Fogo Contra Fogo escrita por Moon and Stars


Capítulo 12
Medo


Notas iniciais do capítulo

DRAMAAAAAAA, muito drama e suspense, um beijo :*



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*Ponto de vista da Lori

Eu estava sentada no meio-fio em uma calçada de uma rua pouco movimentada. Já havia passado da meia-noite, mas eu não sabia quanto tempo havia se passado depois da meia-noite. Os carros iam e vinham e por alguma razão fiquei procurando inutilmente por um rosto conhecido. Surpreendentemente, me peguei pensando em como seria interessante encontrar com aquele homem com quem falei há pouco mais de um dia, Rodney Dawes. Depois da gentileza dele com o cigarro, simplesmente começamos a conversar. Ele fazia muitas perguntas. A princípio, achei que ele fosse apenas um homem curioso, interessado, mas depois de um tempo comecei a suspeitar. Ele tinha uma postura, um jeito de falar que era muito familiar para mim. Me lembrava meu pai, que era policial. O rosto rígido e imparcial, a maneira que ele ficava de pé, com o queixo erguido, ambas as mãos no bolsos da calça, a sobrancelha levemente erguida.

Era um homem muito bonito, talvez uns dois anos mais velho que eu. Tinha um charme clássico, do tipo que eu não via desde que parei de frequentar as festinhas privadas da alta sociedade, lá em New York.  Rod também havia me oferecido ajuda, ao deduzir a minha situação (o que não foi muito difícil para ele e eu imagino o motivo) e preciso dizer também que a oferta era tentadora, mas eu não pude aceitar. Não podia arriscar minha sorte brincando com um policial. Principalmente com um do porte que eu imagino que ele seja. 

Olhei então para minhas mãos vazias. Minhas mãos estavam sujas de poeira, minhas unhas estavam quebradas e eu sentia meus dedos doerem por ter carregado coisas pesadas durante o dia para o quartinho que eu aluguei aqui perto. Não pretendo ficar aqui por muito tempo, mas antes preciso dar um jeito de pegar minha moto de volta, que graças ao Adam, estava em algum lugar de Ohio.

O nome dele me causou uma reação tão estranha. Na verdade, a partir do momento em que eu o vi atravessar a porta naquela noite, tudo pareceu estranho, errado, fora dos eixos. Demorei um bom tempo para encarar a realidade. Peguei minha lata de cerveja já aberta e tomei um bom gole. Respirei fundo, limpei a espuma acumulada nos cantos da minha boca com o dorso da mão. Levei a lata aos lábios novamente, mas antes que eu pudesse dar outro gole, levantei-me às pressas e corri até um beco próximo tropeçando em meus próprios pés. Desesperei-me ao ponto de deixar minha cerveja cair em qualquer lugar da calçada sem me importar. 

Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, senti algo estranho dentro de mim. Meu estômago se revirava e senti de repente uma bile subindo garganta acima. Fiquei ali durante alguns minutos. Minha cabeça dava voltas e eu soluçava sem parar. Pousei minha mão na altura da barriga e meu coração se apertou em meu peito. Aquela era a terceira vez que eu vomitava naquele dia e isso me assustava. Muito. Tentei respirar de forma mais lenta para por meus pensamentos no lugar. A cada suspiro, eu me sentia mais enjoada. Encostei-me na parede de uma construção qualquer, passei a mão no cabelo e afastei alguns fios que estavam grudados em minha testa pelo suor.

Meu coração acelerou. Pus a mão sobre a barriga outra vez e não resisti. Caí de joelhos, em prantos. Chorei em desespero, pois eu não sabia o que fazer. Eu estava com muito medo. Comecei então a me questionar por que eu fui cometer a estupidez e abrir mão da minha vida por alguém que simplesmente optou por deixar para trás. Como se eu não fosse nada, como se eu nunca tivesse sido nada para ele. O pior de tudo é que a realidade de não ter nada não me assustava tanto quanto a ideia de não poder ver o Adam nunca mais. 

Levantei-me do chão e cambaleei pela rua ignorando completamente a imagem de como eu parecia para as outras pessoas. Procurei por uma drogaria que eu havia visto em algum lugar naquela área no dia anterior. Não demorou muito para que eu avistasse o letreiro da farmácia vinte e quatro horas. Alcancei a maçaneta e estava prestes a empurrar a porta, quando parei de repente, paralisada com o que havia visto.

Eu estava de frente para o meu reflexo na grande porta de vidro. Ao olhar para a imagem de mim mesma naquela vidraça, eu não via mais a mim, mas uma outra pessoa que eu desconhecia por completo. O que havia acontecido comigo? Quando foi que eu fiquei daquele jeito? Engoli em seco, sentindo um gosto amargo na boca. Sacudi a cabeça tentando afastar os pensamentos tortuosos e entrei na drogaria.

Vaguei pelos corredores, por entre as prateleiras durante um bom tempo. Peguei uma caixa e a encarei por alguns segundos esperando que as letras grandes e brancas fizessem algum sentido menos pavoroso em mim: TESTE DE GRAVIDEZ. Um longo arrepio me subiu pela espinha e enquanto minhas pernas tremiam, meu coração saltava, minha mente rezava.

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O momento mais difícil da minha vida se resumia a um pequeno objeto, menor que a minha própria mão. Meus olhos estavam cerrados, bem fechados, e eu tive medo de abri-los. Tive medo do que poderia ver. Respirei fundo diversas vezes tentando tomar coragem. Eu tinha que fazer isso. Abri os olhos lentamente, já podia sentir as lágrimas umedecendo meus cílios e quando vi o resultado, achei que meu coração fosse parar... Negativo.


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Notas finais do capítulo

Pegadinha do malandrooooo ;) Quero reviews, meus lindos, cadê?