Quando O Amor E A Morte Se Encontram escrita por Lia Reis


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Onde estão os comentários!?!?! xD



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- Filha?

- Entra mãe.

- Ué, já na cama?

Pus o cobertor até o meu pescoço, para esconder os trajes inapropriados para dormir.

- Sim, vou ler um livro e depois dormir. To cansada. Não se preocupe, eu já jantei e tomei os remédios, logo estarei apagada. –forcei um riso. Eu sempre dormia feito pedra com os efeitos dos remédios, então ela não iria entrar no meu quarto novamente.

- Está bem. Eu vou para o meu quarto. Qualquer coisa me chame. Boa noite, querida.

- Tudo bem. Boa noite, mãe.

Assim que a porta foi fechada eu dei um pulo da cama. Pus os sapatos, peguei meu celular e analisei a minha varanda. É agora Sam. Coragem! Já eram quase 8 da noite, estava um pouco atrasada. E ainda não tinha posto os pés pra fora de casa. Mas que droga, Jesse fez parecer tão fácil descer dessa varanda. Enfim, com muito sacrifício e risco de despencar de mais de 5 metros eu estava fora. Quase era capaz de fazer uma dancinha da vitoria.  

- Sam! Você veio! –Maria me abraçou. Me juntei ao grupo em uma mesa. Meu olhos percorreram por todo o salão à procura de Jesse, até que o avistei no bar do pub, conversando animadamente com o barman e tomando alguma bebida até que seus olhos encontraram os meus. Um sentimento tão diferente me invadiu. Eu estava ansiosa, nervosa, feliz... Apaixonada?

- Ele não parava de perguntar por você. –sussurrou Maria no meu ouvido discretamente.

- É mesmo?

- Sim, vai lá falar com ele sua boba.

- Ahn... Não sei se devo. Quero dizer, não é melhor ele vir aqui?

Nós duas rimos.

- Bom, é bem provável que ele venha mesmo. Mas se você for terá menos plateia.

Pensei por um instante no que Maria havia falado, ela tinha razão. Na frente dos meus amigos, eu não seria eu mesma. Ficaria desconfortável. Resolvi ir até ele, que não tirava os olhos de mim. Jesse estava diferente... Não parecia aquele rapaz super confiante, com um ego super inflado. Parecia meio tímido. Mas não hesitante. Só... Mais natural.

- Olá.

- Oi. Samantha. –opa, me chamou pelo nome inteiro. Isso deve significar algo.

- Quer ficar aqui comigo? Digo sentar aqui... N-não no sentido de... Enfim, ou com os seus amigos. –que meigo, ele estava nervoso. Não pude conter o riso. Jesse enrubesceu e desviou os olhos.

- Jesse Houston nervoso?  

- Eu? Não. Por que estaria?

- Por que você não ta com o pessoal?

- Eu estava esperando por você.

- Bom, aqui estou. –falei com um sorriso. Jesse também deu um sorriso de canto.

- Você está estranho...

- Estranho? Como?

- Não sei explicar. É como se pela primeira vez estivesse vendo Jesse Houston de verdade.

- Pois é, o verdadeiro Jesse é meio bobo e idiota.

- Não... Não muito. –Nós dois rimos.

- Nossa, me sinto muito melhor agora.

- Eu to gostando desse Jesse.

- Ah, isso por que esse Jesse não tá dando em cima de você ou falando algo que a deixasse constrangida, não é mesmo?

- Sim, isso também. –ri novamente.

- Veja, Louis está no palco. Vamos mais para perto?

- Vamos.

Eu e Jesse ficamos bem perto do pequeno palco, Maria, Jenny, Lucas e os outros estavam do outro lado. Só Maria havia dado conta da nossa presença, ela me lançou uma piscadela e voltou sua atenção a apresentação.

- Você quer beber alguma coisa?

- Não, obrigada.

- Você está muito linda hoje. –Jesse sussurrou no meu ouvido, fazendo-me ficar arrepiada.

- Err... Obrigada. Mesmo achando que você só está sendo educado. –ri sem graça. Realmente eu não estava um poço de beleza. Não pude fazer altas produções por ter saído escondido de casa. Vestia um simples jeans, camiseta branca de renda. Meu cabelo estava cheio de ondas por conta do coque que havia feito. E estava com pouquíssima maquiagem. Já Jesse, parecia um modelo de creme dental. Impecavelmente lindo. Jeans escuro, camisa de rola role preta e uma jaqueta de couro, também preta.

- De forma alguma. Que espécie de acordo mágico você fez com a natureza? Está cada dia mais bela.

- Agora você realmente conseguiu me deixar sem graça, Jesse. –eu não podia ver o rosto de Jesse, ele estava atrás de mim. Mas podia sentir que ele estava sorrindo, assim como eu tinha certeza que ele podia sentir meu rosto corar.

- Você também está diferente hoje... Nunca a vi tão... Feliz.

- É você. –sussurrei mais para mim do que para ele. Mas acho que ele foi capaz de ouvir. A primeira música que Louis tocava era bem calma, romântica. Jesse pôs os braços ao redor da minha cintura, me aproximando para si. Gostei da sensação. Estar tão perto. Me senti protegida.

Seus lábios tocavam a minha orelha, eu podia sentir sua respiração entrecortada. Jesse depositou um beijo em meu pescoço, o que me fez ficar novamente arrepiada.

Jesse POV:

Era quase inacreditável o fato de ter Samantha em meus braços. Sentir as suas mãos nas minhas. Saber que ela queria e apreciava ficar comigo. Eu conhecia a musica que Louis tocava, involuntariamente comecei a cantar alguns trechos em seu ouvido. Eu queria que de alguma forma ela soubesse... O que se passava dentro de mim. Que ela entendesse o que eu mesmo não compreendia.

- Eu adoro o seu perfume. –deixei escapar. Ela somente sorriu e virou para mim. Seus olhos perolados fixos em meus olhos castanhos.

- Obrigada. –eu sabia que ela estava falando de outra coisa.

- Pelo que? –ela demorou um pouco pra responder, suas mãos passavam pelo meu cabelo, brincando com os fios. Acariciando. Deixando-me maluco.

- Por não ter desistido de mim.  

- Assim que a vi... Meu coração já pertencia a você, Samantha. Se desistisse de você, desistiria da minha vida. –confessei a ela.

Ela não disse nada, seus olhos se tornaram novamente um mistério para mim, ficaram surpresos, confusos e cheios de... Algo que eu não conseguia decifrar. E pela primeira vez, ela selou seus lábios nos meus.

Um beijo calmo, tranquilo. Sem pressa, sem urgência. Ela sabia que eu ficaria ao seu lado enquanto ela ainda quisesse a minha companhia. Tínhamos todo o tempo que quiséssemos.

Jesse POV off-

Separei meus lábios dos seus, mesmo não querendo. Olhei novamente em seus olhos, tentando encontrar lá alguma resposta para o que eu estava sentindo. Seus olhos escuros me olhavam de um jeito diferente. Como ele nunca havia olhado. Com amor.

Como se eu fosse a única no mundo. Como se eu fosse o seu tesouro e não como uma boneca quebradiça que tentava inutilmente juntar seus pedaços. Não como alguém que precisava de ajuda, mas como alguém que ele precisava.

- Eu só queria entender...

- Não entenda.

Jesse POV-

Sam encostou a cabeça em meu peito, ouvindo atentamente o meu coração que batia frenético. A envolvi em meus braços. Parecia que ela foi feita para mim, se encaixava perfeitamente em meu corpo.

- O seu coração tá batendo tão forte. Posso ouvi-lo a cem metros de distancia. –ela soltou um risinho.

- Ah é? E o que ele está dizendo? –brinquei.

- Tic-toc Sam. Tic-toc te adoro. –dei uma risada baixa.

- Eu acho que é mais do que isso. –falei em seu ouvido. Sam voltou seu olhar para mim novamente.

- E o que é então?

Fiquei um momento pensando no que falar, apesar de já saber as palavras certas, só não sabia se aquele era o momento. Se a assustaria. Toquei seu rosto com o polegar direito e depositei um beijo em seus lábios.

- Eu...

- Fala. –ela insistiu.

- Eu a...

- Sam! –gritou Jenny, visivelmente bêbada, puxando Sam pelo braço tirando-a de mim.

Jesse POV off-

- Tyler, me convidou para um encontro à noite. –Falou Jenny super animada.

- Ah, amiga. Que noticia ótima estou feliz por você. Agora me dá licença?

- Calma Sam. Você é a única que está disponível pra me ouvir, a Maria ta aos beijos com o Lucas e...

- Espera! –quase gritei em choque.

- A Maria e o Lucas?

- É.

- Uau. Quem diria...

- Bom tava na cara isso. Você saberia se andasse mais com a gente.

Senti-me mal por aquilo. Era verdade. Se eu desse mais atenção aos meus amigos saberia, percebi que há tempos não conversava com Maria, nem Jenny. Não sabia o que se passava em suas vidas. Estava sendo egoísta com eles. Que sempre estiveram ao meu lado e dispostos a me ajudar, quando eu não fazia um esforço para tentar saber se eles estavam ao menos felizes.

- Eu tenho que ir, Jenny. Está ficando tarde. Prometi a minha mãe que não chegaria depois da meia noite.

- Tudo bem. Tchau Sam.

- Dê um beijo na Maria por mim.

- Ah, do jeito que tá com o Lucas ela não vai precisar de mais nenhum beijo. –nós duas rimos.

- É verdade. Até amanhã, J. 

- O que foi? Você mudou de repente? –perguntou-me Jesse.

- Não foi nada. São os efeitos do remédio. Me deixam meio dopada. –não foi uma mentira, apenas omiti a parte em que me sentia uma péssima amiga.

- Quer que a leve pra casa?

- Hm. Não... Por que não vamos pra sua?

- Pra minha? Tudo bem, mas... Está tarde, a sua mãe não vai se importar?

- Sobre isso... –soltei um risinho nervoso.

- O que?

- Err... Eu não disse à ela que viria hoje aqui.

- Ora, ora, ora... Samantha Denvers quebrando regras? Não é possível.

- Para. Não é bem assim. Tá, talvez seja. –rimos. - Mas não dá pra voltar. O alarme está ligado e eu sem as chaves.

- Hmm... Então, quer dizer que você não tem onde dormir esta noite?

- É, não tenho.

- Nesse caso... Vamos! –Jesse tomou a minha mão e me guiou até o carro. Abriu gentilmente a porta para mim.

- Chegamos!

- A ultima vez em que vim aqui...

- Sim, não foi uma experiência muito legal. –engoli em seco, lembrando-me do ocorrido. E uma lembrança me veio em mente, os documentos que atestavam que Jesse havia feito um transplante de coração. Isso ainda me intrigava, queria perguntar sobre, mas não tinha coragem. Percebi que esse não era um assunto que Jesse se sentia à vontade para discutir.

Subi as escadas com cuidado para não fazer barulho, meus passos não estavam firmes, o remédio já estava começando a fazer um de seus efeitos colaterais.

- Você está bem? –Perguntou Jesse preocupado. Segurando-me.

- Sim. É só o remédio.

- Ok. Aqui. Meu quarto.

O quarto estava escuro, iluminado apenas pela luz da lua. Jesse já ia ligar a luz.

- Não. Não acenda.

- Tudo bem.

- Err... O quarto de hospedes está ocupado pela minha tia, você pode dormir aqui e eu no sofá ou no chão mesmo. Tanto faz. –eu apenas assenti com a cabeça.

- Eu gostaria de um banho...

- O banheiro fica no final do corredor, tem toalhas limpas no armário.

Segui para o banheiro, não demorei muito no banho. Estava nervosa demais por saber que Jesse estava debaixo do mesmo teto que eu, que eu dormiria no seu quarto, na sua cama.

Enrolei-me na toalha e voltei para o quarto, abrindo a porta com cautela, Jesse podia estar lá e seria uma situação realmente constrangedora que ele me visse apenas de toalha, felizmente não estava lá.

Como não tinha nenhuma roupa confortável para dormir, peguei uma de suas camisas. Ela ficou enorme em mim, quase uma camisola. Fui para debaixo das cobertas, estava frio. Fechei os olhos por um momento, assim que os abri Jesse estava lá.

- Desculpe, não queria atrapalha-la. Só queria saber se estava confortável...

Jesse estava com o cabelo molhado e roupas limpas. Uma calça de moletom e regata branca. Lindo como sempre. E visivelmente embaraçado.

- Eu já estou indo.

- Não, espera. –ele parou.

- Vem aqui. –jesse se sentou na cama. Colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

- A cama é sua.

- Você está nela.

- Eu também sou sua... –sussurrei.

Jesse selou seus lábios nos meus, em um beijo apaixonado. Eu sabia que estava em uma situação, digamos perigosa. A julgar pela posição em que nos encontrávamos. Jesse por cima de mim e eu o puxando para mais perto. E claro, na cama dele. O que deixava tudo mais complicado.

- Fica aqui comigo. –Ele deu um sorriso maroto.

- eu não acho que posso resistir a essa tentação.

- Não precisa.

- Você está me seduzindo. Isso não é justo.

- Por que não? Você fazia isso sempre comigo.

- Mas a diferença é que eu sou fraco e não resisto a você. Logo... Aqui... Na minha cama e... Você está usando uma camisa minha? –observou ele rindo.

- Sim, estou. –ri também.

Jesse não falou mais nada, apenas me olhava, observando cada pequeno detalhe do meu rosto, como se estivesse tentando memorizá-los.

- O que você está pensando?

- Que isso parece um sonho.

- Parece tão impossível?

- Parece um sonho.


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Notas finais do capítulo

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