Chamamento De Sangue escrita por Melanie Blair


Capítulo 11
XI


Notas iniciais do capítulo

Aqui está. Desculpem a demora, mas a noite de sexta foi traumatizante (festa de pijama). Como só dormi das sete da manhã às oito, passei o dia de ontem meia zombie... e por isso não postei. Vale mais tarde do que nunca, né?



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Estava a caminho da academia. O trânsito estava condicionado e o condutor do táxi irritado.

– Será que os visigodos dos automobilistas não vêem que já podem avançar?- gritava ele, ignorando, totalmente, a minha presença.

A tão espera academia, por fim, apareceu. Deixei escapar um suspiro de alívio- a personificação do inferno iria finalmente acabar.

Depois de pagar um balúrdio pelas dores de cabeça que o taxista me tinha dado, dirigi-me ao gabinete do director, para justificar a minha semana de “férias”.

Bati à porta.

– Entre.

Ao entrar, reparei numa figura imaculada à direita de Kaien. Zero. Deixei o sorriso espalhar-se pela minha face. Ele retribui-me com outro, meio disfarçado.

– Boa tarde.- cumprimentei.

– Ainda bem que chegaste, Ayame!- declarou Kaien.- Amanhã vais presenciar um dos grandes privilégios de se ser um supervisor.

– E qual é ele?- perguntei, curiosa.

– Visitas de estudo particulares.

“Espetáculoooooo!”, gritei mentalmente.

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– Kaien,- suspirei eu,- quando se diz “visita de estudo particular” pensava que se referia a uma piscina, uma discoteca, ou algo do género. Nunca pensei que fosse um museu.


O edifício era branco, velho e acima de tudo, aborrecido.

– Este “museu” é especial.- Kaien riu.- Uma piscina comparada com isto é o cúmulo do desinteresse.

“ Não sei como”, pensei.

Entrámos no edifício e dirigimo-nos a uma escadaria. Ao abrirmos uma porta, encontrámos uma biblioteca enorme.

Eu, não esperando pelos meus companheiros de viagem, dirigi-me para a secção de crime (tenho uma t-shirt que diz “I love policiais”, e já agora acho que quem a fez é um asno- quem, minimamente inteligente, junta português e inglês?)

Peguei num livro que me despertou o interesse (já que não tinha título), quando uma mão envolve o meu braço, parando-me.

– Quem é você e o que pensa que está a fazer?- perguntou-me um desconhecido.

Olhei para a face dele e arrepiei-me. Perdi a voz.

– Dou-lhe três segundos para se explicar.- voltou a ameaçar-me.

– Um.

O homem de cabelos escuros e face morena tinha uma grande cicatriz, que lhe cortava o rosto desde o olho direito até à boca.

– Dois.

– Aí estás tu Ayame!- disse uma voz conhecida. A calma instalou-se assim que avistei Kaien, seguido por Zero. “Estou safa”, pensei.

– Conheces esta rapariguita Kaien?- o desconhecido fez um esgar. “Rapariguita? Rapariguita?”, enervei-me. Não estava a gostar do estilo daquele homem.

– Sim é uma aluna minha.- respondeu o director.

– Uma aluna?- o estranho fitou-me, antes de voltar a revirar-me os olhos.- Sabes bem que não podes trazer visitantes para aqui…os únicos autorizados a entrar aqui são os elementos da associação.

“Associação?”, olhei-os confusa. Eles repararam na minha expressão.

– Não me digas que ela não sabe sobre os…- hesitou o homem.

Zero elevou a voz pela primeira vez.

– Não se preocupe, Senhor Atsushi.

“Atsushi?” Sorri. Atsushi significa sol… Os pais deram-lhe, definitivamente, o nome errado.

Zero continuou.

– Ela é uma supervisora, juntamente comigo, no colégio. Ela sabe da existência de vampiros.

A expressão de ira do cicatrizado não mudou um centímetro sequer.

– O que têm os vampiros a ver com isto?- encontrei a minha voz, finalmente.

Zero dobrou-se e sussurrou ao meu ouvido.

– Este “museu”, como tu lhe denominaste, não é mais que uma associação de caçadores de vampiros.

“What the fuck?”, pensei

– Podiam ter dito isso mais cedo!- exclamou o desconhecido, alheio à nossa conversa.- Que gente menos responsável!

– Você não nos deu tempo para nos explicarmos, rapazito.- vi-me a mim mesma em risco de vida assim que disse aquelas palavras.

Zero e Kaien abanaram a cabeça, como se me dissessem “Já fizeste merda!”.

Antes que Atsushi partisse-me o pescoço, Kaien decidiu intervir.

– Vá acalmem-se todos!- tentou ele, enquanto o cicatrizado me olhava tipo “Dou-te um enxerto de porrada”.

– E que tal irmos falar num sítio menos… povoado de germes?- propôs Atsushi. Chamou-me germe?!… Que golpe baixo!

Enquanto Kaien e o cicatrizado saiam do compartimento (conseguia ouvir Kaien a dar-lhe um raspanete “Não lhe chames germe!”) coloquei o livro causador de problemas no mesmo sítio.

– Não devias meter-te com alguém de força triplicada da tua.- aconselhou Zero.

– Ele mereceu.

– E tu também. – ao virar-me para responder-lhe, o livro sem título caiu no chão. Assim que caiu, a lombada não conseguiu com o peso do livro e abriu, mostrando uma fotografia.

– O que…?- apanhei o livro e ergui-o, verificando todos os pormenores da fotografia que continha um grande X vermelho por todo o seu comprimento.

Zero fitou-me, curioso.

– O que se passa, Ayame?- perguntou-me.

Não lhe respondi. Encaminhei-me com toda a velocidade, para uma porta aberta onde se encontravam, à conversa, Kaien e Atsushi. Sem bater, entrei com voracidade.

Atsushi ao ver-me daquela maneira, levantou-se do banco onde estava sentado e gritou-me:

– Que educação é essa, verme?- ignorei-o.

Coloquei, ferozmente, o livro na mesa onde eles estavam e gritei:

– O que faz a minha família num livro pertencente a uma organização de caçadores de vampiros?

Em resposta, Atsushi sentou-se, devagar, na sua cadeira.

– Acho que devias sentar-te, Ayame.- aconselhou-me Kaien.


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Notas finais do capítulo

Desculpem ser pequeno, mas prefiro deixar toda a história para o próximo capítulo (que virá antes de quinta-feira).
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