Full Moon escrita por amelia_cullen


Capítulo 17
Capítulo 6 - Desconfianças


Notas iniciais do capítulo

Esse início de capítulo, embora pareça ter um pouco de enrolação, contém informações muito importantes no decorrer da história. As coisas que acontecem agora, serão decisivas mais tarde. Espero que gostem!



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 Nós já estávamos próximas á casa de Charlie, quando Bella resolveu mudar o percurso. Queria passar no mercado antes, para não precisar levar Charlie junto. Eu dobrei numa rua à esquerda e manobrei com facilidade para fazer o retorno. Quando chegamos ao lugar que Bella indicou, descemos do carro. Mas na porta de onde devia ser o tal mercado, havia apenas uma placa que indicava a mudança de endereço.

    -Sabe onde fica? – eu perguntei a Bella, que parecia pensativa.

    -Acho que sim. Não está muito claro na memória, mas eu trabalhei por um tempo em uma loja que fica ao lado.

    -Hum.. Sério? E o que vendem lá?

    -Materiais para acampar, escalar, fazer trilhas... – ela respondeu sem animação.

     -Hum... – eu simplesmente disse.

No caminho até o novo endereço, Bella não abriu a boca, a não ser eventualmente, para dizer que eu deveria virar à esquerda ou à direita, o que fazia como se estivesse indo obrigada.

    -Ahn... Bells, não me leve a mal, mas, o que tem aquele lugar?

    -Hein? - ela respondeu meio abobada.

    -Dá pra notar que tem alguma coisa errada com aquele lugar. Você mudou radicalmente o seu humor. Há apenas dez minutos você estava radiante, e agora está ai, vegetando...

    -Eu não estou... vegetando! – ela alterou o tom de voz, finalmente parecendo acordar de uma hipnose. Quando ela pareceu voltar a si, estampou instantaneamente o mesmíssimo sorriso de antes de ter lido o cartaz.

     -Desculpe por isso. É que eu estava presa em algumas lembranças... Fazia muito tempo que eu não me esforçava para lembrá-las. Parecem tão distantes agora, mas foram á apenas dois anos...

     -Lembranças dolorosas?

     -Como sabe?

     -Estava escrito nas suas expressões.

     -É. Eu continuo bem fácil de ler, pelo jeito. – ela sorriu.

     -Não. Só pra quem presta atenção em você. As pessoas que te amam é que tem essa possibilidade. – Ela pareceu pensar momentaneamente no assunto.

     -Chegamos! – ela disse, sorridente.

O mercado não era tão pequeno quanto eu esperava, pelo menos três vezes maior do que no endereço anterior. Talvez fosse simplesmente por Forks estar crescendo, mas eu sinceramente duvidava dessa possibilidade. Bella foi indo na frente e entramos procurando por um vendedor. Ela estava pedindo para o atendedor onde ficava a prateleira dos refrigerantes, quando seu telefone tocou. Ela pegou-o agilmente ao primeiro toque e jogou para mim. Embora fosse uma coisa ridiculamente certa que eu iria agarrar o objeto sem deixá-lo cair no chão, Bella nem se deu o trabalho de olhar para mim, ou avisar. Ela simplesmente o atirou, esperando que eu compreendesse. O atendente ficou olhando pra ela, com cara de espanto, e não era pra menos. Eu atendi-o antes mesmo de tocar pela segunda vez. Era o número de Charlie.

   -Hey, Bells! – ele falou quando eu atendi.

   -É a Amélia, senhor Swan.

   -Oh... desculpe... – ele disse meio encabulado.

   -Nós já estamos indo pra ai! – eu facilitei pra ele.

   -Bem... na verdade, eu queria avisar que não vou estar em casa. Eu tive que ir até o mercado para comprar as coisas do jantar. Billy vem ver o jogo aqui hoje e... deixa pra la. Só avise a Bella de que vou demorar um pouco.

   -Mas chefe Swan...

   -Me chame de Charlie.

   -Ok. Charlie, nós estamos justamente no mercado.

   -Oh.. melhor ainda. Nos encontramos ai, então!

   -Está certo. Até daqui a pouco!

Eu ia desligar, mas ele tornou a falar antes disso.

   -Você é a irmã do Edward, a que perdeu a memória e agora voltou, não é?

   -Exatamente. - eu disse, sem saber até que ponto as coisas tinham sido esclarecidas para Charlie.

   -Seja bem vinda a Forks! – ele disse sem saber mais o que dizer. Eu acho que queria perguntar alguma coisa, mas tinha medo de estar equivocado.

   -Muito obrigada!

   -Então, está gostando daqui?

   -Estou adorando. – aquilo em grande parte era verdade. Forks era o lar que eu nunca tive. Em nenhum outro lugar eu fora tão feliz quanto ali.

    -E... feliz por reencontrar sua filha? Como ela está? - ele disse depressa.

    -Ér... claro. Ela está ótima! – eu teria que me lembrar de perguntar a Bella que história era aquela.

     -Bem. Eu falo com vocês daqui a pouco! – ele disse antes de desligar. Nesse meio tempo, Bella já voltara com o refrigerante.

     -O que meu pai queria?

     -Avisar que não estará em casa. Ele vai nos encontrar aqui.

     -Vamos ter que esperá-lo? – ela dizia enquanto pagava no caixa.

     -É. Eu não sei de que parte do caminho ele ligou.

    -Ok. Então vamos comprar umas coisas pra Renesmee.

Nós fomos até o corredor de doces. Havia um garoto loiro no corredor dos enlatados. Ele virou o pescoço para nos encarar. Não se deu ao trabalho nem de disfarçar. Estava de boca aberta, nos acompanhando com o olhar. Eu aproveitei que estávamos sozinhas no corredor dos doces, enquanto Bella fazia um estoque do que Renesmee mais gostava.

   -Isabella Cullen! Eu quero saber que história é essa de eu ter uma filha!?

   -Como é?

   -Charlie me perguntou se eu era a irmã de Edward que perdeu a memória e que agora voltou. E depois, perguntou se eu estava feliz por reencontrar a mina filha!

    -Oh... merda! Eu acho que sei o que aconteceu. Ele pensa que Nessie é sua filha.

    -Até ai eu deduzi, mas porque ele pensaria isso?

    -Bem... É que quando apresentamos Renesmee para ele, Edward disse que era sobrinha dele. E que os pais haviam desaparecido em um acidente. Eu suponho que Jake tenha feito uma descrição muito sutil de você para ele. Irmã desaparecida que recuperou a memória e voltou para casa. Então Charlie deve ter ligados os pontos, e chegado a essa conclusão. E na verdade, eu acho que é o que qualquer um deduziria, não é? Mas o que é que nós vamos fazer agora!?

   -Bella, eu acho que vocês devem deixar as coisas como estão. Quanto mais Charlie sabe da verdade, mais perigoso se torna para ele.

   -Você diz, fingir que você é a mãe dela?

   -Pense bem Bella, com que frequência Charlie vê a neta? É muito mais fácil apenas não desmentirmos. Não precisa dar corda, mas apenas deixá-lo tirar suas próprias conclusões é mais fácil.

  -Oh... Eu quero matar o Jake! – ela disse enfurecida

  -Bella, vingar-se dele não vai ajudar a resolver a nossa situação.

  -É. Mas me deixaria bem mais feliz.

  -Esquece isso Bella, não vale a pena. Não vai consertar as coisas. Só as tornará pior.

  -Tem razão. Eu acho que você está certa. Vamos sustentar essa história para Charlie não ficar desconfiado. Mas precisamos dar um jeito no Jake. Digo, falar pra ele não desmentir a história. Alertar pra ele não cometer mais essas mancadas.

    -Sem dúvida, essa é a primeira coisa que você deve fazer.

Então Charlie surgiu no corredor.

   -Ah, então é ai que vocês estão! – disse o chefe Swan, abrindo os braços para acolher a filha.

   -Oi pai! – ela abraçou-o forte. –Pai, esta é a minha cunhada, Amélia. – ela indicou a mim – Amélia, este é meu pai, Charlie.

  -É um prazer finalmente conhecê-la – ela disse apertando firmemente a minha mão.

  -É um prazer também Chef...

  -Me chame de Charlie.

  -Um enorme prazer... Charlie.

  -Então, você é a mãe da minha neta!

Eu não sabia o que responder, então Bella interveio

    -A irmã mais velha de Edward. – ela simplificou a questão. Não negou, nem precisou mentir.

    -Vamos indo então? – Charlie disse, depois de um longo silêncio.

    -Nós já vamos, pai. Eu vou só terminar as compras para a Nessie.

    -Ok. Eu espero perto do carro, lá fora. - ele disse, indo na direção do caixa.

    -Hey, pai! Vai abrindo o carro pra mim? - Bella jogou a chave para ele.

    -Claro! Qual é o carro?

    -Er... a Ferrari vermelha. – Charlie olhou-a espantado, mas saiu sem dizer nada.

   -Essa foi por pouco! – ela disse quando ele saiu – Você devia ter respondido a ele. Se quisermos sustentar isso, teremos que ser mais convincentes. E como eu não sei mentir...

  -O que você quer dizer com isso?

  -Bem... Você viveu todo esse tempo em Volterra. Para ter estado entre os Volturi e tudo mais, sem eles perceberem...

  -Tudo bem. Já entendi. Eu faço o teatro todo!

  -Oh! Muito obrigada Mel! Eu amo você! – ela disse, me abraçando.

  -Ok. Mas vamos logo!

Bella pegou as compras e levou até o caixa. O garoto loiro do outro corredor estava na fila. Ele olhava para trás constantemente, como se procurasse uma brecha para iniciar um assunto. Finalmente ele virou para trás, ficando de costas para a fila.

   -Olá! Sou Mike Newton, prazer.

Bella quase deixou cair o cesto de compras, mas agarrou logo depois. Acho que nem foi perceptível para os olhos humanos.

  -Desculpe, mas... não lembra de mim? – ele perguntou à Bella. – se você é Isabella Cullen, e é filha do chefe Swan, deve se lembrar de mim. Embora eu...não lembre de você... ao menos não... fisicamente. – ele tentou fazer sentido, como se duvidasse das próprias palavras.

  -Você deve estar me confundindo com outra pessoa.

  -Deixa pra lá, tudo bem. De qualquer forma, foi um prazer conhecê-las. Sra Cullen e... você, quem é? – ele perguntou para mim.

  -Amélia Cullen.

  Prazer Amélia. – ele disse, piscando o olho. Eu apenas sorri em retorno. – Eu... trabalho na loja ao lado. Na verdade, a loja é da minha família. Se quiserem... quer dizer, se precisarem de artigos esportivos, sabem onde encontrar. – ele disse antes de sair.

  -Porcaria! – disse Bella – Eu não deveria ter sido tão descuidada. As pessoas de Forks acham que eu estou casada, e em Dartmouth. E com certeza não esperam que eu tenha mudado tão radicalmente de aparência.

Quando chegamos ao carro, Charlie já esperava com o porta-malas aberto para acomodar as compras. Nós passamos o caminho de volta inteiro conversando com Charlie. Foi mais fácil sustentar a história da maternidade de Nessie, uma vez que eu não tinha de encarar o seu olhar. Por vezes a conversa caia no assunto Renesmee e eu tratava de dizer apenas o essencial e desviar o assunto para outros focos. Ele perguntou sobre o acidente e sobre a minha vida antes dele. Eu tive sorte de poder dizer que não lembrava de absolutamente nada. A única coisa que precisou ser dita, para evitar futuras especulações, foi que eu encontrara o paradeiro da minha familia através de uma foto de Edward na carteira. Assim, eu não teria que “lembrar” de absolutamente nada do meu passado, caso ele viesse a perguntar. 


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Notas finais do capítulo

Bom, antes de mais nada, muuuuito obrigada pelos reviews recebidos, nada deixa um autor tão feliz quanto o simples fato de dizer estou lendo, imagine então todo o apoio que vocês me tem dado. Motiva muito pra continuar tendo idéias e escrevendo. Agora, com a proximidade alarmante do vestibular, [o.O] eu tenho tempo e capacidade mais limitados pra continuar postando com frequência, mas eu vou continuar me esforçando pra escrever uma história de qualidade pra vocês. Novamente, muito obrigado, de coração.
E até o próximo trecho. Mesmo esquema, dividido em cinco partes, conforme os conteúdos. Acho que fica melhor, tanto paar escrever, quanto para ler.
Lembrete: Mandem as fotos do concursoo
=*
CaroooL