito brancos dos vampiros, sorriam em expectativa. Viu Felix e Chelsea correrem, se desviando dos guardas. Olhavam assustados para, Lucian, que os encaravam. Mas eles foram impedidos de se aproximarem mais de Lucian, pelos guardas.

– Me soltem seus imundos. Felix, tire eles da frente, para passarmos!

Chelsea protestava, mas Felix estendeu as mão, em sinal para que ela se acalmasse.

Felix olhou em direção à Lucian. O olhar confuso do garoto dizia o quanto ele não estava sabendo o que viria pela frente.

– É uma iniciação, Lucian. Deve lutar, para ter direito de fazer parte da guarda.

Felix gritou para Lucian, que bufou impaciente.

– E só agora vocês me falam? Com quem vou lutar?

Houve uma risada geral dos guardas, e um mais alto se aproximou da roda o encarando de cima à baixo.

– Deveria ser comigo, príncipe!

Outra gargalhada geral.

– Mas como é o capitão... Lutará com o general.

Ao falar isso, o som de aço tilintando no chão foi ouvido. Alguém arrastava, de maneira displicente, um aço no chão, fazendo faíscas saírem de sua ponta muito bem afiada. O silêncio foi completo, e logo muitos se afastaram, fazendo um largo corredor de corpos aparecer, e passar por ele Nahuel, que estava com sua calça de general e uma blusa branca, que destacava seu peito bem definido. Ele trazia uma espada pesada nas mão. Era uma espada estranha. Era de metal, mas o metal era completamente negro e no centro havia uma pedra vermelha. Um rubi talhado em meio ao metal, dando à espada, um aspecto de ter sido forjada com um proposito bem específico. Nahuel contornou o círculo com a espada, arrastando no chão, fazendo-a saltar fagulhas.

Lucian tirou o pesado casaco, jogando ele à Felix, que o agarrou. Chelsea apertou o braço de Felix, em sinal de nervoso.

– Se algo acontecer a ele, Alec vai me matar, Felix. Não consegui cuidar dele, nem por um dia inteiro e ele já se enfiou no meio de uma briga. Logo com Nahuel, que está com a espada do rei dos Lycans.

– Conhece bem essa espada, né Chelsea?

Chelsea olhou Felix sobressaltada, mas ele já ria debochado para ela.

– Uma espada, Nahuel? Vai precisar mais que isso pra me machucar.

Nahuel o olhou com desdém, pegando a espada, alisando seu aço até a ponta.

– Não é uma espada comum, garoto. Devia saber mais das histórias de sua própria raça. É a espada do rei dos Lycans. O rei dos lobisomens.

– Não sou um lobisomem. Sou um lobo.

– Claro que é. E isso, o torna ainda mais impuro e sujo. Indigno de pertencer a esta guarda e a este castelo. Seu lugar não é aqui. Devia ter tido da decência de ter morrido com sua mãe.

Lucian sentiu os tremores da transformação invadirem seu corpo. Mas antes de rasgar em lobo, Nahuel foi mais rápido, cravando nele, a espada em seu ombro, até o final. Lucian soltou um rosnado de fúria, e os tremores sessaram nessa hora. O rosto de Nahuel estava bem próximo do rosto de Lucian. Eles respiravam o ar um do outro, com olhos furiosos, se encarando.

Nahuel puxa a espada, tirando-a do ombro de Lucian, que cai de joelhos. Ele mostra a todos, o sangue de Lucian na espada, como um troféu. Lambe de maneira sádica o sangue que está ali, cuspindo-o em seguida, no rosto de Lucian.

– Não suporto o gosto de cachorro que tem em seu sangue, garoto. O que? Não consegue se transformar? (Nahuel ri debilmente) Claro que não. É uma espada muito especial, esta aqui, meu rapaz. Foi feita especialmente para matar vampiros. Mas ela tem outras utilidades, meu jovem. Ela tem um veneno na sua ponta, que não vai te matar, mas que não vai permitir que se transforme. Um achado. Não á mesmo? Uma preciosidade. Estava guardando ela para outro lobo. Mas já que ele nunca veio a mim... Infelizmente mandou seu bebê, para me enfrentar. A mim! Um híbrido de mais de 160 anos. Um garoto me desafiando, querendo meu posto. Minha guarda. Tsh, tsh, tsh...

Nahuel fazia som de negativo com a boca, de forma deliberada e debochada.

– Não nesta década, garoto. Não neste século.

Nahuel se preparava para mais um golpe. Lucian ainda permanecia de joelhos, mas a espada foi segurada pelas mãos firmes de Lucian. O aço da lateral da espada fincava sua carne, fazendo o sangue escorrer por suas mãos fechadas, que seguravam a espada. Seus olhos eram os olhos dourados dos Cullen, e olhavam Nahuel com afúria assassina da fera, que não podia sair. Mas que estava ali dentro, e estava sedenta por uma boa luta. Nahuel colocava toda a sua força para finalizar seu golpe, ou para tentar arrancar a espada da mão de Lucian. Mas sua força era inútil. Num gesto furioso, Lucian arrancou a espada dele, lançando-a longe do círculo da luta. Se levantou. O ferimento do ombro jorrava sangue. O veneno que estava ali, não permitia a ferida se cicatrizar-se, como normalmente acontecia. Eles se encaravam como dois predadores assassinos. Ninguém da multidão proferia nenhum som. Havia mais gente ali. Parecia que todo o castelo estava ali, para assistir aquele show. Nahuel é um exímio lutador. Mesmo não sendo um vampiro completo, ninguém ousava desafia-lo em uma luta direta. Ele conhece todas as técnicas de combate. É rápido e esguio, com seu corpo de índio. Ele analisava os movimentos de Lucian com precisão. O menino é forte. Não podia negar. Tem uma força descomunal, que ultrapassa até mesmo a força de Felix, que é tido como o mais forte deles, até então. Mas não tinha treinamento militar.

Nahuel partiu pra cima de Lucian, que se desviou rápido e deu um golpe de punhos fechados nas costas de Nahuel. Foi um golpe de força, sem a menor técnica, mas fez com que Nahuel caísse quase sem ar. Mas ele logo se recompô,s com suas mãos em punho. Lucian não esperou um novo ataque. Voou pra cima dele, e foi derrubado por um chute de Nahuel no peito. Caiu em meio à multidão, que jogou seu corpo de volta para o círculo. Luciam avançou de novo em Nahuel, agarrando suas pernas, levantando ele no alto. Jogou seu corpo no chão e caiu em cima dele, com todo seu peso. Foram ouvidos sons de costelas se quebrando. Lucian poderia facilmente acabar com ele ali, naquela posição em que ele estava. Mas não o fez. Se levantou, estendendo a mão, para que Nahuel a pegasse. Ele recusou, se levantando com dificuldade, mas sozinho.

– Acho que podemos declarar um empate, Nahuel.

– Por enquanto!

Nahuel saiu do círculo.

Lucian olhou para os rostos dos soldados ao redor, e o mesmo vampiro jocoso que falou com ele no início, fez uma reverência militar para ele, que foi seguida pelo restante dos outros soldados.

Felix sorria pra Chelsea.

– Vivas ao novo Capitão Lucian, o príncipe de Volterra.

– Hurra!!!

Foi ouvido de toda guarda.

Felix puxou o grito e Chelsea sorria em comemoração.

– Pelo menos, ele não está morto. Meio machucado. Mas eu sei o que tira veneno de lobisomem.

– Tem que saber, Chelsea. Claro que tem...

Felix a provocava, e ela o ignorou, indo em direção a Lucian.

– Venha, amor. Vamos! Chelsea cuida de você, bebê.

Lucian olhou Chelsea com desgosto, se desvencilhando de seus braços, que tentavam abraça-lo.

– Pare com isso, Chelsea. Nunca mais me chame assim!

Lucian se desviou de Chesea, e ela ficou sem entender aquela reação do garoto, que sempre a tratava com carinho. Felix seguia seu olhar, que acompanhava o garoto sumir entre os soldados, indo para seu quarto.

– É mon ami! Acho que ele não é mas seu bebê.

– É... Eu percebi.

Chelsea saiu do pátio, seguindo em direção ao quarto de Lucian. O garoto estava no banheiro, lavando as feridas, com água corrente da pia.

– Isso não vai adiantar!

Disse bruscamente. Lucian, nem mesmo olhou para Chelsea. ao tentar expulsá-la.

– Saia, Chelsea. Não preciso de ajuda.

– Por que está me tratando assim, Lucian?

Lucian respirou impaciente.

– Estou cansado de ser tratado como criança. Sou um homem. Aqueles soldados viram isso. Por que você e Alec não conseguem ver?

A voz de Lucian saiu firme e dura, mas Chelsea não se moveu. Nem mesmo, quando finalmente, ele decidiu encara-la. Seus ferimentos ainda sangravam e o cheiro de seu sangue invadia todo o ambiente.

– Tire a roupa, Lucian!

Lucian a olhou surpreso, e a fúria em seu olhar perdeu o brilho. Se sentiu como um menino de novo, e teve que desviar seu olhar da vampira à sua frente. Se sentiu queimar. Mas era diferente. Não como na transformação. Era melhor...

– O que é isso, Chelsea? Enlouqueceu?

Ela agora o olhava divertida, vendo um Lucian tentando disfarçar o constrangimento.

– O que? Um homem não ficaria envergonhado por isso. Tiraria suas roupas mais que rapidamente, se eu pedisse.

Lucian não sabia o que responder, e a vampira que veio em sua direção, tirando sua blusa suja se sangue, abrindo sem pressa, cada um de seus botões. Foi fazendo isso e depois desabotoando suas calças, sem desviar em nenhum momento os olhos de Lucian, que afastou as mãos, não tocando nela. Não estava entendendo direito o que Chelsea queria, mas ela continuou tirando toda a sua roupa. Sua respiração começava a ficar pesada e arrastada. Seu corpo parecia se preparar para algo.

Ele segurou sua mão, quando ela finalmente ia tirar sua última peça de roupa. Sua cueca box. Ele a impedia. Ela sustentou seu olhar nele. Teve que engolir o ar, que começava a se acumular em sua boca.

– Já vi isso antes, Lucian O seu, inclusive. Não tem nada aí, que eu já não tenha visto, e até mesmo limpado e colocado talquinho.

Chelsea o provocava. Lucian sorriu, mesmo se sentindo nervoso e inquieto por dentro.

– Está bem diferente agora, Chelsea. Eu posso te assegurar isso.

Ele soltou a mão de Chelsea, dando a ela, permissão para continuar. Mas mesmo assim, não a tocava. Ela tirou sua box, sem desviar o olhar dos olhos de Lucian, que tremeu levemente com o contato das mãos frias de Chelsea em sua pele muito quente. Ela olhou pro membro de Luciam. Mordeu os lábios inferiores, e sorriu pra ele de volta.

– É... Tá bem diferente, mesmo.

Ela empurrou ele, para debaixo do chuveiro, abrindo a água, jogando ele na água fria. Ele a olhava, sem entender. Mas com um sorrisinho no canto da boca.

Ela olhava-o tomar banho, sem a menor vergonha, o analisando de cima à baixo, de forma muito sedutora. Lucian a encarava, sem conseguir mais desviar o contato. Deu um rosnado contido e involuntário. A vampira tinha desejo no olhar. Aquele não era mais o Lucian menino. Era o Lucian homem. Forte e viril. Cada músculo dele era sensual e exalava um aroma muito tentador para qualquer vampira. Ele a olhava com desejo latente. Chelsea começava a tirar suas roupas, e Lucian a olhava em expectativa, molhando os lábios com a língua. Chelsea era bela, com seu corpo esguio. Seus cabelos até os ombros, de um castanho profundo e bem cuidado. Seus seios fartos. Sua barriga lisa e bem desenhada. Suas pernas não são grosas, mas são perfeitas e lisinhas. Ela tinha um cordão de ouro, pendurado no pescoço, com um minúsculo frasco de vidro pendurado, como um pingente. Foi a única coisa que ela não tirou. Lucian a olhava em cada detalhe, tentando se controlar na água fria, pois seu impulso era de ir pra cima dela. Mas ele não sabia ainda exatamente o que aconteceria ali. Até onde a vampira pretendia ir com isso? Deixou que fosse ela a decidir isso.

– Gosta do que vê, Lucian?

Lucian respirou fundo, contendo o rosnado.

– Muito, Chelsea.

– Já tinha visto uma mulher nua antes?

– Sabe que não.

– Me disse que já é um homem. Pensei que isso se aplicasse a tudo.

– Não exatamente.

– Ah!

A vampira se aproximou de Luciam o empurrando contra a parece. Lambeu sua ferida no ombro e a de sua mão. O sangue parou de sair delas.

Lucian soltou um gemido de excitação, quando o corpo frio de Chelsea tocou o seu.

– Gosta do que sente, Lucian? Hum?

Chelsea perguntou, roçando sua boca, bem próxima da de Lucian. Sentiu o corpo dele estremecer e sua respiração pesada, parecia de um animal que estava sendo mantido acorrentado.

– Acho melhor pararmos por aqui, se não pretende seguir com isso. Eu tô tentando me concentrar em não te atacar, Chel.

Chelsea sorriu.

– Você ainda não entendeu, Lucian? É você, que está sendo atacado.

Chelsea beijou Lucian com voracidade, e ele a agarrou com força, apertando sua cintura, trazendo-a mais pra si. Apertou sua pele fria, que parecia esmorecer ao seu toque quente. Chelsea soltou um gemido, e ele enlouqueceu com isso, a levantando pra ficar na sua altura. Ela se abriu para ele, colocando sua mão em seu sexo. Ele sentiu sua umidade ali, e o cheiro que vinha era muito excitante. Começava a explorar aquela cavidade, onde mesmo fria, era macia e molhada. Chelsea gemia em seu ouvido, esfregando seu corpo no dele. Seu membro, que já estava muito duro, desde o momento que a vampira o despiu, agora latejava, pulsando. Chelsea olhou para ele, e tocou com suas mãos, fazendo movimentos intensos e contínuos. Lucian uivou. Não se contendo, começava a sugar os seios de Chelsea com vontade. Ela gemeu mais alto com isso.

– Me leva pra cama, Lucian. Quero sentir você dentro dentro de mim.

Ela disse, em meio a arfadas sem ar, já explodindo de desejo. Ele a agarrou pela cintura, e ela entrelaçou seu corpo no dele, sem desgrudar. Ele a levantou sem dificuldade, a levando para o quarto, a deitando na cama, colado em seu corpo.

Chelsea se abriu para ele, com um olhar lascivo. Ele a olhou com desejo.

Ela pegou seu membro, direcionando na entrada de seu sexo. Ele, pelo cheiro, sabia que era ali. Entrou sem cuidado, o que fez a vampira gemer mais alto, de prazer.

Ela se mexia, o estimulando a seguir seu ritmo. Mas ele queria mais. Se sentia preso. Contido. Lucian ouvia as batidas frenéticas do seu próprio coração, e soube esse era o ritmo. Ele começou a estocá-la com força, e ela abriu os olhos cheios de desejo, aranhando seus braços. Mas isso não incomodou Lucian, que continuava a estocá-la se deliciando com isso. Era insano. Sentiu Chelsea tremer toda, e não entendeu o que era aquilo, mas era bom. Ela ficou quieta por alguns instantes, enquanto os tremores vinham, e se contorceu toda, pedindo mais. Lucian queria mais. Queria muito mais. Ele continuava naquele ritmo frenético e constante, arrancando gemidos de Chelsea. Seu corpo estava quente e ondas de fogo prazerosas invadiam cada parte dele. Sua boca era atraída para os seios fartos de Chelsea, que parecia muito satisfeita em tê-lo ali. Sugava-os com fome. Queria desvendar. Entender o que viria depois. Ele saiu de dentro dela, e ela gemeu baixinho em protesto. Virou a vampira de costas. Queria vê-la de todo. Suas nádegas... Suas costas. O contorno perfeito, de um corpo de mulher, até então desconhecido a ele. Ela gemeu quando ele a alisava, com suas mãos quentes, conhecendo cada pedaço de seu corpo frio. Parou nas nádegas, a apertando. Seu membro ainda duro, pingando gotas, ainda pulsava quente e querendo mais daquele corpo de mulher. Ela sorriu da análise que Lucian fazia, e ele a olhou sem entender. Mas com um sorrisinho no canto da boca.

– Quer mais lucian?
Falou, molhando os lábios, sorrindo de lado, para ele poder ver seu rosto.

– Quero, Chel.

A vampira se abriu mais, empinando as nádegas para ele. Lucian rosnou alto, a penetrando assim de costas, e percebeu o quanto ela ficou mais apertada. Ele a estocou com mais fome e mais força. Ela gemia em resposta. Ele puxou seus cabelos, segurando firme. Sentiu ela tremer de novo, e isso era um delícia para ele. Respirou no pescoço da vampira, quando um tremor subiu por sua espinha, intensificando mais as estocadas. Chelsea percebeu a temperatura de Lucian subir mais ainda, quase queimando sua pele fria. Mas de um modo prazeroso e descomunal de excitante. Empinou mais a bunda, e sentiu o líquido de Lucian escorrer nela. Ele rosnou alto, a apertando mais para si. Ela teve que pedir para ele afrouxar o braço. Ele estava quase a esmagando. Ele a soltou, com um sorriso de desculpas. Se deitando ao lado dela.

– Machuquei você? ...Desculpe, Chel.

Ela sorria pra ele, satisfeita, admirando seu corpo escultural. Beijou levemente seus lábios ofegantes, alisando seus cabelos,olhando os olhos de tempestade de Lucian.

– Não me machucou. Foi muito bem. ...Agora, sim, já pode dizer que é um homem, Lucian.

Ele a olhou em dúvida.

– Pois nenhum homem, pode se dizer homem, se não conheceu o corpo de uma mulher. Se não a fez gemer em seus braços. Se não derramou seu líquido em sua entrada.

Lucian a olhava silencioso, mas absorvendo suas palavras. As palavras de um vampira, que já viveu muito mais que ele. Ela alisou a ferida do ombro de Lucian com os dedos. Ela ainda não cicatrizara. Só tinha parado de sangrar. Abriu o pequeno frasco que tinha em seu pescoço, tirando um líquido gelado e branco dele, esfregando na ferida de Lucian. Pegou sua mão e colocou mais um pouco no corte do ombro. Os ferimentos já se fechavam. Ele olhou confuso para ela.

– O que é isso?

Apontou para o cordão com o frasco.

– Um presente de um amigo antigo. Vai ficar a cicatriz. Mas isso, só vai deixa-lo mais charmoso.

Lucian olhava intrigado, Chelsea fechando o pequeno frasco.

– Não parece o tipo de presente que se dá à amigas.

Chelsea sorriu, beijando a boca de Lucian.

– Ainda é um doce de criança, Lucian. Mesmo com seu corpo delicioso de homem. Tem muito que aprender sobre homens e mulheres, e quanto forte e profundo pode ser o que os une. Saberá um dia, quando encontrar a pessoa certa.

Chelsea saiu da cama devagar, deslisando seu corpo pelos lençóis macios de seda pura, e Lucian a acompanhava com olhar curioso.

– Ele era a sua pessoa certa? O homem que lhe deu o colar?

– Sim! Ele era o meu homem. O único dono do meu coração.

– Quem era ele?

– O verdadeiro dono da espada que te feriu.

– Um lobisomem, Chelsea?

– Sim! Uma fera ensandecida, que eu amava profundamente.

– O que aconteceu com ele?

– Está morto, é claro! Jamais iria permitir que um porco como Nahuel, empunhasse sua espada, quanto estivesse vivo.

– Quem o matou, Chelsea? Por que não foi atrás? Por que não se vingou.

– Como eu disse... Há muito que você tem que aprender sobre homens e mulheres, Lucian.

Chelsea se vestiu, saindo em sua velocidade de vampira. Lucian encostou sua cabeça nos travesseiros, curioso com a estória de Chelsea. Mas cansado, fechou os olhos, com um sorriso leve e tranquilo, e se deixou levar pelo sono.


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Notas finais do capítulo

ATÉ DOMINGO BJS !!!



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