Fuga escrita por Natã Cruz


Capítulo 10
[FINAL] Capítulo 9 - Este não é o fim


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, aqui esta o capítulo que irá responder as suas perguntas. Por que Mattew fugiu? Por que Lorel é tão importante assim pra ele? E Maddie? Será que esta a salva? É o que saberemos. Boa leitura!



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Mattew pensava no quanto tinha se arriscado naquela noite. John desconfiou da história de seguir Lorel e a salva-la. Conheceu os Refugiados do Equador e os deixou sem explicação nenhuma com todos aqueles gritos. Agora tinha matado pessoas na frente de Lorel.

Ela merecia isso tudo? Será que as lembranças que havia perdido vale a pena se arriscar com essa garota? Será que estava se enganando? Que aquela garota não passa de uma simples jovem de sangue quente?

Agora Mattew correria risco, se Lorel tivesse a valentia de contar para John o que Mattew tinha feito, perderia pontos com o coroa e iria acabar sem saber o que esta apagado na sua mente. Mattew sentia algo em Lorel, era uma bela moça, aquela inocencia dela o chamava atenção, aquele medo todo o fazia se sentir responsável e firme. Algo nela o chama e tem uma parte dele. Mas ela não o conhecia antes, então, como poderia Lorel ter algo a ver com o passado de Mattew? Como ela tem essa ligação? Por que Mattew fugia? Que vida levava?

Ele mesmo queria saber. Mattew começou a deixar suas têmporas se fecharem lentamente, deixou seus braços perderem a força devagar, deixou seus lábios ficarem semi abertos, e... Ali estava, uma lembrança. Mattew viu ele mesmo segurando um boquê de rosas brancas na porta de uma igreja, usava terno e o cabelo devidamente penteado.

Mattew adormeceu e sua mente tomou conta daquela simples cena.

O sino no topo da igreja soava muito alto, mais do que o normal. A igreja era feita de pedra e tinha muitas arvores em volta. Era uma praça com bastante pássaros e mesas de xadrez vazias. Mattew começou a caminhar devagar para entrar na igreja. Seus olhos estavam voando em lugar algum, apenas olhava para frente e se sentia vivo. Seus lábios estavam secos e suas mãos firmes e frias no buquê de rosas brancas. Ele não conseguia distinguir o que sentia naquela cena, era algo como calma e ódio, só que moderados. Mattew enfim entrou dentro da igreja e lá estava o corpo no altar com cinco pessoas a sua volta. O sapato de Mattew soava pela igreja, a cada passo, seu coração batia mais rápido. Foi então que ele parou, tossiu e chamou a atenção.

Uma das pessoas que estavam em volta do corpo, era Dorethe. Estava pálida e com os olhos enchados e vermelhos. Com seus cabelos perfeitamente escovados, se virou para Mattew e foi apressada até ele. O abraçou forte e começou a chorar no seu ombro. Mattew não conseguia sentir pena, estava nervoso, impaciente.

Talvez aquela lembrança não era simples, talvez era simplesmente a chave e a resposta para as perguntas de Mattew. Finalmente, será que ele estava se lembrando? Será que Mattew já acordaria do seu próprio jeito, sem buracos na mente?

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– Aqui esta, senhor. - disse a enfermeira entregando um copo de água para John. Ele estava sentado e ainda lagrimejava, tremia muito. Lorel estava do seu lado.

– Força, John. - disse Becca com os olhos vermelhos enquanto tentava acender seu cigarro com um esqueiro. - vire homem!

Ele ergueu sua cabeça pra ela e olhou para seu cigarro.

– Fuma agora? - disse.

Becca deu um pequeno riso se sentando ao lado de John.

– Esta incomodado com o meu bom estado? - disse tragando logo depois.

– O que você faz ou deixou de fazer não me importa mais, agora não passa de uma ex mulher grudenta, chata e rabujenta. - disse resmungando.

Becca deu gargalhada.

– Querido, eu resolvi virar a página da minha vida, me sinto mais vida, mais renovada. - ela pensou bem no que pretendia falar. Mas, refletiu melhor e achou que não teria problema falar o que queria. - eu transei com o seu hóspede. - disse tragando seu cigarro e soltando a fumaça, logo em seguida estreitou os olhos para enxergar John entre a fumaça e presenciar sua reação.

Lorel deu um riso quieto e viu o quão canalha Mattew era, talvez mais razões para suspeitar dele.

– E por que eu deveria saber disso? - disse John.

– Porque eu estou pronta para renascer, John. Não espere que eu vou ficar por perto por muito tempo. Logo depois que Bob sair dessa, vamos nos mudar para Londres.

John ergueu seus olhos.

– Não vai levar meu filho para Londres.

– Vou, porque eu tenho a guarda, John e posso fazer o melhor para meu filho.

– Eu nunca permitirei.

– Eu sei. - disse ela sorrindo maliciosamente.

– O que planeja? Me matar e fugir para a puta que pariu? - disse nervoso levantando. Lorel se levantou assustada e segurou seu braço.

– Se acalme, John. - disse baixinho.

– Não vou matar, você ainda tem muita pensão pra pagar. - disse dando um risinho sínico.

– Senhora, não pode fumar aqui dentro de maneira alguma. - disse uma enfermeira chegando perto de Becca.

– Já estou de saída. - disse saindo.

Logo depois, Lorel e John já estavam indo para casa.

Silêncio.

– Lorel, desculpa se fui inconveniente. - disse John depois de bufar.

– Não, tudo bem. Foi um momento difícil para você. - apenas disse. Logo, estavam na rua de Lorel e ela se retirou do carro.

– Obrigado, John. - disse aliviada.

– Por nada, Lorel, obrigado você por aceitar ir no hospital.

Ela suspirou com um sorriso.

– Não foi nada. Fique com Deus. - se despediu.

– Apareça amanhã com Dorethe. - disse John ligando o carro.

Foi então que Lorel lembrou de sua amiga, sentiu pontadas fortes na cabeça e vontade de se deitar. Mas antes, deveria ligar para Dorethe.

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Lion subia as escadas até ouvir gritos masculinos no seu andar. Assustou e avançou vários degraus até chegar no seu andar. Olhou pelo corredor infestado por fumaça que vinham do seu quarto. Havia dois homens tentando abrir a porta





– Maddie! - gritava Lion, que começou a chutar e a empurar a porta. Os dois rapazes se afastaram. Lion saiu correndo e abriu a porta do apartamento do lado. Um casal se beijava no banheiro. Uma moça gritou ao ver o intruso. Lion pegou o frigobar dali, o arrancou da tomada e com força o ergueu no ombro, levou para fora do quarto e o arremessava contra a massaneta do seu quarto. - Maddie!!!! - berrou e de uma vez, a massaneta se quebrou ao meio e a porta foi aberta.








O corpo de Maddie caiu aos pés de Lion. Estava pálido, e avarmelhado. As pernas de Maddie pegavam fogo, e ela sangrava pela barriga. Não restava dúvidas que estava morta.




































– Não. - sussurrou Lion com uma careta no rosto, a dor era enorme, seu corpo se contorcia até chegar no chão e enfim abraçou Maddie. Saia sangue das narinas dela. Estava quente! As lágrimas no rosto de Lion formavam uma figura e se encontravam no seu queixo pontudo.





























































– Mamãe? - berrou a garotinha no início do corredor. Lion arregalou seus olhos e acenava negativamente para ela. Cate começa a lagrimejar. - Mamãe!! - e corria até Lion e o corpo de sua mãe. Tropeçou e se levantou depressa.






























Os dois rapazes a seguraram.

– Mamãe! - berrava a menina deseperada ao ver a sua própria mãe naquele estado. - O que aconteceu com ela? Mamãe, mamãe, mamãe! - gritava e era levada para fora dali. Lion a pegou e a tirava dali, com uma dor pelo corpo inteiro.

– Vamos, Cate. - disse com dificuldade.

– Mamãe! - gritava aos soluços. Seu rosto estava vermelho e muito irritado. O desepero da garota comovia a todos que chegavam para assistir a cena.

Lion a pegou no colo e a levou dali. Deixando o corpo de Maddie sozinho.


– Mãe! - gritava a menina que ficava cada vez mais longe.



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Mattew acordou sorrindo.

"YEEEEEEEEEEEEEAH!" era o som que fazia enquanto pulava. Sua mente estava tão completa quanto a certeza que deveria sair logo dali.

Sua fuga ainda não tinha terminado. Aquela casa, a ajuda de John, todos os interrogamentos, todas as consultas, nada mais fazia sentido para ficar ali. Agora sabia o quanto Lorel era importante pra você. Sabia a ligação que ela tinha.

Mattew foi até o banheiro e molhou o rosto. Olhou para si mesmo, e disse com um sorriso no rosto:

– Eu sou um assassino. - e depois riu. Mattew lembra como se fosse ontem, de quando morava em Boston e trabalhava para um traficante que o pagava caro para executar pessoas. Mattew tinha sangue frio. Sempre teve muito serviço, muitas pessoas para serem executadas. Isso se tornou um vício para ele, foi quando matou seu próprio avô nas escuras. Foi um choque para a família e para as pessoas ao seu redor, ele era querido. Criava rosas brancas no quintal e tinha um fascínio por quadrinhos antigos. Um homem exemplar. Mattew não suportava mais ser vigiado e limitado por ele.

Mattew levou rosas brancas em seu velório, onde poucas pessoas compareceram, foi uma surpresa ver o velório vazio. Mas sua única amiga estava lá. Dorethe. Para chorar, ser consolada e consolar Mattew também, que reagiu friamente no velório.

Sua rotina foi sempre muito extensa, até que sua avó começou a se preocupar com o sumiço de seu neto.

– Mattew, onde esteve? Eu estive preocupada com você. - dizia com a voz rouca. A vó de Mattew se chamava Mary e usava moleton rosa e meias com chinelo. Mattew suava muito, corria pela casa, pegou sua mochila e começou a por suas roupas dentro. Havia sido descobrido, a polícia viria te buscar e teria agora que fugir para Seatle, ele tinha um trabalho para ser executado lá, além de ter que se mudar.

– Pra essa bolsa? - perguntou a velhinha franzindo a testa e se encolhendo no seu moleton, havia passado uma corrente de ar por ali. - Mattew, fala comigo, o que esta acontecendo? - disse.

– Nada, vovó, estou atrasado, são negócios, eu voltarei... Voltarei amanhã cedo. - mentiu se levantando e indo em direção a cozinha para pegar alguma coisa para comer na ida.

Mary caminhou até a porta e barrou.

– Não, Mattew, me desculpe, mas eu não vou deixar você sair assim. - disse. - tem alguma coisa acontecendo e você não esta me contando.

Então as sirenes estavam chegando pela rua de cima.

– Saia da frente! - disse empurrando ela.

– A polícia? O que você tem a ver com isso, Mattew? Mattew, eu estou falando com você. - dizia com dificuldade enquanto segurava o braço de seu neto com força, tinha dores pela garganta. Ele tentava sair mas a velha o segurava. Então, Mattew tomou impulso e com força a acertou com o cotovelo. Mary caiu.

– Ai. - disse delicida e com a voz trêmula.

Mattew a chutou com raiva e pressa e depois de tanto chuta-la e deixa-la inconsiente, atirou na velha.

Tinha ódio e precisa sair daquele lugar.

Mattew saiu correndo e ouviu a polícia entrar na casa com cachorros de caça. Mattew correu pela varanda e pulou o muro da casa, deixando sua mochila cair pra trás. Sentia ódio. Adrenalina.

Depois de se recordar de seu último momento antes de ser um fugitivo oficial para a polícia, sentiu um aperto no coração pela sua avó. Não havia sido criado com ela, mas lamentou muito por ter que a matar. Tão friamente, tão... Mau.

Mattew sentiu o cheiro do próprio braço e fechou os olhos. Suava só de lembrar do que fazia. Gostava do cheiro.

Mattew levanta seus olhos para o espelho e lembra do que tem que fazer.

Lorel.

Lorel era a próxima da sua lista. Lorel era a próxima a morrer, era a próxima a ser a sua vítima.

Mattew lembrou, mas não ficou totalmente feliz com isso. Lembrou que tinha o prazo de um ano para o serviço ser atuado. Se lembrou de que a quadrilha tinha se espalhado pelo país e depois se encontraríam em Boston novamente com novos nomes, novas identidades. Mattew tinha menos que um ano para executar Lorel. E ele poderia fazer isso logo, mas teve ideias do que poderia fazer até chegar o momento.

Então, Mattew correu até seu quarto, pegou o dinheiro que guardava no seu armário, pegou algumas roupas e colocou em uma mochila. Deixou um bilete para John, pegou as chaves do seu conversível e se foi.


"Roubei seu conversível mas prometo devolver um dia. Obrigado por me salvar, coroa. Nos vemos por ai! Tchau!"

Dizia o bilete.

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Notas finais do capítulo

E, aí? Gostou do nosso killer? Espero que tenha agradado. Agora, vem a bomba: este foi o final da primeira temporada de Fuga. Sim, é uma temporada muito pequena. Mas e, daí? The Walking Dead teve seis episódios na primeira temporada, e isso é marketing pra mim. Vou divulgar a história com esta temporada feita! E espero conseguir mais leitores e iniciar a segunda temporada, com muitos leitores ou não. Mas leitores a mais seria bom. Hehehe. Enfim, quero agradecer a Nick, que foi a primeira a comentar, a Ana que foi muito confiável e sempre mostrou entusiasmo com a fic. E a Áurea, a dona de "Fuga", que na verdade surgiu com um pedido de aniversário. Mas as coisas foram evoluindo e adquiri a história para mim mesmo. Mas Lorel ainda continua sendo ela. Sim, Lorel existe. Mas é isso, agradeço a TODOS! Principalmente ao meu brother, Gustavo, autor de Herdeiro Black (sim, eu sou amigo dele, arbam alas.) por ter me apresentado o Nyah e por ter sido muito amigo. Obrigado por ser amigo, amigo. Espero que ver vocês na segunda temporada de Fuga, que não demorará muito para retornar. Prometo! Já disponibilizo o pequeno trailer para vocês darem uma olhada: http://www.youtube.com/watch?v=5LnKHLJt7V8&feature=youtu.be | Mais uma vez obrigado e deixem suas reviews. Até a próxima :DDD