Diário De Um Pseudopsicopata escrita por Ramon Leônidas


Capítulo 28
O Maior dos Abandonos - Capítulo XXVII


Notas iniciais do capítulo

A história não foi abandonada, estava sem computador. Espero que os atuais leitores continuem lendo e gostando. Ainda há fortes emoções vindo por aí, muitas surpresas que rondam Richard e sua família.



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Puxei a cortina principal da sala, quebrei todos os objetos de vidro que tinham na sala e esmurrei um espelho. No reflexo eu me olhava e não enxergava mais quem era aquele homem. Onde estava o Richard que era uma boa pessoa? Onde estava aquele Richard ingênuo? Nunca fui cem por cento ingênuo, mas as adversidades da vida tiraram o pouco da ingenuidade que eu tinha. Isso não foi bom. Olhei para o celular e sua tela estava acessa, alguma mensagem de texto com uma imagem havia chegado. Não teria coragem de olhar, poderia ser uma foto da única pessoa boa que cruzou a minha vida com o rosto ou corpo danificado. Não estava pronto para isso. Não estava pronto, mas precisava ser feito. Respirei fundo e peguei o celular ligeiramente. Apertei seu botão principal e abri a mensagem. Era uma foto da minha mãe enforcada, no seu pescoço ela tinha uma placa na qual estava escrito: “Você fez a sua escolha Richard. Espero que o dinheiro bote você para dormir.”. Desgraçado! Nesse momento, caí no chão. Senti o desespero correr pelas minhas veias, a solidão me abraçar e o ódio me aquecer. Faria qualquer coisa para completar a minha vingança. Contra todos que ousaram cruzar meu caminho para me destruir. Todos! Quem me apoiaria nessa hora de solidão? Pensei um pouco, mas já sabia a resposta. Peguei suéter e saí.

– Richard? O que faz por aqui? — Indagou a mulher, olhando-me dos pés a cabeça.

Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver que ela abriu a porta para mim, abracei-a.

Eu sabia Jenny. Sabia que poderia contar com você! — Sussurrei enquanto apertava-a firmemente contra meu corpo. Ela me empurrou.

Não quero você na minha casa. Sua vingança destruiu a minha única família, me tirou tudo que eu tinha: o meu filho. Como você se sente ao saber que me destruiu por completo? Como você se sente ao saber que desestruturou a única pessoa que o ajudou? — Jenny tentou gritar, mas sem sucesso. Sua voz estava abafada e aguda por estar quase chorando.

Tentei abraçar ela novamente, fui empurrado. Ela estava com muito ódio nos olhos, me puxou pelo braço e me tirou de dentro de sua casa.

Nunca mais volte aqui, Richard. Se eu souber que você andou pelo menos nos arredores da minha casa, eu vou explodir sua cabeça com a minha escopeta e cuspir no seu tumulo enquanto enfio um crucifixo no seu coração, e não me subestime. — A mulher me olhava cerrando os olhos de ódio e falando tão alto que chegava a cuspir no meu rosto.

Abaixei a cabeça e saí andando até meu carro. Na hora que entrei no carro, encarei a janela principal da casa dela e vi que estava me observando por trás de suas cortinas brancas. Comecei a andar pelas ruas sem destino, ouvindo uma musica clássica em um volume bem baixo, já passava das 2h da madrugada. Decidi que precisava aliviar minha raiva em algo que me fizesse feliz, resolvi ir á uma danceteria que era muito popular na minha cidade: Dady’O. A musica era muito alta, as pessoas eram felizes, estavam dançantes, bebendo, se beijando.

Sentei-me no bar, pedi uma dose de tequila e fiquei observando as pessoas enquanto minha dose não chegava. Um rapaz muito bonito sentou-se ao meu lado. Ele trajava uma calça apertada e uma camisa polo preta, era forte, tinha algumas tatuagens de aparência japonesa no braço e um topete no cabelo a lá Elvis Presley fracasado.

Olá. Sou novo na cidade, me chamo Dylan. Posso saber seu nome? — Indagou o homem sentando-se ao meu lado e encostando uma garrafa de cerveja na boca suavemente.

Não. — Respondi enquanto tirava minha mão de baixo da mão dele e o condenava com um olhar arrogante e depreciativo.

Ele passou a mão nas minhas costas e começou a acariciar minha nuca.

– Posso ao menos te pagar uma bebida? — Sussurrou ao meu ouvido com a boca bem próxima de mim, podia sentir o bafo quente e refrescante que saia da sua boca. Ele tinha um hálito fresco, mexia uma pastilha branca na boca com a língua enquanto me olhava, podia perceber que ele me comia ferozmente no pensamento.

Você está me chamando de pobre? — Foi tudo que pude dizer com um sorriso contido e um olhar de desprezo, por mais que quisesse transar com ele ali mesmo.

Ele balançou a cabeça negativamente enquanto sorria. Era bonito ver o sorriso dele, seus olhos brilhavam enquanto me encaravam, eram como duas bolas negras me hipnotizando.

Cheguei hoje da Inglaterra. Sou secretário de governo dos parlamentares de lá. Vou passar alguns meses aqui. Seis meses para ser exato. Quer ir ao meu apartamento para nos conhecermos melhor? — Perguntou o rapaz enquanto passava um dos dedos na minha boca suavemente. Segurei seu pulso e tirei a mão dele do meu rosto delicadamente.

Não sou quem você procura, não sou gay. E não sou interesseiro. Sua profissão não me impressiona, seu dinheiro não me compra. E só pra você saber, sou um dos garotos mais ricos dessa merda de cidade. Quem poderia me dizer se você não é um oportunista? — Falei enquanto levantava a sobrancelha com ar de superioridade.

Minha dose de tequila chegou, coloquei o dedo na carrada de sal, mas ele segurou minha mão. Ele colocou o dedo dele na carrada de sal e pediu que eu abrisse a boca, fiz o que foi pedido e o rapaz colocou o sal na minha língua. Peguei a dose de tequila e tomei de uma só vez, depois disso, exprimi o limão, como é de praxe. Coloquei uns trocados no balcão do bar e saí andando. Na hora que peguei a chave do carro e destravei o alarme, o rapaz entrou imediatamente no meu carro juntamente comigo.

Acelera essa merda e dirige até onde eu mandar. Isso aqui é um assalto! — Gritou com uma arma na minha cintura e o dedo no gatilho.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Personagens no capítulo ou que foram citados:
Richard Rhodes (Protagonista)
Jenny Simmons (Mãe de Jimmy Simmons)
Dylan Bates (Inglês Assaltante)

Lugares:
Westview (Cidade Natal do Richard)
Alameda das Mansões (Condomínio Luxuoso da Alice)
Dady'O (Boate)