Fuga escrita por Natã Cruz


Capítulo 6
Capítulo 5 - A fuga de Maddie




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Lion naquele mesmo momento abraçou Maddie forte.

- Calma, tudo bem, tudo bem. – dizia enquanto ouvia Maddie chorar e acordar Cate.

- Mamãe? – disse a menina com sua voz angelical.

Mas Maddie parecia não querer parar de chorar, estava aflita, em choque, com muito medo.

Lion se sentia impotente naquelas horas. Ali estavam eles, fugindo pro mais longe possível da cidade, ficar em um hotel seguro e de qualidade e esperar talvez a poeira abaixar.

Maddie teve Cate com Bill Prady. Foi uma gradivez acidental, Maddie não teve muita culpa, não queria fazer sem proteção, mas foi rápido e Bill era rápido demais pra ela, Maddie acabou se apaixonando por um cara perigoso, um criminoso. Dono de talvez, uma das quadrilhas mais bem organizadas de Seattle, Bill Prady é um cara elegante, tem seus trinta e dois anos, gosta de charutos e de munição pesada. Mexe com tráfico de drogas, imigração, bebidas falsificadas, entre vários. Maddie uma vez presenciou um assassinato junto a Bill, em um mercado no subúrbio, dividas de drogas. Bill entrou no mercado com Maddie e sacou sua arma.

Nove tiros na cabeça.

Maddie ficou horrorizada!

Câmeras de vídeo gravaram tudo, mas não foi só. Maddie foi obrigada a ajudar em transportes de drogas e em um carregamento desconhecido que vinha do Brasil.

Oito por cento de tudo que Bill havia feito ilegalmente, Maddie estava envolvida.

Morou sozinha sem a presença de Bill para ajudar com o bebê, foi uma linda menina, seu nome é Cate. Ela cresceu, cresceu e por fim Bill resolveu consultar Maddie outra vez, pediu para que recebesse uma mercadoria no aeroporto no final de tarde, mas foi naquele mesmo dia que Lion chamou Maddie, já tendo um caso com ele, para fugir dali, para outro lugar. Longe de Bill.

Maddie aterrorizada aceitou confusa e com medo. Até ali, a perseguição foi contínua!

Antes de Lion, Maddie e Cate estarem indo para o tal hotel, estavam na casa do avô de Lion. Ele não estava em casa, estava a viagem e não tinha data para voltar, era um lugar indeterminado para ficar. Era distante da rua, ficava atrás de uma casa enorme, era quase um cubículo. Havia dois quartos, uma cozinha, um banheiro minúsculo e uma sala. Tudo muito pequeno.

Lion e Maddie estavam deitados, de mãos dadas quando estava tudo escuro, apenas os três naquele cubículo, escondidos e ainda em estado de choque.

Nos últimos dias enfrentaram muitas perseguições e ameaças. Era incrível como Lion não desistia. Amava Maddie, a conhecia desde o colegial. Nunca foram próximos, nem se conheciam, assim... De conversar e tudo. Se conheceram melhor a dois anos atrás, quando Lion trabalhou no correio junto com ela. As coisas foram rolando e logo estavam ali, amando um ao outro.

O motivo pelo qual Lion não escolhia uma mulher, era quieto ou aceitava pedidos de outras, era porque amava Maddie. Lorel não sabia disso. Era melhor serem bem discretos o possível.

- Eu te amo, Lion. – disse Maddie passando a mão no cabelo dele. Ainda estavam naquele cubículo no meio da noite.

- Eu também de amo, Maddie. – retribuiu com um beijo leve.

- Você é um homem fantástico. – disse quase caindo em lágrimas. Maddie era uma mulher sensível, sempre que fazia as coisas de Bill, chorava muito e pedia perdão a Deus. Não era muito fiel, mas queria ser! Achava Deus o seu mentor e ajudante com Cate, pedia muita proteção.

Naquele momento, ouve-se então um barulho no quarto de Cate, de algo caindo no chão.

Maddie e Lion levantam juntos e ela dispara na frente.

- Cate? – exclama.

Lion pega sua arma e a posiciona.

- Maddie, Maddie! Fique atrás de mim! – disse, mas ela já estava checando sua filha que dormia bem, e o abajur que tinha adesivos de flores colados estava caído.

- Ela deve ter esbarrado nele. – sugeriu Lion.

Maddie respirava alto, estava ofegante e com medo.

- É melhor checar. – disse Lion.

Os dois foram até a sala, Leonard posicionava a arma na altura de sua boca.

Verificaram no bainheiro, na cozinha e nada. Suspiraram aliviados, deram um beijo e resolveram voltar pra cama.

Quando passam na frente do quarto de Cate... Ela não estava mais ali.

- Ai meu Deus, Lion! Cate! Cate! – gritava Maddie.

A janela estava aberta. Lion pulou rápido e saiu correndo pela saída do beco, usava jeans, blusa de frio azul e estava descalço com uma arma na mão. O chão estava molhado e havia algumas poças de água e era possível ver o reflexo da lua nelas.

Lion viu um corpo correndo com alguma capa preta carregando Cate no colo.

- Ei! Ei! – gritava Lion.

- Cate! – gritava Maddie que ficava cada vez mais distante. Também corria.

O homem de capa conseguiu sair do beco e entrou pela calçada e virou a direita. Lion acelerou e rapidamente também chegou, e com um suspense, deparou com a rua cheio de caras armados.

Tiros. Lion virou e se escondeu atrás da esquina que ligava o beco e a calçada.

Maddie chegou ofegante.

- Pegaram minha filha, eles pegaram minha Cate, Lion! Pegaram minha princesa! – dizia desesperada.

O tiroteio ainda acontecia.

- Maddie, vai pra garagem e pega o carro, fica calma, vou resolver isso. Quando eu der o sinal, você sai com carro, ok? Vou pegar Cate! – disse Lion ofegante e suando frio.

- Ta, ta. Cuidado, Lion, e traga Cate de volta. – disse Maddie rápida e correndo de volta para o beco.

Lion precisava dar as caras, eles iriam até ali e pega-lo, precisava tomar uma decisão.

Correu dali e foi até a calçada, em direção ao carro pegaram Cate, o carro tentou escapar, mas Lion atirou no pneu.

Tiros tentavam o pegar e alguns caras iam na direção dele para o deter.

Lion quebrou o vidro do carro e abriu a porta, uma mulher estranha apanhou uma arma e tentou atirar, mas Lion a acertou no braço.

Ali estava Cate.

Ele a pegou no colo, e saiu correndo até o beco. Foi até a parede onde ligava a garagem e a chutou dando sinal para Maddie sair.

O portão que ficava do lado da rua foi aberto e o carro saiu dando marcha ré.

Lion correu agachando e entrou  com Cate. Homens com armas, tacos e porretes acertavam o carro.

Maddie acelerou e eles foram embora dali.

Um pneu estava furado, tiveram bastante dificuldade no caminho, mas ali estavam, um dia depois do ocorrido.

Encheram o tanque de gasolina, trocaram o pneu e algo chato havia acontecido.

Bill havia mandado uma mensagem de texto para Maddie a ameaçando de morte. Sabia o número de seu telefone. E quando falava assim, sabia a sua localização.

Maddie arremessou o telefone pela janela e gritou desesperada. Não aguentava mais tudo aquilo! Cate ainda chamava pela mãe e começou a chorar ao vê-la gritar.

- Calma, meu anjo, calma, mamãe esta aqui, desculpe. – dizia para Cate.

Lion ligou o carro preocupado e pisou no acelerador. Ele não podia chamar a polícia, se chamasse, colocaria Maddie atrás das  grades também. Mas pensou que seria melhor do que arriscar a vida de uma garota de cinco anos.

Mas mesmo denunciando, Cate e Lion não durariam muito tempo, outros o matariam e Bill sairia da cadeia facilmente com o dinheiro que tem.

Eles estavam encurralados e nenhum lugar parecia seguro.

Lion acelerou e ligou o radio, passava Let it be dos The Beatles.


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