Half-blood Princess escrita por Clara de Col


Capítulo 29
Here we go again ATUALIZADO


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, desculpem pela demora & pela péssima edição... Essa semana foi louca HAHA
Obrigada pelas reviews desse cap e do cap anterior!



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Andando pela plataforma 9 3/4 com seu carrinho, Lucy nunca desejou tanto uma capa da invisibilidade. Praticamente todos os olhos se voltavam para ela e para Snape, que andava atrás dela, com sua capa preta balançando. Ele tinha mesmo que colocar aquela roupa? Além de não ser nada agradável aos olhos, era sua marca registrada e todos já sabiam automaticamente quem ele era, quem ELA era.

Lucy revirou os olhos lembrando dos dois agradáveis dias em que passara trancada no quarto. Nas refeições, elfos surgiam no seu quarto e deixavam comida e bebida. O resto Lynn deu conta. Se não fosse pela pequena, Lucy não teria sobrevivido naquele lugar. Estava mais que ansiosa em passar as férias de verão inteiras lá. Argh.

— Lucy! — ela escutou alguém chamá-la perto da entrada do Expresso.

Ela avistou ninguém menos que Harry Potter acenando para ela. Ela sorriu e foi até lá rápido.

Lynn lhe contara que Snape cancelara sua assinatura do Profeta diário. Lucy meditara um bom tempo sobre isso. Talvez Snape não quisesse aturar as fofocas sobre ele. Era plausível. E ela tinha que admitir, agradecera ele silenciosamente. Mas agora que voltaria para Hogwarts, p inferno começaria de novo.

— Olá Harry! — ela o cumprimentou, e admirou a grande coruja branca na gaiola. — Que linda!

— Obrigado. — ele sorriu para a coruja — Ela se chama Edwiges.

Lucy sentiu Emm ronronar em cima do seu malão. Ela finalmente constatara que era fêmea. A gata se recusara a entrar numa caixa.

— Ela é meio fresca. — comentou Lucy, quando sentia Snape parar ao seu lado. O sorriso de Harry sumiu.

Ela se virou, desconfortável.

— Tudo bem Snape, eu assumo daqui. — disse Lucy.

Ele fez uma careta.

— Vejo você no castelo. — disse ele, secamente — Tente não fazer nenhuma besteira até lá. — ele deu as costas e sumiu na multidão de pais que aprumavam os filhos e acenavam para os que já estavam nas janelas.

— Estou procurando os Weasleys, vem comigo? — disse Harry animado e eles começaram a caminhar pelos bruxos.

— Não veio com eles? — ela perguntou, os olhos captaram os de Draco Malfoy. Ele levantou as sobrancelhas, como que a desafiando.

— Ah não, meus tios me largaram na estação. — comentou ele indiferente.

Então Lucy se tocou. Ela e Harry tinham isso em comum. De alguma maneira, ela se sentia tão órfã como ele que vivia na casa de seus tios e nunca conhecera os pais.

Ela preferia não conhecer Snape, aliás, ela constatou surpresa, não o conhecia melhor que qualquer um ali.

— Aqui! — Lucy percebeu Rony gritando perto da entrada do trem. — Harry! Lucy! Aqui!

Os dois se apressaram, e logo Lucy reconheceu as cabeças ruivas no amontoado de pessoas.

— Snapezinha! — Fred parecia aliviado em vê-la. Ela o abraçou rapidamente. Jorge bagunçou seu cabelo.

Lucy cumprimentou Arthur e Molly e mais uma vez pediu desculpas pelo incidente/vexame do Natal.

— Imagina querida. — Molly sorriu. — Será que Snape deixaria você ir conosco para a Copa Mundial de Quadribol?

Lucy deu de ombros, duvidando muito.

— Vamos ver.

Eles entraram no trem. Harry, Rony e Hermione Granger se enfiaram numa cabine vazia. Gina sumiu rápido com algumas garotas do quarto ano.

Lucy, Fred e Jorge andaram por um bom tempo até entrarem numa cabine quase no fim do trem.

Apenas Olívio Wood estava ali, arrumando seu malão.

Ele arregalou os olhos quando viu Lucy, mas foi gentil. Depois de arrumarem os malões, Jorge se sentou com Olívio e Fred se acomodou do lado de Lucy. O trem partiu, os Gêmeos e Lucy acenaram da janela para Arthur e Molly.

— Como você ficou depois que... — Fred deixou a frase no ar.

— Nem foi tão ruim assim. — ela falou — Tivemos uma discussão básica no carro que eu nem sabia que ele tinha. Ele quase enfartou quando, só depois de ressaltar minha imoralidade, percebeu meu cabelo.

— O que. Você. Fez. Com. Seu. Cabelo? — Snape parecia prestes a vomitar. Lucy apertou o banco estofado do carro, enfiando as unhas na superfície macia.

— Cortei. — ela respondeu, afinal.

Ele olhou tão dentro dela, expressando tanto desgosto, que por um segundo ela sentiu que ela iria vomitar. Ele apertava o volante com uma mão e a outra estava parada no ar. Ele mal piscava. Lucy abriu a boca, vendo se algo saia.

— NÃO DIGA NADA. — ele gritou. Lucy enterrou ainda mais fundo as unhas no banco do carro. Queria abrir a porta e sair dali mais que tudo que já quis um dia.

Como o medo era estranho. Fazia tudo parecer insignificante, mísero. O que importava no momento era aquela sensação desesperadora que assolava seu peito, que quase a obrigava a atirar-se para fora dali. Tudo que já viveu um dia fora esquecido, reduzido a pó.

— Pode me dizer por que diabos fez essa besteira sem tamanho? — sua voz saiu tão baixa, tão cortante e rouca que Lucy se esforçou para formar uma resposta inteligente ou teria mesmo que sair dali.

Mas, não havia resposta inteligente no momento. Pelo menos não na as cabeça.

— Porque eu quis. — disse ela.

Ele fechou os olhos devagar, depois se virou bruscamente e ligou o carro. Lucy relaxou a mão, sentindo suas pequenas articulações desenferrujarem.

Fred riu.

— Depois, me trancou no quarto e só o abriu hoje de madrugada. — ela concluiu, admirando a paisagem pela janela.

Fred não estava rindo mais.

— Ele trancou mesmo você? — os dois gêmeos perguntaram ao mesmo tempo.

Lucy assentiu, enquanto Olívio tirava suas próprias conclusões.

— Snape te tranca no quarto? — o bruxo parecia assustado.

— Só quando eu fujo de casa e corto o cabelo. — Lucy até tentou segurar a risada, mas não conseguiu.

E, olhando para as árvores lá fora, se lembrou da primeira vez que embarcara no expresso. Sozinha, animada e assustada ao mesmo tempo. Lembrou-se de Violet a acordando com os olhos azuis vibrantes faiscando. Lucy enrolou uma mecha do cabelo curto no dedo mindinho.

Naquele momento, ela podia sentir. Estava diferente. Não tinha mais medo de fazer coisas estúpidas e imorais. Ela faria a diferença.

— Que bela droga. — Lucy resmungou enquanto caminhava sozinha para a mesa da Sonserina. Seus antigos amigos não fizeram nem questão de falar com ela. E para melhorar a situação, Draco se sentou ao seu lado. Ele parecia radiante. Cretino.

— Como vai sua volta para Hogwarts Snape? — ele sorriu, parecendo contente com sua máscara inexpressível de volta.

Lucy estava decidida que não iria mais aceitar intimidações naquela escola. Seja de quem for. Já encarara a fura de Snape, e aguentara mais do que podia imaginar. O que poderia ser pior? Um mauricinho metido que não seria.

— Ótima, na verdade. — ela cuspiu um pouco de suco na roupa dele, fingindo se engasgar. — Já contou aos seus amigos sua nova conquista?

Ele a fuzilou. Ela nem precisava mencionar nomes. Draco entendera sua mensagem, e não se esqueceria muito fácil.

— Se contar a alguém, eu juro que acabo com a sua vidinha de faixada.

Lucy sorriu, tirando a franja dos olhos.

— Errado Malfoy. Se eu contar a alguém, a única vida que acaba é a sua.

Ele resmungou algo e voltou a se sentar com a sua prole. Lucy tentou ignorar Violet e Tracey, na maior troca de carícias, perto dali. Ela se concentrou no jantar. Que por acaso, quase subia pela sua garganta.

Depois de engolir tudo o mais rápido possível, Lucy saiu da mesa da Sonserina aproveitando a atenção de todos em Dumbledore, e se esgueirou até a mesa da Grifinória. Ela não conseguiria se sentar sem chamar atenção. Então engatinhou para baixo da mesa mesmo.

Aquilo era uma loucura, mas até que era divertido. Lucy observou os pés dos alunos grifinórios e segurou a risada.

— Mas o que, Lucy? — Jorge quase engasgou com a comida, quando ela tirou a cabeça para fora, em frente aos gêmeos.

— Oi. — ela disse.

— Oi? — ele riu — Como nunca tivemos essa ideia, Fred?

O outro gêmeo então se virou e percebeu Lucy. Ele começou a rir.

— Muito divertido lá na mesa da Sonserina?

Lucy revirou os olhos.

— Vocês nem imaginam. — ela se lembrou da conversa com Malfoy — Preciso contar coisas horrorosas para vocês.

Eles se entreolharam.

— Torre se Astronomia. — começou Jorge.

— Uma hora. — terminou Fred.

Lucy acariciou Emm e ficou com as cortinas do seu dossel fechadas até dar a hora de sair. Escutou Violet conversar com as garotas, e se surpreendeu quando ninguém fofocou dela. Pelo menos, Violet ainda tinha bom senso. Então se lembrou de Tracey. Ok, talvez nem tanto.

Ela deixou a gata dormindo, enfiou alguns travesseiros debaixo do cobertor, agarrou o Mapa do Maroto e saiu com sua varinha empunhada.

O Salão comunal da Sonserina estava silencioso. Até demais. Ela observou cada canto do lugar antes de sair. Caminhando pelas masmorras, ela tinha em uma mão a varinha acesa e na outra o mapa. Não era a primeira vez que saia escondida, mas daquela vez ela era menos ingênua. Sabia do que acontecia em Hogwarts e ela e os gêmeos não eram os únicos que saiam por ai depois do horário.

Ela atravessou os corredores com passadas rápidas e cuidadosas. Os quadros reclamavam um pouco da luz, mas por sorte ninguém estava fora da cama a não ser Filch andando pelo jardim, ela observou o mapa. Ai Merlin.

Faltava pouco para chegar a seu destino, quando ela percebeu dois pares de pés bem na Torre de Astronomia. Violet e Tracey. Lucy xingou todo tipo de xingamentos dentro da sua cabeça. Mas que diabos estavam fazendo ali? Ah, ela nem queria saber.

Remexeu na sua bolsa e tomou o resto da poção Quies. Ela parou na entrada na Torre e notou que os Gêmeos acabaram de chegar lá. Provavelmente foram de vassoura. Tracey e Violet estavam nas escadas. Lucy teria que fazer um sacrifício para não a notarem.

— Malfeito feito, nox. — ela enfiou o mapa na bolsa e começou a subir as escadas.

Estava escuro lá e apenas alguns feixes da luz da lua iluminavam o espaço. Ela localizou os pombinhos, e quase vomitou ao perceber que estavam aos beijos. Ela poderia passar ao lado deles que nem a notariam. Ela não sabia bem o que pensar, Violet nunca fora de violar as regras. Bem, nem ela mas...

Argh. Ela subiu as escadas rápida e precisamente, passando por eles. Quando chegou lá em cima, apenas colocou o dedo em cima dos lábios para os garotos ficarem quietos. Depois os entregou o Mapa.

— Eu juro solenemente que não farei nada de bom. — sussurrou Jorge.

Lucy apontou o lugar do mapa em que estavam e eles arregalaram os olhos. Logo, Fred apontou para a vassoura e Lucy e Jorge assentiram.

Não conseguiriam conversar ali sem chamar atenção do "casal", Lucy revirou os olhos. Seria tentador denunciá-los com algum plano em que ela e os Gêmeos não fossem pegos, mas ela queria mais é distância daquela cena repugnante. Lucy montou na garupa de Fred e quando os dois anuíram, as vassouras decolaram para fora da Torre de Astronomia.

O céu começava a se abrir, deixando as nuvens para trás. Alguns resquícios de estrelas brilhavam fracamente. O vento encheu os ouvidos da bruxa enquanto as vassouras cortavam o ar. Enquanto eles contornavam o castelo até chegar ao campo de Quadribol, Lucy percebeu que a neve estava virando água nas arvores. Se aquilo fosse há semanas atrás, ela estaria com os olhos lacrimejando de medo. Naquele momento, ela não sabia o que exatamente, ela tinha medo de coisas bem diferentes de altura.

Depois de alguns segundos deslizando pelo ar, eles pousaram em uma arquibancada.

— E então... — Jorge pousou logo depois deles.

—... Quais as novidades? — Fred terminou.

Lucy se sentou e esticou as pernas, pensando se ficava triste por Lynn ou divertida por Malfoy.

— Malfoy. — ela olhou para os amigos — Beijou Lynn.

Eles ficaram um tempo processando a ideia,

— O QUÊ? — gritaram juntos, primeiro.

E um segundo depois a bombardearam de perguntas.

— Quando? — Fred arregalou os olhos.

— Ela era uma elfa já, ou não?

— Você viu?!

— O Malfoy beija bem?

— JORGE! — Lucy e Fred riram juntos, interrompendo as perguntas ambulantes.

Ela parou de rir e respirou fundo, pronta para responder as perguntas, mas ressentida por Lynn ainda.

— Ela ainda estava sob o efeito da poção. — disse Lucy, esclarecendo os fatos. — Foi depois do Jantar de Natal, e ela não pode... Reagir.

Ela suspirou, sentindo-se horrível pela elfa. Eles também não riam mais. Lucy desabou.

— Ela nunca soube... Ninguém nunca a avisou sobre isso e... — ela cobriu o rosto com as duas mãos, a agonia crescendo como uma serpente no seu peito — Por outro lado, foi boa a cara do Malfoy quando soube. Claro, preconceituoso como é.

— O que aconteceu com ela depois? — Fred perguntou, parecendo preocupado.

— Snape queria a jogar para fora da Mansão. — disse a bruxa, apenas tremendo só de pensar na possibilidade. — É claro que não permiti que ele colocasse um dedo nela, em troca, fiquei em cativeiro.

Lucy bufou. Ela não sabia o que pensara sobre sua relação com Snape, mas seja lá o que foi, era menos pior que isso.

— Não consigo acreditar que ele realmente te trancou! — indagou Jorge, indignado. —Quer dizer... Ele não tem nem um pingo de...

— Sentimentos? — Lucy olhou para o gramado abaixo e pensou no que aconteceria se ela pulasse dali. — Não. E sinceramente, não acho que isso irá progredir.

Eles ficaram em silêncio. Lá no fundo, deviam sentir pena dela. Por tudo aquilo com Snape, afinal eles tinham uma família enorme e unida. Mais uma vez, Lucy pensou em Harry e refletiu se sua situação era melhor ou pior. Ele não tinha pais. Literalmente. E ela... Tinha teoricamente apenas, pensando de um modo grosseiro. Mas não... Ela tinha Georgie. Georgie a quis, desde o começo e sempre a amou. Por mais fraca que a mãe adotiva fora todos aqueles anos, ela fora a única que lhe dera amor, família e uma casa. Um lugar pelo qual valeria a pena voltar no fim das contas. Mas agora... Ela tinha sérias duvidas se voltaria um dia.

— Eu... Não entendo. — ela resmungou. — Ele diz que estou na sua casa por segurança mas eu não entendo! Se ele experimentasse falar com a boca e dialogar racionalmente...

Ela parou. Os Gêmeos a encaravam inexpressivos.

— Acho que vou ter que esperar para ver o que acontece. — ela suspirou.

Fred se aproximou e colocou a mão no seu ombro.

— Ou não. — ele sorriu — Esse é a melhor parte Lucy.

Jorge também sorriu.

— Você pode fazer acontecer.

~

Na manhã seguinte, Lucy acordou mais cedo que todos os Sonserinos. Jogou água fria no rosto, se vestiu rapidamente e foi para o Salão Comunal procurar Emm. O dia seria longo, e ela já decidira o que iria fazer. Ficar sentada esperando algo cair do céu respondendo suas perguntas não era mais uma opção. Ela não era mais aquela garota, e pensando bem, nunca fora. Agora, a diferença é que não tinha mais medo. De nada.

— Já acordada, Snape? — a voz irritantemente familiar ronronou alto. Lucy soltou o ar devagar e tentou manter sua respiração estável.

— Por que precisa me atormentar? — ela cerrou os olhos para Malfoy, esticado no sofá como um felino preguiçoso. — Não tem mais nada divertido para fazer? Quer que eu te dê algumas sugestões?

Ele sorriu, provavelmente achando que estava com o poder da sedução. Lucy fez uma careta.

— Falou certo, Snape. Eu preciso. — disse ele, com o cabelo louro na frente dos olhos. — É uma necessidade.

Ela trocou a posição dos pés, com muitas coisas na cabeça para se preocupar com aquilo.

— Já ouviu falar em bater cabelo? — ela indagou. Quem sabe a ideia não o atraísse mais que ficar a perturbando.

Ele riu. Lucy revirou os olhos e deu de costas, pronta para sair dali o mais rápido possível quando ele gritou seu nome.

— Pensei no que você falou ontem. — ele se levantou do sofá e andou vagarosa e desengonçadamente até ela. — E quer saber? Cheguei a uma conclusão interessante.

— Ah, é mesmo? — Lucy andou para trás quando ele se aproximou. — Estou ansiosa para você compartilhar suas conclusões, mas estou com pressa.

Ela pensou em qual objeto a sua esquerda era mais pesado para tacar na cabeça dele se ele se aproximasse mesmo. Um vaso? Um livro?

— Eu posso até ter beijado sua elfa doméstica, mas ela era você. — ele falou, e Lucy congelou onde estava. Precisava ou não lidar com aquilo? Ela se virou para encará-lo.

— Sério? — ela colocou uma mão na cintura, realmente cansada. — Vamos supor que você esteja andando pelos corredores lotados de alunos e eu te dê uma surra.

Ele levantou as sobrancelhas, confuso.

— Quem irá acreditar na sua versão doentia de história de amor? — ela sorriu, satisfeita com a expressão dele. — Então, querido, cuidado com o que sai dessa sua boca irritante e imunda. Sinto muito por Lynn, ela não merecia o obséquio.

O rosto de Malfoy dizia exatamente o que Lucy queria escutar: Ele mal fazia ideia do que dizer. Então, sua expressão mudou.

— Pode até ser, mas ela parece ter gostado.

Lucy andou até a mesinha e agarrou o vaso. Malfoy deu um pulo e correu até o sofá, pegando uma almofada. Ela respirou fundo e com cuidado colocou o vaso de volta na mesa. Depois, saiu dali de vez.

Encontrou Emm passeando pelas escadas movediças e tentou alcançá-la. Ela desceu apressadamente pela escada que a gata se encontrava, quando esta trocou sua rota fazendo Lucy quase capotar nos degraus.

Quando a escada parou, Lucy percebeu que estava em frente ao quadro da Mulher Gorda. AH, PERFEITO. Em ocasiões normais, se ela tivesse tempo ao menos, Lucy sairia dali rápido. Mas mal teve tempo de observar o quadro, quando ele se abriu. Alguém saia de lá, mas ela não sabia quem era. Estava concentrada na gata, que acabara de se esgueirar para dentro do quadro. FRANCAMENTE.

Ela fechou os olhos, com raiva, chutando o corrimão da escada.

— Lucy? — era Simas. Obviamente, tudo o que ela necessitava no momento. Lucy não sabia exatamente o que dizer. Tentou se lembrar do seu ultimo encontro com Simas. Talvez ele tivesse passado a pensar besteira dela pelas coisas no Profeta diário, mas tudo aquilo parecia ser a séculos atrás. Quando ele esbarrara nela, deixando todos os seus livros caírem no chão. Quando ele lhe encontrar por acidente na biblioteca, a primeira vez que o notara de verdade.

— Oi, Simas. — foi tudo o que conseguiu dizer, no fim das contas.

— Seu cabelo... — ele a mirou.

— É.

Ele olhou para trás, depois para os lados. Estava sozinho, e com olheiras. O cabelo cor de areia parecia mais longo. A gravata estava desfeita, e a camisa toda amassada. Ele estava normal, afinal.

— Desculpe a pergunta, mas o que você tá fazendo aqui? — ele cerrou os olhos. Era uma pergunta lógica.

— Minha gata. — disse Lucy, suspirando — Está claramente me avacalhando.

Ele sorriu e apontou para o quadro.

— Então aquela é a sua gata?

Lucy assentiu, se sentindo subitamente mais confortável. Ela não tinha parado para pensar no que Simas acharia das coisas no Profeta Diário, ou no que ele acharia dela. Eles só... Perderam o contato, e as coisas ficaram loucas na vida de Lucy.

— É meio folgada, para falar a verdade. — ele comentou, mexendo no cabelo.

— Como? — Lucy levantou as sobrancelhas.

— É que... — ele gaguejou — Ela sempre fica passeando ali no Salão Comunal e...

Ah, que ótimo Emm, muito bom garota.

— Onde você estava indo? — Lucy o cortou. Ele tentou arrumar a camisa.

— Para a Biblioteca. — ele disse rápido. — E você?

— Que engraçado... — ela tentou sorrir, voltando a pensar nas suas metas para o dia. — Eu também estava.


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Notas finais do capítulo

Tentarei não demorar, ok?
beijos
Clara