Batman: a Salvação de Gotham escrita por Fizban


Capítulo 2
O Salvador de Gotham


Notas iniciais do capítulo

“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.
Martin Luther King Jr.



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Silêncio! O centro da cidade estava calmo, poucas pessoas passeavam pelas ruas, a noite era muito perigosa, mesmo no centro. A neve já caía na cidade, muito cedo, como a Gazeta de Gotham noticiava. Isso não era comum naquela cidade. Criava antes da hora um sentimento de natal, mas era outra data que deveriam comemorar.

Era novembro e as pessoas se preparavam para a Grande Parada do Dia dos Fundadores de Gotham. O maior evento aberto da cidade e um dos maiores dos Estados Unidos da América. Assim, embora houvesse muitas pessoas nas ruas, passeando ou trabalhando para organizar a Grande Parada, tudo estava na mais tranqüila paz. O fluxo de pessoas, mesmo nessa época, diminuía muito à noite devido à violência metropolitana. 

            Essa era Gotham City, não a bela Metrópolis, a paz não combina com essa cidade. Gotham era escura e sombria, não iluminada como a Cidade do Amanhã. Uma cidade corrupta e decadente, ruas cheias de marginais e delinqüentes. Os índices de assaltos eram altíssimos. As mortes eram comuns aqui, seus policiais eram os mais corruptos do país.

Logo se pode ouvir o som das sirenes, um som tão típico para essa cidade.  Em seguida o barulho de carros em alta velocidade, de pessoas gritando e de tiros.  Assim era Gotham. Os poucos policiais honestos perseguindo bandidos cada vez mais temerários. Quando se é um bom policial, nessa cidade, ou você morre ou vive o suficiente para se corromper, essa era a regra, mas como toda regra, sempre havia as exceções.

A exceções se chamavam Martin Davies e Renee Montoya. Dave, como muitos o chamavam, era um veterano na polícia e cabia a ele a tarefa de treinar a novata Renee que, recentemente, fora transferida de Glendale, um distrito de Gotham que era um município no passado, sendo anexado em 1930. Ambos estavam agora em meio a uma perseguição.

Houve um audacioso assalto ao Banco de Gotham, mas muito mal planejado. Localizado no Centro Financeiro da cidade, era um majestoso prédio de 51 andares que ocupava todo um quarteirão e, embora a cidade seja muito corrupta, há muito esse banco não era assaltado. Onde a maior parte dos cidadãos, ricos ou pobres, mantinham suas contas.

Assim era um banco muito bem protegido, como seus atuais assaltantes acabaram de descobrir. Tão logo entraram no Banco de Gotham, os bandidos se viram cercados pela polícia rapidamente, e ficaram sem saída. Não tendo alternativa, escolheram uma das reféns e só puderam fugir por terem levado uma linda garotinha.

Entretanto o que aqueles marginais não sabiam era que aquela simpática colegial vestida com a camisa dos Wildcats, o time de Football da cidade, era filha do mega-empresário Nathaniel Dayton, dono das indústrias Steelcorp. Um filantropo, muito querido pela cidade, que acabara de inaugurar uma Reserva Florestal no Parque Irving.

Claro que a filha de um magnata dessa importância não podia ser simplesmente seqüestrada. Assim tínhamos um red-ball, um caso prioritário, onde toda a polícia tinha sido acionada. Várias viaturas, dezoito para ser exato, estavam perseguindo o carro cinza dos assaltantes.

            Mas apenas os carros de patrulha estavam atrás dos fugitivos, nenhum dos grandes detetives do Departamento de polícia de Gotham City, ou simplesmente D.P.G.C., tinham chegado ainda. Cabia a simples policiais a tarefa de salvar a refém e capturar os bandidos. Era isso que preocupava os policiais Martin Davies e Renee Montoya, que estavam à frente da perseguição.

            A perseguição atravessava o centro de Gotham, pessoas fugiam assustadas procurando se proteger dos carros e dos tiros que saíam do automóvel dos assaltantes. O policial Davies, que estava no volante de sua viatura, tentava “fechar” o carro dos bandidos, mas não conseguia.

-         Vamos Dave! – disse Montoya – Você tem que chegar mais perto.

-         Calma Renee! Tô quase lá!

Passaram pelo Hospital Geral de Gotham e, como tinha o maior Pronto Socorro da cidade, pessoas desesperadas entrando e saindo, muitos carros estavam lá, muita confusão havia ali, dificultando a fuga.

-         Vamos ter que desviar Jack! – disse o assaltante ao volante.

-         Que droga! Não entendo o porquê de tanta polícia!

-         Essa garota deve ser filha de alguém!

-         Ok, vou pegar a esquerda.

Eram três bandidos no carro além da garotinha. Jack, Paul e Bob, não faziam idéia de quem era a menina e que caminho estavam seguindo agora.

Os policiais o seguiam, mas apenas Martin Davies percebeu.

-         Renee, informe a Central para onde estamos indo.

-         Ok, mas... Meu Deus! – respondeu ela – Não pode ser!

-         É sim parceira! Informe logo!

Com o rádio ligado a policial Renee Montoya deu a má notícia!

-         Central aqui é 1224, na escuta?

-         Sim, policial Montoya!

-         Os assaltantes estão indo pela 43, sentido leste, entendeu?

-         Claro isso dá em... Deus!

-         Sim, os idiotas estão indo para Bowery!

Os assaltantes terminariam sua noite de erros indo para o Bowery. Foi nesse bairro que Jon Logerquist, o fundador de Gotham, tinha construído sua fazenda, mas agora não passava de um lugar pobre, dominado por gangues em eterno conflito pelo controle do local. Logo a operadora da Central informou:

-         Atenção todas as viaturas abortar perseguição, repito: abortar!

-         O quê? Como assim, e a menina!

-         Deixe para lá, os detetives já estão a caminho policial, eles cuidarão disso!

-         Besteira! Dave, nem pense em...

-         Claro!

Assim todas as viaturas pararam, menos a que estavam os policiais Davies e Montoya. Eles continuaram a perseguir os assaltantes indiferentes à ordem da central de polícia. Agora eles estavam sozinhos.

-         O que vocês estão fazendo policiais? – disse uma voz do rádio.

-         Não vamos parar! – respondeu Renee – Simplesmente não vamos deixar a garotinha nas mãos deles, principalmente em Bowery!

-         Aqui quem está falando é o Capitão do Departamento de Polícia James Gordon. Sou o encarregado do turno da noite e estou dizendo que...

-         Ah, não enche! Não tenho tempo pra isso!

Montoya desligou o rádio e se concentrou na perseguição. Por um momento ela queria estar dirigindo o carro, mas sabia que seu colega era melhor no volante. Na verdade Dave era policial há mais tempo que ela e assim mais experiente. Tanto que ele já podia ter se tornado detetive, mas na última hora deixou de fazer a prova.

Martin Davies só seria um detetive, como seu pai, quando estivesse seguro de que Renee tinha se tornado uma policial de verdade. Ela sabia disso e gostava muito dele por isso. Embora ainda não sabia se porque era novata ou por ser mulher, que seu parceiro sempre a tratava com zelo exagerado.

Os assaltantes perceberam que ainda estavam sendo seguidos, desesperados tomaram uma medida drástica.

-         Bob pegue o viaduto. – disse Jack.

-         Entendi!

-         Mas na contramão!

-         Como? – perguntou Paul – Cê ta maluco?

-         Quero ver os tiras nos seguirem agora!

-         Eles vão sim! Senão meu pai pega vocês! – disse a garota seqüestrada.

-         Cale a boca gatinha selvagem ou eu atiro em você! – Jack disse isso batendo na menina.

Assim o motorista obedeceu e entrou no viaduto pela contramão. Mesmo assim os destemidos policiais os seguiram.

-         Eles vão pelo viaduto. – disse Davies – Lá eu consigo chegar mais perto deles!

-         Isso vá antes que...

Não houve tempo para Montoya terminar a frase. Um caminhão desgovernado, pela manobra dos assaltantes, bateu lateralmente no automóvel dos policiais, que capotaram e foram arremessados para fora do viaduto. A viatura caiu em cima de um carro civil que acabara de passar por debaixo da ponte e ambos se arrastaram deslizando pela avenida atingindo mais carros a causando cada vez mais estragos.

O policial Martin Davies ficou por um tempo desacordado, mas não demorou muito para retomar a consciência. Estava gravemente ferido, com cortes no braço esquerdo e escoriações por todo o seu corpo, mas mesmo assim ele precisava fazer algo. Então soltou o cinto e, pela viatura estar de cabeça pra baixo, caiu vendo sua parceira, Renee Montoya, desmaiada e ainda presa ao seu cinto de segurança. Assim ele disse:

-         Calma Renee, já te tiro daí! Agüente  firme garota!

Davies saiu do carro e tentou dar a volta para pegar sua parceira. Entretanto em meio àquela confusão percebeu que não tinha mais ninguém nos outros carros atingidos. Ele olhou em volta e viu uma marca em um muro. Era a pichação de um símbolo que ele conhecia bem, marcava o território dos Red Punks. Uma das várias gangues do Bowery. Uma das mais violentas.

-         Droga! Tenho que te tirar daqui.  – disse o policial para sua colega ainda desmaiada dentro da viatura. – Vamos sair logo daqui, ou vamos ficar aqui para sempre!

Foi então que ele ouviu um grito, ou melhor, parecia mais um brado! Os Red Punks já tinham chegado e o policial imaginou os horrores que eles fariam com Montoya. Não era serviço de uma mulher ser policial, pensou Dave. Não era, mas agora isso não mais importava, ela era a sua parceira, querendo ele ou não! Agora era a sua função, tinha que protegê-la de quem quer que fosse até o reforço chegar, se é que ele viria! 

Aproximaram-se dos policiais oito marginais que eram realmente da gangue. Todos eles tinham visto o acidente e vieram averiguar o que tinha acontecido. Quando viram que um dos carros era da polícia, eles ficaram eufóricos e deixaram que, todas as pessoas que ainda conseguiam andar, deixassem o local. A gangue só tinha se interessado pela viatura, iria se “divertir” com os tiras.

Todos nessa gangue usavam o cabelo estilo “moicano” tingido de vermelho, para identificar o grupo. A jaqueta preta também era característica embora os Fly Blades e os Jackass também a usassem. Mas apenas os Red Punks tinham o costume de usar vários broxes, incluindo um com o “A” de anarquistas.

Um deles, provavelmente o líder, se aproximou mais e com um taco de Baseball nas mãos, gritou e apontou para o policial, mas foi surpreendido quando Martin respondeu atirando bem na cabeça do marginal.

-         Vão embora seus delinqüentes! – berrou Davies – Tenho balas aqui o suficiente pra todos vocês!

Os arruaceiros responderam apenas rindo. Apontaram suas armas, algumas facas, bastões e dois com revólveres. Não tinha como Davies abater todos eles, sabia disso. Ele ficou bem à frente da sua viatura, lembrou de sua parceira e pensou que se morresse ali levaria a maioria desses pivetes juntos pro inferno, assim respirou fundo e voltou a falar:

-         Não vão passar por mim, garanto isso!

-         Haha, vamos logo pegar esse tira, Reds! É fogo na boneca!

Então a gangue o atacou, muito mais vieram depois e não havia esperança. Antes do fim ele já tinha derrubado seis dos marginais, mas não deu conta dos que chegaram depois. O policial Martin Davies morreu esfaqueado, golpeado e baleado. Não contentes os marginais ainda jogaram óleo em seu corpo e o queimaram apenas por diversão.

Foi somente depois disso, depois dessa barbárie, que eles acabaram vendo que tinha ainda mais um policial debaixo da viatura virada. Era a parceira de Davies, que parecia ainda estar desmaiada, parecia estar alheia ao que acontecia em sua volta, alheia a morte de seu amigo. Assim um marginal dos Red Punks chamou a atenção dos outros e falou:

-         Cara! Tem mais um tira aqui.

-         Eita! Ela é gatinha, ó!

-         Vamo leva ela pra casa, ow! Nois trata beeeem dela!

-         Isso cara. Boa!

Eles se abaixaram para puxar a policial, mas ela os surpreendeu por estar bem acordada. Montoya golpeou com a perna um deles com um soco e se levantou habilmente sacando sua arma, um revolver Smith & Wesson. Sem perguntas, olhando apenas para o seu colega que ainda estava queimando, ela atirou e matou três deles antes de ser rendida pelo resto. Esses delinqüentes não se entregavam, nem com vários deles mortos, deviam estar sob o efeito de drogas, pensou a novata.

-         Ô gatinha, calma que vamo te tratar numa beleza! – disse um deles segurando a policial – Desencana de fugir, isso não vai rolar viu! Fica na boa, gostosa!

-         Temo que amansar ela. Temo que domar ela feito égua!

-         Bárbaros, vocês entendem o que fizeram ao meu parceiro? Ele tinha família, não tinham o direito!

-         Cala boca vadia! Vamo amansar você. Vamo te domar feito égua. Vamo te dar o que ce ta querendo.

O Red Punk pressionou Montoya contra o carro, mandou seus comparsas para trás e a segurou sozinho. Beijou, mordeu e bateu nela, mas não percebeu quando seus companheiros não riam mais. Só entendeu que havia algo de errado quando a própria policial olhou muito assustada, mas não era dele que tinha medo. Não, era de algo que estava atrás do bandido. Assim, com uma mistura de fúria e medo, o delinqüente virou-se.

O marginal não viu nada além de seus companheiros caídos no chão, machucados e literalmente quebrados, embora ainda vivos. Olhou em volta e não viu ninguém. Então um temor horrendo tomou conta dele e não se importou mais com a policial, pois ela também estava com medo, na verdade ambos estavam apavorados. Não tinha ouvido nada, tudo estava em um silêncio total. O que aconteceu? Quem estava ali? Talvez a pergunta correta seria o que estava ali?

-         Q... quem é você? – gritou o último membro dos Reds.

Rápido o suficiente para que nem Montoya percebesse direito, o bandido foi puxado para cima da viatura destruída e ele finalmente pôde ver quem ferira seus colegas. Uma figura negra e escura, quase invisível à noite, mas extremamente assustadora. No entanto, sua voz aterrorizante podia ser ouvida com clareza.

-         Eu sou Batman.

O pânico tomou conta do marginal; tentou atacar seu sinistro agressor, mas o Cavaleiro das Trevas sempre se esquivava dos seus golpes, com facilidade. Então ele arremessou o bandido longe, contra um poste não muito próximo. A pancada quebrou a clavícula do Red Punk e o fez desmaiar.

Montoya viu tudo aquilo e foi dominada pelo medo. Já tinha ouvido falar do Homem Morcego, mas nunca tinha o visto, sempre achou que ele era uma lenda, uma estória idiota que as pessoas contam. Agora sabia que era bem real e isso a deixou apavorada. Saiu correndo, porém foi impedida pela visão de seu parceiro queimando, isso a deteve e a fez retomar seus sentidos, ela parou e virou-se.

Aquela terrível figura ainda estava ali. Agachado, mas ameaçador, em cima do automóvel. Sua capa cobria quase todo o seu corpo balançando ao vento da noite fria. Podia ver, muito mal, sua cabeça com protuberâncias pontiagudas como orelhas de morcego ou chifres de algo pior.

-         V... Ah, merda! Você chegou tarde! – disse vacilante a policial. – Meu parceiro morreu, tinha que ter demorado tanto? Ele era um bom homem! Era um...

-         Tinha uma menina para salvar! Mas cheguei a tempo de salvar você, policial Montoya.

-         Chegou?

Sim, chegou. Batman a tinha salvado. Mesmo com a menina supostamente salva por ele, com todo o trabalho que o Homem Morcego devia ter tido para isso, ele ainda se lembrou deles, ainda voltou para socorrê-la. Ela estava brava pelo parceiro, mas tinha que admitir que também teria morrido, ou sido vítima de coisa pior, se o Cavaleiro das Trevas não tivesse interferido. 

Montoya olhou para aquele homem. Quem seria ele? Que tipo de pessoa se vestiria assim para combater o crime em Gotham? O que teria acontecido para fazê-lo agir dessa forma? Seus pensamentos foram interrompidos pelos sons de sirenes. Ela olhou para os carros da polícia, para as ambulâncias e para os bombeiros chegando ao longe e voltou-se para agradecer.

-         Desculpe! Eu tenho que te...

Mas ninguém estava lá! Batman já tinha ido embora, tão silencioso como chegara. Sem deixar rastros, sem deixar vestígios. Apenas vários marginais “moídos” no chão. Como apenas um homem poderia fazer tudo aquilo? Não podia ser apenas um simples homem, podia?

Homens do C.B.G.C., o Corpo de Bombeiros de Gotham City, logo que chegaram, apagaram o fogo que ainda queimava o corpo do policial Martin Davies. Policiais marcaram o perímetro e não deixaram que ninguém entrasse, isolando a área. Era o procedimento padrão até que os detetives do D.P.G.C. assumissem o caso.

Com a área sob controle, a Unidade de Cena do Crime, ou simplesmente U.C.C., chegou. Rapidamente começaram seus serviços porque se a nevasca voltasse, todas as evidências seriam destruídas.

A policial Renee Montoya ainda estava em choque, sentada próxima do corpo de Davies, vendo os enfermeiros discutirem como iriam colocar seu parceiro na ambulância. Um homem branco e magro, de terno e sobretudo, se aproximou dela, e com muito cuidado e disse:

-         Policial, eu sou o sargento Ronald Probson do D.P.G.C. Mas pode me chamar de Probe! – ele se sentou perto dela e continuou – Sinto muito pelo seu parceiro, mesmo! Tenho total certeza que ele era um bom policial!

-         Obrigada! – respondeu Montoya – Mas não venha pegar no meu pé! Já tenho minha cota de culpa suficiente e o Capitão vai querer meu distintivo por isso! Bom, como se eu fosse me importasse agora. Deus! Não acredito que meu parceiro morreu, não desse jeito! Ele não merecia, entende?

-         Claro! Então foi você que desligou o rádio na cara do Gordon?

-         Foi! – e Renee se lembrou – Como está à garotinha, a menina seqüestrada? Pegaram aqueles cretinos?

-         Sim, dois dos melhores detetives do departamento a encontraram com os assaltantes amarrados na 27 com a Lark – respondeu o sargento se levantando – Aliás, eles acabaram de chegar e...  Bom, temos algumas perguntas para fazer. Mas se quiser se recuperar primeiro tudo bem, não tem problema. 

A policial Montoya se levantou para ver os detetives. Um era grande e gordo com uma aparência desleixada.  O outro tinha um enorme bigode, era negro e tinha uma aparência familiar. Quando ela se lembrou ficou assustada e disse:

-         Sargento Probson, aquele é o detetive Jackson?

-         Sim! Detetive Jackson Davies e seu parceiro Harvey Bullock.

-         Ele não podia estar aqui, não agora!

-         Como assim? – perguntou o sargento Probe.

-         Não entende? Ele é o pai do meu parceiro, Martin Davies! – Montoya apontou para a ambulância – É o filho do detetive Jackson que está ali morto!

-         Jesus, Maria e José!

Rápido o sargento foi até os seus detetives e pediu para eles se retirarem. Mas de alguma forma Jackson Davies entendeu o que aconteceu, como se ele tivesse “sentido” que algo estava muito errado, uma percepção de pai. Então um sentimento de tristeza e desespero tomou conta do detetive.

Assim Davies ficou descontrolado e começou a gritar, queria ver o filho, não importava o estado em que ele se encontrava, ele queria vê-lo. Vários policiais foram necessários para segurar aquele velho detetive. Jackson se debatia e, quando viu a ambulância, começou a berrar alto:

-         É meu filho que está lá? É ele? É meu filho que está morto?

-         Calma, parceiro! – disse o detetive Bullock – Tenha calma que eu vou ver para você!

-         É o meu menino! Me larguem seus desgraçados! Eu sou o pai dele, tenho o direito de passar. Foi meu filho que morreu? Senhor me ajude! Não...

Aquilo foi demais para Montoya, ela caiu de joelhos e chorou. Como aquilo podia ter acontecido! Como Dave, que era um policial muito mais experiente que ela, podia ter morrido? Isso não estava certo! Mas nunca nada estava certo naquela cidade, assim era Gotham City. Quando se é um bom policial ou você morre ou vive o suficiente para se corromper.

Não, ela não queria acreditar nisso, ela não podia. Tinha que haver uma esperança. Ela desviou o olhar procurando algum conforto. Olhou para cima e teve a impressão, ao menos por um minuto, que tinha visto Batman novamente. Não importava o quanto à situação fosse desesperadora, sempre havia uma esperança. A cidade era dele, e o Cavaleiro das Trevas a havia protegido mais uma vez.

O Salvador de Gotham.


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