Mais um dia havia se passado e eu ainda permanecia na mesma situação. Necessitava de León ao meu lado, precisava estar em seus braços. Porém, sabia que nada eu poderia fazer para conseguir isso.

Não achara nenhuma maneira de provar o meu amor a ele, e não tinha mínima ideia. Eu poderia pedir ajuda ao Maxi, mas ele era pior do que eu quando se tratava de soluções para problemas.

Agora, eu estava no Studio 21, encaminhando-me à aula de dança.

Gregório, como sempre, estava esbanjando sua má energia. Gritava com todos sem motivo algum, e quando entrei na sala, não foi diferente. Maxi logo se aproximou de mim.

— E aí? Está melhor?

— Nenhum pouco. Sinceramente não sei o que fazer. Mas não posso desistir, não agora.

— Na verdade, acho que nem vai precisar fazer muito esforço para tê-lo novamente.

— O que quer dizer, Maxi? — Meus olhos brilharam em emoção.

— Não posso te contar. Acho melhor eu ir me alongar antes que o Gregório brigue comigo. — Ele beijou a minha bochecha e saiu.

Agora, eu estava aturdida. O que Maxi quis dizer? O que León faria? Fiquei nervosa e ao mesmo tempo esperançosa, mas não poderia ter tanta esperança assim.

Segui o exemplo de Maxi, e fui me alongar. Estava em paz até que ouvi a última voz que eu queria. A voz irritante e decidida da minha pior rival, a garota que fez um inferno em minha vida, e continuava a fazer. Ludmila.

— Vilu, como está? — falou ela, em seu tom mais irritante e irônico.

— O que você quer? — Tentei colocar firmeza em minha voz.

— Ai, Vilu, nada! Por que é tão grossa comigo? O que eu foi que te fiz?

— Não se faça de santa, Ludmila.

— Está revoltada por que o León abriu os olhos e não te quer mais? A sua máscara caiu, queridinha.

— Eu não tenho máscara nenhuma, Ludmi. A única falsa nesse estúdio é você, agora, se me der licença...

— Como você é tola! Agora que o Tommy saiu do estúdio, eu poderia muito bem ser uma boa pessoa, mas como você não coopera...

— Ludmila, deixa ela em paz. Todos aqui sabem que você não é capaz de ser uma boa pessoa. — Meu queixo caiu ao ver quem estava me defendendo.

León, sim, León. O mesmo que me ignorava há semanas. O meu amado, que eu havia jurado há pouco que não desistiria dele. Será que ele enfim havia desistido da história de que eu ainda era apaixonada por Tomás?

Meus olhos brilhavam de emoção, de esperança, de paixão. Mil sentimentos e emoções passavam por minha cabeça naquele momento.

— O que houve, Lion? Está sendo manipulado por essa falsa de novo?

— Ludmila, sai daqui!

Por um minuto, ela me fuzilou com os olhos, mas logo saiu.

— Obrigada. — Sorri para ele.

— Não há de quê. — Ele sorriu por um momento, e se afastou.

A essa altura, minhas esperanças e felicidade estavam a mil. Talvez conseguisse recuperá-lo. Talvez.

O restante da aula passou-se rapidamente. Gregório brigou comigo de cinco em cinco minutos devido a minha falta de atenção. Meus pensamentos estavam em outra coisa, ou especificamente, em outra pessoa. E o alvo de meus pensamentos pareceu notar isso, pois olhou para mim durante a aula toda.

Estávamos na sala de música quando voltei à realidade.

— VIOLETTA! Está me ouvindo? — Fran gritava sem parar.

— Ah... Oi?

— No que você tanto pensa? Está nas nuvens desde a aula do Gregório.

— Foi porque o León defendeu ela da Ludmila, com certeza. — Cami intrometeu-se.

— Mas o León sempre fez isso, desde que a Vilu entrou no estúdio. — disse Fran.

— A Cami tem razão, estou assim por causa dele. Não entende, Fran? Há semanas, ou quem sabe meses, León está estranho comigo e se recusa a me ouvir. E hoje, ele me defendeu e até sorriu pra mim. Isso está parecendo observações bobas de uma adolescente em seu primeiro amor, mas é algo totalmente diferente. Quem sabe isso seja um passo para ele simplesmente esquecer o Tomás e se dar conta de que é dele que gosto realmente. — falei para elas.

— É, talvez. Mas é melhor você manter seus pés no chão, se não vai acabar sendo advertida pelo Beto.

— Vocês tem razão. — Sorri.

***

As aulas passaram-se rapidamente, e eu já estava em casa. Angie tinha saído com meu pai — agora eles estavam noivos, Jade e Mathias haviam sumido do mapa, e isso me animava um pouco — e eu escrevia em meu diário, como sempre fazia.

Minha felicidade mórbida chegava a me assustar, há tempos que não me sentia assim.

Meu celular, que estava na cabeceira, começou a vibrar. Olhei em seu visor, e vi que tinha uma nova mensagem do León. Meu coração disparou e minhas mãos começaram a tremer. Droga, eu parecia mesmo uma adolescente nas emoções de seu primeiro amor.

Me encontra na praça, quero conversar com você. León.

Nem pensei duas vezes. Me levantei em um pulo e corri para me arrumar. O que será que ele queria conversar comigo? Seria algo bom ou ruim? Bem, eu teria que ir até lá para descobrir.