Mais alguns dias e eu finalmente estarei em Hogwarts, mal posso parar de quicar no mesmo lugar. Depois de esperar tantos anos, ter que me despedir de todos meus irmãos na King Cross agora por fim chegou minha vez e posso entrar no trem vermelho.

A casa não era a mesma coisa sem eles aqui, concordo que é bom ter meu próprio espaço e não ter que ver coisas nojentas como quanto eles tiram meleca do nariz e vão colocando nos móveis mas ver a Toca silenciosa é um tanto deprimente.

Rony reclama as vezes que minha vida é a mais fácil, porque sou a única menina e a princesinha da casa, mas isso porque ele nunca teve que ficar sozinho em casa, ser excluído de tudo até ser sua vez. Eu daria tudo para a gente ter um irmão mais novo, ao menos alguém poderia ter me feito companhia nesses últimos anos.

Os gritos da minha mãe me tirou dos meus pensamentos. Como sempre mamãe estava gritando com alguém e poderia apostar que era por sujeira na casa, e poderia apostar mais ainda que era com Fred e Jorge. Os dois estavam impossíveis, mais impossíveis do que o normal, estão com uma ideia mirabolante de abrir uma loja para competir com a Zonko's. Doidos, se quer minha opinião.

Terminei de arrumar o malão e tive que sentar em cima para fechar. Espero não ter esquecido nada, nossa coruja está velha demais para levar qualquer coisa de peso.

Toda suada pelo esforço com o malão me joguei na cama respirando ofegante. Deveria começar um esporte, fato. Pena que primeiranistas não podem ser do time de quadribol. 

Levantei da cama quando o cheiro de ovos mexidos invadiu a casa. Eita, parece que mamãe ficou de bom humor, ela nunca faz esses ovos com temperos especiais, a não ser que tenhamos visitas ou algo muito bom tenha acontecido.

Como até onde sei não temos visitas hoje, porque senão papai e mamãe teriam me dito, resolvi descer só de pijama. Preguiça de me trocar e não é como se ninguém aqui em casa nunca tivesse me visto assim.

— Bom dia mãe, bom dia Rony, Fred, Jorg... - e minha voz foi morrendo quando percebi quem estava ali na mesa sentado ao lado de Rony.

Por Merlin! Não consigo acreditar, isso tem que ser uma ilusão. O que ele está fazendo aqui? E assim de repente? É o Harry, e não qualquer Harry: é o Harry Potter que está na minha sala de jantar!

Harry Potter está comendo com minha familia! Harry Potter que me deu oi a um ano na King Cross está sentado nas cadeiras de madeira da minha sala. Harry Potter me viu com meu pijama. Meu Merlin, Harry Potter me viu com meu pijama velho!

Comecei a entrar em pânico e claro que como uma boa Weasley fiquei vermelha igual aos meus cabelos. Ao fugir correndo para meu quarto ainda pude ouvir Rony dizer:

— Gina, minha irmã. Ela ficou falando de você o verão inteiro.

Vou matar você Rony! Isso é coisa que se diz? Rony é a pessoa mais sem noção que existe. Você não chega no cara que sua irmã está apaixonada e diz que ela ficou falando de você o verão inteiro, mesmo que isso seja verdade.

Sei que qualquer um acharia bobo eu me apaixonar por alguém que só dei um oi há um ano atrás, mas sinto que Harry e eu somos feitos um para o outro. E isso não é conversa de uma menina de onze anos, eu sei disso.

Entrei no meu quarto ainda correndo e troquei de roupa rapidamente, escovando meu cabelos com força até eles ficarem brilhantes. Quando ouvi todos saindo para desgnomizar o jardim, desci para tomar o café.

— Mãe! Por que não me disse que Harry viria a nossa casa hoje? – perguntei irritada, afinal, ela sabia muito bem que eu queria causar uma boa impressão com ele.

— Eu não sabia. Acontece que seus irmãos chegaram com Harry com o carro voador do seu pai! - agora ela que começava a ficar nervosa - eles podiam ter sido vistos! Irresponsáveis como são! Seu pai podia perder o emprego! Bom.. - agora ela disse se acalmando - o que foi feito, foi feito. Mas eles que não pensem que irão fugir do pior castigo de suas vidas.

Assim que terminei meu café, fugi e me escondi em meu quarto, vergonha de encontrar o Harry de novo.

Pelo menos no dia seguinte acordei já sabendo o que esperar. Peguei um vestidinho azul de flanela, me vesti rapidamente e sim, agora sim estou apresentável, ao contrário de ontem.

Quando desci e vi Harry, me descontrolei e derrubei minha tigela de mingau no chão fazendo um estardalhaço. Sempre que eu encontrava o Harry deixava cair alguma coisa, ele deve pensar que sou uma idiota.

Logo mamãe chamou todos:

— Cartas da escola. Vamos abram todos, quero ver o que vamos precisar comprar e o que poderemos aproveitar.

Peguei a minha lendo rapidamente, 90% dos livros eram do Gilderoy Lockhart, acho que alguém deve gostar muito dele. Bem, quem não gostaria? Ele é alto, bonito e muito corajoso, já enfrentou inúmeros desafios. Se eu não fosse casar com Harry, Gilderoy poderia ser minha outra opção, embora... ele ia estar tão velho. Não, melhor o Harry mesmo.

— Esse material não vai sair barato - comentou Jorge, lançando um olhar rápido aos pais - Os livros de Lockhart são bem caros...

— Daremos um jeito - mamãe disse - Espero poder comprar a maioria do material de Gina de segunda mão.

— Ah, você vai entrar para Hogwarts este ano? - Harry, O Harry Potter me perguntou.

Acenei com a cabeça corando dos pés a cabeça, incapaz de responder. Isso Gina, faz o garoto achar que além de você ser idiota, é muda também.

Depois de comer, Harry, Rony, Fred e Jorge foram praticar quadribol, o melhor jogo de todos. Eu até que queria ir, mas se fosse, eles saberiam que andei arrombando o depósito de vassouras e voando a noite.

Quarta-feira estávamos prontos para ir ao Beco. Mamãe começou a falar:

— Hóspedes primeiro! Pode começar, Harry querido.

— Q-que é que eu tenho que fazer? - ele gaguejou.

Eu tive um sorriso bobo com sua fofura, acho bonito a forma como Harry fica impressionado com as coisas bruxas. Nunca vou esquecer da forma como ele estava olhando a plataforma da King Cross ano passado sem saber como atravessar.

Mamãe explicou e Fred fez uma demonstração para ele ver.

Depois de Harry foi o papai, Rony, Jorge, eu e por ultimo mamãe. Percy não foi, estava muito ocupado com as "cartas importantes" dele.

Quando cheguei ao Beco , papai estava desesperado.

— Cadê o Harry?