Fogo Contra Fogo escrita por Moon and Stars


Capítulo 4
Uma mão a menos


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, personagem novo. Ele vai aparecer mais vezes, ele é um tanto importante pra história e tal. Enfim, a história continua e com muita coisa pela frente. Qualquer dúvida, reviews ;)



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*Ponto de vista do agente investigativo Rod Dawes.

Olhei para o relógio de ponteiros pendurado na parede do meu escritório, que marcava 11:48p.m. Tomei um bom gole do meu café. Aquela era minha terceira caneca de puro café naquela noite. Eu havia sido escalado para cobrir o turno da noite e eu precisava me manter acordado. Suspirei entediado e encarei a minha bagunça de papéis espalhados e canetas estouradas sobre minha mesa. Um som me despertou de meu devaneio. Havia alguém batendo à minha porta. Uma batida baixa e acanhada, quase inaudível. Surpreendi-me por ter escutado. Talvez seja a cafeína.

"Entre." eu disse à quem quer que fosse.

Vejo um rosto familiar atravessando minha porta. Nicole Fernandez. Ela pediu minha licença e entrou em meu escritório fechando a porta atrás de si. Nicole era uma mulher de baixa estatura, pele negra, que eu adorava. Ela me olhava com seus olhos especulativos... maliciosos. Sorriu para mim de um jeito travesso enquanto eu a observava se aproximar. Ela passou pela minha mesa e contornou minha cadeira, ficando atrás de mim. Esticou o braço e tirou a caneca de café da minha mão e pôs o objeto num canto distante da minha mesa. Virei o rosto para olhar para ela e vi que ela me olhava de volta, mas nenhum de nós disse uma palavra.

Ela pousou as mãos sobre meus ombros e começou a massagear. Fechei os olhos sentindo meu corpo amolecer quase instantaneamente. Senti o rosto dela se aproximar da lateral do meu e então a ouvi sussurrar no meu ouvido:

"Você precisa relaxar mais, sabia?" ela disse de um jeito muito, muito sexy.

Permaneci de olhos fechados, deixando-a fazer o que quer que ela tivesse em mente. Ela agarrou o colarinho da minha camisa e senti seus dedos acariciarem a pele do meu pescoço. De repente suas mãos deslizaram para baixo, descendo pelo meu peito, por baixo da minha camisa. Abri os olhos num súbito e sem poder me conter, me virei um pouco para ela. Não muito, mas o suficiente para alcançar seu corpo e puxá-la para mim.

Fiz com que ela caísse sentada em meu colo. Ela ameaçou dar um gritinho, mas cobriu a boca com a mão. Olhei para ela fazendo sinal de silêncio com o indicador sobre os lábios. Começamos a rir, baixinho, e a senti remexer-se em cima de mim. Confesso que aquilo me excitou e eu acho que ela notou, porque riu baixinho outra vez e então me beijou. Segurei seu corpo pequeno e esguio em meus braços, acariciando sua pele cor-de-bronze que me deixava louco.

Por um momento insensato, me deixei levar por aquilo, mas por sorte, voltei à minha consciência a tempo, quando Nicole estava começando a abrir os botões da minha camisa. Interrompi-a tentando não ser muito rude.

"Não," eu disse amenizando a minha recusa com um selinho.

"Por que não?" perguntou ela fazendo bico. Mordi o biquinho dela com carinho.

"Não podemos, Nicole." respondi. "É anti ético."

"Ha!" disse ela com ironia. "Até parece que você pensou nisso quando bagunçamos seu escritório da primeira vez..." ela foi alisando minha perna, subindo pela minha coxa. Estremeci de prazer.

"Você dificulta as coisas, sabe?" eu disse segurando a mão dela, afastando da minha perna.

Ela sorriu orgulhosa e eu a fiz se levantar. Levantei-me em seguida e a escutei bufar, frustrada.

"Desculpe, Nicole. De verdade." eu disse acariciando seu rosto.

"Tudo bem. Você está certo." ela concordou de repente. Ela deu uma ajeitada em sua roupa social e depois começou a abotoar minha camisa também. "Não quero arriscar seu emprego." declarou.

"E o seu também." eu disse.

"Mas o seu é mais importante."

Pensei por um momento tentando adivinhar o porquê. Não consegui.

"Por quê?" perguntei.

"Porque se você estiver desempregado, não vai poder me pagar aquele drinque que me deve." Ela sorriu para mim e deu uma piscadinha.

Sorri para ela e dei mais um selinho.

"Está certo." eu disse a ela.

Ela ajeitou meu colarinho e depois se virou para ir embora. Eu a vi se afastar e depois se alguns segundos, ela não estava mais lá.

Inspirei bem fundo o ar e soltei devagar. Passei a mão na testa afastando o cabelo dos olhos. Voltei para minha mesa e me joguei preguiçosamente sobre minha cadeira. Resolvi tomar meu café novamente. Quando peguei minha caneca, prestes a levá-la até a boca, meu telefone tocou. Dei um gole rápido e tirei o telefone do gancho.

"Agente Dawes." atendi.

Ouvi a voz da moça loira do departamento de ocorrências me passando informações e um endereço. Deixei a caneca de lado e procurei loucamente por uma caneta que funcionasse. Por fim encontrei um lápis que poderia servir e anotei o endereço rapidamente.

Desliguei o telefone, peguei meu paletó pendurado sobre o encosto da cadeira e a chave do carro sobre a mesa. Saí às pressas e quase dei de cara na porta porque estava anotando o endereço no GPS do meu iPhone. Deixei o escritório com uma considerável disposição. Em partes, é resultado da quantidade excessiva de café, em outras partes, era o mínimo que eu poderia fazer depois de trocar um sexo perigoso com a Nicole por um caso.

Não foi muito difícil encontrar o local. A uma quadra de distância, eu avistei as sirenes da ambulância e de algumas viaturas da perícia. Estacionei meu carro, coloquei meu distintivo num lugar visível e fui dar uma olhada no local. Notei que a aglomeração de curiosos já estava sob controle, mas pela minha experiência, eu sabia que a imprensa estaria ali em alguns minutos, oque significava que eu teria que ser ágil.

O local era um enorme galpão, uma oficina mecânica e pelo que me foi informado, a vítima era o proprietário dessa oficina. Notei que a vítima ainda estava sob os cuidados dos paramédicos, então resolvi dar uma olhada no local do crime. Atravessei a faixa que proibia a passagem dos cidadãos e chamei um dos peritos mostrando meu distintivo.

"Boa noite, oficial." cumprimentou-me ele apertando minha mão.

"Boa noite." respondi. "Então, qual foi a situação por aqui?"

O perito tirou do cinto uma lanterna extra, acendeu e passou para mim. Com a sua própria, apontou com a luz para alguns pontos da oficina. Observei os carros, os equipamentos, peças, ferramentas, pneus...

"Dê uma olhada nas lâmpadas." disse ele apontando a luz para lá. "Foram estouradas a tiros. Minha equipe já recolheu as cápsulas."

"Já sabem que tipo de arma disparou os tiros?" perguntei.

"Sim. Foi uma Glock Seventeen, 9mm." disse ele distraidamente.

"Você são rápidos." comentei.

"Não foi preciso analisar as cápsulas pra isso." disse ele dando de ombros. "O criminoso deixou a arma para trás."

Ergui as sobrancelhas.

"Alguma digital?" perguntei. O perito balançou a cabeça na negativa. Suspirei. "Tudo bem. Fora isso, houve algum roubo?"

"Também não. Parece que foi um confronto pessoal com a vítima. Olhe ali." ele apontou a lanterna para um canto onde havia algumas coisas reviradas, objetos quebrados e uma estante caída. "Nós demos uma revistada ali e achamos que houve uma briga, mas não há nenhuma ferida evidente que comprove uma briga de corpo."

"Mas o que aconteceu, afinal? Se não houve roubo, ou morte, o que houve aqui?" perguntei.

"O criminoso decepou a mão da vítima." respondeu o perito me olhando de esguelha.

"Vou interrogá-lo então. Continue o bom trabalho." eu disse entregando-o a lanterna de volta.

Caminhei em direção à ambulância e mostrei meu distintivo para os paramédicos que me deram permissão para interrogá-lo.

"Boa noite, senhor." cumprimentei-o tentando não olhar muito para seu braço enfaixado numa tala onde outrora estivera sua mão. "Sou o agente Dawes e gostaria de fazer algumas perguntas."

O homem revirou os olhos mas se dispôs a me atender.

"Primeiramente eu gostaria de saber sua versão do ocorrido." Peguei meu iPhone e liguei o gravador, não gostava muito anotações. Eu sempre as perdia.

"Eu estava trabalhando até mais tarde, fazendo a instalação de algumas peças no carro de um cliente especial," começou ele. "Meus funcionários já haviam sido dispensados três horas antes."

"Então o senhor estava sozinho na oficina?" perguntei.

"Sim. Eu estava sozinho e havia fechado a porta da frente deixando apenas a dos fundos para que eu saísse depois. Escutei um barulho, mas achei que havia sido o gato da rua da frente. De vez em quando ele aparece por aqui. Eu vi então uma sombra, grande demais para ser um gato..."

Ele me lançou um olhar estranho, mas não entendi o motivo, por isso fiquei quieto até que ele prosseguisse.

"Eu vi um homem se aproximando, mas fingi não me importar. Eu disse a ele que estava fechado, para que ele voltasse amanhã. Ele deu três tiros, estourando minhas lâmpadas e então eu percebi com o que estava lidando. Ficou muito escuro de repente, eu não conseguia ver quem era. Ele começou a gritar comigo, pedindo 'seu dinheiro de volta' e então soube imediatamente quem era."

"E quem era?" indaguei, agora curioso.

"Eu não sei o nome." disse ele para o meu total desânimo. "Ele entrou em contato comigo há cerca de três dias atrás me pedindo um favor, em troca de outro. O meu erro foi ter aceitado. Ele não fez abordagem direta comigo, só por telefone e também não disse o nome, mas eu soube que era ele por causa da voz."

"Você não sabe mesmo quem ele é?" perguntei sem muitas esperanças.

"Eu acho que ouvi um nome." ele disse. "No meio da confusão, o telefone dele tocou e ele atendeu. O volume estava alto o suficiente para que eu escutasse a pessoa do outro lado. Eu posso estar errado, estava muito nervoso, ele apontou uma arma para mim. Mas eu tenho quase certeza de ter escutado esse nome."

"E esse nome seria...?" fiquei disfarçadamente impaciente.

"Adam."


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Notas finais do capítulo

Nicole Musa, homenagem surpresa pra você, minha deusa s2 Isso aí, pessoal aguardem o próximo capítulo!



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