Nami In Wonderland escrita por Leh Paravel


Capítulo 7
Maldição


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura XD



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Robin não conseguia dormir, não depois de tudo o que aconteceu naquela noite. Ainda sentia as mãos tremerem com a cena de poucas horas atrás.

 

“Majestade” sua dama veio lhe chamar em seu quarto. Ordenou que não importasse a hora, ela deveria ser avisada quando Nami e o Chapeleiro retornassem “Eles voltaram.” a dama parecia aflita e isso alertou Robin.

A rainha foi levada até a ala médica e antes de abrirem as portas ela já imaginava o pior.

“Robin” Nami veio direto até ela, parecia ilesa, mas seu rosto estava vermelho de tantas lágrimas. A rainha a abraçou com força, transmitindo segurança e ao mesmo tempo acalmando seu próprio coração.

“O que aconteceu, Nami?” ela se afastou e olhou nos olhos da sobrinha.

“Fomos alvejados na fuga de Fortaleza Vermelha” ela respondeu “Sanji saiu com ferimentos leves, mas Luffy...” Nami sentiu as pernas bambas, mas se segurou “Ele ficou na minha frente e tomou todas as flechas no meu lugar” o corpo inteiro de Nami começou a tremer e ela caiu no chão, Branca a acompanhou tentando acalmá-la.

“Eu sei que você está preocupada, mas vai ficar tudo bem, temos uma excelente equipe médica que vai cuidar dele.” ela acariciou o rosto da ruiva que não parava de chorar. A porta do sala de operações se abriu. De lá saiu um homem moreno e esguio com um chapéu de manchas e tatuagens nas mãos. “Como ele está, Law?”

“Eles, majestade” Robin lembrou que Nami mencionou que Sanji veio com eles “Luffy-ya vai ficar bem, ele evitou danos em seus órgãos internos” Robin olhou para o homem com um sorriso aliviado, mas percebeu que ele não parecia tranquilo.

“O que foi?” o médico olhou para a sala de onde veio e suas mãos, sem saber exatamente como dizer.

“O Valete, quer dizer, o Sanji-ya, seus ferimentos foram superficiais, no entanto, ele foi amaldiçoado pela Vermelha” ela arregalou os olhos.

“Você tem certeza?” Indagou a rainha;

“Sim e é uma maldição bem feia.”

 

Depois daquilo, Nami disse que ficaria na ala médica junto deles e nada que dissessem a convenceu do contrário. Ela até passou por cima do Trafalgar Law, o melhor médico de toda Wonderland, mas de temperamento difícil e intimidante.

Robin levantou da cama e colocou um robe por cima de sua roupa de dormir, estava esperando mais uma pessoa e ela ainda não tinha chegado, o que era normal, ele nunca conseguia acertar o caminho. Estava preocupada com ele.

“Estava me esperando?” perguntou uma voz rouca atrás dela, dando-lhe arrepios. Ela olhou pra trás e viu o homem de cabelos verdes sentado na borda de sua cama. Ele estava em perfeito estado, sem qualquer ferimento, como esperado dele.

“Nami e os outros voltaram, Luffy chegou ferido por flechas e Sanji foi amaldiçoado pela Hancock” viu o semblante do outro endurecer, ele estava bravo e sentindo culpa também.

“E a Nami?” Ele não se preocupava realmente com ela, apesar de achá-la interessante, perguntou apenas porque Robin se preocupava.

“Está na ala médica com os dois” ela respondeu sentando na cama ao lado dele “Com o Lightning nas mãos”

“Eu vi a sala da Vermelha quando entrei lá, ela ativou o Lightning. Agora não sei se foi por querer ou não.”

“Ela está determinada a curá-los, ela acha que conseguirá usar o Lightning outra vez, mas Nami não sabe que mesmo a Frau, o maior prodígio que já existiu na família real, levou dez anos anos pra dominá-lo completamente” ele colocou a mão no ombro dela e a puxou pra mais perto “Mas eu não tenho coragem de dizer isso a ela”.

“Melhor não dizer nada, ela vai descobrir sozinha e, independente do resultado, isso vai prepará-la pro que vier”

“Sim” Robin olhou pra cima, analisando a face do homem ao seu lado. Ele era fascinante, em todos os sentidos “Por que ainda está nessa forma?”

“Pra te consolar” ele respondeu, apertando-a contra sim, ela sorriu.

“Você sabe que se ficar na forma humana por muito tempo talvez não consiga voltar”

“Talvez um dia eu não precise voltar” ele falou encarando-a. Robin sorriu.

“E a Hancock?”

“Não foi um grande problema, ela quis usar a Persuasão em mim, mas não funcionou” ele riu com a lembrança da cara de assombro da vermelha.

“Acho que ela nunca imaginou que um Cheshire apareceria para defender os dois” ela riu junto dele. “Obrigada por ir salvá-los, eu sei que foi difícil pra você” ele parou de rir e a olhou com um intensidade.

“Não tem problema, além disso o Luffy é meu amigo” ele levantou da cama, claramente indo embora. Uma fumaça acinzentada o rodeou da cabeça aos pés.

“Obrigada, Zoro” o atraente homem sumiu e foi substituído por um enorme gato verde acinzentado com grandes olhos verdes e um sorriso.

“De nada, Robin” e evaporou.

 

OOO

 

Nami sempre odiou hospitais, o ambiente exalava morte, tristeza e doenças.

Sanji e Luffy estavam na mesma seção da ala médica em camas lado a lado. Luffy dormia tranquilamente enquanto Sanji estava com doses altas de morfina no corpo devido as dores causadas pela maldição da Hancock.

Nami queria voltar na Fortaleza Vermelha e esganar aquela miserável pessoalmente, mas não era o melhor momento e nem tinha meios pra isso. Os dois precisavam dela agora.

E que bela ajuda estavam tendo.

A ruiva estava morrendo de frustração, raiva e ódio de si mesma. Em sua ingenuidade, achou que assim que tivesse o Lightning em suas mãos tudo seria resolvido, ela curaria o Luffy da maldição do mercúrio, resolveria esse conflito e depois voltaria pra casa, porque isso ela nunca deixou de desejar. Mas não, em vez disso o Lightning estava silencioso, frio e inútil.

“Nami…?” a ruiva arregalou os olhos.

“Luffy?” ela olhou pro lado e viu o moreno abrindo os olhos com dificuldade, ela correu pro lado dele, eufórica por ver ao menos um deles consciente. “Luffy!” ele sussurrou alguma coisa e ela se aproximou pra ouvi-lo melhor. “O que foi, Luffy? Você está com dor, precisa de alguma coisa?”

“E-Eu...” ele começou “Eu...”

“O que foi Luffy?” Ela queria saber ansiosa.

“Eu to com fome” Nami quase caiu da cadeira. É sério isso?

“Oh, Luffy-ya, você acordou” Trafalgar Law entrou na sala. Ficou satisfeito por ver o Chapeleiro desperto.

“Yo, Torao” Luffy quis levantar, mas Nami o impediu, colocou em vez disso mais um travesseiro para que ele ficasse inclinado. “Faz tempo que não te vejo” o médico chegou perto dele e colocou a mão em sua testa, medindo a temperatura.

“Ainda bem, né? Significa que você não tá se metendo em encrenca” O outro apenas deu sua risada costumeira. Law fez uma pequena carícia no rosto do outro enquanto media a temperatura e seu olhar ficou mais suaves, Luffy não percebeu, mas Nami sim e uma onda de ira cruzou seu corpo por um segundo.

Como ele se atreve?!

“Ei, Nami, você tá bem?” Luffy ignorou o médico quando viu a expressão da ruiva, ela parecia querer matar o outro. ele alcançou a mão dela e esta pareceu se acalmar.

“Sim, estou” ela encarou Law com fogo nos olhos, o outro não era idiota e sacou na hora o que a irritou, porém em vez de recuar Law deu um sorriso sacana que a irritou ainda mais. “O Luffy disse que estava com fome, doutor” a última parte carregada de cinismo “Será que a Terracota-san já pode preparar algo pra ele?”

“Já sim, esse cara pode se quebrar todo, mas o estômago dele está sempre funcionando”

“Ótimo” ela disse “Pode pedir pra alguém ir avisar então?”

‘Maldita, abusando de sua posição’ “Agora mesmo, alteza-ya” disse com um sorriso de escárnio e saindo da sala. Um ponto pra Nami. Luffy viu tudo e não entendeu nada.

“Você tá bem mesmo, Nami?”

“Não” ela sentou na cama e ficou de frente pra ele, o rosto sério “Você não devia ter feito o que fez, Luffy” ela segurou as duas mãos dele entre as suas “Podia ter morrido e o que eu faria depois?” ela o encarou com intensidade. As lembranças dele caindo e sangrando em cima dela ainda vivas em sua mente. Ela quase deu um susto nos guardas quando chegou e a viram com as costas cobertas de sangue, porém ela foi rápida em dizer que não era dela e que cuidassem dos dois o mais rápido possível. Todos hesitaram em chegar perto e até tratar Sanji, mas ela foi clara e disse que cuidassem dele também.

Luffy sentiu ela fraquejar e a segurou pelos braços, trazendo-a pra mais perto, encostando seu rosto no dela.

“Hey, Eu to bem, tá vendo?” Ela levou as mãos ao pescoço dele, sentindo o calor do outro corpo “E não adianta, Nami. Se for pra te proteger eu faço qualquer coisa” Luffy sorriu, mas Nami sabia que ele estava falando muito sério e não gostava disso, não queria ele a protegendo, queria ele ao lado dela, os dois cuidando um do outro. Não queria ver ele sangrando por sua causa nunca mais. Ela queria pedir, suplicar a ele pra que nunca mais fizesse algo do tipo, mas era inútil, ele só deixaria de cuidar dela quando ela fosse capaz de proteger a si mesma.

Nami o puxou pra si e o abraçou tomando cuidado com seus ferimentos. Ela ficaria mais forte, por ela e por ele.

Um gemido de agonia soou no quarto e os dois olharam pro lado, era Sanji. O efeito da morfina deve ter passado. Nami levantou e foi até ele. Luffy olhou para o outro confuso.

“O que ele tem, Nami?”

“Ele foi amaldiçoado pela Hancock” Nami pegou um pano seco e limpou o suor do loiro. Ele estava queimando de febre. “Enfermeira, ajude-me!” a pequena enfermeira a encarava sem fazer nada “Por que está parada aí?” indagou, a menina tremeu no lugar, mas não se mexeu.

“Desculpe, alteza, mas eu não vou chegar perto do Valete”

“Como é?” se aproximou da menina.

“O Valete matou os meus pais, eu não vou tratá-lo” ela disse “Ele também não merece sua atenção, alteza” Nami olhou para os lados e viu mais outros dois enfermeiros, ambos também pareciam relutantes em ajudar.

“Está me dizendo que vocês usam o critério de caráter para decidir quem vive e quem morre aqui?” Luffy sentiu uma pequena corrente elétrica perto de si e viu que o Lightning estava do lado de sua cama, ele irradiava uma luz azulada e pequenas faíscas “Um médico de verdade trata todos os pacientes, sejam eles bons ou maus, por isso movam essas bundas e tratem de ajudá-lo agora!” Os olhos de Nami ficaram dourados por uma fração de segundo, a ameaça era clara. Todos se moveram o mais rápido que puderam em auxílio do loiro que se remexia e gritava de dor.

A ruiva sentiu seu corpo se acalmar, nunca antes sentiu algo tão forte e,por um momento, pensou que realmente raios sairiam de suas mãos contra aqueles três.

“Nami” Luffy lhe chamou e estava bem sério “Vem aqui” ela foi até ele e Luffy lhe apontou o Lightning.

“O que que é tem?” ele continuou apontando como se pedisse pra ela prestar atenção. Ela foi pegá-lo quando sentiu uma pequena faísca e o calor que o Lightning emanava. Então não foi só impressão, o Lightning realmente se ativou.

“Oi Oi, o que está acontecendo aqui?” Law estava na porta encarando todos com cara de poucos amigos.

“Dr. Law!” um dos enfermeiros veio na sua direção “Sua alteza Nami quer que cuidemos do Valete e-”

“E dai?” Law indagou interrompendo o outro.

“Como assim, Doutor? Ele é o Valete e-”

“Eu perguntei ‘E daí?’” o pobre enfermeiro recuou com o tom do médico “E daí que ele ERA o Valete? Não faz diferença pra mim quem ele era, agora ele é só um paciente na minha ala médica que deve ser tratado até que melhore ou morra, vocês me entenderam?” Os enfermeiros assentiram nervoso, não sabiam quem era mais assustador. Nami mirou Law com o canto de olho, tinha alguma coisa nele que a deixava nervosa e ver o modo como ele olhava pro Chapeleiro a irritava. “Ei, princesa, quanto tempo a Vermelha disse que tinha até a maldição matá-lo?”

“Até o pôr do sol de amanhã” ela respondeu com a cabeça baixa.

“Então não perca tempo e aprenda a curá-lo até o fim do dia” ele disse “Nós podemos ajudar com a febre, diminuir a dor, mas a única que pode fazer algo por ele é você” Nami franziu o cenho, sabia disso já, não precisava que ele dissesse a ela.

“Doutor” a enfermeira chamou “Ele está consciente” Nami se moveu antes dele e logo estava na borda cama, segurando a mão do Sanji.

O loiro abriu os olhos, a primeira coisa que viu foram madeixas ruivo-alaranjadas.

“Prin...cesa?” falou com dificuldade, a garota apertou sua mão.

“Sanji, Sanji pode me ouvir?” Ela chegou mais perto dele e Luffy franziu o cenho.

“Princesa...Não se preocupe comigo” ele pediu ofegante “Minha vida não vale tanto assim… As coisas que eu fiz...”

“Não foi você! Você estava sob controle dela” ele garantiu “Não foi você...” Nami queria esganá-lo, mas se conteve. “Eu vou salvar você, então se você morrer eu te mato” o loiro riu de leve e voltou a dormir.

“O que vai fazer, Nami?” quis saber o chapeleiro, ainda meio desconfortável por vê-la tão próxima do Sanji.

“Vou falar com a Robin primeiro. Ela pode saber de alguma coisa.” respondeu saindo da sala levando o Lightning.

 

OOO

 

Nami caminhou pelas corredores com um pouco de pressa. Seu rosto uma máscara perfeita de indiferença. Nunca permitiu que os outros soubessem de seus verdadeiros sentimentos e não seria agora que daria brecha. Virou o corredor pra entrar no escritório de Robin quando sentiu o bastão pulsar em suas mãos.

Mas o q?!

Nami.

Ela conhecia aquela voz, era o Lightning. Era o Lightning!

Nami, precisamos conversar.

Nami abriu a boca pra responder, mas decidiu ir então para seu quarto. Não queria que a vissem falando com uma voz dentro de sua cabeça no meio do corredor. Que estranho, dias atrás se dissessem a ela que ela estaria em seu quarto conversando com um bastão mágico ela teria dado boas gargalhadas.

Ela entrou, fechou a porta do seu quarto e sentou na cama. Ok, como conversar com alguém que não existe?

Ei, eu existo e sou bem real, ouviu?

Nami corou, então o Lightning podia ler sua mente?

Mais ou menos, ajudaria você a entender que sou sua amiga se pudesse me ver?

A ruiva achou estranho, mas assentiu. Uma luz saiu do Lightning projetando uma imagem, uma garota mais ou menos de sua idade apareceu e parecida muito com ela, exceto pelos olhos dourados e o cabelos prateado.

“Por que tomou a forma da minha mãe?”

“Ela foi minha última dona, não quis aborrecê-la” Lightning parecia triste.

“Não, tudo bem. Pode manter essa forma” a garota de cabelos prateados a mirou por uns segundos, mas logo sorriu. “Eu imagino que queria saber algumas coisas”

“Sim, quero saber porque não me respondeu essa madrugada inteira quando te chamei para curar o Sanji” Seu tom era acusatório e cheio de mágoa, Lightning suspirou, já imaginava essa reação.

“Eu preciso que duas condições sejam cumpridas para curá-lo” a garota começou com voz bem séria “Fiquei muitos anos sozinha, minha princesa, preciso de tempo para me acostumar novamente. A maldição do Sanji é mais alto nível do que você pensa. Garanto que amanhã antes do pôr do sol estarei em perfeita forma. Esta é minha primeira condição” a ruiva não gostava disso, Sanji teria que passar a noite agonizando, mas era melhor do que nada.

“E a segunda condição?” Lightning sorriu.

“Essa condição depende apenas de você, princesa” ela começou “Por mais poderosa que eu seja, não posso fazer nada sozinha. Minha ações dependem totalmente dos sentimentos do meu portador” ela disse encarando intensamente a ruiva “Entende? Quanto mais intensos os seus sentimentos forem, mais forte eu me torno”

“Mas quão intensos meus sentimentos devem ser para salvar o Sanji?”

“Você lembra de como se sentiu hoje mais cedo quando persuadiu aqueles enfermeiros? Aqueles sentimentos não eram apenas raiva, Nami, mas proteção. Você queria protegê-lo e eu reagi de acordo apesar de não estar forte ainda. Se você me der sentimentos tão ou mais intensos que o de proteção eu lhe garanto que posso salvar Sanji, curar o Luffy e até consertar a sua memória ao mesmo tempo como fiz na Fortaleza Vermelha”

“Minha memória? Mas o que minha memória tem pra ser consertada?”

“Eu lhe explicarei com o tempo, agora se concentre em encontrar algo que a faça sentir algo com intensidade”

“Mas como posso? Sentimentos não coisas racionais, Lightning” retorquiu Nami “Como posso…?”

“Tem certeza de que não há nada ou ninguém que lhe desperte nenhum intenso sentimento, Nami?” sugeriu divertida “Tenho que ir, ainda preciso descansar. Boa sorte, minha princesa” e linda garota sumiu.

Nami fechou os olhos e deu um longo suspiro.

Droga.

 

OOO

 

Luffy estava deitado na cama olhando pro alto, onde a Nami foi e por que demorava tanto pra voltar?

“Pensando na princesa, Luffy-ya?” quis saber o médico enquanto preenchia um formulário de pé ao lado da cama. O moreno apenas sorriu pra ele.

“Sim, agora que ela voltou é estranho estar longe dela” Law cerrou os dentes com a declaração. Não precisava ouvir aquilo.

“Ouvi dizer que ela não lembrou de você quando chegou aqui”

“Quem disse isso pra você?”

“Chopper-ya” Luffy suspirou.

“É verdade, ela não lembrava de nenhum de nós.” Law sentou na borda cama bem próximo do Chapeleiro. Os dois se encarando com intensidade, Luffy com curiosidade e Law com um misto de sentimentos.

“Como você está, Luffy-ya?” este olhou pro lado “Teve outros surtos?”

“Sim”

“Por causa dela, não foi?” Luffy o mirou com reprovação “Eu sabia que isso aconteceria. Afinal foi ela em parte responsável por isso”

“Isso não é verdade”

“É sim, é sim e você sabe disso!” Law segurou Luffy pelos braços, forçando-o a encará-lo “Todos sabem que depois que Arthur e ela foram embora, você e Branca mantiveram contato com o rei pelos espelhos. Vocês conversavam por cartas quase todos os dias, mas nem disso ela lembra.” Law levantou da cama exasperado.

Luffy fechou os olhos tentando afastar as lembranças. Realmente, por setenta anos ele e Nami trocaram correspondências, ele escrevia uma carta a ela a cada dez dias e ficava feliz de saber que Nami também sentia sua falta. Um pouco antes do centésimo aniversário da ruiva, ela disse que estava muito feliz e ansiosa pra finalmente voltar a Wonderland, voltar pra ele.

Mas o dia chegou e nada.

No mesmo dia também Robin perdeu contato com Arthur. Ela tentou de tudo, mas sem resposta. Luffy até tentou passar pela porta para o outro mundo em um ato de desespero, ferindo-se no processo. Os dois sabiam que alguma coisa tinha acontecido, entretanto,não podiam fazer nada. Logo depois a guerra contra a Hancock se intensificou e o moreno, mesmo somente em seus cento e vinte anos, decidiu participar junto de seus irmãos mais velhos, Ace e Sabo.

Os três eram incríveis juntos e venceram muitas batalhas, mas um dia a Hancock apareceu no campo de batalha e destruiu toda a vila dos chapeleiros.

Ace e Sabo morreram na frente dele, protegendo-o.

Luffy não lembra bem do que aconteceu depois disso. Ele acordou três dias depois no meio da floresta com seu corpo ferido e coberto de sangue que sabia não ser seu. Sua cartola era a única coisa intacta de si mesmo.

Law o encontrou e o levou para Marmoreal onde, depois de uma longa conversa, ele e Robin perceberam que perder o contato com Nami e Arthur e logo mais ver seus dois irmãos morrerem na sua frente causou um enorme trauma no chapeleiro fazendo com que a personalidade de Luffy fosse dividida em duas partes: uma gentil, protetora e risonha e outra com sede de sangue, sarcástica e violenta.

Os surtos eram repentinos e ninguém além do Law conseguia acalmá-lo, mas com o tempo eles foram diminuindo e nos último trinta anos ele não teve nenhum.

Nenhum até aquela maldita mulher voltar. Law a detestava, por tudo que ela fez e está fazendo ao seu amado chapeleiro.

Sim, amado, Trafalgar Law era apaixonado por Luffy há anos, mas nunca tomou uma atitude sobre isso.

“Eu sei que está preocupado comigo, Torao. A Nami não se lembra de mim, mas eu me lembro dela e vou fazer ela lembrar, porque fizemos uma promessa de ficarmos juntos até o final” A porta da ala médica abriu e eles viram a princesa entrar e ir direto até a cama do chapeleiro, ele a recebeu com um sorriso e esta sorriu de volta, os dois perdidos no próprio mundo. O médico suspirou derrotado, no coração do moreno só existia Nami e mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

Sou fã declarada de LawLu e teve coerência colocar isso nessa história já que é absolutamente normal relações de mesmo sexo em Wonderland. Infelizmente não haverá nada concreto então sorry fãs do casal rsrs



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