Diário De Um Pseudopsicopata escrita por Ramon Leônidas


Capítulo 29
Fogo - Capítulo XXVIII


Notas iniciais do capítulo

Desculpem ter abandonado a história, tentarei voltar a escrevê-la com mais frequência.



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O cano da arma estava gelado encostando na minha barriga. Minhas mãos suavam e eu temia perder o controle do carro a qualquer momento. Era o ano do azar. Nada estava dando certo para mim. As lagrimas rolavam pelo meu rosto. Dylan encarava a estrada enquanto empurrava cada vez mais o cano da arma contra mim, estava com o olhar perdido. Se eu fosse fazer alguma coisa, aquela era a minha chance. A rua tinham vários postes para a iluminação, eu já sabia o que fazer.

A vida é tão breve, não é? — Afirmou Dylan, apesar de estar sorrindo, seus olhos estavam tristes — Esperei por esse momento toda a minha vida. Queria ter sido o responsável pela ruína dos Rhodes, mas parece que vocês se destroem por si só. Minha irmã nunca esqueceu os abusos que sofrera pelo seu irmão, as cicatrizes da tortura nunca sumiram.

— Do que está falando, Dylan? — Indaguei tranquilamente. Sabia o porquê de aquilo estar acontecendo. Bastava ligar os pontos: Dylan era irmão de Matilde.

Matilde! — Gritou o homem ferozmente enquanto batia no vidro do carro que, se não fosse blindado, teria sido estraçalhado — Ela era tão pura. Tão inocente. Tão feliz! Hoje só fica trancada no quarto ouvindo Lana Del Rey e chorando copiosamente. Engordou mais de 20kg e se recusa a sair do quarto, nem para comer ela sai. Sua família acabou com a minha.

— Dylan... — Falei balançando a cabeça negativamente e com um olhar triste — Você sabe que eu jamais seria capaz de algo contra a Matilde. Eu a amava, preferia estar com ela do que estar com a minha família, e eu sei que ela gostava muito de cuidar de mim também.

— É. Ela o amava como um filho. Você alimentava um amor materno nela. Agora, ela jamais será mãe devido aos abusos que sofrera pelo seu pai e pelo seu irmão. Ela está arruinada, traumatizada, desestruturada, infeliz! Se você não existisse, ela jamais estaria assim, ela nem teria entrado naquela casa maldita! — Ele chorava copiosamente, estava tão desestruturado quanto a irmã.

— Você assiste Revenge? — Indaguei — Logo no início da série, eles dizem que quando você for entrar em uma vingança tem que cavar duas covas. Sinto muito, Dylan.

Joguei o carro para cima do poste esmagando todo o lado direito do carro, onde estava o lado do passageiro. A arma do Dylan disparou contra a minha barriga durante o acidente. Ele estava totalmente esmagado, um pedaço do carro havia amputando sua cabeça que acabou por cair no meu colo. Empurrei para o tapete do carro. Já sabia o que fazer para escapar daquele acidente nem tão acidental assim.

Tentei levantar e minha barriga doía muito, acabei caindo no asfalto com a mão na barriga que explodia de dor. Me apoiei na porta do carro e consegui andar me arrastando pelo carro. Abri a mala e peguei um galão de gasolina que sempre deixo ali de reserva. Joguei por todo o carro, inclusive dentro e no que restou do corpo do rapaz. Peguei um cigarro e acendi. Traguei aquela fumaça para o meu pulmão e uma lágrima rolou pelo meu rosto. Ele só queria justiça pela sua irmã, eu teria feito o mesmo se amasse o meu. Joguei o cigarro dentro do carro e deixei que as chamas consumissem aquele belíssimo exemplar de Audi R8. A estrada era pouco movimentada e estava muito tarde. Saí andando com muita dificuldade e alguns metros de distância ouvi uma grande explosão. Adeus, Dylan Bates, se é que esse é o seu nome.

A dor estava insuportável e resolvi entrar na floresta que cercava a floresta para poder pensar em uma forma de sair daquela situação. Peguei meu celular para discar algum número, mas para quem eu poderia pedir ajuda? Estava sozinho e fodido. Meus olhos pesavam olhando para a tela do celular. Alguns minutos depois estava tudo escuro.

***

— Richard? Essa foi por pouco, hein? — Afirmou a mulher de cabelos negros enquanto segurava minha mão. Minha visão estava turva e custei a reconhece-la.

Pensei que estivesse na Suíça. Não precisava se deslocar até aqui por mim, ficarei bem.

— Estou vendo como você está bem. Eu iria até pra Guatemala por você, sabe disso. — Sorriu olhando para mim com delicadeza — Os paramédicos disseram que você estava desmaiado e que meu número estava na tela do celular. Foi para mim que você pensou em ligar, mas preferiu morrer sozinho e sangrando. Ainda bem que eles te encontraram. Não sei como você conseguiu andar 1km assim.

— Lana, acho que você é a única pessoa que não me abandonou ainda. Por isso, eu gostaria de pedir para que você sumisse. Saia da minha vida enquanto pode. Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse a você. — Afirmei com lagrimas nos olhos e segurando a mão dela — Tem um advogado maluco atrás de mim, ele quer me matar a qualquer custo. Também tem meu irmão que quer me tirar tudo que sobrou de mim. Não quero que você acabe se machucando por mim.

— Rich, você sabe que sou tão pirada quanto você. Eles não vão conseguir me matar, já escapei da morte muitas vezes, sabes disso... — Afirmou enquanto acariciava meu cabelo.

Um barulho estrondeante começou a soar pelo hospital. Era um alarme. A enfermeira entrou no meu quarto:

Senhor, tente não se movimentar! Ficará tudo bem. É apenas um incêndio, mas logo será controlado, não se preocupem! — Apesar de tentar passar tranquilidade, eu percebi o quanto ela estava desesperada.

É um deles. Ethan ou Robert. Precisamos vazar daqui, Lana. Eles vieram por mim. Eles vão nos matar. Preciso que me tire daqui. — Ela balançou a cabeça positivamente e pegou uma cadeira de rodas que estava no pé da maca e me colocou lá.

Vamos sair pelas rampas, é muito arriscado pegar os elevadores com um incêndio acontecendo. — Lana abriu a bolsa e pegou uma pistola ap dentro da bolsa — Tome. Se um deles ousar cruzar nosso caminho não hesite em atirar. Eu amo você.


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Notas finais do capítulo

Personagens no capítulo ou que foram citados:
Richard Rhodes (Protagonista)
Lana Miller
Dylan Bates (Irmão de Matilde)

Lugares:
Westview (Cidade Natal do Richard)
Hospital Geral de Westview



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