Nami In Wonderland escrita por Leh Paravel


Capítulo 1
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Essa história está sendo reescrita desde o começo, caps antigos foram apagados. Espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/314935/chapter/1

No meio da floresta, na calada da noite, um casal corria contra o tempo

— Frau – ele chamou na escuridão – Mais rápido, eles estão nos alcançando!

— Eu sei, eu sei, Arthur – Frau respondeu ansiosa – estou quase, falta pouco – a mulher voltou a remexer o matagal, procurando com afinco.

Arthur não queria apressar Frau, mas seus perseguidores já estavam muito próximos dali e nenhum deles tinha como se proteger, pelo menos não mais. A menina em seus braços começou a chorar. Arthur a mimou delicadamente, ela não podia chorar agora, revelaria sua localização.

— Achei! – Arthur respirou aliviado. Ele observou e viu no meio de um monte de galhos secos uma pequena porte escondida, ele passaria por pouco através dela.

— Foi por essa porta que eu vim? – ele perguntou.

— Sim, meu querido – ela respondeu com um sorriso – agora vamos, temos que ir – um grito de sua perseguidora fez ambos estremecerem.

— FRAU – ecoou por toda a floresta.

Frau pegou uma chavezinha dourada de seu bolso e abriu a porta, revelando um jardim iluminado e bem cuidado do outro lado. O jardim da casa de Arthur no outro mundo.

— Me deixe segurá-la, Arthur – ele deu sua filha para Frau.

— Nami, minha flor de laranja, acorde – a menina coçou os olhinhos e olhou para a mãe – Eu te amo, Nami, te amo muito e queria te ver crescer – ela apertou a filha em seus braços - mas eu sei que você vai ficar bem, é nossa filha afinal.

— eu amo você, mamãe – a menina respondeu ainda sonolenta, Frau sentiu os olhos marejarem.

— Frau, meu amor, por que diz essas coisas? – ele abraçou as duas, seus dois bens mais preciosos, sentindo uma onda de carinho lhe envolver.

— Eu não posso ir com vocês – ela sussurrou, surpreendendo-o - eu não posso pois não pertenço àquele mundo.

— Não, Frau, por favor não faça isso – Arthur implorou desesperado com lágrimas nos olhos – eu não posso viver sem você.

Frau não pôde responde-lo, seus perseguidores os alcançaram e dentre eles estava a mulher responsável por sua infelicidade, a mulher que nesse momento a forçava a se despedir de sua família.

— Eu te amo, Arthur, não há nada nesse mundo que me daria o que você me deu – ela o empurrou pela portinha, vendo-o cair do outro lado – Adeus – com um baque a porta se fechou.

15 anos depois

Nami acordou com a luz do sol que passava através da janela em seus olhos, a criada, imaginou. Devia ser hora de acordar. Sentia-se cansada, demorou a dormir na noite passada pensando nos eventos de hoje.

— Senhorita? – Lilly, sua mais amiga que criada, era uma moça de 16 anos, de cabelos castanhos e olhos verdes encantadores, tinha muito apreço por ela pois ser confiável e discreta, além de divertida – deve se aprontar – Nami levantou-se da enorme cama com preguiça. Seu quarto, normalmente tão agradável, parecia-lhe triste e frio. Hoje realmente não era um bom dia.

— Que vestido prefere, senhorita? – Lilly lhe perguntou enquanto a ajudava a vestir o robe.

— O azul, Lilly – a menina apertou-lhe os ombros com delicadeza.

— Tranquilidade, então? – Lilly brincava com os significados de cada cor que Nami escolhia em seus vestidos, mas realmente o azul lhe trazia calma, só que não qualquer azul, ela amava o azul da cor do céu, nos dias mais ensolarados. Lhe trazia paz.

— Nami? – ouviu a voz de sua mãe lhe chamar na porta – posso entrar?

— Claro, mãe, por favor – ela permitiu sem muita vontade.

Sua mãe, Margareth, era uma mulher de beleza arrebatadora mesmo com o tempo tendo tirado sua juventude, seus olhos acinzentados e profundos demandavam respeito, admiração e dignidade, seus cabelos loiros claros presos em um elaborado penteado. Seu rosto delicado, trazia com a idade sabedoria e dureza pra enfrentar a vida, não que Margareth alguma vez trabalhou pesado, entretanto, como uma mulher da alta sociedade, filha de um barão e hoje uma viscondessa, ela entendia que não se mantinha sua posição sendo apenas educada e gentil. Margareth era forte e decidida, mas também gentil e protetora.

— Pediu o azul? – Nami sorriu sem graça e sua mãe apenas deu risada – você às vezes é tão fácil de ler.

— Pra você é fácil, é minha mãe – Nami respondeu. Lilly voltou com o vestido em suas mãos pronta para vestir a sua senhora – então, algum conselho para me dar?

— Nenhum que você já não saiba, minha filha – Margareth observava enquanto a criada ajudava sua filha vestir as camadas de roupa – seja apenas gentil e atenciosa com o Sanji, sabe o quanto ele a quer bem. Sanji é educado, gentil, bonito, muito disputado e dentre todas ele quer apenas se casar com você.

— E o fato de ele ser filho do marquês não tem nada a ver, não é? – Nami viu o rosto de Margareth endurecer.

— Você sabe muito bem que eu não a entregaria por qualquer título ou posse, eu incentivo sua relação com Sanji, porque sei que ele é um bom rapaz, que a merece e que vai cuidar muito bem de você.

Nami ponderou aquilo, realmente, Sanji era carinhoso a atencioso com ela, mas também com todas as outras mulheres, ela sabia que ele era um mulherengo, claro, somente com seu dinheiro e influência poderia ter a mulher que quisesse, mas o homem era dotado também de carisma e aparência sem igual.

Maldito marquês.

— Dizem que ele a proporá em casamento hoje.

A moça não disse nada.

OOO

A mansão da família Vinsmoke era grandiosa, como esperado de uma família de marqueses, todas as jovens moças da alta sociedade estavam ali hoje para a festa de aniversário de vinte e dois anos do herdeiro, Sanji Vinsmoke. Marquesas, Condessas e até princesas estavam ali celebrando e sonhando em ser a escolhida pelo jovem.

Sanji estava encantado com a quantidade de ladies no salão e todas elas ansiosas para dançarem com ele.

Seu coração, no entanto, pertencia a uma única mulher, mulher por quem ele estaria disposto a dar o mundo se ela assim pedisse. Nami Kingsleigh era filha de uma tradicional família de viscondes, era honesta, direita, inteligente e absolutamente bela com seus longos cabelos ruivos alaranjados. O pai de Sanji, entretanto, não aprovava sua escolha. Aos olhos dele o filho tinha o potencial para se casar com uma princesa se quisesse, com seus talentos era sim capaz de seduzir uma, mas não, o menino preferia uma mulher de posições muito inferiores a de sua família.

O loiro cumprimentava alegremente todos os convidados e agraciava todas as moças com um elogio sobre seus cabelos, vestido e sorriso, satisfazendo-as.

— Lady Margareth Kingsleigh e sua filha Nami Kingsleigh – anunciou o guarda na porta.

Sanji imediatamente correu para recebê-las e ficou petrificado. Nami estava belíssima, deslumbrante, uma verdadeira deusa em seu vestido azul da cor do céu realçando sua pele de porcelana e seus lindos olhos cor de mel. Seu cabelo preso num penteado simples, mas elegante. Ela sorria com delicadeza, mas seus olhos astutos escaneavam o salão com cuidado.

— Viscondessa Margareth, é um prazer vê-la – curvou-se Sanji ante a mulher – está linda como sempre.

— Vossa Graça – Margareth curvou-se – é muito gentil.

Os olhos de Sanji foram para a Kingsleigh mais nova, deleitando-se com a visão. Nami não pareceu deslumbrada ou afetada.

— É um prazer como sempre vê-la, Srta. Nami – fez questão de chamá-la pelo primeiro nome para vê-la corar. A ruiva, porém apenas o encarou com rigidez.

— Vossa graça – ela curvou-se ligeiramente.

— Sua excelência aceita dançar comigo? – ele estendeu a mão para a ruiva que lançou um rápido olhar para a mãe que acenou de leve, Nami então aceitou.

...

Nami sentia-se sufocada ali no meio da pista de dança nos braços do loiro. Todos os olhares estavam nela, todos queriam saber o porquê do marquês estar dançando com a mulher de menor nascimento daquele salão. A ruiva não se deixaria intimidar, sua mãe a preparou para situações como essas, sem falar que ser o alvo de adoração de Sanji por tanto tempo... bom, em resumo, acabou com sua vida social. Todas as mulheres a odiavam. As idiotas e superficiais pelo menos.

— Você está linda, Excelência – ele tentava agradá-la, sabia que tentava, mas era a única coisa que ele sabia dizer?

— Obrigada, Vossa Graça.

— O que eu tenho que fazer, Excelência? – os olhos azuis a miravam com anseio – o que eu tenho que fazer para te agradar? Eu alguma vez a ofendi? Lhe destratei?

— Não, Vossa Graça – ela respondeu sinceramente – nunca me destratou – sentiu ele a puxar para mais perto.

— Então por que não sorri quando a elogio? Por que não parece feliz quando lhe dou minha total atenção?

Nami pensou, deveria ser direta com ele e dizer o que pensava ou deveria ficar quieta? Sua mãe aprovava sua relação com Sanji, era vantajoso para a sua família. A verdade era que o marquês a via como um prêmio. A única mulher que o rejeitava.

— Responda-me uma coisa, Vossa Graça – os olhos de Nami frios como gelo – quem é a próxima em sua lista depois que me tiver? – Sanji ficou petrificado no meio do salão com a declaração. Nami se afastou de Sanji temendo sua reação, viu as pessoas a encarando, porém manteve a postura firme.

Como era uma festa no meio do dia, as pessoas também dançavam e se divertiam no jardim, a maioria mães e crianças. Nami foi para as roseiras, aspirando o perfume.

— Ah, flores, me ajudem a sumir – ela suspirou.

— Essas flores são muito caladas pra ajudar alguém – respondeu alguém próximo a ela. Ela levou um susto e deu um salto pra trás.

— Quem está aí? – Ela exigiu. Quem quer que seja saiu dos arbustos e era muito menor do que ela imaginava, uma criança talvez?

— Você não lembra de mim, Nami? – a boca de Nami se abriu em horror, uma rena de chapéu rosa a encarava com olhos tristes.

O que era aquela criatura?

Afastando-se bem devagar ela voltou para perto de outras pessoas, o grito de pânico preso em sua garganta. Ela precisava de água, ou um travesseiro, uma boa noite de sono também.

— Excelência, espere, por favor – reconhecia aquela voz.

— Vossa graça.

Sanji veio quase correndo em sua direção, parecia aflito e preocupado, mas não bravo. Pelo menos isso. Ele parou e respirou profundamente.

— Eu quero consertar as coisas com a senhorita – Sanji fez menção de se aproximar, mas Nami deu um passo pra trás, ferindo-o – me acha capaz de machuca-la? Realmente?

— Me perdoe, vossa graça. Aconteceu uma coisa há pouco que me deixou perturbada.

— O que aconteceu? – ele exigiu feroz – alguém ousou destrata-la? – era em momentos como esse que Nami acreditava nas intenções de Sanji, parecia tão sincero, tão preocupado.

— Não, ninguém me maltratou, Sanji – ela sabia que não deveria chama-lo pelo primeiro nome, mas isso o acalmaria e de fato o fez– mudando de assunto o que você queria me falar?

— Eu finalmente entendo o que lhe fazia olhar com desprezo contra mim, você pensa que eu me deitei com várias mulheres e que continuaria a fazer quando me casasse com você, mas não – Sanji pegou sua mão com delicadeza – Nami, eu admiro as mulheres, considero vocês as criaturas, mais divinas, atenciosas, meigas e ferozes que jamais conheci. Eu as elogio, não para seduzi-las e sim porquê realmente acredito no que digo – Sanji levou as mãos dela próximas a sua boca e lhe deu um beijo – você, entretanto, Nami Kingsleigh, não importa o quanto eu tente, nem quantos elogios eu faça, você nunca olha pra mim – o loiro riu com diversão e derrota pelas lembranças – você sabe a primeira vez que eu lhe vi? – ela negou – foi no baile do Conde Mihawk. Você estava linda naquele vestido rosa, eu pedi ao meu pai que me dissesse o seu nome e que me deixasse ser seu noivo. Entende, Nami? Eu amo você.

Sanji ajoelhou-se na frente de Nami e todas as pessoas do jardim.

— Viscondessa Nami Kingsleigh, aceita se casar comigo?

Nami sentiu o mundo girar e depois tudo ficou preto.

...

Murmúrios, sussurros e alguns gritos, Nami acordou com uma terrível dor de cabeça.

— Nami? Como você se sente, minha filha? – aceitou a ajuda de sua mãe para se sentar.

— Eu tive um sonho estranho, mãe, sonhei com o Sanji me pedindo em casamento e uma rena de chapéu.

— Rena de chapéu? - dessa vez não foi sua mãe quem falou.

— Vossa graça - Nami reconheceu onde estava, num dos quartos de hóspedes da mansão Vinsmoke. O loiro parecia preocupado assim como sua mãe, ficou tanto tempo assim desacordada? – desculpe se o preocupei.

— Fico feliz que esteja melhor, senhorita – ele sorriu de leve, não convencendo – eu vou acalmar os ânimos dos convidados – e dizendo isso ele saiu.

Um grande tumulto podia ser ouvido do outro lado, imaginou o que diziam e sinceramente, preferia ficar naquele quarto pra sempre.

— Ele está magoado, Nami – sua mãe andou até a janela, não olhando para a filha na cama – ele pensa que a proposta de casamento foi tão horrenda que causou seu desmaio. Pobrezinho – ela ficou calada, era afinal uma meia verdade.

— Eu quero sair daqui.

— Não sem antes dar uma resposta ao Vinsmoke.

— Por favor, não, mamãe – ela implorou – não me faça.

— Eu já lhe dei tempo demais. Está na hora de crescer, Nami! Você já tem dezoito anos, não vai receber propostas pra sempre.

Nami pediu a qualquer entidade que pudesse ouvi-la para tirá-la dali agora, qualquer um servia. De repente ouviu um baque próximo a si, sua mãe estava caída no chão.

— Mãe! – ela pulou da cama em auxílio de Margareth – Mãe, mamãe, por favor, responda. O que aconteceu com você?!

— Ela está bem, Nami – uma voz suave disse perto da porta – tá só dormindo.

Era aquela rena de novo, com um sorriso fofo no rosto, ou focinho. Ela carregava um pequeno pires que liberava uma fumaça rosa. Sua mãe foi drogada, concluiu, mas por que ela não foi afetada? E cadê os guardas? Ninguém viu uma rena mutante andando pelos corredores?

— Estão todos dormindo – a rena disse – ninguém vai vir e meu nome é Chopper – Nami procurou alguma coisa que pudesse usar para se defender, qualquer coisa servia – o efeito não vai durar muito tempo e nós temos que ir embora.

— Embora? Pra onde? E por que eu iria com você pra algum lugar? – ela estava com medo, queria gritar e fugir.

Chopper deixou o pires no chão e andou devagar até a menina que tremia de medo, queria deixar claro pra ela que não faria nenhum mal. Ela sentiu aquelas patas a tocarem e agora não podia negar que era tudo um sonho e que estava quase tendo um ataque!

— Escuta, Nami – sua voz era tranquila, como a de um médico falando com um paciente nervoso – você tá confusa, eu sei disso, mas precisamos sair daqui, você vai entender quando chegarmos lá.

— Onde? – ela conseguiu perguntar.

— Wonderland. Vamos para Wonderland.

Nami segurou a pata de Chopper com força.

— Você pode me levar pra lá? – Chopper sorriu com a mudança de atitude da ruiva.

— Mas é claro! Foi isso que eu vim fazer.

— E como chegamos lá? – ela se levantou, pronta pra ir.

— Pelo espelho – respondeu animado – e ainda temos um espelho gigante aqui!

— Muito bem - Pelo jeito era sério mesmo o negócio do espelho – só deixa eu fazer uma coisa – Ela pegou um travesseiro e apoiou a cabeça de sua mãe, depois deu-lhe um beijo – eu não me demoro, mamãe - Chopper a esperava na frente do espelho

— É bem simples, Nami. Você só tem que imaginar que o espelho é uma cortina e que tem uma coisa do outro lado e daí você passa.

"Fácil pra você falar" – pensou ela. Nami se concentrou e deixou-se levar pela imaginação como não fazia há muito tempo. Sentiu algo lhe chamando do outro lado, dizendo vem com uma voz suave.

Quando abriu os olhos, estava sozinha numa sala cheia de portas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nami In Wonderland" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.