(Megurine Luka)

– Quem é você? – Perguntei olhando para o alto homem que se aparentava ter 19 anos.

A frente de Luka estava um homem de cabelos roxos longos amarrados em um rabo de cavalo que caia até a cintura, trajava uma regata masculina branca, calça jeans preta, tênis nike branca com linhas roxas.

Definitivamente, até que esse ai não era de se jogar fora.

Estranho, parece que essa imagem dele desse jeito fora um Déjà vu.

Mas... O que mais me incomodava era que ele também tem tatuagem nos braços e...

Estava visível...

Em cada Braço dele esta a mesma tatuagem:

06

– Kamui Gakupo, o adorador de armas – disse pegando minha mão e beijando a palma dela. – E também conhecidos por alguns de PSA V06.

Ele adora armas? Cada maluco com gostos diferentes.

Tomei minha mão de volta dele, olhando para ele com uma cara de desanimada.

– Há, legal, bom saber, é interessante – eu disse começando a me virar para sair dali sem me despedir.

– Não precisa ficar escondendo sua tatuagem, não é crime ter e mostrar.

No mesmo momento arregalei os olhos. Como assim ele sabe das tatuagens que tenho nos dois ombros...? A manga da blusa que estou usando cobre totalmente as tatuagens...

Ninguém sabe das tatuagens, nem mesmo a Miku sabe...

Como um estranho sabe meu segredo?

Quem é ele?

Atordoada, virei-me para ele com um olhar sério e confuso e perguntei:

– Como você sabe de mim?

Ele ficou por um momento olhando para mim sem expressão e depois suspirou demoradamente, virando o olhar para um ponto distante.

– Parece que você ainda não se lembrou de mim. – disse voltando seu olhar para mim e dando um sorriso triste.

Por um momento, me senti triste. Por quê?

– Como você sabe de mim? – perguntei novamente pra ele olhando para ele séria.

– Longa história. – disse se virando após ouvimos o sinal do termino da pausa. – Me encontre na garagem da escola depois da aula, irei-te contas o básico do que esta acontecendo ultimamente.

Olhei para ele até desaparecer de vista. Como é que entrei nessa? Principalmente; como é que ele sabe do meu passado?

Tenho que achar a Miku e abrir o jogo todo pra ela, mas o que ela achará de mim? Que sou uma aberração ou uma traidora que preferiu guardar segredo da melhor amiga?

Chegarei perto dela e falarei; Miku sinto muito por não ter te contado que tenho tatuagens nos braços e que tenho ‘dons’ especiais. Ela iria começar a chorar e falar que não sou uma boa amiga ou iria se afastar de mim e espalhar para a escola que sou uma aberração com poderes paranormais que pode matar qualquer um que se metesse comigo.

Não.

Provavelmente iria me dar um belo soco na cara e pediria pra mim confiasse mais nela na próxima vez em que precisasse dela.

Conheço-a até demais às vezes.

Preciso parecer calma e séria para conversar com ela sobre isso.

Só Kami mesmo para me ajudar nessas horas.

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(Shion Kaito)

Fiquei ali, olhando para o céu azul e para as nuvens brancas que passava, junto com o som de pássaro voando e assobiando.

No último horário, invés de assistir as aulas chatas que os professores estavam dando, preferir ficar sentado no telhado, aproveitar para colocar a mente no lugar. Há tempos que precisava fazer.

Meu passado sempre me segue tanto em sonhos, quanto em pensamentos. Fiz muita coisa no passado em que não me arrependo de nada, só me arrependo por não ter conseguido salvar minha família na época que começou a rebelião.

Sinto falta da minha família, como também sinto falta do tempo de criança.

Hoje sou movido por objetivos e ordens.

Vim para essa escola com o objetivo de me aproximar de Megurine Luka e chama-la para se juntar aos outros PSA que sobreviveu naquela explosão, para que nós pudéssemos cuidar um dos outros. Mas após achar a Miku, - a primeira PSA completa - o plano teve que ser mudado completamente, pois parece não somos sós nós que estamos nesse território.

E para piorar tudo, velhos conhecidos do passado, volta para infernizar mais minha vida. Kiyoteru - agora conhecido como ‘Hiyama-sensei’- provavelmente esteja aqui para pegar não só a Miku, mas também eu e Luka. E possivelmente Gakupo.

O governo provavelmente já saiba que estamos nessa escola.

Que droga, definitivamente hoje não é meu dia de sorte.

Ser designado junto com a berinjela ambulante para uma missão para trazer para nosso grupo uma – mas agora duas – PSA já é uma piada. Nossos sucessores sabem que não nos damos bem com um com o outro, sempre estamos competindo pra ver quem é o melhor.

Eles ainda tenham a ‘boa abundância’ e diz pra parar com criancices e começar a trabalhar em equipe.

Do jeito que falam, parece que sou mais criança que o Gakupo.

Suspirei.

Odeio quando as pessoas me subestimam.

Levantei-me de onde estava sentado, limpando um pouco a calça que ficou um pouco amarrotada e fui indo para a porta do terraço.

Não consegui chegar até a porta. Senti uma dor forte e aguda do soco na cara, sentindo meu corpo indo pra trás com tudo pela força do movimento.

Minutos depois só pude ver Hiyama – Sensei me segurando pela gola da blusa moleton azul que estou usando e com aquele riso irônico que odeio tanto.

– Mas o que –

– Há quanto tempo Kaito que não o vejo, deste a última vez em que você destruiu a base do norte e do sul. – dizia Kioteru deixando uma ponta de ódio se mostrar nos olhos.

Inimigos há vista, que ótima, mais uma coisa para colocar na lista de coisas melhores para o dia.

– há, sim, lembro perfeitamente, como também me lembro de ter te dado um ótimo soco na cara na nossa última conversa. – digo dando uma risada sarcástica.

– Pode rir senhor Shion, depois veremos quem rirá no final. – disse aflouxando o aperto da minha manga.

–veremos. – eu disse passando a mão direita sobre o nariz que começava a sair pequenas gotas de sangue e usando a mão esquerda para tirar as mãos de Kiyoteru sobre a manga. – Não é todo dia em que temos essa chance de humilhar o governo, será divertido.

Ignorando a minha resposta, ele se virou para porta e foi andando, mas antes de chegar até a mesma, ele disse:

– Espero que você não tenha se acostumado com essa escola, pois amanhã ela irá direto para o inferno.

Arregalei os olhos com a resposta dele.

O que ele quer dizer com isso?

Antes que eu pudesse dizer algo, ele já tinha saído.

Droga, outro problema nas mãos.

– Só falta começar um temporal para deixar perfeito. – digo dando um suspiro pesado.

Segundos depois cai uma gota em meu rosto.

Assim começando uma chuva forte para o resto da tarde.

Pronto, agora meu dia esta perfeito.