Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o lindo - ou não - capítulo de vocês. Quero agradecer à Marianna e a Duda, que sempre estão lá no ask.fm me divertindo, me dando ideias, me fazendo companhia. Adoro vocês ♥



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Como ele podia ser tão estúpido? Fiquei boquiaberta com a frase que acabara de ouvir, completamente incrédula. Lancei um olhar fulminante para ele.

— Você é um idiota. — constatei. 

Bati desesperadamente na porta, na esperança de que alguém me ouvisse e me tirasse daquele recinto.

— Ninguém vai te ouvir, não tem ninguém na sala. — Federico falou.

— Vão me ouvir sim! — esbravejei e bati com ainda mais força. Ainda por cima era negativo! Acho que nunca fiquei com tanta raiva.

Minhas batidas eram frenéticas e a porta estremecia, mas isso não resolvia nada. Ninguém me escutaria, como Federico mesmo falara. Mas eu não podia desistir. 

— Violetta, precisamos conversar.

— Estou presa num depósito com você e você vem me falar de conversa? — Olhei-o, descrente. 

— É a oportunidade perfeita! — Ele sorriu na maior cara de pau. 

Mas o quê? Que idiota. Minha paciência esvaiu-se completamente.  

— SOCORRO! ESTOU PRESA COM UM LOUCO! — gritei, eu estava enlouquecendo. Queria sair logo dali.

— Para com isso! 

— SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA! — continuei, ignorando-o. 

Talvez eu estivesse exagerando, mas eu estava enfurecida demais para pensar em alguma coisa. 

— Violetta, para com isso! 

Ele me segurou pela cintura e me puxou para trás, me impedindo de bater na porta. Fiz a menção de gritar novamente, porém ele tapou minha boca com a mão.

Fiquei ainda mais brava e mordi sua mão com força, fazendo-o gemer de dor. No mesmo instante ele me soltou. Desisti de fazer alvoroço e sentei-me no chão, derrotada.

— Espero realmente que isso tudo não tenha sido planejado por você. — falei, olhando-o com ódio.

— Não foi, eu juro! — Ele ergueu a palma da mão, que estava vermelha pela minha mordida. — Vai ver que isso é o destino, querendo que nós conversemos. 

Olhei-o de canto, como se ele fosse louco. E realmente, ele era. Ontem ele passara o dia inteiro me atormentando, me fazendo ter problemas com meu namorado. E hoje, ele vem me dizer que o destino quer que tenhamos uma conversa. Ah, faça-me o favor! 

E cada vez mais eu tinha a suspeita de que ele quebrara a maçaneta de propósito, apenas para ficarmos naquela situação. Nunca pensei que ele fosse capaz disso. Ele passara dos limites.

Virei o rosto. Agora só bastava esperar. Com certeza, em algum momento, alguém apareceria e nos tiraria de lá. Nesse tempo em que ficássemos presos, não dirigia uma palavra a ele, eu não podia fazer isso.

— Violetta, me escuta, por favor. — Ele insistiu e continuei a ignorá-lo. — Por favor, me desculpa! 

Soltei um suspiro cansado e continuei olhando para a direção da porta, desejando ao máximo que ele parasse de falar. 

Senti alguém se sentando ao meu lado, mas mantive o meu olhar fixo. Embora não gostasse de brigar, tampouco ignorar alguém, tinha que fazer aquilo. Federico estava indo longe demais. Pensei que depois de todos os meses que ficamos sem ver o outro e a conversa que tivemos antes do regresso dele à Itália tivessem feito com que ele soubesse separar bem as coisas. Ficava bastante chateada com tudo isso. Queria ele como um bom amigo, e nada mais. 

Senti que ele mexia em meus cabelos. Inflei as bochechas e soltei o ar vagarosamente, tentando adquirir paciência que perdera.

— Violetta, você é importante para mim. — Ele começou. — Eu sei que não deveria ter agido dessa forma e te peço perdão... É só que, assim que te vi pela primeira vez, percebi algo de diferente e especial em você. Interessei-me no mesmo instante, embora tenhamos começado com o pé esquerdo no início. — Ele soltou uma risadinha e senti vontade de rir também, lembrando-me do quão fomos tolos. Quando o conheci, fiquei com bastante raiva dele, mas depois nos acertamos. — E me apaixonei por você bem rápido. E por mais que eu tente, não posso negar meus sentimentos, nem evitá-los. Sei que ontem agi como uma criança. E foi infantilidade minha não dar a mínima importância para o fato de estarmos aqui... Presos. 

Meu primeiro impulso foi abraçá-lo com força, mas me contive. Ele era realmente um grande amigo e eu gostava bastante dele, porém isso traria problemas para mim e León. 

Levantei-me rapidamente e cruzei os braços, ainda sem olhar em seu rosto. Pude ver em minha visão periférica que ele levantou também. 

— Eu não quero estar brigada com você. — admiti, tinha que falar isso.

— Então não vamos ficar brigados! Me perdoa, eu prometo que não faço mais! — Um sorriso inspirador e suplicante estava estampado em seu rosto.

Eu deveria ou não perdoá-lo? Ah, não custava nada. Ele era meu amigo e já me ajudara bastante. E estava pedindo de todas as formas desculpas. Além do mais, não guardaria mágoas de ninguém. Ele parecia estar sendo sincero, então, por que não? 

— Promete que nunca mais vai fazer isso? — Arqueei a sobrancelha, em dúvida. 

— Eu juro! 

— Tudo bem. Eu te perdoo. — Sorri, aliviada. Por mais que estivesse brava com os atos dele, não conseguia ignorá-lo. 

— Obrigada, Vilu! — Ele segurou minhas mãos. 

Finalmente o clima entre nós estava estabilizado e provavelmente as coisas agora ficariam bem melhores. Ou assim eu desejava. Precisava de paz em casa e no Studio.

— Não há de quê. — respondi.

Nesse momento, a porta foi aberta rapidamente, revelando um León apático. Ele olhou para nossas mãos e no mesmo instante sua boca se torceu, em raiva. 

Soltei as mãos no mesmo instante, já pronta para me justificar. Entretanto, ele não me deu tempo. Saiu sem falar uma palavra. 

— León, espera! — Corri atrás dele. Ah, não. De novo não. 

Federico's POV

Com suas mãos ainda nas minhas, olhei no fundo de seus olhos. Me doía saber que ela jamais sentiria algo por mim além de amizade, mas eu tinha que aceitar. 

Quando eu vim pela primeira vez à Buenos Aires, Violetta estava com León. E agora, quando voltei depois de tantos meses, eles estavam na mesma situação. Eles se amavam e estavam felizes juntos, então quem era eu para atrapalhar isso?

Me arrependia profundamente de tudo o que fizera ontem. Felizmente, Violetta havia me perdoado e agora tudo estava bem. 

— Não há de quê. — Ela respondeu. 

Neste momento, ouvi o leve rangido da porta sendo aberta rapidamente. Olhei no mesmo instante naquela direção. León nos fitava com uma raiva evidente. Vi que Violetta abrira a boca para falar, mas León foi mesmo rápido.

Ele se retirou sem falar uma palavra. 

— León, espera! — Violetta gritou e correu atrás dele, deixando-me sozinho. 

Ah, não. Eu não queria que eles tivessem problemas por minha causa. León apenas abrira a porta em um momento muito ruim e provavelmente entendera tudo errado. 

Saí daquele depósito, pois estava bastante abafado. A sala de canto estava vazia e eu não estava com muita vontade de ir para a próxima aula, então fiquei tocando uma melodia qualquer no teclado. 

Vi uma partitura em cima da mesa. Peguei-a. Há tempos não cantava essa música. Comecei a tocar melodia, e logo em seguida, a cantar. 

Por tu amor yo renací
Y eres todo para mi
Hace frío y no te tengo
Y el cielo se a vuelto gris

Puedo pasar mil años
Soñando que vienes a mi
Por que esta vida
No es vida sin ti
Te esperare por que a vivir
Tu me enseñaste
Te seguire por que mi mundo
Quiero darte

Hasta que vuelvas
Te esperare
Y haré lo que sea
Por volverte a ver

Quiero entrar en tu silencio y
El tiempo detener
Navegar entre tus besos y junto a ti crecer

Puedo passar mil años
Soñando que vienes a mi
Por que esta vida
No es vida sin ti
Te esperare por que a vivir
Tu me enseñaste
Te seguire por que mi mundo
Quiero darte

Hasta que vuelvas
Te esperare
Y haré lo que sea
Por volverte a ver

Te esperare aunque la espera sea un invierno
Te seguire aunque el camino sea eterno
Mi corazon no te puede olvidar
Te esperare por que a vivir
Tu me enseñaste

Te seguire por que mi mundo
Quiero darte
Hasta que vuelvas
Te esperare

Y haré lo que sea
Por volverte a amar
Te esperare por que a vivir
Tu me enseñaste

Te seguire por que mi mundo
Quiero darte
Hasta que vuelvas
Te esperare

Y haré lo que sea
Por volverte a amar

Te esperare

— Eu adoro essa música. 

Tomei um enorme susto com a presença repentina na sala e dei um pulo para trás. Olhei para frente e vi que Fran me fitava com certa admiração. 

— Você me assustou. — admiti, dando uma risada pela minha reação exagerada.

— É, eu percebi. — Ela concordou e riu também. — Tinha me esquecido que você cantava tão bem. 

— Obrigada, Fran. — agradeci.

— Não parece estar muito bem, aconteceu algo? — perguntou. 

É, eu realmente deveria estar péssimo. 

— Não é nada. — menti, desviando o olhar.

— Ah, qual é! Posso não te conhecer a muito tempo, mas reconheço quando alguém está mal. O que foi? — Ela pôs-se ao meu lado. 

— Não sei se devo te contar. — Eu não queria ser frio nem nada disso, mas não pude evitar.

— Então tá bom... — Ela já foi se afastando meio decepcionada.

— Desculpa! — Puxei-a de volta. — Eu não queria ser grosso. É só que é meio complicado. 

— Eu entendo bem de coisas complicadas. Pode me falar, confia em mim. — Ela sorriu. 

Uma grande confiança tomou conta de mim naquele momento. Não sei por qual motivo, mas senti que poderia contar qualquer coisa para ela, seja pessoal ou não. Por impulso, sorri também.

— É a Violetta. — disse-lhe. 

— Você também? Minha nossa! — Ela jogou as mãos para o alto.

— O que foi?

— Todos os garotos desse Studio gostam e sofrem pela Violetta. — Ela deu ênfase na parte do 'todos' e soltou um suspiro cansado. Senti vontade de rir. — Mas me conta, o que ela fez?

— Ela não fez nada, na verdade fui eu quem fiz. Ontem eu agi como uma criança, dando em cima dela na frente do León. Eu insisti demais nisso. A verdade é que não posso evitar o que sinto por ela, e me dói saber que ela nunca sentirá o mesmo por mim. — Nem acreditava que estava falando isso para ela. Eu mal a conhecia. 

— Eu entendo o que você diz. — E ela parecia entender mesmo. — A mesma coisa acontece com o Tomás. Mesmo que a Violetta não sente mais nada por ele, ele continua gostando dela.

— Tá, mas o que você tem a ver com tudo isso? — questionei.

— Eu gosto do Tomás. 

Ah, era mesmo! Eu me lembrava de Violetta ter citado isso certa vez. 

— Sinto muito, Fran. Acho que não temos muita sorte no amor. — disse-lhe e minha frase até pareceu meio cômica.

— É verdade. — Ela concordou. 

E mais uma vez, agi por impulso e abracei-a. Não sei muito bem porque fiz isso. Ela hesitou um pouco, mas logo me abraçou de volta. E por um momento — também não sei por que — esqueci todo o sofrimento por Violetta.

Violetta's POV

Entrei no Zoom, com a esperança de que encontrasse León por lá. Infelizmente, ele não estava. Onde ele havia se metido? Tinha perdido-o de vista. Eu precisava acertar as coisas com ele. Ele entendera tudo errado e agora ele estava furioso comigo. Só pela forma da qual ele saiu do depósito, percebi que seria difícil convencê-lo. 

Napo estava organizando uns instrumentos no palco. Talvez ele soubesse onde León estava, já que agora estavam tão amigos e eram integrantes da mesma banda. 

— Napo, você viu o León? — perguntei. 

— Não. Aconteceu algo? 

— Ele está furioso comigo.

— Posso perguntar o por quê? — Ele colocou a guitarra na sua base e aproximou de mim, com um ar preocupado. 

— Ah, eu acabei ficando presa no depósito com o Federico, e quando o León abriu a porta, acabou nos vendo de mãos dadas. — Napo ergueu as sobrancelhas. — Mas não é nada do que você está pensando! Eu estava brigada com o Federico, então nós fizemos as pazes e...

— Não é pra mim que você tem que explicar isso, Vilu, e sim para o León. — Ele me cortou.

— Não sei se ele vai acreditar em mim.

— Ele te ama, ele vai entender. — Um sorriso encorajador se formou em seus lábios. 

Eu queria muito acreditar nisso, mas León tinha uma personalidade forte demais. Quando colocava uma coisa na cabeça, era difícil convencê-lo do contrário.

— Napo, pode nos deixar sozinhos, por favor. — Uma voz disse e demorei um segundo para reconhecê-la. León. 

Me virei rapidamente, tentando encontrar algum vestígio de aborrecimento ou fúria em seu rosto. Porém, ele parecia estar bastante calmo. 

— Claro, cara. Estou saindo. — Napo afagou de leve meu ombro, e sussurrou um “Boa sorte”. Assenti e ele se retirou, fechando a porta.

— León, olha, eu posso explicar... — Comecei, mas fui interrompida. 

— Não precisa. Eu escutei tudo.

— Jura? — perguntei, em dúvida. 

— Sim.

— E não está bravo? 

— Não estou, amor. — Ele segurou minhas mãos, com um sorriso brincando no canto de seus lábios. Entretanto, sua expressão desmoronou um pouquinho. — Só fico chateado que você permita que ele dê em cima de você.

— Eu não permito, León! Eu simplesmente não posso evitar. Mas agora eu resolvi tudo e ele não fará isso novamente. — garanti. 

— Tem certeza?

— Tenho, absoluta! Por favor, tudo aquilo que você viu ficou fora de contexto. Não é nada do que você pensa.

— Eu já sei, eu já sei. — Ele me tranquilizou. — Só tome cuidado, certo?

— Eu te amo. — Abracei-o com força. Eu tinha o melhor namorado do mundo. 


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Notas finais do capítulo

Vocês devem estar pensando: "Ah que bom, tudo se resolveu!" Mas não relaxem, ok? Outra coisa vai acontecer no próximo capítulo e isso trará problemas ao Vilu e ao León. Então... O que acharam? Deixem reviews, pois eles me deixam MUITO feliz!
Essa semana vou tentar postar os capítulos mais rápido, pois quero acabar logo com a primeira temporada. Estou ansiosa para postar a segunda, haha!
E como sempre peço, vão lá no ask e perguntem o que tiverem vontade de perguntar: http://ask.fm/TeEsperareGR