Olhamos um para os outros, ruivos encarando ruivos, e nada do Harry aparecer. Mamãe e sua ideia de girino, era a primeira vez de Harry no Pó de Flu, ele deveria ter vindo acompanhado e não sozinho, mas não... ela achou que Harry ficaria ofendido em ser tratado como criança. Agora é que fico viúva antes da hora.

O tempo estava curto e Harry não poderia ter ido muito longe então ficou decido de papai ir procurá-lo enquanto nos iríamos a Floreio e Borrões adiantar as compras. 

A Floreio e Borrões tinha uma pequena ala de livros usados e eles não eram repostos com tanta frequência, então precisávamos chegar antes para conseguir comprar tudo para todos.

Mamãe nos arrastou em direção a loja que hoje estava anormalmente abarrotada de gente. Eita, até parece que tem gente famosa aqui. Logo vi um grande cartaz na frente da livraria:

GILDEROY LOCKHART autografa sua biografia

O MEU EU MAGICO
hoje das 12:30h as 16h30h

Harry não demorou muito, chegou logo depois com um homem bem grande, praticamente um gigante.

— Onde você saiu? - Rony, sempre curioso, perguntou.

— Travessa do Tranco.

— Que ótimo! - Fred e Jorge exclamaram juntos, eles sempre acham graça dessas coisas - Nunca nos deixam entrar lá.

— Ainda bem - o gigante rosnou.

Acabamos encontrando uma amiga do Rony e do Harry chamada Hermione. Espero que ela não goste do Harry, seria ruim eu já ter concorrência.

— Vamos poder conhecê-lo - a garota Hermione gritou. Acho que estou bem, parece que ela não gosta do Harry afinal, é só mais uma fã do Lockhart.

Quando entramos, pudemos ouvir:

— Calma, por favor, minhas senhoras... Não empurrem, isso... cuidado com os livros, agora...

Gilderoy viu Harry, começou a gritar como um doido para tirarem uma foto juntos. Harry acabou aceitando e tirou uma foto com Gilderoy. Logo depois Gilderoy, como para mostrar ao mundo quão bondoso ele é, deu de presente livros grátis para Harry e para todos nós. Mamãe ficou radiante, não precisávamos comprar quase nada. Papai apareceu logo depois trazendo meu caldeirão novo, depositei meus livros novos dentro dele.

Quando estávamos saindo ouvimos uma voz esganiçada e irritante falando com Harry:

— Aposto que você adorou isso, não foi Potter? " O famoso Harry Potter" não consegue nem ir a uma livraria sem parar na primeira pagina.

Virei para encarar o garoto que tinha dito isso. Cabelos loiros, cara de fuinha, esse ai deve ser o Draco Malfoy que o Rony ficou falando mal o verão inteiro. Odiei esse cara logo de inicio e fui logo o cortando:

— Deixa ele em paz, ele nem queria isso. - terminei a frase olhando feio para ele.

— Potter, você arranjou uma namorada! - fiquei escarlate depois da ultima palavra. Quem me dera se eu fosse namorada dele.

Rony logo percebeu quem era e começou a xingar. Papai veio ajudar, mas logo apareceu Lucio Malfoy, que foi dizendo ao meu pai:

— Muito trabalho no Ministério ouvi dizer. Toda aquelas blitze... Espero que estejam lhe pagando hora extra.

Lucio meteu a mão no meu caldeirão e tirou do meio, dois livros surrados e de segunda mão que teriamos que comprar. Ele continuou:

— De que serve ser uma vergonha de bruxo se nem ao menos lhe pagam bem para isso? - olhando os pais da Hermione continuou - As pessoas com quem você anda Weasley... e pensei que sua família já tivesse batido no fundo do poço.

Papai não agüentou, acho que ninguém agüentaria, e pulou em cima de Lucio Malfoy. Foi impedido, Lucio, vendo o quanto chato e inconveniente estava sendo, devolveu os meus livros com malicia dizendo:

— Aqui, tome o seu livro, é o melhor que o seu pai pode lhe dar...

Xinguei o cara de todos os nomes que eu conhecia, como queria que Malfoy simplesmente explodisse! Sera que ele não percebia que não era desejado?

O resto das férias continuaram mais calmos, e eu me acostumei a ter Harry em casa, era legal, embora mal conseguia trocar três frases completas com ele, sempre acabava vermelha igual um pimentão.

Por fim chegou o dia que iria a Hogwarts, e claro, como sempre estávamos atrasados, eu bem que queria dar uma olhada nos meus livros. Sem tempo, sem tempo. Só pude colocar tudo no malão, de qualquer jeito. No colégio eu olho e rezo para não ter esquecido nada.

Fomos de carro a estação. Papai bem que queria que fossemos com o carro voando. Mamãe não. E digamos que minha mãe sempre ganha as discussões.

Não era minha primeira vez atravessando a plataforma, so que hoje seria a primeira vez que eu entraria no trem, eu, eu iria para Hogwarts! Acho que estava quicando no banco, mas nem liguei.

— Estranho, Harry e Rony não estão aqui?

— Não sei Molly querida, talvez eles quiseram ir se encontrar com os amigos e esqueceram de se despedir de nos. - papai disse.

— Mas que falta de educação do Rony! Deveria ter mais respeito por nos! Não que o Harry seja culpado, é claro. Aposto que o Rony convenceu o Harry.

— Não seja dura com eles Molly.

— "Não seja dura" - mamãe bufou -Tchauzinho crianças. Fred, Jorge, não façam nenhuma gracinha. Não quero ver nenhum comunicado da escola em casa.

— Não podemos prometer isso mamãe - os dois automaticamente responderam.

— Percy, cuide de sua irmã, sim?

— Claro mamãe. - depois ele virou-se para mim e disse - Sabe Gina, como monitor, é meu dever cuidar e ajudar os alunos.

— Sei. - os gêmeos disseram revirando os olhos.

— Tchau queridos, escrevam assim que puder.

E eu embarquei no trem, espero que esse ano seja fantastico