Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora e perdoem-me por qualquer erro. Escrevi às pressas, já que estou postando esse capítulo atrasada, rs. Quero agradecer à nininha cullen pela recomendação. Obrigada, amor!
E também quero agradecer à Aninha, que me deu umas ideias. rs



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Germán's POV.

O céu ia escurecendo enquanto estávamos na estrada. Eu dirigia atento, depois de um longo dia na praia com Angie. Olhei de soslaio para ela e pude ver que sorria. Sorri também, para mim mesmo.

E então, lembrei-me mais uma vez do que acontecera mais cedo.

LEMBRANÇA ON

Colocamos uma toalha na areia quando enfim chegamos ao local perfeito. Era bem vago, apenas poucas pessoas caminhavam ou se banhavam no mar.

Eu não era muito fã de praia, na verdade não gostava muito. Porém, uma vez Angie me dissera — não me lembro quando — que sentia falta de pisar na areia, sentir o cheiro da maresia e o leve barulho das ondas. E de fato, era agradável.

Na realidade, qualquer coisa era agradável e feliz quando eu estava com ela.

— O dia está lindo! — exclamou, fitando o céu azul sem nenhuma nuvem.

— É mesmo. — concordei. — Só não está mais lindo que você.

Ela corou com o meu elogio e me deu um leve tapa no braço, sem graça. Adorava quando ela ficava assim, era tão meigo.

Angie colocou seus óculos de sol e deitou-se na toalha. Fitei-a por alguns segundos, observando cada detalhe. Sua pele branca, seus cabelos loiros e sedosos, seus traços perfeitos. Ela era perfeita de todas as formas. Nem acreditava que nos casaríamos no sábado.

Quando Maria morreu, achei que jamais amaria ninguém. Tranquei meu coração de uma forma que só eu entendo e me tornei uma pessoa extremamente amarga e paranoica. Porém, quando Angie apareceu... Ah, tudo mudou. As cores tiveram vida novamente, tudo em volta de mim ficou mais alegre.

Eu nunca amara Jade. Sempre foi Angie a pessoa certa, só que antes eu não enxergava isso. Felizmente, tudo agora estava bem e feliz.

Porém, toda essa tranquilidade e harmonia na praia se extirparam quando percebi a quantidade de olhares que Angie atraia. Todos os homens que passavam fixavam-se nela e isso me irritava imensuravelmente.

— O que foi, Germán? — Angie perguntou em certo momento.

— Nada. — menti, olhando em outra direção.

— Por que está tão irritado?

— Nada, Angie.

— Me conta! — insistiu.

— Não vamos mais à praia.

— Mas por quê? — Ela ergueu as sobrancelhas.

— Até parece que você não percebeu. — Grunhi.

— Eu não percebi? O que?

— Todo homem que passa olha pra você! — exclamei, jogando as mãos para o alto.

Ela gargalhou com minha explicação e isso me irritou ainda mais.

— Você é um bobo, Germán! — Ela riu ainda mais, já ficando vermelha.

— Não ria. — Fechei a cara.

— Para de ser idiota. — Ela ficou de joelhos à minha frente e me abraçou com ternura, ainda rindo.

Por mais que eu estivesse com raiva, tinha que admitir que ela ficava linda rindo. Linda rindo? Ela ficava linda de todas as formas. Perdi-me em meus devaneios por um minuto, até que voltei à realidade, me lembrando do motivo de estar bravo.

— Eu que deveria estar irritada. — afirmou, sentando-se ao meu lado novamente.

— Por quê? — questionei.

— Até parece que você não percebeu. — Ela repetiu minha fala.

— Percebi o que?

— As mulheres também ficam olhando pra você, Sr. músculos. — Ela gesticulou para as pessoas a nossa volta.

Sr. Músculos? Ri diante daquele apelido.

— Ah, ficou com ciúmes? — Arqueei as sobrancelhas.

— Eu? Não! — Angie tentou parecer convincente, mas eu sabia que ela estava blefando.

Agora era minha vez de rir.

— Somos dois idiotas. — afirmei, e ela acompanhou minha risada.

— Sim, somos mesmo! — concordou.

LEMBRANÇA OFF

— Devemos fazer isso mais vezes. — disse-lhe, olhando de relance para ela.

— É, concordo. Precisamos nos descontrair.

Fiquei feito bobo olhando para o sorriso dela, até que me lembrei que estava dirigindo e poderia acabar batendo o carro se não prestasse atenção. Voltei os olhos para a estrada.

Quando chegamos, estacionei o carro ao meio-fio da calçada. Abri a porta do carro para Angie, como o cavalheiro que ela merecia. Ela corou com meu ato e pegou minha mão que estava estendida para ela. E então, caminhamos de mãos dadas até a porta. Entramos e me dei de cara com Violetta e Federico. O semblante de Violetta não estava muito calmo, parecia que a qualquer momento ela o enforcaria.

Violetta's POV.

— Por que está me olhando assim? — Ele tentou manter uma fachada inocente, mas eu não acreditava nessa atuação barata.

— Não se faça de sonso. — Minha voz era fria.

— Me fazer de sonso? Não sei o que está acontecendo! — Ele ergueu a palma das mãos para o alto, como quem não entende nada.

— Ah, poupe-me. Federico, há meses atrás combinamos que seríamos amigos. Eu amo o León e o que você fez não foi legal.

— Mas eu não fiz nada, Violetta!

— Vai continuar negando? — Ergui as sobrancelhas.

Antes que ele pudesse falar algo a mais, a porta foi aberta e papai e Angie entraram sorrindo de orelha a orelha. Porém, quando viram meu semblante, uma expressão confusa assumiu o rosto de cada um.

Sem dar cerimônias, subi as escadas quase correndo e fui para meu quarto, deixando-os sem entender absolutamente nada. Tranquei a porta e deitei-me na cama. Como ele podia ser tão estúpido?

Não via problema algum em ele gostar de mim, sabia muito bem que não se podia evitar nem repreender sentimentos. Mas fazer o que ele fez hoje à tarde, e ainda por cima na frente de meu namorado... Era extrapolar os limites, era infantilidade.

Escutei batidas frenéticas na porta e nem precisei perguntar, pois já sabia quem era.

— VIOLETTA, ABRE ESSA PORTA! VAMOS CONVERSAR! — gritou.

— VAI EMBORA. — gritei de volta.

Ele continuou batendo na porta, persistindo. Pressionei o travesseiros contra meus ouvidos, para não ter que ouvir aquilo. Por fim, Federico desistiu e saiu. Ou pelo menos, assim creio eu.

Por fim, pude dormir tranquila. Ou nem tão tranquila assim.

***

O clima no café da manhã estava meio pesado, pelo menos entre mim e Federico. Ele olhava para mim a cada instante com uma olhar de desculpas e súplicas. Já eu, tentava o ignorar ao máximo possível. Ainda estava bastante irritada. Não tolerava esse tipo de coisas, principalmente vindo de uma pessoa da qual eu já havia conversado sobre isso.

Por sorte, papai não percebeu nada. Se ele estivesse ciente do que estava acontecendo, provavelmente faria uma enxurrada de perguntas, das quais eu não estava com a mínima vontade de responder.

Meu café da manhã estava intocado, não estava com a mínima fome. Quando por fim conclui que não conseguiria comer nada, levantei-me e peguei minha bolsa, pronta para ir ao Studio.

Antes que eu pudesse chegar à porta, alguém segurou meu braço. Virei-me para ver o rosto do indivíduo e era Federico, com um meio sorriso no rosto.

— O que quer? — perguntei, já impaciente.

— Violetta, me desculpa por ontem.

— Eu quase tive problemas com o León por sua causa, de novo! — exclamei.

Lembrava-me claramente de tudo o que ocorrera há meses atrás.

— Desculpa! Vilu, eu gosto de você, não posso evitar isso. — Ele parecia desesperado.

— Isso não é motivo para você ter feito o que fez, Federico. Foi um ato imaturo.

— Me perdoa.

— Tenho que ir. — afirmei, soltando meu braço e saindo, antes que ele pudesse falar qualquer outra coisa.

Olhei para trás rapidamente e vi que ele me seguia. Então me lembrei de que ele voltaria ao Studio, como um aluno de intercâmbio, novamente. Se em casa as coisas em casa já estavam assim, imagine no Studio. Onde estavam León e Tomás. Eu não tinha absolutamente nada com o Tomás e não sentia mais nada por ele, mas sabia que ele sentia algo por mim e também não gostava nada dessa história.

Choraminguei já imaginando todos os problemas que eu teria e as possíveis confusões que ocorreriam.

Assim que cheguei ao Studio, vi Broduey na entrada. Como sabia que Federico tentaria novamente puxar assunto ou imploraria por perdão, tinha que arranjar uma desculpa para ficar longe dele.

Corri até Broduey.

— Você precisa me ajudar! — Lancei-lhe meu olhar mais suplicante.

— Com o que?

— O Federico voltou e eu não estou nem um pouco afim de falar com ele. Faz alguma coisa, arranja alguma desculpa para ele ficar longe de mim.

— Mas por que você quer ficar longe dele? — questionou, confuso. — Pensei que fossem amigos.

— E de fato somos, mas ele fez algumas coisas que me irritaram. Por favor! — Juntei as mãos, em súplica.

Antes que ele pudesse me dar uma resposta, Federico me alcançou e já abriu a boca para falar alguma coisa. Suspirei, derrotada. Mas um anjo chamado Broduey me ajudou, como eu pedira.

— Violetta, eu compus uma nova música para a banda e eu quero sua opinião. Pode escutá-la e me dizer o que achou? — perguntou, piscando com cumplicidade.

— Mas é claro! — Aceitei de pronto, com um sorriso aliviado nos lábios.

— Então vamos para a sala de música. Os meninos estão lá. — Ele gesticulou para o Studio. — E aí, Federico. — falou, antes de se afastar comigo.

Sussurrei um "obrigada" enquanto andávamos e ele apenas assentiu, sorrindo. Acabei ficando para ver o ensaio dos meninos, e realmente Broduey havia composto uma nova música. Ficou muito boa e eles como sempre, tocaram e cantaram muito bem, como sempre faziam. Tinha absoluta certeza que eles fariam muito sucesso no futuro.

A hora da aula chegou e fomos todos para a sala de canto. Angie já estava lá, concentrada em alguns papéis que estavam sobre sua mesa. Sentei-me ao lado de León, que passou o braço por cima de meus ombros. Recostei minha cabeça em seu peito, já bem mais calma.

Mas é claro que essa calma desapareceu no momento em que Federico adentrou a sala, atraindo olhares de todos — principalmente das meninas. Revirei os olhos e León bufou de raiva.

— Pessoal, tenho certeza de todos vocês se lembram do Federico. — Angie disse, apontando para ele. — Ele voltou da Itália e vai voltar a ter aulas com a gente.

— Isso é incrível! — Fran exclamou, sorrindo embasbacada.

Federico sorriu para ela e sentou-se ao seu lado, fazendo o sorriso que estava no rosto de Fran se alargar ainda mais.

Como eu previra, Tomás também não estava muito feliz com a volta dele. Ele estava no canto da sala e observava-o com certa fúria. Já fazia um mês que ele estava no Studio e eu me perguntava quando ele por fim retornaria para a Espanha.

E como se as coisas não pudessem piorar, Ludmila entrou na sala com um sorriso implicante estampado em seus lábios.

Angie, León, Maxi e eu a fuzilamos com os olhos. Ela ajudara no sequestro que Jade e Matias planejaram. E para a minha surpresa, ela estava alegre demais. Achei que depois do ocorrido, ela baixaria um pouco a guarda e ficaria até um tanto envergonhada. Mas é claro que ela não fez isso. Ela era Ludmila Ferro, ela nunca se arrependia de nada.

— Bom, agora que estamos todos aqui, vamos começar a aula. — Todo o bom humor de Angie sumira no momento em que Ludmila entrou nada sala. — Eu planejei um trabalho para vocês. Vocês vão formar grupos de cinco e vão apresentar a música que quiserem.

— E quando vamos apresentar o trabalho? — Maxi perguntou.

— Em dois dias.

— E já podemos começar a formar os grupos? — Cami perguntou bastante animada.

— Na verdade, eu vou sortear. — disse Angie e todos fizeram um "own" insatisfeitos.

Ela pediu a ajuda de Fran para escrever os nomes nos papéis e os colocou dentro de uma caixinha. Por fim, anunciou que o sorteio começaria.

— No primeiro grupo ficarão... — Ela pôs a mão dentro da caixa e puxou cinco papéis aleatoriamente. — Violetta, Maxi, León... — Eu já estava sorrindo exageradamente para León, que também estava animado. Maxi também ficou bastante feliz. — Ludmila e Federico.

Minha boca abriu-se no mesmo instante, formando um "O" perfeito. Ah, não! Não, não, não, não. Mil vezes NÃO!

Como assim Ludmila e Federico? Esse grupo não poderia ficar pior. Fiz um muxoxo de insatisfação e olhei para León, que também ficara bastante irritado ao ouvir aquilo.

— Como assim estou no grupo desses losers? Isso não é justo! — esbravejou Ludmila, batendo pé.

— Ludmila, não vou permitir que trate seus colegas assim. — Angie a repreendeu com o olhar mais fulminante que já vi, vindo dela. — E não se esqueça que isso é um sorteio.

— Com certeza! — concordei. — Se não fosse sorteio, você ficaria sozinha. — Dei ênfase no 'sozinha'. Era evidente que ninguém gostava dela. Talvez, se ela fosse um pouco mais agradável e humilde, muitos pessoas falariam com ela. Mas ela era esnobe demais para se dar ao luxo de ser amiga verdadeiramente de alguém.

Ela já abrira a boca para retrucar minha lógica, mas Angie a interrompeu.

— Ludmila, basta. Se não estiver satisfeita, saia da sala.

— Vou sair. Ludmila já vai! — Ela deu seu clássico estalar de dedos e se retirou da sala.

Angie balançou a cabeça negativamente e prosseguiu:

— O segundo grupo será composto por... — Ela novamente pegou cinco papeis aleatoriamente da caixa. — Camila, Natália, Brako, André e Napo. — Eles assentiram e então Angie prosseguiu com a formação. — O próximo grupo será composto por os que restaram... Francesca, Tomás, Broduey, Isabella e Roberto. (N/A: Esses dois últimos eu inventei).

Nem preciso citar que Fran ficou completamente satisfeita com o grupo. Ela ainda gostava muito de Tomás e já não tentava esconder isso.

Todos os grupos ficaram debatendo sobre os trabalhos, menos o nosso. Maxi, León e eu, ao contrário do restante, não estávamos satisfeitos com os outros dois presentes no grupo. Maxi só tinha problemas com Ludmila, mas León e eu tínhamos problemas com os dois.

Quando a aula terminou, fiquei para ajudar Angie com umas partituras — outra desculpa para ficar longe de Federico —, mas Ludmila novamente entrou na sala.

— Temos que resolver o trabalho. — falei, aproveitando a oportunidade para cobrá-la.

— Já está resolvido. — Sorriu e eu sabia que ela tivera uma ideia.

— Como assim está resolvido? Ainda nem nos reunimos...

— Todos vocês farão o coro e eu vou brilhar como sempre.

— Eu não vou fazer o coro! Vamos cantar em partes igual. — disse-lhe com firmeza.

— Ai Violet, estou lhe poupando de passar vergonha. Faça o coro, é melhor pra você.

— Ludmila, já chega! Vamos na sala do Antônio, agora! — Angie ordenou, indo até a porta.

— Mas...

— Nada de 'mas'. Ande.

Ludmila relutou, mas saiu da sala, batendo pé.

Ri comigo mesmo, satisfeita por isso. Tinha certeza de que Antônio a repreenderia, ele não gostava nada desse tipo de coisa. Dizia que o espírito do Studio era a união, e não a individualidade.

Finalmente fiquei em paz. Peguei algumas partituras e fiquei cantarolando algumas canções. Tanto músicas compostas há muito tempo, como músicas recentes. Fiquei pensando na música que poderíamos cantar para o trabalho da Angie. Nenhuma daquelas era boa o suficiente.

Ah, mas tinham algumas músicas no depósito! Poderia verificá-las. Entrei lá e fiquei procurando na estante algumas, até que escutei a porta do local sendo fechada.

Virei meu corpo num ângulo de 360 graus e vi Federico à minha frente.

— O que você quer?

— Precisamos conversar.

— Não quero conversar com você! — esbravejei, pegando na maçaneta da porta, pronta para abri-la.

Quando puxei a maçaneta, a mesma saiu. Estávamos trancados naquele depósito. Ah, não! Outra vez não! Por que hoje tudo conspirava contra mim?

— O que você fez? — perguntei pausadamente.

— Eu? Nada!

— A maçaneta quebrou! — Grunhi.

— Ah, agora podemos conversar com tranquilidade! — Ele sorriu e senti vontade de dar um tapa em seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Com certeza muitas de vocês lembraram do dia que a Vilu ficou presa com o Tomás no depósito, hahaha. Eu sei que esse capítulo ficou meio mal escrito, mas como eu já disse, escrevi às pressas. Deixem seus reviews, por favor! Vocês sabem que eles me fazem MUITO feliz.
E como sempre peço: vão lá no meu ask.fm, perguntem o que quiserem: http://ask.fm/TeEsperareGR