Batman: a Salvação de Gotham escrita por Fizban


Capítulo 4
A Grande Parada


Notas iniciais do capítulo

“A emoção mais antiga e forte da humanidade é o medo”
H.P. Lovecraft



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Finalmente o tão esperado dia 26 de novembro tinha chegado e com ele a Grande Parada do Dia dos Fundadores de Gotham City. Uma festa espetacular que vai muito além de um simples desfile, pois coincide com o Dia de Ação de Graças e vários festejos são preparados em toda a cidade.


            Entretanto, é claro, que o desfile é a principal atração, já que é a abertura oficial do feriado que termina com o prestigiadíssimo Baile de Caridade dos Fundadores. Organizado pela prefeitura, o baile conta com os maiores nomes da sociedade gothaniense em um grande esforço para levar mais conforto aos pobres que sofrem pelo frio do inverno.


            Nunca, em nenhum outro momento do ano, a cidade está tão unida em um único propósito, ou nesse caso, em uma única comemoração. Quase todos os clubes e boates têm agenda especial para receber os foliões que não são apenas de Gotham, mas muitos vêm de outras cidades como Metrópolis e Keystone. É um grande momento para o comércio em todas as áreas.


            Bem, para todo o comércio legal, pois com tantos vindo de outras cidades, a prefeitura não pode arriscar a seguranças dos turistas com o alto índice de criminalidade da cidade. Não seria bom para sua imagem, assim em todo mês de novembro se põe em pratica a Operação da Grande Parada.


            Sempre neste mês a polícia literalmente “fecha o cerco” contra os criminosos de Gotham. As rondas na cidade aumentam, os pontos de vendas de drogas são “fechados”, a docas são mais vigiadas, mendigos e menores de rua são “retirados” e os bairros de maior criminalidade são invadidos pela policia. 


            Era justamente esta a oportunidade que o Departamento de Polícia de Gotham City estava esperando para entrar no Bowery. O herói Martin Davies precisava ser vingado, pois não se podia tolerar que policiais fossem mortos sem que os culpados pagassem, mesmo que de forma ilegal. Assim era Gotham. Uma forma deturpada de justiça, mas que funcionava há muito tempo. 


            Assim a Operação da Grande Parada daquele ano foi muito diferente. Os esforços foram focados em Bowery e tanto os policiais quanto os detetives fizeram tudo que podiam para “limpar” o bairro o mais rápido possível, antes do desfile dos fundadores, quando sua operação poderia ser manchete na Gazeta de Gotham e ninguém queria isso.


            Pela primeira vez aqueles marginais foram atacados diretamente e embora dominassem o lugar há tanto tempo, eles foram rapidamente rechaçados. A desorganização e inimizade entre as gangues não permitiram que se unissem de maneira satisfatória para enfrentar os policiais e tinha também, é claro, um inimigo muito maior à espreita, o Batman.


            O Cavaleiro das Trevas ajudava o D.P.G.C. descobrindo os locais de encontro e quartéis-generais dos criminosos. As informações que colhia dos delinqüentes eram vitais para os detetives, embora estes nunca soubessem de seu envolvimento. Tudo era entregue para o único policial em que o Morcego confiava, o capitão James Gordon, que encobria toda e qualquer ligação do vigilante com o departamento de polícia.


            As provas encontradas pelo Batman eram levadas para o escritório do promotor público Harvey Dent, que as protegia e usava contra os criminosos que eram presos pelos policiais. Tudo era tão detalhado que os juízes não tinham outra opção senão prender todos os membros de gangues que eram levados ao tribunal, pois não havia dúvidas de suas ações ilegais.


            Gotham City nunca tinha visto tantos serem presos em tão pouco tempo.  O triunvirato entre Batman, Dent e Gordon estava dando certo. A ação em conjunto e a honestidade dos três homens era fundamental para que tudo desse certo e que os marginais fossem devidamente presos.


            A sigilosa Operação da Grande Parada estava sendo finalmente um sucesso, mais ainda que nos outros anos. No entanto, quem mais saiu beneficiado com tudo foi Thomas Dickerson. Sendo o comissário de polícia, ele era o coordenador da operação e como não se podia admitir a ligação do departamento com Batman, toda a glória caiu sobre ele e sua campanha de pré-candidatura a prefeito de Gotham. Dickerson não poderia estar mais feliz.


            Os policiais a essa altura já estavam preocupados com o que aconteceria com o bairro sem a influência daqueles marginais. Provavelmente uma das máfias, principalmente a italiana de Don Romano, poderia reivindicar o bairro e sendo assim, um plano de contingência deveria ser criado. No entanto, o comissário parecia estar mais preocupado com sua candidatura do que o destino onírico do Bowery, ou pelo menos, mais preocupado com a Grande Parada do Dia dos Fundadores de Gotham City.


As gangues não tinham mais atacado há alguns dias e tudo parecia pronto para a Parada. Tudo ocorreu bem no desfile e, a não ser por alguns arruaceiros, os bailes foram realizados com tranqüilidade e com a alegria que o dia pedia. As máfias não causaram problema, devido a velhos e obscuros acordos com o poder público, tornando o dia tão memorável quanto os dos outros anos anteriores.


O dia, como sempre, terminava com o Baile de Caridade dos Fundadores e esse trazia apenas a nata da sociedade de Gotham. Claro que o filantropo Bruce Wayne estava lá; mas com ele estava também o mega-empresário Nathaniel Dayton; além dos banqueiros Richard Daniel e Simon Rosenbaun, bem como outros ilustres: Liliane Stern, John Vandbuur e Robert Reynolds; e obviamente o homem do momento Thomas Dickerson. 


Claro que todos os canais e jornais da cidade cobriam o evento, até mesmo alguns canais de Metrópolis, pois a presença do filantropo Lex Luthor era muito esperada naquele ano. No entanto, dentro do salão só foi permitida a entrada de Vicki Vale, uma fotógrafa famosa por suas fotos tiradas em guerras, embora agora trabalhasse apenas para colunas sociais da revista Photo News. Sua entrada exclusiva no Baile aumentou os rumores que estaria namorando o bilionário Bruce Wayne, mas os dois não foram ainda vistos juntos.


Entretanto a personalidade mais aguardada do Baile era a própria prefeita de Gotham, Marion Grange, e seu antigo assessor Harvey Dent. Grange tinha sido promotora pública tendo Dent como seu braço-direito. Sua carreira tinha sido limpa e sua fama como honesta só era ofuscada pela do próprio Harvey. Tinha provado seu valor como prefeita na época da quarentena do vírus Ebola, mas os recentes ataques do comissário à sua administração têm abalado muito a sua imagem.


Uma linda mulher atravessou o salão atraindo a atenção de todos devido à sua beleza e sensualidade. Era uma bela mulher de longos cabelos negros e olhos verdes que ninguém nunca tinha visto. Provavelmente era a filha de um novo rico, ou alguma “dama” de companhia, mas ela se sentou sozinha sem olhar para ninguém, para desespero dos solteirões de plantão.


-         Vai lá e convide a garota, Bruce!


Foi a famosa médica Leslie Thompkins, uma antiga amiga da família Wayne, quem disse isso para ele, sentada na mesa ao seu lado. Leslie foi a única pessoa, além é claro do mordomo Alfred, que estendeu a mão para Bruce quando seus pais morreram no agora chamado Beco do Crime, em Bowery. A amizade que os dois tinham era muito forte. Forte o suficiente para Leslie saber seu mais guardado segredo, o Batman. 


-         Achei que a conhecia de algum lugar Leslie, mas de qualquer forma eu estou com você!


-         Ah sim! Uma desejável companhia, não?


-         Toda a companhia que eu preciso agora!


-         Sei, acho que os rumores em relação a você e a Vicki não são rumores...


-         Bom, não estou afirmando nada.


-         Isso porque você é um gentleman, mas não reconheço Bruce Wayne, o “melhor partido” da América, olhar para uma mulher assim e não fazer nada! Acho que está ficando velho como eu!


-         De forma alguma! Além do mais, você não é velha, Leslie!


-         Bem, da minha parte devo dizer obrigada!


-         Será que o Luthor não vai vir?


-         Não mude de assunto Bruce.


-         Não estou mudando.


-         Querido, Fontana está cantando, nada é mais romântico que isso!


-         Eu sei...


-         Vai lá e convide a garota!


-         Você é impossível Leslie.


-         Não sou eu que ainda está sentado...


Wayne se levantou contrariado e foi até a mesa em que a linda garota estava e, ao se aproximar, pôde admirar melhor sua beleza pensando que não era uma idéia ruim ter sido influenciado pela amiga. Repentinamente ele se viu apreensivo ao falar com ela, como se fosse um colegial e não o “melhor partido” dos Estados Unidos, o bilionário Bruce Wayne.


A garota olhou para ele com o desdém de quem já tinha dispensado vários pretendentes que tinham tido a mesma idéia de Bruce, mas haviam sido mais decididos e rápidos. No entanto, para a surpresa de todos, incluindo ele mesmo, a jovem moça tinha aceitado o pedido para dançar.


Os dois formavam um casal lindo, pensaram todos ao vê-los dançar no salão do Baile ao som da música “You are the One”. Ele tentava se conter, não pensando em como sua pele era macia ao toque e como seu perfume era suave. Ela pensava em como Bruce era bonito e elegante, aumentando cada vez mais sua curiosidade. Era mágico aquele momento para todos...


A música parou sem aviso deixando os convidados desapontados rapidamente, mas logo se animaram ao ver a prefeita Marion Grange se aproximando do palco principal. Junto a ela estava seu assessor Sean Coyle que pediu a atenção de todos.


Naquele salão no Iate & Tênis Clube do Bristol estavam as mais famosas personalidades unidas pelo propósito de aquecer o inverno das classes menos favorecidas de Gotham City. Suas generosas doações eram revertidas em abrigos, alimentos e cobertores pela prefeitura para os mais desafortunados da cidade em uma grande campanha solidária.


-         Por favor, – disse Coyle – eu peço a atenção de todos!


-         Boa noite a todos! – Iniciou Marion Grange esperando educadamente os aplausos terminarem. – Primeiramente eu gostaria de me desculpar pela ausência do promotor público Harvey Dent, pois este está muito ocupado com o processo de prisões recentes. Entre nós, e que ele não nos ouça, é mais provável que esteja com medo de vir a uma festa com os mais ilustres de Gotham City!


Todos riram da brincadeira que a prefeita tinha feito, pois já era do conhecimento de todos que o humilde promotor Dent sempre ficava nervoso na presença da nata da sociedade de Gotham. Dizia-se que ele ficava mais à vontade com os marginais e criminosos do que com os ricos e famosos.


-         Bom, – a prefeita retomou – também recebo as desculpas do filantropo Lex Luthor. No entanto, ele nos fez uma doação de cinco milhões de dólares em barras de ouro!


Os aplausos foram entusiasmados com a exagerada doação de Lex, que aumentaram quando um dos homens da Corporação Luthor trouxe a mala com as barras de ouro maciço. A mala foi aberta para que todos vissem o ouro e assim entregue à prefeita Marion Grange. Realmente Lex Luthor gostava de se promover, foi o que a maioria pensou.


-         Obrigada! – disse Grange ao receber a mala. – Esta é a maior doação do Baile de Caridade dos Fundadores seguida pela doação de dois milhões da Fundação Wayne e o um milhão e meio doado pela família Falcone.


Os milionários Bruce Wayne e Alberto Falcone se levantaram para agradecer os aplausos. Vicki Vale tirou fotos dos dois se perguntando quem seria a bela morena junto com Bruce.


A prefeita continuou:


-         É com muito prazer que eu recebo essas doações! Quero também agradecer todas as doações que recebemos e informar que estamos quase batendo o recorde da grande arrecadação que tivemos no ano passado! Muito obrigada!


O assessor Coyle entregou um papel para a prefeita e sua felicidade foi evidente, então voltou ao microfone:


-         Tem certeza disso? – com a confirmação ela continuou. – Bom, acabo de receber a notícia que nosso brilhante cantor da noite, o aclamado Johnny Fontana, doará seu cachê da Boate Iceberg para os pobres de Gotham! Assim acabamos de quebrar o recorde do ano passado!


O cantor conhecido como “queridinho da América” foi ovacionado com estrondosos aplausos de pé por todo o salão do Iate & Tênis Clube. 


-         Muito obrigado! – agradeceu Fontana. – É um prazer ajudar essa campanha tão bonita, como foi um prazer cantar para vocês! Assim doar meu cachê para o Baile de Caridade dos Fundadores era o mínimo que podia fazer!


Homens aplaudiam e algumas garotas berravam. Embora Johnny Fontana só tenha ganhado o apelido de “queridinho da América” depois de estrelar o filme de Woltz, ele já era considerado um dos maiores cantores de seu tempo. Com seu paletó risca-de-giz Gucci, cabelo penteado para trás com gel e voz melodiosa, Johnny tinha conquistado o coração de todas as jovens do país e se preparava para uma carreira mundial ao lado do maior ícone da música brasileira.


-         Quero agradecer também a...


Não houve tempo para Fontana terminar. Subitamente homens entraram atirando para o alto gerando o medo nos mais ilustres de Gotham. Eram marginais de gangues do Bowery que todos achavam que tinham vencido. No entanto, não era uma das gangues, mas vários grupos unidos em um só comando, algo que tinha ocorrido apenas uma vez antes em toda a sua história.


As maiores gangues estavam ali, Bastards, Fly Blades, Jackass (que claro não gostavam desse nome chamando a si mesmo de The Guys), Red Punks e os temidos Wild Riders. Com uma habilidade espantosa, estavam levando todos, incluindo a prefeita, para um dos lados do salão enquanto roubaram a mala com o ouro de Lex Luthor.


-         Leslie, – disse Bruce. – é melhor você e a...


-         Ela foi embora querido! Parece até alguém que conheço!


-         Eu preciso sair também!


-         Eu sei Bruce, vou me cuidar! Pode ir.


Assim Bruce Wayne foi para a escuridão sem ser notado por ninguém que estava em sua volta, desaparecendo completamente. Leslie ficou junto com sua amiga Liliane Stern, a dona do Hotel Gotham Ritz, tentando tranqüilizá-la:


-         Querida, se eles fossem nos fazer mal, já teriam feito!


-         Pode ser, mas onde está o Bruce?


-         Ah, sabe como os homens são, na hora do aperto eles somem!


O que parecia ser o líder das gangues se dirigiu aos convidados reunidos à força em um dos lados do salão. Ele atirou para cima causando mais medo nas pessoas e finalmente resolveu falar:


-         Vamo logo com isso! Cês sabem o que fazer, imagino que nessa cidade já tenham sido assaltados várias vezes! Claro que não tô falando do roubo que a prefeitura faz todos os dias!


-         Acha que vai escapar daqui com o ouro? – perguntou o comissário Thomas Dickerson. – Não conseguirá fugir daqui marginal!


-         Pode ter certeza meu chapa!


-         Idiota, está condenado e nem sabe disso!


-         Comissário por favor, – advertiu seu assessor. – melhor não provocá-lo!


-         Devia ouvir e talvez eu vote no cê maluco, mas voltando aos negócios... Coloquem todo o dinheiro e jóias nas sacolas que meus camaradas estão passando e nada vai acontecer de ruim a vocês, ilustres personalidades de Gotham!


-         Quem nos garante isso? – disse um homem negro grande e forte. – Quem garante que não nos matará depois, afinal gangues de punks não são conhecidas por sua, digamos, delicadeza!


-         Ora! – disse o marginal. – Tô sacando quem é ocê. Tu é Bobby Reynolds, o grande batedor do Gotham Griffins!


-         É Robert Reynolds pra você seu delinqüente!


-         Ah, talvez eu te peça pra autografar meu taco ou talvez eu queira teu sangue nele, o que acha?


-         Vá pro...


O jogador não teve tempo de completar a frase, pois o Wild Rider acertou sua cabeça em cheio com um taco de Baseball que possuía. Bobby desmaiou na hora e não levantou mais. Aquilo causou um enorme pânico entre os membros da nata da sociedade que tiveram que ser contidos pelas gangues.


-         E para sua informação, eu torço pro Gotham Knights! – o bandido disse guspindo no esportista. – Bem e isso serve pra todos! Alguém tem alguma coisa a acrescentar? Heim? Acho que não.


-         Eu tenho!


Uma voz sinistra ecoou por todo o salão e algo se prendeu na perna do assaltante fazendo-o ser suspenso de cabeça para baixo no ar. O homem gritou alto desesperado e isso deixou os outros marginais mais nervosos.


Ninguém tinha visto quem disparou o arpéu que prendia o líder das gangues e nem de onde tinha vindo aquela voz medonha. Todos, bandidos e vitimas, ficaram procurando instintivamente quem tinha feito aquilo.


Sem aviso, um som estalou no ar e apenas um dos punks teve coragem de se aproximar, mas logo que chegou perto do local ele foi literalmente tragado pelas sombras e desapareceu na frente dos olhos da multidão.


-         O que tá acontecendo? – perguntou um dos delinqüentes. – Será que é ele?


-         Cale a boca! – respondeu outro. – Cadê o Bart?


Mais um membro das gangues tinha sumido e desta vez ninguém tinha visto como. O medo atingiu avassaladoramente a todos no salão, pois não sabiam o que estava acontecendo. Só um homem podia fazer aquilo e esse pensamento gerava mais temor em suas mentes. Os gritos do líder preso ainda continuavam...


Outro punk desapareceu nas sombras silenciosamente, mas visto por alguns que preferiam não ter percebido. Aquilo estava ficando insuportável e um dos Fly Blades finalmente apontou sua submetralhadora HM-3 para o comissário de polícia e berrou gaguejando:


-         Me... Melhor parar com isso! Eu mato ele! Eu... Eu juro!


-         Não vai não!


Thomas Dickerson respondeu ao algoz retirando rapidamente sua arma e o golpeando com a mesma. Assim ainda teve tempo de acertar um dos marginais antes que eles pudessem reagir.


Entretanto vários membros de gangue apontaram para o policial e mesmo com mais alguns deles sumindo, Dickerson foi alvejado por uma calibre 12 e caiu inconsciente. 


A situação estava ficando fora de controle...


-         Não, calma! – outro marginal falou. – Já temos o ouro, vamos dar o fora daqui! Vamos logo!


-         Não acredito! – disse outro bandido. – O ouro sumiu!


-         Droga! Eu não...


-         Espere! Tá ouvindo?


-         Não estou escutando nada!


-         Exato, ele parou de gritar!


O delinqüente apontou para cima, para seu líder, que tinha finalmente parado de berrar ficando inconsciente por algum motivo desconhecido. O medo tomou conta totalmente dos membros das gangues e alguns chegaram até a soltar as armas ajoelhando desesperados.


Os que ainda estavam armados se juntaram para decidir o que fazer, foi quando uma sombra os atingiu e rapidamente rendendo os marginais de alguma forma. Aquilo foi tão confuso e veloz que ninguém conseguiu entender o que aconteceu, mas todos agora viram quem estava lá. Era o Batman. 


Ninguém naquele Baile tinha visto o Cavaleiro das Trevas daquela forma e muitos achavam, antes daquela noite, que ele nem existia. Agora não havia dúvidas e o Homem-Morcego estava bem à sua frente!


A policia finalmente entrou e foi socorrer o comissário. Foi tão inesperado que surpreendeu até mesmo o herói. Dickerson, acordando e ainda vendo o vigilante, começou a berrar:


-         Atirem nele, ele pegou o ouro do Luthor! Peguem-no agora!


-         Sim senhor!


Os policiais sem titubear miraram para onde o Batman estava, mas este não se encontrava mais ali. Protestos sobre a conduta do comissário surgiram, mas ele ignorou, mandando os homens da lei atrás do Morcego.


O Cavaleiro das Trevas fugia rapidamente chegando a uma janela, mas percebeu que não estava sozinho. Um vulto segurando uma pesada mala estava muito próximo a ele, o suficiente para o vigilante reconhecê-la.


-         Mulher-Gato!


-         Acho que a policia não gosta de você!


-         Devia ter imaginado que foi você que roubou o ouro!


-         Está vendo como sempre pensa mal de mim? Apenas não queria que eles levassem, não roubo dos pobres, Bonitão!


-         Vai deixar a mala aí?


-         Claro!


A Mulher-Gato largou a mala e se aproximou de Batman com uma suavidade que impressionou até mesmo a ele.


-         Então as gangues não foram totalmente rechaçadas...


-         Não, mas o que mais me preocupa foi que eles não têm capacidade de planejar algo dessa magnitude.


-         Hum, talvez alguém esteja por trás?


-         Não, se tivessem não teria sido tão fácil derrotá-los.


-         Alguém vendeu o plano então, mas quem?


-         Cobblepot!


-         Claro! Mas, não é uma medida meio desesperada?


-         Sim, acho que...


O Cavaleiro das Trevas ficou em silêncio repentinamente e os seus sentidos aguçados, frutos de anos de treinamento, o avisaram da aproximação dos policiais. O Morcego tinha tempo para escapar ileso, mas ao fazer isso ele entregaria a Mulher-Gato para a morte ou na melhor das hipóteses a prisão. Ele não podia arriscar, assim a agarrou e atirou o arpéu pela janela. 


Ambos saíram do clube sob as rajadas das armas da polícia, mas apenas Batman foi atingido, como ele previa. Fugiram com muito esforço pelo bosque do clube até se esconderem em um dos casarões do Bristol. O vigilante estava com uma costela quebrada e três tiros no corpo, mas continuava diligentemente em pé e ainda preocupado com sua colega.


-         Você está bem?


-         Sim, temos que sair daqui!


-         Não, está muito ferido, deixa eu...


-         Melhor nos separarmos, assim vamos confundi-los!


-         Está bem! Bom, pelo menos terminou...


Sim, o Baile de Caridade dos Fundadores tinha terminado, mas muita coisa ainda deveria ser feita. Batman tinha que descobrir o que estava acontecendo no bairro que tinham acabado de limpar e o que estava por trás do ataque desesperado das gangues. Enfim, apenas uma coisa tinha terminado naquele dia de festa. A Grande Parada.   


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Notas finais do capítulo

Nota do Autor: Johnny Fontana e sua estória é inspirado no cantor Johnny Fontane ( interpretado por Al Martino) que aparece no filme O Poderoso Chefão de Francis Ford Coppola e Mario Puzo. Há muitas referencias desta trilogia nessa estória!



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