Endless Hate, Endless Love escrita por Gaby Biersack


Capítulo 6
Aberration.




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– Alexia Castro Müller, onde você estava até essa hora da madrugada? – Helena perguntou séria ao lado de Thomas, cujo estava sentando em uma poltrona no canto da sala.

– Helena, Thomas... ainda acordados? – Perguntei cínica.

– Não mude de assunto! Onde você estava? – Thomas perguntou bravo.

– Me divertindo um pouco. Problemas? – Falei não me importando muito com eles.

– Se divertindo um pouco? JÁ SÃO QUASE 05:00 HORAS! – Thomas exclamou.

– E daí? – Perguntei.

– Enquanto viver de baixo do meu teto vai ter que obedecer MINHAS regras! – Thomas disse.

– Grande merda... você acha mesmo que eu faço questão de viver "de baixo do seu teto"? – Ri. – Se dependesse de mim eu já estaria longe de todos vocês a muito tempo, eu já estaria vivendo minha vida e me sustentando, vivendo só pra mim e com meu dinheiro, só pra não ter que olhar na sua cara todo dia! Só pra não ser obrigada a escutar essas suas humilhações! – Comecei a subir os degraus rapidamente.

– ALEXIA! ... O que seu pai está tentando dizer é que você ao menos devia ter avisado. Você nos deixou preocupados. – Disse Helena.

– Preocupados? – Sorri cínica. – Não pensem que sou otária, já não sou mais aquela garotinha boba e ingênua de antes. – Continua subindo as escadas. Quando cheguei no último degrau eu disse: – E outra, já tenho idade suficiente pra me cuidar sozinha, não preciso de FARSANTES fingindo se preocupar comigo.


Entrei no meu quarto e bati a porta com força, segundos depois alguém a abriu com a mesma força que eu havia fechado, Thomas.


– VOCÊ TEM QUE APRENDER A RESPEITAR, ALEXIA! NÓS SOMOS SEUS PAIS E NÃO ESSES SEUS AMIGUINHOS VAGABUNDOS. – Thomas disse evidentemente bravo.

– Respeito? Vocês querem respeito, não é? – Sorri aparentemente calma e cínica, mais uma vez. Se tem algo que eu aprendi, é que a melhor forma de irritar alguém é se manter calma. – Já tentaram praticá-lo?

– TENTAR PRATICAR?! ALEXIA, VOC...

– Calma, Thomas, deixe-a sozinha. – Helena o interrompeu.

– Você a escutou, não é? Saia daqui. – Eu disse.

– MEU MAIOR ARREPENDIMENTO FOI NÃO TER TE COLOCADO NA LINHA QUANDO ERA PEQUENA! APOSTO QUE SE TIVESSE LEVADO UMAS BOAS SURRAS NÃO SERIA ESSA ABERRAÇÃO QUE VOCÊ É HOJE! – Ele disse e logo saiu do meu quarto.


Imediatamente senti algo quente vazar de meus olhos, lagrimas.

É isso mesmo? Ele me chamou de "aberração"?!

Eu sei que Thomas nunca aceitou minhas tatuagens, piercings, meus gostos e meu comportamento. Nossas discussões por esses motivos eram praticamente diárias, mas ele nunca me chamou de aberração. Eu sei que não sou a melhor filha do mundo, mas também não sou a pior, ou sou?

Eu não sou muito de me importar com a opinião dos outros, mas aquilo realmente me machucou. Calcei minhas botas, peguei uma jaqueta de couro preta e meu diário, pulei pela janela do meu quarto e saí.

Passei em um barzinho de quinta que tinha perto da minha casa, comprei umas cervejas e aproveitei pra perguntar pro dono onde ficava o cemitério da cidade, ele disse, e não era muito longe dali. Abri uma cerveja e fui tomando.

Você deve estar se perguntando por que ir ao cemitério, não é?! Eu não sei, faço isso desde meus 12 anos de idade. Sinto que lá é meu lugar.

Um tempo depois já havia chegado, o cemitério era enorme e arvores gigantes o cercava. Sentei ao lado de um túmulo qualquer, coloquei minhas cervejas sobre o mesmo e peguei meu diário.
Bem, tenho esse diário desde meus sete anos, desde que tudo em minha vida começou a mudar. Ele é como um fichário, todos os anos eu tiro as folhas e guardo em uma caixa a sete chaves, minha vida toda está naquelas páginas. Eu sei que é um pouco surpreendente saber que uma pessoa como eu tem um diário, não é? Mas foi a única forma que eu encontrei para desabafar um pouco.

"Querido diário otário,

Em circunstâncias comuns eu começaria falando sobre todo meu dia e blá blá blá, mas esse não é o caso.

Acabei de ter uma briga com meus pais, e Thomas me chamou de aberração. Sim, ABERRAÇÃO!

Sei que um dia jurei nunca me importar com opiniões alheias, mas desta vez não é uma opinião/critica qualquer, foi meu pai. É impressionante como uma simples palavra pode machucar tanto.

Ás vezes eu queria poder voltar ao tempo e ter 5, 6 anos novamente, queria ter uma família que me amasse e amigos que se importassem comigo; queria ter uma vida. Mas as coisas não são como esperamos.”

Fiquei no cemitério desabafando pra um pedaço de papel até as 05:43. Voltei pra casa e entrei pelo mesmo lugar que eu havia saído, a janela. Tomei um banho rápido, vesti uma roupa qualquer, fiz minha make de sempre - olho preto bem esfumaçado - e dei uma bagunçada no cabelo, peguei minhas coisas. Fiquei uns 5 minutos fazendo carinho na Nina, enchi as tigelas dela e logo em seguida saí. Eram apenas 06:47 - a aula começa 07:30 -, mas eu não queria dar de cara com meus pais. Passei em uma padaria que havia perto da escola e comprei um copo de café e cigarro. Cheguei na escola ás 06:59, fui para as arquibancadas para assistir ao treino do time de futebol americano - me gusta futebol americano, e não os jogadores -. Acendi um cigarro e fiquei assistindo. Alguns minutos depois dei uma olhada no celular para ver quantas horas eram, 07:27. "Graças a deus", pensei. Fui andando até a entrada da escola, dei uma última tragada no cigarro, joguei-o no chão e pisei.


– Espera aí, Alexia! – Mesmo com os fones pude ouvir uma foz familiar me chamar. Virei-me para trás e lá vinha Sandra e os garotos.

– Então, também está de ressaca igual a eles? – Sandra perguntou, zombando dos caras (Andy, Ashley, Jake e Jinxx), a Sandra quase não havia bebido.

Ri e disse: – É preciso mais que sete garrafas de vodka e umas cervejinhas pra me derrubar, Sandra.

– Ás sete garrafas de vodka o Andy já estava desmaiando. – Todos rimos.

– Haha! Muito engraçado Sam! – Andy disse sem achar graça nenhuma da piada da Sandra.


* O sinal tocou *


Entramos e por incrível coincidência educação física era a nossa primeira aula. Eu e Sandra fomos para o banheiro feminino nos trocar, enquanto Andy, Ashley, Jake e Jinxx foram para o masculino. Eu vesti uma calça legging azul marinho e uma blusa rosa, tênis e continuei com meus acessórios, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito.

– Vamos Alexia? – Sandra chamou.

– Eu só vou dar uma arrumada na maquiagem e já vou. – Eu disse e Sandra saiu.

De repente eu ouvi duas garotas passarem em frente ao banheiro falando algo. Era Chelsea e Mia.

– A Emily está bravissímia com a Alexia! – Chelsea dizia a Mia.

– E porque? – Mia perguntou.

– Parece que a Alexia ficou com o Six em uma baladinha ontem. – Chelsea afirmou.


(...)


– Isso é totalmente constrangedor. – Eu disse para a Sandra.

– IDEM. – Ela concordou.

– É, eu sei como é ... OPA! Espera aí, não sei não! Eu tenho um corpo fabuloso, já você, Alexia ... – Emily disse zombando da minha cara.

– Não acho Emily, a Alexia tem um corpão! – Ouvi um alguém dizer, Andy! Cujo estava encostado na grade que dividia as duas quadras do ginásio, com aquele seu sorriso malicioso estampado na cara.


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