Nami In Wonderland escrita por Leh Paravel


Capítulo 6
Ferido


Notas iniciais do capítulo

Este cap está longo e estou bem satisfeita com ele XD
Boa letura



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O sol se pôs. Nami respirava fundo, Robin veio lhe chamar bem cedo naquela manhã para que recebesse pequenos treinamentos de defesa. Uma espadachim chamada Tashigi a ensinou a se desviar de espadas e adagas, ela até quis ensiná-la a manejar uma espada, mas Nami não se sentiu confortável com a ideia de ferir alguém. Tashigi estava impressionada, Nami era esperta e aprendia rápido, logo já sabia se esquivar e se defender muito bem para uma novata.

A dama de Nami, Nina, foi instruída a arranjar algo prático e discreto para a princesa cavalgar e correr, assim, ela separou uma calça feminina preta de montaria, uma camisa azul escura de manga longa de seda e um casaco longo preto. Nami adorou e parabenizou a menina pela escolha que respondeu com um sorriso tímido.

Luffy levou um sermão de uma hora de Robin sobre como era importante que ele ficasse atento o tempo todo e como ele não poderia sair correndo quebrando tudo e tirar os olhos da princesa. Quando se encontraram no estábulo, os ouvidos do Chapeleiro zumbiam.

“Tudo bem com você, Luffy?” Perguntou Nami, o moreno apenas assentiu, coçando o ouvido. Ele usava uma calça curta preta, Uma camisa vermelha e um casaco preto. Sua cartola ainda na cabeça.

“Nami tem uma coisa que você precisa saber” Branca segurou a mão de Nami entre as suas “Nunca, em hipótese alguma, deixe Hancock chegar perto do Luffy”

“E por que isso de repente?”

“Hancock é uma mulher linda, desde pequena ela conseguia que os outros fizessem qualquer coisa por ela com um sorriso, mesmo sendo a princesa. Ela manipulava homens e mulheres à seu bel prazer, porém com o BloodySnake isso virou um poder real. Tudo que ela precisa é de um toque, um mero roçar pra controlar uma pessoa” Nami arregalou os olhos em surpresa e terror.

“Então… É assim que ela controla o Valete”

“Existe a possibilidade de ele estar ao lado dele por vontade própria, tome cuidado”

“Está bem” Nami estava nervosa, apavorada na verdade, mas engoliu a sensação. Subiu no cavalo preparado pra ela, era um lindo corcel acinzentado de  temperamento dócil. Ela não cavalgava há algum tempo, mas era como andar de bicicleta.

“Tá pronta, Nami?” Luffy perguntou montando em um lindo puro sangue negro. A ruiva assentiu e eles partiram.

A distância era relativamente curta, dentro de duas horas eles chegariam no enorme castelo cor de sangue. A noite estava agradável ao menos. Nami amava cavalgar, sentir o vento no rosto era um prazer raro. Ela olhou pro lado e viu Luffy, ele parecia tenso.

“Viu alguma coisa, Luffy?” Disse alto o suficiente para que ele ouvisse.

Olhou para os lados, porém por ser noite não conseguiu discernir nada, até ver um vulto no meio das árvores, e mais um e mais um.
‘Deve ter mais de vinte agora, se Nami não estivesse aqui eu até poderia parar, mas…’
“Ai!” gritou a moça.
“O que foi Nami?”
“Acha que algum inseto me picou, senti agora mesmo alguma coisa perto do ombro” Luffy arregalou os olhos.
“Nami! Pare agora o cavalo!” ela fez o que ele disse. Aproximando-se dela, Luffy olhou o seu ombro, franzindo os olhos ao ver o que tinha nele. Desceu do cavalo pra ajudá-la a descer.
Um dardo tranquilizante.
“O que houve Luffy? Foi só uma picada, estou bem, só um pouco sonolenta” Nami estava tonta, teria caído do cavalo se o moreno não a tivesse segurado “Estou com sono…” o chapeleiro a ajudou a descer do enorme animal, completamente zonza, ela não fazia ideia do que estava acontecendo.
“Merda” Luffy sentiu uma picada em seu pescoço. Viu vários soldados vermelhos se aproximarem antes de cair desacordado.

 

OOO

 

A primeira coisa que sentiu ao acordar foi o chão frio, provavelmente de umas das celas de Fortaleza Vermelha. Tentou mexer os braços, mas foi inútil, eles estavam acorrentados assim como suas pernas.

Nami

Uma onda de pânico e raiva dominou o seu corpo por um instante, se encostarem em um fio de cabelo dela…

“Luffy...” uma voz fraca o chamou na escuridão, achou que foi a sua imaginação quando a voz chamou mais alto e sem dúvidas era sua princesa.

“Nami?” seus olhos se acostumaram com a escuridão por isso conseguiu distinguir um corpo menor próximo ao seu. Diferente dele, ela tinha apenas os braços amarrados na frente do corpo. “Nami, você tá machucada?”

“Estou bem” ela estava apavorada e ele não podia fazer nada, porque a situação não ia ficar melhor, não se a Vermelha fosse lidar com isso pessoalmente. “O que vamos fazer, Luffy?”

Antes que Luffy pudesse dizer algo, a porta da cela se abriu e o Valete encarava os dois com satisfação e malícia.

“Eu nunca pensei que seria tão fácil emboscar vocês dois, Chape” o loiro entrou na direção de Nami, o chapeleiro tentou ficar entre os dois, mas sem sucesso.

Mate ele! urrou a voz em sua cabeça.

“Sua majestade quer ver você, princesa” Sanji ajudou a ruiva a se levantar com surpreendente gentileza, confundindo ela e o moreno que sentiu a voz dentro de si se acalmar por um instante “Se você se comportar a tratarei como alguém de sua posição, senhorita” Nami estava tremendo, olhou para Luffy uma última vez antes da cela se fechar “Faça qualquer gracinha e ela morre, Chapeleiro” Nami arregalou os olhos.

Luffy achou aquela situação muito estranha, nunca viu Sanji ser gentil com ninguém além de Hancock.

Talvez, só talvez, ele estivesse voltando ao normal

 

OOO

 

Robin voltou ao seu escritório o mais rápido que pôde, não queria desperdiçar um segundo sequer e se sua intuição estava correta aquela pessoa já estava lá.

“Yo, Branca” cumprimentou a pessoa quando abriu a porta.

“Você demorou” ela disse, fechando a porta atrás de si.

“Eu estava-”

“Eu sei” a pessoa a olhou com uma cara feia, mas sem real desgosto. “Quero que vá até Fortaleza Vermelha. Quero que garanta que os dois voltem sãos e salvos”

“Não confia no Luffy?” perguntou intrigado e um pouco ofendido pelo amigo.

“Não confio no Chapeleiro” respondeu, um brilho de compreensão cruzou os olhos do outro.

“Ele teve outro ataque?”

“Ainda não” ela disse. Ele levantou da cadeira dela e caminhou até a janela, escancarando-a. “Tenha cuidado” Olhos verdes com pupilas verticais brilharam em resposta.

“Eu vou.”

 

OOO

 

Enquanto era guiada pelo loiro, Nami não conseguia deixar de se sentir calma na presença dele, o Sanji de seu mundo era alguém querido pra ela. O lado racional de sua mente gritava para que ficasse alerta, mas era difícil.

“Chegamos” a porta já estava aberta, ela podia ver um escritório ricamente mobiliado. Na escrivaninha estava sentada a mulher mais linda que já tinha visto. A pele branca sem imperfeições, os olhos azuis escuros e penetrantes, o cabelo uma cortina de seda negra e seu rosto parecia esculpido a mão. Realmente, uma mulher muito bela, uma rainha.

“Apenas você e ela Sanji” o soldado fechou a porta e ficou de guarda.

Nami ficou de pé, sua postura ereta e seu olhar indiferente, podia não saber lidar com soldados, lutas e perseguições, mas sabia como lidar com pessoas e principalmente mulheres. Só esperava que ela não notasse suas mãos trêmulas.

Hancock percebeu a tranquilidade no semblante da menina e sentiu raiva. Aliás, tudo nela lhe dava raiva, desde sua postura até seu rosto que era a própria imagem de Frau, garota desprezível, a única coisa agradável nela era seu lindo cabelo alaranjado do mesmo tom do seu amado Arthur.

“Você parece com sua mãe” Hancock falou com indiferença.

“E você não gosta disso” Nami respondeu no mesmo tom.

“Não, não gosto” levantou da escrivaninha e foi até ela “Frau tinha uma petulância no olhar que me irritava, porém…” ela tentou tocar no cabelo de Nami, mas esta recuou “Robin disse pra você não tocar em mim?” indagou com um sorriso, Nami ficou quieta, mas a resposta era clara “Não se preocupe, não posso enfeitiçar meu próprio sangue”

“O que quer dizer?”

“Quero dizer que mesmo se a própria Branca caísse em minhas mãos eu não poderia utilizar minha Persuasão contra ela. Teria que matá-la assim como você” Hancock ficou satisfeita em ver um brilho de medo no olhar da ruiva.

“Por que ainda estou viva?” Quis saber sinceramente.

“Porque eu queria olhar nos seus olhos antes de matar você” a outra respondeu “Sua execução será logo, no entanto, nada impede que eu me divirta com você antes disso, não é?” Nami sentiu algo subindo em sua perna, seus olhos encheram de terror quando viu uma enorme cobra escarlate lhe picar. Ela tentou se livrar, porém sentiu o corpo fraco, foi envenenada!

“Relaxe, isso não vai matá-la, mas vai impedi-la de se mover por algum tempo” a ruiva caiu no chão, imóvel “Valete, vá buscar o Chapeleiro”

“Sim, minha rainha” o loiro saiu, deixando as duas.

Nami sentia seu corpo queimar, o que quer que aquela maldita cobra tenha feito com ela estava doendo e muito.

“Sabe, eu nunca imaginei que a veria novamente, depois de cento e cinquenta anos, ou quinze no seu caso” Ela pegou uma xícara de chá quente na mesinha próxima “Imaginei que Arthur preferiria te manter protegida” o tom de Hancock ficou suave, como que lembrando de algo agradável. “Ele veio com você?” A ruiva sussurrou um claro não “Hm, é uma pena”.

“Majestade” Chamou o Chapeleiro abrindo a porta. “O prisioneiro está um pouco descontrolado, tivemos que amordaçá-lo”. Luffy entrou na sala com correntes em volta de todo o seu corpo e uma mordaça na boca, seus olhos estavam cheios de raiva.

“Não tem problema, Sanji” ela disse vendo o prisioneiro “É até melhor assim”

Nami encarou Luffy com dificuldade, o veneno a impedia de se mover muito, mas a visão dele daquele jeito a encheu de fúria e tristeza. Robin estava certa, não deveriam ter vindo sozinhos, foram capturados e nem sabiam onde o Lightning estava. Luffy pareceu finalmente vê-la e seus olhos se encheram de fúria, ela viu com terror os olhos dele ficarem completamente vermelhos. Isso era mal, se ele perdesse o controle ali...

“Quer saber por quê eu o trouxe aqui, Nami?” Ela se aproximou da ruiva “A execução dele será amanhã de manhã, mas a sua será agora mesmo, sendo ele uma das testemunhas” Os olhos de Nami arregalaram em terror.

Me chame Nami ouviu uma voz dizer. Quem era? Sentiu sua mão pulsar, o que estava acontecendo?

“Não faça isso, Hancock?! É a mim que você quer, ele não tem nada a ver com isso!” Nami tentou levantar, mas era inútil, o veneno era muito forte e a cobra escarlate sibilava cada vez que tentava.

“Oh, Nami” ela disse com tom condescendente “Não existe futuro depois de um coração partido” ela tocou a cobra e viu com assombro o animal ficar ereto e assumir a forma de um bastão vermelho escarlate “Ah, desculpe, esse é meu querido BloodySnake, lindo não é?” A ponta era uma cobra sibilante e ameaçadora como se estivesse viva. “O Chapeleiro é uma pedra no nosso sapato desde o início, ele nunca desistiu de você. Se ele morrer amanhã antes de eu quebrar seu espírito as pessoas vão aclamá-lo como herói.

Nami eu estou aqui. Diga meu nome. Sua mão pulsava ainda mais, Nami entendia que era uma pessoa tentando ajudar, mas como saberia o nome delas?!

“Ele vai ver você morrer, Nami, e não poderá fazer nada pra impedir.

Você sabe meu nome, diga.

O Chapeleiro se debatia, tinha que tirar Nami dali agora!

“Valete, levante-a” o loiro deixou as correntes de Luffy com duas cartas e forçou Nami a se levantar, a menina estava mole como gelatina “Que patético, princesa, não conseguiu nem chegar perto do Lightning, e você Chapeleiro…” ela mirou o moreno que a encarava com sede de sangue “Tantos anos esperando e na primeira oportunidade vai deixar a mulher que ama morrer” Hancock se afastou um pouco e apontou o bastão para a ruiva “Adeus, Nami, foi um desprazer”

Diga agora!

Uma onda de energia vermelha saiu do BloodySnake e foi na direção da ruiva que ficou paralisada no lugar. Ela queria correr, se abaixar, qualquer coisa. Foi então que viu uma sombra na sua frente, era Luffy!

Não!

Nami!

“Lightning!”

 

OOO

 

Ele estava no meio da floresta quando ouviu uma grande explosão e uma luz branca na direção oposta.

“Droga” disse correndo pra lá.

 

OOO

 

Uma luz branca dominou todo o local, cegando-os por alguns minutos. O que foi aquilo?

Luffy sentiu a voz na sua mente se calar como nunca antes, o que tava acontecendo? A luz começou a diminuir e Luffy pôde ver a Vermelha na parede oposta, com uma barreira de proteção em volta do seu corpo, Sanji também estava contra a parede próxima a si, parecia atordoado e, no meio do quarto, com todo o corpo irradiando uma energia dourada estava Nami segurando o Lightning.

“Não é possível” ouviu Hancock dizer “Ela nem tinha o Lightning nas mãos… Não é possível!”

Nami se virou pra ele, seus lindos olhos castanhos estavam agora dourados. Não era ela ele entendeu, era o Lightning, ele tomou posse do corpo da Nami pra protegê-la. Luffy tentou se levantar, mas o Valete tinha lhe dado uma bela surra de chutes na cela antes de o trazer aqui. Lightining percebeu seu desconforto e foi até ele, ela se ajoelhou apoiando-se no bastão que agora tinha quase dois metros.

“Nami…”

“Ela está descansando” respondeu o Lightning “Ela choraria se visse o seu real estado como eu vejo, meu querido chapeleiro” ela beijou a testa do menino que grunhiu, uma onda dourada atravessou seu corpo e de repente todo os ferimentos e cansaço sumiram. “Isso é tudo que posso fazer por você agora, Luffy. Leve Nami pra longe daqui, estou muito fraca no momento pra protegê-la” os olhos de Nami voltaram a ficar castanhos e ela caiu desacordada nos braços de Luffy que a segurou com cuidado. O bastão voltou ao seu tamanho inicial.

Luffy estava pasmo, não só o Lightning despertou como protegeu ele e Nami. A ruiva se moveu, recobrando a consciência, parecia confusa, mas sorriu quando viu o Chapeleiro.

“Luffy…”

“Shishishi falamos depois, agora temos que ir” eles levantaram prontos pra correr.

“Valete, mate-os” ordenou Hancock, Sanji estava mais próximo que ela e os mataria sem tempo, não podia arriscar um segundo ataque do Lightning.

O loiro parou na frente da porta, a cabeça baixa, Luffy estava pronto pra lutar com ele e matá-lo se preciso, não deixaria ele encostar na Nami, mas o Valete só ficou ali parado e estava… tremendo?

“Não ouviu o que eu disse?” Ordenou Hancock com firmeza “Acabe com eles!”

“N-” sussurrou ele.

“O que disse?”

“N-não…Não!” Sanji encarou a Vermelha com determinação. Todos o miravam com surpresa, será que finalmente…?

“Meu melhor soldado! Não!” Hancock surtou, estava louca de raiva, aquela desgraçada da Nami liberou o Sanji da sua Persuasão.

“Sanji é você?” Luffy perguntou hesitante.

“Luffy” O loiro sorriu timidamente para o amigo com quem não falava há anos. “Há quanto tempo”

“Sim” Luffy sorria com todo o coração, Sanji estava de volta.

“Não pense que você vai embora assim Valete” antes que pudesse revidar, Hancock mirou BloodySnake nele e uma rajada negra o atingiu.

“Sanji” Nami viu com horror Sanji ser atingindo em cheio. Ele não chegou a cair, mas ficou tonto por uns segundos. O que ela fez com ele?

“Esse é um presente especial pra você, Sanji” Hancock disse com malícia “Você vai sofrer, mas somente depois do pôr do sol de depois de amanhã você poderá morrer” Nami e o chapeleiro foram até o loiro pra ver se ele estava bem “Guardas!”

Várias cartas arrombaram a porta, Luffy e Sanji, ainda meio tonto, recuaram e começaram a lutar contra elas. Nami recuou pra não atrapalhar e por uma fração de segundo esqueceu que a Vermelha ainda estava lá e pronta pra acabar com ela.

“Não dê as costas pra mim!” Hancock estava irada, todos os seus planos naquela noite foram destruídos por uma criança maldita e um chapeleiro amaldiçoada. Não, pelo menos Nami ela teria. O cabo do bastão escarlate ficou afiado e ela mirou Nami com determinação. Luffy percebeu a ameaça e tentou ir até ela, mas as cartas o cercaram.

“Nami, atrás de você!” ele gritou e um brilho vermelho cruzou seus olhos. Nami virou-se, mas Hancock já estava na posição para alvejá-a.

“Morra!”

“Nami!” Sanji e Luffy gritaram, mas era tarde pra eles alcançarem.

“Nossa, vocês não prestam pra nada né?” Uma voz zombou do nada. Nami viu apenas uma sombra e de repente alguém estava entre ela e Hancock, protegendo-a.

“Quem…?”

“É bom ver você de novo, princesa” O homem tinha cabelos esverdeados e usava um longo casaco verde-escuro. Ele bloqueou o ataque da ataque da Vermelha com aparente facilidade e usando três espadas. “Agora vão embora, eu cuido dela” o espadachim segurou Hancock no lugar, impedindo-a.

“Obrigada”

“Nami, vamos!” Luffy agarrou o braço dela e eles saíram correndo.

Hancock estava impressionada, aquele homem não somente impediu seu ataque como não parecia ter medo dela. Sorriu, ele era um candidato perfeito pra ser seu novo Valete.

“Então você acha que vai me impedir de ir atrás deles?” a morena recuou seu BloodySnake “Que tal você ir atrás deles pra mim?”

“E por que eu faria isso?” ele quis saber confuso, Hancock estava com um sorriso estranho e sugestivo.

“Porque quero que você seja meu novo Valete” ela avançou contra ele com rapidez e tocou a braço dele. Ele a encarou com surpresa e depois compreensão, logo um sorriso de canto apareceu em seu rosto “Então, posso contar com você?” Todos se submetiam a ela depois de tocá-los, sempre foi assim. Ninguém nesse mundo conseguia resistir a ela.

“Isso não funciona comigo” ele disse.

“O que?!” Não era possível, tirando pessoas do seu sangue, não havia ninguém capaz de resistir à Persuasão dela.

A não ser

“Então” os olhos dele ficaram enormes e verdes e seu sorriso ficou grande demais para sua boca “Vamos continuar?”

 

OOO

 

Nami não sabia com quem se preocupava, com Sanji e Luffy por estarem enfrentando uma horda de soldados ou com a horda de soldados que estava levando uma surra dos dois. Eles eram incríveis, não paravam por nada e acabavam com todos em seu caminho.

“Temos que chegar no estábulo” falou Sanji chutando um soldado “Seus cavalos estão lá”

“Nossos cavalos, Sanji” Nami disse “Você vai com a gente, não vai?” o sorriu e assentiu.

“Sim, eu vou, princesa” seu tom era caloroso e gentil, semelhante ao que estava acostumada e confiava. Luffy viu isso e sentiu um aperto no peito.

Os três corriam sem parar pelo enorme castelo, Sanji conhecia o lugar como a palma da mão, por isso passaram por passagens secretas e corredores que nenhum outro soldado conhecia. Em poucos minutos eles chegaram no estábulo.

“Princesa, está com o Lightning?” a ruiva mostrou o cetro a ele “Ótimo. Vamos ter que abrir os portões à força e não vai ser fácil. Eu vou subir na torre e abrir” ele apontou para uma torre ao leste “Assim que o portão abrir eu vou saltar de lá, preciso que vocês deixem o meu cavalo à postos”

“Você vai saltar?” indagou ela incrédula “Se o cavalo estiver um centímetro fora do lugar você pode morrer, Sanji. Eu vou esperar você debaixo da torre”

“O que?!” os dois homens disseram ao mesmo tempo “Sua alteza sabe cavalgar?”

“Claro que sei” ela respondeu “Meu pai me ensinou”

“Eu vou subir na torre” Luffy disse, Nami mirou Luffy com estranhamento, por que isso de repente?

“Eu posso ir sem problemas, Luffy” garantiu o loiro “Vá com a princesa-” Luffy se aproximou dele, calando-o

“Eu vou” Sanji sentiu que alguma coisa estava errada, Luffy estava sério e não daria margem pra discussão então concordou. “Nami, você me espera lá embaixo”

Nami sabia que aquele na sua frente não era o Luffy, mas não discutiria agora, eles não tinham tempo.

“Muito bem, vamos” antes do chapeleiro se afastar ela agarrou seu braço “Não mate ninguém, entendeu?” ela olhou fundo naqueles olhos vermelhos.

“Muito bem, Nami” ele assegurou “Espere por nós” o Chapeleiro saiu correndo.

Sanji viu os dois interagirem e conseguiu deduzir algumas coisas, uma delas é que realmente aquele não era o Luffy que conhecia. Tinha ouvido boatos de que o chapeleiro enlouqueceu há alguns anos, mas nunca parou pra pensar realmente nisso.

“Vamos?” Nami já estava no cavalo e pronta pra ir.

Os dois cavalgaram em direção ao portão, Luffy deixou uma pilha de cartas por onde passou, Nami ficou apreensiva por um momento, mas Sanji garantiu a ela que eles estavam apenas inconscientes.

 

 

O Chapeleiro subiu as escadas da torre derrotando todos os soldados que via pela frente, seu instinto dizia pra matar todos ali, mas Nami não gostaria disso. Droga, por que com ela era tudo tão difícil? Encontrou a alavanca que abriria as portas, entretanto, dez cartas estavam no seu caminho.

“Então, quem vai ser o primeiro?” Bom, Nami só disse que tinha de deixá-los vivos certos? Ou seja, contanto que no final ainda respirassem…

 

 

“Olhe, princesa, o portão” Sanji apontou para as enormes portas vermelhas se abrindo, Nami deu um leve toque com as botas em seu cavalo para que ele aumentasse a velocidade. Ela olhou pra cima e viu Luffy na torre pronto pra saltar a qualquer momento. Ela correu e parou na posição correta enquanto os Sanji cuidava das cartas.

“Luffy!” ela gritou e ele pulou direto pra ela, um sorriso enorme no rosto.

“Yo, Nami” cumprimentou. O vermelho em seus olhos não mais presente.

“Yo, Luffy” ela procurou Sanji com os olhos e viu ele vindo na direção deles. “Vamos embora” ela cavalgou pra longe de Fortaleza Vermelha. “Conseguimos!” mas Nami falou cedo demais.

“Arqueiros” uma carta gritou de repente uma chuva de flechas caiu sobre os três.

Tudo aconteceu em câmera lenta, Sanji ficou de pé no cavalo negro em que Luffy veio e, com sua espada, defendeu quase todas as flechas com exceção de três que acertaram uma em cada perna e uma em seu antebraço. Sanji era ágil e conseguiu voltar a sua posição de montaria, mas estava ferido e com muita dor.

“Nami você está bem?” Nami olhou pra si mesma, nem mesmo uma flecha acertou ela ou seu cavalo, mas como era possível?

Não

Olhou pra trás e viu que Luffy usou seu próprio corpo como escudo. Ele tinha pelo menos dez flechas em seu corpo.

“Luffy!”


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Notas finais do capítulo

Aposto que todo mundo já sabe a identidade do homem e quem ele realmente é. Aceito chutes kk



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