Tentei dormir no andar de baixo, mas estava impossível, não dava com ela tão perto, com os anos consegui aumentar a casa e bem, resolvi estrear o quarto de hospedes, desci e fui fazer o café, estava prestando atenção aos sons, parecia que ela já tinha acordado, no entanto resolvi esperar, nervoso era pouco para descrever meu estado, o que veria em seguida ia ser complicado, Deus me dê forças porque aquela lá é uma parada dura.

Fui então na direção do quarto, a porta abriu, cheguei perto do umbral, mas não muito, ela estava com um short que batia na metade das coxas todo desfiado, putz...

Blusa branca de cavada, ainda bem que era de um tecido grosso, não tinha como eu lidar com o sutiã mostrando se a blusa fosse transparente, sentada na cama com as pernas cruzadas, o cabelo preso num coque mal feito, resumindo, sexy demais para eu estar perto.

— Nessie.

Ela virou o rosto na minha direção, não tinha expressão, estava apenas séria.

— Precisamos conversar.

— Ok, vai falando.

Ela cruzou os braços e se recostou na cabeceira da cama, Rachel gastou muito dinheiro mandando fazer parecido com uma que viu num filme e agora o trem ficou aqui em casa, mas o que eu tô pensando? Foco Jake!

— Olha, acho que deveríamos colocar certos limites, até que tudo isso se estabilize dentro de mim.

— Limites?

— Sim, sempre fomos melhores amigos, porque não tentarmos manter nossa amizade até que consiga acertar todos meus pensamentos, isso tudo é novo demais e me perturba essa bagunça toda.

— Pra mim também é novo, só que não vou ficar fingindo que quero só sua amizade.

— Quero controle, podemos tentar nos manter controlados e de boa, por enquanto?

A expressão dela ficou séria, foi descendo os pés lentamente da cama e não consegui deixar de acompanhar os movimentos dela, as pernas alvas se descruzando, se colocando em pé, o modo como o quadril balança enquanto caminhava, cara a forma dos seios delas indo de baixo para cima... PARA JACOB!

Nem me dei conta que a encarava descaradamente e o sorriso dela, ah, aquele maldito sorriso de sapeca, putz merda!

— O que foi Jake?

Ela estava na soleira da porta com os braços cruzados esperando uma reação, bem eu também esperava alguma reação minha, na boa tive que respirar muito fundo para conseguir formular uma frase.

Senti a boca seca e tentei de verdade não olhar para os seios dela, calma cara, calma.

— Eu... só quero ir com calma.

O olhar cínico dela me deu vontade de atirar ela na parede mais próxima e fazer ela me olhar de uma outra forma, de preferência debaixo... CALMA AÍ!

— Hum, está bem, mas tenho uma condição.

— Fala.

Aquilo saiu mais rouco do que eu pretendia.

— Não vou maneirar pro seu lado.

Coloquei minhas mãos dentro dos bolsos, aquilo me cheirava a armação.

— Explica.

— Mandão você, hein?

— Isso te incomoda?

Estava com a expressão fechada, não é fácil manter o controle e ela ainda fica com essa roupa e vindo para cima de mim, fala sério!

Ela colocou as mãos nos bolsos de trás do short, jogou o peso para a perna esquerda e ficou me observando, meu sangue já estava mais quente do que o normal, pelo menos o MEU normal.

— Para falar verdade isso não incomoda, me dá até algumas ideias.

O sorriso sacana nos lábios me fechar os punhos, sentir que trincava o maxilar, garota não sabe com quem está mexendo.

— Dá para me ajudar. Estou sendo educado, por favor me compreenda, Renesmee.

— Hum, Renesmee, quando me chama assim vem encrenca.

— Não me testa.

— Vai fazer o que? Me botar de castigo?

Tá, paciência tem limite!

Fui mais rápido que ela, tirei uma das minhas mãos nos bolsos e puxei um dos braços dela, trazendo ela para mais perto de mim, a mesma arregalou os olhos quando percebeu o que eu tinha feito, sentia que meu semblante estava muito sério e para falar a verdade eu estava com raiva, mal me controlava e esse projeto de mulher quer me atiçar? Cara, estou frustrado, cansado, irritado e excitado.

— Talvez você mereça um castigo.

Não deu para segurar meu estado, minha voz estava muito rouca e aquilo me entregava totalmente, ela que agora não tinha reação, e da mesma forma que não consegui conter a rouquidão por causa desse desejo que vem me atropelando, não deu para segurar o sorriso que se abriu no meu rosto e nem o espanto e rubor no rosto dela.

— Com medo, branquinha?

Ela fechou a boca, tentou falar algo mais não conseguiu, não conseguia parar de olhar para mim.

— Você vai respeitar meu tempo, quer jogar, ótimo, vamos lá, sei que você é uma excelente jogadora, mas você também sabe que posso ser melhor.

Depois dessa atirei ela para dentro do quarto, ela caiu sentada ainda muito corada.

— Tenho de sair, vamos almoçar aqui?

Ela balançou a cabeça algumas vezes antes de olhar de volta para mim.

— Não, minha mãe mandou mensagem, somos esperados na casa da vovó.

— Ok, chegarei as 11:00 e pouco.

— Já estarei lá.

Com essa tive que rir, dona de fazer birra.

— Vai mesmo fazer birra?

— Só estou avisando, estava me arrumando para ir.

— Se você diz.

Estava para virar as costas quando ela me chama.

— Jake.

— Fala.

— O que você acabou de fazer...

— O que tem?

— Você sabe como isso me deixou?

Não tinha me atentado para o cheiro dela, estava tão nervoso que nem...

PUZTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT!!!!!

Excitada, ela está excitada.

Com essa tive que rosnar, isso está ficando cada vez mais difícil.

— O que tem isso?

— Dá próxima continue.

Ouvi isso mesmo? Levei a mão ao rosto esfreguei com força, essa guria não vai ganhar.

— Sabia que lobos comem garotas que se acham corajosas e entram na floresta sozinhas achando que conseguem fazer o que bem entendem?

— Hum, sou uma dessas garotas?

— Está parecendo.

— E você o lobo?

— Renesmee...

— Quer dizer que vai me comer então?

O som gutural que saiu da minha garganta fez até eu mesmo me assustar, fui até a porta e a fechei com força, a maçaneta veio junto com a minha mão, ótimo, uma porta quebrada.

Aquilo era o lobo puro, rosnando, gritando para fora, aquilo não fazia bem para minha sanidade, mas tem volta, me aguarde Nessie, esse jogo não vai ser do seu jeito.