Aquele havia sido o dia mais incrível da minha pós vida, digamos assim. Superara até mesmo a alegria que senti ao reencontrar Carlisle. Talvez porque naquela ocasião eu me encontrava nervosa e insegura demais para deixar-me invadir pelo sentimento de felicidade. Mas naquele dia, mais do que nunca, eu me sentia segura. Segura pra pensar e para agir, com naturalidade; deixar-me guiar um pouco pelas minhas emoções, ao invés de apenas com a razão. Todo aquele carinho, toda aquela preocupação da minha   - eu nem conseguia pensar, de tão feliz pela sensação que aquela palavra me trazia – a minha família. Eu tinha uma família, e Carlisle fazia parte dela. Eu tinha muito medo daquilo ser mais um dos meus delírios e acabar acordando em Volterra. Então me dei conta de que eu estava finalmente livre daquele lugar. E eu tina o meu lugar agora. Eu podia voltar a ter o meu nome, o meu pai e podia ter a vida que eu sempre quis viver. Ao lado daquelas pessoas que eu já amava tanto. Eu poderia morrer por eles, se fosse preciso. Por todos eles, até mesmo por Rosalie, com todo o seu mau humor, que nos últimos dias estava cada vez mais próxima de mim.

Alice me tirou dos meus devaneios para avisar a chegada às proximidades da casa de Carlisle. Eu nem me reconheceria mais, não era nem um pouco comum que eu me perdesse tanto em pensamentos como nos últimos dias. Parecia esquecer tempo e espaço nesses momentos e isso era uma sensação muito nova mim.

Bella havia passado o caminho inteiro olhando para mim, pensativa. Eu daria tudo para saber sobre o que pensava. Mas eu não poderia ler a mente dela, nem que me dispusesse a quebrar o meu acordo pessoal de preservar as mentes da minha família do constrangimento causado pela leitura de suas mentes; ela era imune ao meu dom.

-Não se preocupe, Bella. Jacob vai estar esperando por você! - Alice tranquilizou-a

-A propósito, eles vão adorar você! - Ela atirou para mim – Mas também, não tem como não gostar. Você esteve em ótimas mãos! – ela completou, satisfeita

        -Eu acho que eu jamais vou conseguir te agradecer devidamente por tudo isso! – eu respondi para ela.

        -Oh! Eu pensarei em alguma coisa! – ela disse com um sorrisinho sarcástico.

Nós descemos do carro e Bella entrou direto, indo em direção a Jacob, que estava com Renesmee, mais adiante na sala. Mais timidamente em um canto do sofá, devia ser mais um lobo Quileute, amigo de Jacob, a julgar pelas batidas do seu coração. Mas naquele momento, eu só tinha olhos para a minha família, e ouvidos para o que eles iriam dizer. Mesmo sabendo que não devia, minha maior curiosidade era o que Edward pensaria. A vontade de ouvir suas mentes estava me matando por dentro.