Fix You 2: Dark Paradise. escrita por Amanda Mina


Capítulo 26
Capítulo 25 - Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

E enfim chegamos ao capítulo 25! :D
Ou, simplificando, nosso epílogo! *risada contagiante* finalmenteeeeeeeee. Agora a tortura acabou, as pessoas podem ler a fanfic normalmente, sem todo aquele problema de eu estar sem tempo e tudo mais.
Ah, e gente, preciso contar: Passar para manhã me possibilitou voltar a escrever, o que explica porque parei de enrolar TANTO nos últimos dias.
Mas enfim. É isso.
Boa leitura :-)



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–- Rose Hathaway! – Lissa gritou. Peguei um dos travesseiros que eu tinha e o coloquei por cima do meu rosto. A voz estridente e, ainda bem que ela não pode ler mentes, enjoativa ao extremo que soava enquanto eu tentava continuar a dormir se reduzia a chiados com o meu “escudo”. Graças a Deus.

–- Levante esse seu traseiro dessa cama imediatamente. – Ela respirou fundo. Oh, éramos duas estressadas. Não era ela que havia dito para descansar? – Você ficou uma semana de cama, só dormindo e comendo. Acho que está ótimo; você não?

Resmunguei algo e voltei a fechar os olhos. Ela bufou:

–- Eu desisto – sorri com aquela frase. Com essas palavras muitas guerras foram evitadas. -- Perca seu voo. -- Resmunguei ainda mais alto e tirei o travesseiro de cima do rosto. A Itália me esperava... E meu namorado impaciente também.

Chutei as cobertas para fora da cama, e então me ergui ainda sonolenta. Passei a mão pelo cabelo castanho, desmanchando metade dos nós com os dedos. Isso pouparia tempo. Lissa tinha um sorriso vitorioso no rosto, porém seus olhos exibiam um brilho diferente... saudoso.

–- Céus Lissa, eu só vou ficar um mês na Itália. Isso se eu e Ian não nos matarmos na primeira semana. – murmurei. Ela gargalhou com aquilo:

–- Nunca imaginei que você encontraria alguém tão louco quanto você.

–- Ele não é louco... Só tem uma carência enorme de parafusos e miolos na cabeça. – Com isso terminei de me levantar e fui atrás de um banho e roupas. Passei a escova pelo cabelo, o repartindo de lado. Eu passaria algumas boas horas dentro do avião, então me encarreguei de prendê-lo num rabo de cavalo. Joguei minha mochila sobre o ombro, e antes de sair do quarto, abracei minha melhor amiga.

Eu deveria estar seguindo meu próprio conselho, mas eu também sentiria falta dela. Mesmo que fosse de ficar vendo-a organizar papelada e fazer ligações para exigir que os seus projetos tivessem andamento.

Caminhei por alguns minutos até chegar à pista de voo da Corte. Sabe uma vantagem da sua melhor amiga ser a Rainha? É que você não precisa se importar com “compre uma passagem; espere até ter uma vaga”. Você simplesmente deseja viajar e então todos os melhores jatos do mundo se oferecem para te levar ao seu destino.

Passei a mão pelo fio que havia escapado do elástico, o colocando atrás da orelha. Eu já podia ver a silhueta de Ian, que estava consultando o relógio. Sorri. Eu não estava atrasada... Ainda não.

–- Droga. – Ian murmurou a me ver. – Nunca quis tanto que você se atrasasse, Hathaway.

–- É uma pena que Lissa tenha gritado tanto na minha cabeça, Italiano, porque esse sentimento é recíproco. – Me aproximei dele, tocando seus lábios com os meus por um segundo antes de me encostar ao seu lado.

–- Depois de tantos anos ainda não sabe como beijar. – Ele resmungou antes de usar sua mão sobre a minha como impulso para se aproximar de mim. Uma mão foi para a minha nuca e a outra para a lateral da minha cintura, apertando o local. Seus lábios se moveram contra os meus tempestuosamente, mas ainda assim tortuosamente o suficiente para que eu perdesse o ar. E assim como seus lábios se uniram aos meus, eles se separaram. Num piscar de olhos. – Aprende mais essa. – Ele deu uma piscadela.

–- Engraçadinho. – Revirei os olhos. O avião pousou na mesma hora. E eu nem havia notado que o funcionário já estava na pista há algum tempo. Certo. Pelo que me parecia, nós tínhamos algum tempo pairando entre as nuvens.

X

Havia um motivo para estarmos voltando à Itália. E não, não era nada ligado a estarmos voltando para celebrar e aplaudir o lugar que nos uniu. Ou então para dar uma passada no estabelecimento que nós, Dimitri, e os guardiões destruímos e pedir desculpas pela pequena batalha que houve ali.

Estávamos voltando por que precisávamos de roupas, ora. Como qualquer infeliz comum.

Saímos da Itália deixando metade das nossas coisas para trás, então era justo que em uma hora – de preferência com meus inimigos mortos ou presos, e sem risco de ser presa – voltássemos e buscássemos tudo.

Claro que Ian estava reclamando que não aguentava mais ficar perto de Dimitri porque ele havia resumido sua vida em comandar as expedições para resgatar dhampirs. Já havíamos recebido alguns que estavam se alojando nos prédios que apenas foram adaptados – por mais que Lissa fosse insistente, nenhum galpão seria transformado como nos filmes. Em passe de mágica.

Eu ajudava nas decisões oficiais, mas... Antigamente, Dimitri baseava sua vida em proteger as pessoas que amava. Agora, ela se baseava em resgatá-las.

Eu não poderia estar mais feliz ao reentrar naquela casa – e encontrar tudo cuidadosamente arrumado, mesmo com o tempo – e correr até o quarto em que costumava ficar, encontrando algumas coisas que eu costumava amar.

Por exemplo, o único livro que eu li em um dia. E também o que me fez entrar em depressão. Obrigada, John Green. Você me matou junto com Augustus Waters.

Depois de algum tempo de nostalgia, tomei um banho e desci para a cozinha após demorar trinta minutos secando o cabelo. Claro que eu tinha segundas intenções. Por exemplo, encontrar Ian preparando alguma macarronada.

Mas... Ele não estava. E sim sentado no sofá com sua habitual jaqueta de couro, enquanto jogava a estaca para cima e pegava. Assim como Dimitri, no nosso primeiro treino com o instrumento.

–- Sabe... Eu estou com fome. – cantarolei a última palavra. Ian me lançou um olhar de quem estava se divertindo, e voltou a encarar a estaca, dessa vez como se fosse a coisa mais brilhante do mundo.

–- Que tal pizza? – Ele perguntou. – De preferência na pizzaria do outro lado da cidade, passando por becos escuros e locais que Strigois costumam habitar.

Revirei os olhos: -- Acho que Lissa tinha razão. Você não sofre de carência de parafusos ou miolos, e sim da falta deles. De qualquer maneira... Pizza é pizza.

–- Italiana, principalmente. – ele ressaltou. -- Il luogo di nascita della pizza producono sempre il miglior tipo. – Acrescentou uma piscadela.

–- Adoro quando você fala italiano comigo. – ironizei. Eu não tinha entendido nada, mas algo me dizia que tinha referência à “melhor tipo de pizza”. Bem, eu não discordava.

Coloquei uma jaqueta de couro – aquilo era contagiante – e guardei minha estaca no bolso interno dela. E, por incrível que pareça, eu me lembrava de todo o caminho até a pizzaria.

Claro que isso não contava que na metade do caminho eu ouviria um apelo desesperado de socorro. E é claro que eu não esperava encontrar Strigois na minha primeira noite de volta à Itália.

Entrei no beco na mesma hora em que o corpo da garota loira de olhos azuis caiu com um baque surdo no chão. Droga. Ian apertou minha mão, a soltando em seguida. Avançamos enquanto o Strigoi ainda saboreava o sangue, enfiando a estaca nas suas costas.

–- Fácil demais. – resmunguei.

–- Uma moça inteligente, suponho. – Uma voz metálica soou no fim da rua. Por onde eu e Ian havíamos entrado segundos atrás.

Virei-me na mesma hora em que ele afundaria suas presas no meu pescoço, dando um chute na sua virilha. Isso o fez cambalear – afinal, a imortalidade não é párea quando ainda se tem um ponto fraco – e me deu algum tempo, enquanto Ian partia para cima dos outros dois “ajudantes”.

Rápido como todo Strigoi, ele se levantou e veio até mim novamente. Agachei para me livrar da sua mão que agarraria meu pescoço, e fechei a minha em torno do seu punho, torcendo o braço do inimigo de olhos vermelhos. Dei um chute em seu peito na mesma hora, e empurrei o corpo contra a parede de tijolos do beco.

Sua cabeça bateu com um baque contra a forma sólida, e eu me aproveitei da breve distração para desembainhar a estaca e enfiá-la no seu peito, observando a vida se esvair daquela criatura. Se é que eu podia dizer que isso era vida.

Corri para Ian, me abaixando para evitar o soco do Strigoi que tentava atacá-lo e se virou contra mim, e revidei com um soco em seu maxilar. Passei uma rasteira nele na mesma hora, seguindo uma sequência de golpes que eu bem me lembrava e, antes que ele pudesse se levantar, minha estaca já havia perfurado a sua pele e atingido seu órgão vital. Sorri com a boa forma que eu ainda mantinha mesmo sem treinamento.

–- Bom trabalho, americana. – Ian disse consertando a jaqueta no corpo, e jogando uma gota de ácido em cada corpo do inimigo. Por fim, se agachou ao lado do corpo da mulher morta. – Uma pena... Ela era bonita.

–- Claro que ela era. – Revirei os olhos. – Strigois podem ter muitos defeitos, mas mau gosto não é um deles.

–- Então meu irmão estava cego quando te capturou, porque aquilo sim foi ter mau gosto ao escolher a vítima. Pior ainda porque ele teve que olhar pra sua cara por vários dias. – zombou.

–- Suponho que você tenha herdado o péssimo humor, mas também esse “mau” gosto. Afinal, quem é mesmo sua namorada? – arrastei a última palavra.

Ele deu de ombros: -- Lissa mesmo disse que sou louco. – Levantou-se e pingou uma única gota sobre o corpo da mulher, vendo-o se desmanchar. E então ele se virou para mim. – Pensando melhor, ainda bem que sou louco.

Sorri com seu comentário, entrelaçando meus dedos aos dele.

–- Acho que uma pizza seria bem vinda agora. – Comentei. Ele me lançou uma longa olhadela.

–- Acho que outra coisa seria bem vinda agora. E a pizza viria depois. – Ele murmurou, inclinando seu rosto sobre o meu. Sua respiração quente fazia cócegas em mim ao mesmo tempo em que me deixava ansiosa pelo que viria. Passei meus braços ao redor do seu pescoço, unindo nossos lábios e prolongando o beijo o máximo que consegui.

Era bom ter alguém que pertencesse ao mesmo céu que o meu. Porque, naquela hora, éramos tão infinitos quanto. E nenhum paraíso negro poderia acabar com isso. Nem mesmo nos meus piores pesadelos.

E eu amava isso.

Porque, agora, éramos invencíveis.


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Notas finais do capítulo

E então é isso, pessoal. Foi um prazer tê-los por perto, e... É isso. Escrevam fanfics boas, me mandem o link, que eu as lerei! E... sim, essa também foi minha última fanfic.
Então... Boa sexta feira, bom ano letivo, bom tudo! Felicidade a vocês, e se não nos vermos mais por aí... bem, valeu o tempo que passamos juntos!
Beijo ♥
Dsoares :*