Não tinha outro jeito, eu tinha que ir a enfermaria. O tiro quase acertou meu coração, tenho que ir para lá antes que morra com emorragia interna...

Chegando na porta da sala de enfermagem, vi Honda Aidou, carregando alguma menina... Alguma menina de cabelos longos, sedosos e vermelhos. Yuki!

Entrei correndo na sala de enfermagem, me deparando com a cena de umas 50 macas ocupadas por pessoas seriamente e gravemente feridas.

Em uma delas, 5 médicas desesperadas levam Yuki, que tinha um tiro na perna, um furo no abdomen, e um tiro no seio esquerdo. Espantado, eu corri até ela. Entraram na sala de cirurgia e um médico ficou me segurando.

Ele me soltou quando outro ferido chegou, e eu entrei na sala, uma enfermeira veio e me empediu de ir até Yuki.

Ela tinha o peito aberto, eles tiravam a bala. E davam choque nela, tentando ressucitá-la. O sangue estava espirrado pela sala, estava tudo um caos total.

Toquei em sua mão lisa e pálida, com a esperança de que ela ainda estivesse viva.

Pi... Pi... (é o barulho do monitor de batimentos.)  

- Yukinha! Não morra! - Gritei, no momento eu vi seus batimentos voltarem ao normal ,ficando mais rápidos.

A enfermeira me largou, e foi ajudar a traze-la de volta a vida. Até que um médico entrou na sala, e me arrastou para fora. Eu me sentei eu uma cadeira, e fiquei esperando.

Coçava a cabeça, puxava os cabelos e nada. Eu continuava com aquele sentimento de preocupação anormal.

Eu tinha deixado esses sentimentos para trás desde a morte de meu irmão. Mas... Estava diferente, eles voltaram e voltaram muito mais fortes do que antes. Aquela afeição que estava se criando dentro de mim... Aquele amor... Era por ela?

Então a porta se abriu, me levantei imediatamente. Me dei conta de que se passara 2 horas.

- Eu consegui. A bala passou de raspão no coração dela, mas destruiu uma artéria. Mas, consegui... - Ela suspirou aliviada, a médica.

Eu também suspirei, e sorri aliviadamente. Entrei na sala, e ouvi o crack da porta se fechando. Me sentei do lado dela, a menina tinha seus lindos olhos vermelho-sangue abertos.

- Estou viva... Isso é bom?... - Ela perguntou, com o rosto engraçadinho. Eu ri, ela sorriu para mim.

- É muito bom... - Eu respondi, eu olhei para a custura em seu seio esquerdo. Então vi as mãos dela tamparem meus olhos.

- Não olhe, pervertido. - Me lembrei de que ela estava nua, então virei para o outro lado rindo.

- Hehe... - Me virei para ela novamente. Olhando seus cabelos ruivos, eu deitei em seu ombro. - Nunca mais faça isso comigo... - Eu murmurei. - Graças a Deus está bem... - Levantei o rosto.

- Eh...? Zero-senpai se preocupou comigo! - Falou ela surpresa.

...

- O-O-O-QUE EST-T-TA DI-DIZEND-DO?!! E-EST-TA DOID-DA?! - Ela olhou para mim dando risadinhas. Virei de costas para ela, com o rosto envergonhado e os braços cruzados. - Baka.

- Não sou idiota! - Reclamou ela, eu me virei rindo. E dei um beijo em sua testinha. E como sua pele era lisa!

- Você é linda e fofa... - Eu vi seu rosto ficar vermelho como uma cereja, e assustado como uma criancinha fofinha.

Saí daquela sala, e vi um sorriso no rosto vermelhaço dela.

"Perdi meu irmão... E quase que a perco..." eu pensei comigo mesmo. Então cerrei os punhos, e naquela hora eu decidi que eu a protegeria a qualquer custo! Não importava como ou onde ou porque. Ela nunca mais teria um arranhão!