Querido Paciente escrita por Dul Mikaelson Morgan


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Bom primeiramente quero desejar Feliz 2013 pra vocês e dizer que vou deixar so 1 capitulo mais que amanhã irei posta 3 então e isso boa leitura bjs



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Quando descia a escada caiu em si e ficou envergonhada por ter perdido a calma. Foi para o jardim, ansiosa para afas­tar-se daquela casa, pelo menos uns duzentos metros. Parou de caminhar quando chegou ao lago. Pegou uma pedra e atirou na água, desejando que todos os seus problemas pudessem submergir tão facilmente.

Por que aceitara aquele emprego? Desde o início o bom senso lhe dissera que voltar à Mansão Mikaelson seria loucura. Porém, ela havia imaginado que seu profissionalismo não iria permitir que as suas emoções interferissem no seu trabalho. Mas como não interferir se Klaus Mikaelson a fazia perder o controle, levan­do-a a agir de um modo que a deixava coberta de vergonha?

"Talvez seja melhor eu arrumar a bagagem e sair desta casa imediatamente", pensou, voltando para a mansão. Isobel encontrou-a no alto da escada.

— Você deve ir vê-lo. O que foi que você fez?

— Eu lhe disse algumas verdades.

— Oh, minha querida!

Inspirando fundo, Caroline abriu a porta do quarto de Klaus e fechou-a fazendo um pouco de barulho de modo que ele pu­desse ouvi-la entrando. Ele virou a cabeça na direção da porta e observou, a voz cansada:

— Você não precisava sair daquele jeito. A primeira regra que se deve seguir ao dizer umas verdades a alguém é: "Fique firme e observe a queda do inimigo".

A palavra "inimigo" deixou-a atônita. Era como se ele tivesse uma segunda visão.

— Peço-lhe desculpas por ter sido tão rude — ela falou em tom formal.

— Segunda regra: "Não estrague tudo pedindo desculpas".

— Certo, mas eu sou uma enfermeira e agi de modo nada profissional.

— E para você o profissionalismo é tudo, não?

— Para mim é muito importante.

— Por quê? Caroline ficou irritada.

— Sr. Mikaelson, já pedi desculpas e pretendo partir imediatamente.

— Isto é, você quer fugir. Pensei que você fosse mais corajosa do que as outras.

— Então... você não quer que eu vá embora?

— Aproxime-se. — Klaus estendeu a mão, esperando que ela a segurasse.

Caroline ignorou o gesto e sentou-se na poltrona.

— Tudo o que você disse é verdade. Reconheci imediata­mente que você estava certa e teria lhe dito isso se você me desse a chance. Detesto delegar poderes. Mas agora eu sei que tenho de deixar outras pessoas me substituírem até que... di­gamos, até que eu possa tomar as rédeas novamente.

Incrível, Caroline pensou. Ele lhe dava razão. E também de­monstrava que acreditava na sua cura. Ela não podia tirar-lhe essa esperança, sem a qual ele não sobreviveria.

— Sim, até que você assuma a direção de seus negócios — ela concordou.

— Você não vai embora?

— Não.

— Quero que me dê sua palavra.

— Eu ficarei. Tem a minha palavra.

Os ombros dele desceram, relaxados, como se ele os estivesse mantendo contraídos por causa da ansiedade.

— Por que você reagiu daquela forma?

— Eu não queria ver todo o meu trabalho perdido.

— Não haveria outro motivo, além desse?

Foi a vez de Caroline ficar tensa. Mesmo com os olhos cobertos, Klaus via demais.

— É claro que não — respondeu depressa. — Também quero que me prometa uma coisa. Continuarei o tratamento desde que você seja um paciente modelo daqui em diante.

— Não sei como fazer isso. — Klaus fez uma careta.

— Não se preocupe, eu lhe ensinarei. Ele dirigiu a ela um largo sorriso.

— Eu me esforçarei ao máximo. Aperte aqui. — Ele estendeu a mão e, desta vez Caroline segurou-a.

Ao apertá-la, voltou no tempo pela segunda vez naquele dia.

Lembrou-se daquele verão quando Kol a trouxera à sua casa para apresentar-lhe o irmão. Ela lhe estendera a mão pequena e delicada que fora engolida pela de Klaus, enorme e forte. Aquele contato fizera com que ela sentisse irradiar dele uma força, como se ela estivesse num campo magnético.

Embora adorasse Kol, reconhecera instintivamente que, perto do irmão, ele era uma figura apagada.

Agora segurava a mão de Klaus novamente. Podia ver como ele estava magro e quanto perdera da antiga força, deixando apenas um pouco de energia com a qual ele tentava suportar aquele sofrimento. De repente, invadiu-a uma onda de emoção, fazendo submergir a raiva que sentira anteriormente.

Klaus Mikaelson estava sozinho e lutava para não ser destruído por aquela provação. Ele não queria a piedade dela, e sim a sua amizade. Como enfermeira ela lhe devia, pelo menos, isso. Não bastava ser uma profissional competente; todo paciente merecia mais do que simples eficiência. Merecia afeição, cari­nho, dedicação, e isso ela não dispensava a Klaus Mikaelson.

Um tremor percorreu-lhe o corpo e ela sentiu a mão de Klaus apertando a sua.

— O que foi? — ele perguntou.

Caroline tentou controlar a voz, mesmo assim, ela soou enrouquecida.

— Não é nada. Eu saí para dar uma volta e lá fora estava frio. Sinto a garganta ardendo.

— Então, vá se agasalhar. Não posso ter uma enfermeira doente. É verdade que às vezes você me deixa louco, mas tenho de admitir que, de todas as pessoas que cuidaram de mim, você é a única que sabe o que faz.

Nos dias que se seguiram, Caroline notou que o relacionamento entre ela e Klaus sofrera uma mudança misteriosa. Passara a haver mais respeito e maior compreensão entre eles.

Não lhe saía da mente a imagem de Klaus segurando a mão de uma mulher que ele não podia ver e nem fazia idéia de quem era ela realmente, pedindo-lhe sua amizade. Seria demais dizer que agora eles eram amigos, mas eram compa­nheiros de armas, lutando contra um inimigo comum.

Klaus não deixou de ser um paciente difícil nem ela deixou de ser obstinada no que dizia respeito ao tratamento dele. O que estava acontecendo era que as palavras fortes podiam ser pronunciadas sem ressentimentos de ambas as partes. Se Klaus discordava de alguma coisa sabia protestar com veemência, mas ouvia caroline caso ela fizesse o mesmo. Ele a chamava de "lady dragão", no entanto, tais palavras eram ditas com um sorriso, o que tirava delas o cunho ofensivo.

Klaus também sorria mais e havia uma expressão alegre no seu rosto quando conversava. Porém, ela não se iludia. Podia ima­ginar muito bem que os demônios ainda rugiam naquela prisão escura, mas o paciente aprendera a enfrentá-los com mais coragem.

— Eu trouxe a correspondência — Caroline disse naquela ma­nhã, dez dias depois de Bonnie ter voltado para Londres. — Neste envelope azul há o carimbo de Londres.

— Bonnie. Leia a carta para mim.

— Você quer mesmo que eu leia?

— Quem mais poderia fazer isso?

— Isobel. Afinal, você tem mais intimidade com ela.

— Prefiro ouvir uma voz impessoal. Caroline abriu o envelope e começou a ler:


"Meu pobre querido,

Como está conseguindo viver sem mim? E aquela enfermeira in­suportável tem cuidado bem de você? Francamente, querido, não sei em que lugar a agência consegue..."


— Lamento — Klaus interrompeu-a. — É melhor não continuar,

— Está tudo bem. Tenho costas largas — Caroline observou despreocupadamente. — Onde parei? Ah, aqui. "...em que lugar a agência consegue esse tipo de profissional. Vamos esperar que a capacidade dessa enfermeira seja melhor do que suas boas maneiras e seu traquejo social."

— Tudo isso porque você foi contra ela, não trazendo uma xícara de café para mim — Klaus observou, rindo.

— Você disse que não queria café — ela lembrou-o.

— Sim, mas Bonnie não gosta de ser ignorada. Continue. A carta era mais uma exposição da vida social de Bonnie em Londres, assunto no mínimo desinteressante para um in­válido. No final, Bonnie escrevera:

"Não tenho palavras para dizer como sinto sua falta. É terrível pensar em você preso a essa cama. Mas logo tudo isso terminará e poderemos estar juntos aqui em Londres novamente."

Caroline interrompeu a leitura e perguntou:

— Se ela sente saudade de você, por que não fica mais tempo aqui, do seu lado?

— Isso é da sua conta? — Klaus questionou, rispidamente.

— Desculpe. Não é da minha conta, claro.

— Dê-me a carta — ele ordenou. — Certamente você tem outras coisas para fazer, enfermeira!

Aos trinta e cinco anos, Klaus Mikaelson se vangloriava de nunca ter amado uma mulher verdadeiramente.

Sendo um homem vigoroso, tivera seus romances, mas nada sério. Durante um período ele mantivera um relacionamento mais duradouro com uma viúva, mãe de dois filhos. Depois de alguns anos a viúva casara-se novamente e eles se separaram sem a menor mágoa de ambos os lados.

Kol era o oposto do irmão. Era irresponsável, tinha uma inclinação quase doentia para gastar dinheiro e uma tendência incrível para apaixonar-se. Uma dessas paixões súbitas do rapaz causara verdadeiros pesadelos para Klaus. Muito contra a vontade, mas como irmão mais velho, Klaus vira-se forçado a interromper aquele namoro que, se levado adiante, causaria a ruína da garota e do próprio Kol. Klaus jamais se arre­pendera do que tinha feito, pois estava convicto de que agira corretamente.

O tempo não conseguira mudar Kol. E isso era uma cons­tante preocupação para Klaus. Ele compreendia que estava na hora de se casar e ter um herdeiro. Só assim evitaria que seu império caísse nas mãos do instável, irresponsável e perdulário Kol.

Bonnie era uma excelente escolha. As famílias Bennett e Mikaelson eram amigas de longa data e estavam em igualdade financeira e social. Era verdade que os interesses de Bonnie não eram os mesmos de Klaus. Ela adorava a excitação da sociedade londrina, ao passo que esse tipo de vida aborrecia o noivo. Mas isso era irrelevante. O que ele queria de uma esposa era que fosse ótima anfitriã e lhe desse filhos.

Quanto a Bonnie, também devia pensar como ele. O homem com quem ela ia se casar desmanchara o noivado repentina­mente. Ela já estava com trinta anos e aceitara com alegria a proposta de um velho amigo. Eles se entendiam.

As palavras de Caroline o irritaram porque revelaram que ela o havia considerado um homem traído, por isso sentira pena dele. E a simples sugestão de piedade sempre o deixava louco.

Na verdade, ele preferia que a noiva não o visse com fre­quência. Detestava expor suas fraquezas a quem quer que fosse. No entanto, o que o havia ferido intimamente era o fato de ter percebido que Bonnie partira para Londres com uma sen­sação de alívio.

Enfim, aquele noivado nada tinha de romântico. Ele não era desses que pensava numa noiva como sua alma gêmea. Nem mesmo sabia como devia ser uma alma gêmea.

Possivelmente seria alguém que o compreendesse tão bem que as perguntas entre eles seriam desnecessárias. Alguém cuja empatia fosse tão profunda que um tolerasse o humor do outro sem se ofender. Alguém cuja simples presença lhe daria coragem para enfrentar o escuro e o desconhecido.

Ele sorriu. Acabara de descrever Caroline Forbes.



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Notas finais do capítulo

Comentem xD