Moiras escrita por AngelSPN


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Beijos aos amados leitores e espero que curtam mais um capítulo de Moiras!



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Casey levantou o olhar ao sentir a presença de padre Gil. Ele aproximou-se lentamente, algo nele estava diferente, estava ameaçador e a morena estreitou os lábios.

— Olá minha “filha”. — ela sentiu toda a ira naquela pequena frase dita entre os lábios semi-cerrados.

Casey olhou para os lados, ninguém os observava. Estavam mais entretidos em seus caprichos do que em uma simples conversa com um padre que sempre aparecia por lá.

— Porque essa carga toda de ódio? — ela sussurrou entregando-lhe um copo de água, como sempre fazia.

— Aqui não é o lugar adequado para isso, só não pense que sou otário. Ví seu olhar brilhando para aquele homem e garanto-lhe uma coisa querida. — o demônio na pele do padre aproximou-se do rosto da jovem, aspirando seu perfume antes de desembuchar as palavras lentamente e quase inaudíveis. — CAÇADOR.

Casey sentiu sua pele arder, tinha pavor de caçador. Se o que seu amado padre dissera fosse verdade, então... havia se deixado enganar pela beleza do loiro. Como ela pôde ser tão idiota? Estaria ele caçando ela? Saberia de sua real existência? Aquele homem que ela e o padre mataram... seria seu parente? Amigo de infância? Então era vingança que ele queria? Porque não vira isso antes? Tantas perguntas e nenhuma resposta, a não ser é claro a palavra CAÇADOR, o que dava a certeza de tudo que estava acontecendo embaixo do seu nariz.

A mulher procurou as mãos do padre, e instantaneamente ele puxou a mão para longe do toque da moça, bebeu a água sem tirar os olhos dela e saiu dando de frente com o loiro que aproximava-se do balcão, com aquele maldito sorriso.

“— Ah, se estivéssemos sozinhos, seu desgraçado...”— padre Gil tentou disfarçar o ódio estampado em seus olhos e ensaiou um sorriso de lado e saiu.

— Grande figura! Um padre em um bar. — Dean acompanhou-o com o olhar, sentiu uma nítida sensação de não ter sido bem visto por ali. Só que Dean negou com a cabeça essa intuição, estava sentindo muitas coisas nessa cidade e certamente não se deixaria envolver por meras coincidências. Não essa noite.

— Você voltou... o grande herói está entre nós novamente. — Casey tentou deixar a voz calma e sem nitidez de certo receio ao loiro. No entanto Dean percebeu o quanto ela estava evitando seu olhar.

— Errr... e você não me parece feliz com isso. O padre te deu algum sermão? — Dean falou inocentemente, não tinha ideia do que Casey e o padre fossem demônios que se amavam a anos mas, a morena sentiu o corpo estremecer e encarou aqueles profundos olhos verdes.

“Será que ele sabe sobre nós? Tenho que despistar esse caçador, espero não ter que matá-lo.”

— Casey? — ela sentiu a mão do rapaz sobre a sua e sobressaltou-se ao sentir o quanto ele mexia com seus sentimentos, isso estava deixando-a confusa e com medo daquele jovem a sua frente.

— Desculpa Herói... eu me deixei levar pelas fantasias de minha cabeça.

— Se forem fantasias envolvendo nós dois... bem está perdoada. — aquele sorriso era desnorteante e encantador, Casey respirou fundo e sorriu.

— Convencido deveria ser seu nome, Herói. — o loiro colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha da jovem, deixando seu rosto livre de seus cabelos sedosos.

— E você é linda, aceita beber...um drinque depois? — Dean continuava a observar os traços bem feitos daquele rosto de porcelana.

Casey debruçou-se sobre o balcão encarando aqueles olhos verdes sedutores.

— Para que esperar...— seus lábios quase encostaram nos do loiro — se podemos ir agora mesmo.

O Winchester sorriu, pegou sua jaqueta e saiu acompanhado da bela morena. Ao fundo do bar os olhos do padre escureceram, sua vontade era estraçalhar aquele homem, não tanto por ser um caçador, mas por estar conquistando o coração de sua amada e isso seria o suficiente para uma morte lenta e aterradora.

***

Átropos sentiu algo que jamais pensara existir em seu corpo, em sua pele. A sensação desconfortável persistiu, era como se algo apertasse seu coração pulsante e oprimisse sua latência, doía muito e deveria sofrer calada. Suas irmãs nunca entenderiam, nem ela mesma entendia o que estava lhe acontecendo, sabia o que era o amor, jamais amou e sentiu tal sentimento por alguém. Mesmo antes de ser uma Moira, porque entre tantos humanos ao qual ceifara a vida sem piedade e remorso, fora gostar e sentir-se atraída por esse caçador? Sentiu um dos fios sendo puxado, olhou para suas mãos e o fio que movia-se esperando o corte final. E mais uma vida deixara de existir naquela terra. Átropos começou a questionar seu próprio destino, olhou suas irmãs e vislumbrou como se fosse a primeira vez o lugar sombrio e sem vida em que viviam a tantos e tantos anos. Átropos sentiu os olhos de Cloto e Láquesis sobre si, engoliu a saliva antes de finalmente cortar mais um fio.

—Temo que nossa irmã está demasiada distante ultimamente. —a mulher esboçou um sorriso irônico ao falar com Cloto.

—Então querida Átropos, nos conte o que te deixas assim, tão aflita. —Láquesis esperava a resposta da irmã, o silêncio só era quebrado pelos ecos de pingos de águas daquela espécie de caverna. A falta de resposta de Átropos atiçou ainda mais a curiosidade das outras duas irmãs. —Você não é de ficar calada, sabes que pode nos confidenciar o que se passa nessa cabeça.

Sim, Átropos queria falar, queria muito confidenciar aquele sentimento insano. No entanto sabia muito bem o que aconteceria caso ela falasse, receberia como resposta o fio da vida do jovem rapaz e teria que ceifar a vida dele com suas próprias mãos. Talvez essa seria a solução para acabar com essa insanidade, sentir algo por alguém que jamais seria seu e que nunca saberia de seu amor....amor?

***

Sam adormeceu sobre os livros, dissera ao irmão que ficaria no hotel e não lhe contara o real motivo de deixar Dean sozinho. O moreno jamais deixaria seu irmão ir para o inferno, já o vira uma vez e não se perdoaria se o pior acontecesse, então afundou-se nos livros de todos os tipos de culturas que pudesse existir sobre pactos. Infelizmente não obtivera sucesso em suas frustradas tentativas de encontrar alguma saída. Sam perdeu-se em sono, cansaço e pesadelos.

Viu-se correndo por uma verdejante pradaria infinita, o vento soprava sua melodia e a sensação de liberdade invadia-lhe a alma. Avistou um lobo encarando-o com os olhos violentas a cintilarem, ambos se encaravam e o lugar tão cheio de vida foi perdendo a cor. E um tom de ferrugem cobria a vasta mata, apenas o lobo cinzento e o homem continuavam vívidos. Sam aproximou-se e, a cada passo que dava um pedaço daquele lugar caía em abismo profundo, o moreno não se deixou intimidar e continuou sua caminhada.

Não se aproxime humano.

Sam arregalou os olhos, virou-se para todos os lados em busca da voz feminina. Era uma voz doce e ao mesmo tempo poderosa a ponto de seu próprio corpo estaquear sem que ele ordenasse.

—Quem é você? Apareça! —o moreno tentava em vão movimentar-se e parou sua frustrada tentativa quando percebeu que começava a afundar-se em uma lama negra.

Você está aqui, e ainda assim vê com os olhos do corpo, abra sua mente rapaz e veja com os olhos de sua alma.

O moreno estreitou o olhar, deixou o medo de lado, sentiu o corpo sair completamente da lama ao qual estava e o lobo a sua frente transformou-se em uma mulher que emanava um poder tão forte e assustador. Sam não conseguia falar perante aquela visão, era como se não fosse permitido indagar, apenas ouvir.


 


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Notas finais do capítulo

Reviews eu mereço? Beijos!!!



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