A Linhagem Sagrada escrita por elleinthesky


Capítulo 11
Capítulo 9 - Atacados


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem a demora em postar mas é que domingo eu fui pra um evento de fã clube e cheguei em casa toda machucada (ontem eu ainda sentia muitas dores, estou melhor hoje). Bom, terminei o capítulo hoje e vim postar!
Boa leitura (:



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Depois de duas semanas como as que Amy teve, tudo o que ela precisava era voltar para casa, ver seu pai e descansar. Muito. Ela passou grande parte da sua vida vendo homens e mulheres treinando para matar e, na pior das hipóteses, para não morrer, mas nem isso foi suficiente para prepará-la mentalmente para o que ainda estaria por vir.

Depois de observar e aprender, ela pôde perceber que os estilos de luta dos gregos e dos nephilim eram diferentes em praticamente tudo. Os nephilim eram bem mais objetivos na luta corporal e qualquer lâmina poderia ser considerada uma arma letal, não importava qual fosse o tamanho ou formato; já os gregos são mais “pacientes” em batalha, prezam pela precisão dos golpes com espadas (a maioria do pessoal do acampamento desferia golpes em arco para provocar cortes, quase nunca punhaladas) e os arqueiros têm quase que a obrigação de serem perfeitos.

Amy agradeceu o fato de ter ganhado uma carona de alguns filhos de Afrodite que vinham à Manhattan para fazer compras, mais ainda por eles terem negado o convite dela para que fossem ao seu apartamento. “Preciso de um tempo longe dessa gente pra esclarecer as ideias, isso sim”, pensou ela enquanto subia de elevador até o quinto andar do The Carlyle Hotel.

A garota estava exausta, ela não estava nem um pouco acostumada com todas aquelas atividades e com a imensa quantidade de adolescentes por metro quadrado. Foram semanas intensas, mas prazerosas. Infelizmente, Amy não poderia contar a Stephen nada do que aprendera, muito menos sobre Sam; pensando bem, era só maquiar a verdade e assim ainda poderia contar sobre as coisas incríveis que aprendera sobre mitologia grega e seu novo e primeiro namorado de verdade. Era tudo tão novo e tão fascinante, mas como sempre ela deveria manter o segredo. Bom, essa era uma coisa com a qual ela estava e muito acostumada a fazer.

– Estranho, papai nunca deixa a porta aberta. – disse Amy, assim que saiu do elevador e viu a porta do apartamento entreaberta. – Pai? Papai, você está ai?

Amy entrou em casa correndo e, como seu pai não respondia ao seu chamado, ela começou a vasculhar os cômodos à procura dele. De repente ela escutou o barulho de algo caindo vindo do escritório. Quando ela abriu a porta, viu duas pessoas lutando com seu pai. Uma delas era um homem alto e negro, a outra pessoa era uma mulher baixa e morena; apesar de parecerem pai e filha, um parecia tão perigoso quanto o outro. Ambos se assustaram quando a garota apareceu na porta, mas logo o sorriso de triunfo apareceu na face de ambos.

– Ora, ora. Vejam quem apareceu, a pequena traidora. Sempre tão boazinha, não é mesmo Amelie? – disse o homem, em tom de escárnio.

– Pai, todo mundo sabe que os Graycastle são uma vergonha para nós. E essa daí é a pior de todas!

Amy tentou aproveitar o descuido das duas pessoas para tentar se aproximar de seu pai, que estava apoiado em uma das estantes de livros e com ferimentos muito graves por todo o corpo. Talvez ele tivesse uma estela no bolso, talvez ela pudesse fazer algumas runas de cura nos cortes mais graves.

– Amy, não! – berrou Stephen, prevendo tanto o movimento da filha como da mulher.

– Onde pensa que vai, mocinha? - disse a mulher, segurando-a pelo pescoço e contra a parede. – Ajudar o papaizinho está fora de cogitação. – completou ela, como se falasse com uma criança bem pequena.

– A ironia é que você mesma contraria o que fala, vadia. – retrucou com um sorrisinho maldoso nos lábios.

“Amy, é você? O que aconteceu com aquela menininha medrosa de algumas semanas atrás? Que nunca debochou de uma mosca?”, pensou a garota, logo antes da mulher dar um tapa forte na face direita dela, apertando mais firmemente seu pescoço.

Amy mal conseguia falar de tão forte que era o aperto da mulher. Ela nao sabia se devia agradecer a Raziel ou Zeus pelas aulas de luta que tivera com Dean Knight e Savannah Smith. Neste momento, Amy deu um soco na parte interna do cotovelo da mulher fazendo com que dobrasse a articulação. Isso foi suficiente para que ela afrouxasse o aperto no pescoço da garota, que conseguiu se libertar da forte mão da mulher por alguns momentos.

O que ela não contava é que a mulher seria bem mais rápida e se recuperaria facilmente do golpe. Amy levou um chute nas costas e ela sentiu que voava em direção a uma das muitas prateleiras de livros. Ela bateu na estante com um baque surdo e caiu no chão junto com alguns livros que estavam onde batera a cabeça. Amy ainda estava meio zonza quando percebeu que durante o tempo que ela lutava contra a mulher, o homem empunhava uma adaga contra o pescoço de seu pai.

– Bom, agora que você sossegou o facho, terá o imenso prazer de assistir de camarote o triste fim do seu papaizinho. – disse o homem, divertindo-se com a situação.

– O melhor de tudo é que você vai vê-lo morrer sem poder fazer nadinha, uma vez que quebramos todas as estelas que vocês tinham aqui. – completou a mulher, igualmente extasiada com a situação. – Você assistirá a morte dele lenta e dolorosamente, minha pequena selecti. E não poderá mover sequer um músculo para impedir!

"Nem todas, idiota!", pensou Amy lembrando da estela que levara para o Acampamento Meio-Sangue escondida na lata de batatas fritas.

Neste momento, o homem desferiu um golpe com a adaga no abdômen de Stephen, que se curvou apertando o ferimento com os braços e em seguida caiu no chão, ainda envolvendo o abdômen.

– Você pode ate tentar, mas se contorcer não vai adiantar nada. Encare isso como um homem, Graycastle. Você vai morrer. – constatou a mulher. Ela abriu um amplo sorriso triunfante enquanto fechava sua jaqueta preta de couro.

– Nosso tempo já se esgotou e nosso trabalho foi feito. Agora precisamos ir, te vejo no inferno. – disse o homem, que pegou na mão da mulher. Ambos se dirigiram para a janela do escritório e pularam.

* * *

Amy correu até sua mochila e pegou a estela que estava na lata de batatas fritas. Ela correu até o escritório onde seu pai jazia deitado e ferido no chão e imediatamente começou a traçar runas de cura nos locais onde os ferimentos de Stephen eram mais graves. Como seu pai não reagia de forma que ela percebesse que as marcas estavam funcionando, ela resolveu ligara para o Instituto e solicitar a ajuda da Clave.

– Ei, Amy. Tudo bom? Cara, quanto tempo a gente não se fala... – disse Emma, do outro lado da linha.

– Emma, eu preciso falar com a Vanessa. Agora, de preferência. - respondeu Amy, meio desesperada.

– Calma aí, o que houve?

– Emma, chama a Vanessa. Por favor!

– Ta bom, ta bom.

– Oi, Amy. O que houve? - disse Vanessa Ironwand, poucos instantes apos Emma. Ela achou que talvez Vanessa estivesse do lado de Emma.

– Vanessa, preciso que venha ate minha casa agora. Eu e meu pai fomos atacados e ele está muito ferido. Comunique a Clave, por favor. Eu não consigo contatá-los.

– Ok, estou indo com Emma e Peter agora mesmo. Comunicarei a Clave no caminho.

– Por favor, venha rápido. As runas não parecem estar fazendo efeito. - suplicou Amy, de forma chorosa enquanto os Ironwand não chegavam. Como um último suspiro, a garota despejou o que sentia na irmã de sua amiga. – Vanessa, eu estou com medo. Não quero perdê-lo.

* * *

Já fazia uma semana desde o incidente com Stephen e Amy ainda não tinha permissão para vê-lo. A Clave argumentara que fora o processo de cicatrização das feridas, ele ainda deveria passar por uma série de interrogatórios e não poderia ter qualquer contato com ninguém da família. Por família, eles quiseram dizer ela. Essa situação estava cada vez mais difícil de aguentar, uma vez que ela não podia falar com seu pai e chorar no colo de Emma já estava virando rotina.

Além de toda a privação a qual a garota era submetida, uma vez que também a proibiram de voltar ao apartamento do The Carlyle Hotel, ela sentia saudades. Saudades do pai, da vida que tinham juntos, das tardes na mansão Graycastle de Northampton, de sentar no banco ao lado de Stephen enquanto ele tocava o grande piano preto. Mais incrível do que possa parecer, Amy também sentia falta do Acampamento Meio-Sangue, de Kevin, Isabelle, Tessa Bridges, Scott. Quem mais a fazia falta era Sam, ele a confortaria e a faria sorrir de algo completamente bobo.

Ficar trancada no Instituto de Nova York já estava irritante e tedioso, uma caminhada por Manhattan seria ao mesmo tempo convidativa, complicada e relaxante. Talvez passar na Barnes & Noble ou relaxar sob alguma árvore do Central Park fosse o suficiente para que Amy pudesse se desprender por alguns instantes dos últimos acontecimentos.

A garota pegou o metrô até o centro e simplesmente começou a andar, quando finalmente percebeu para onde estava indo: The Carlyle. Ela parou subitamente quando viu uma silhueta conhecida saindo de um táxi na frente do hotel onde morava.

– Sam?


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Notas finais do capítulo

Pra quem tiver a curiosidade de saber como era a casa da Amy em Northampton, UK e o apartamento no The Carlyle, aqui vão algumas imagens pra vocês:
Planta do apartamento - http://thecarlylenewyork.com/i/floorplans/fp_empire_tower_three_bedroom_suite.jpg
Fachada da mansão dos Graycastle - http://www.jackson-stops.co.uk/propertyimages/jn47278.jpg
Tomara que a espera tenha valido a pena. Espero pela opinião de vocês, bjs da Tia Gabs



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