Querido Paciente escrita por Dul Mikaelson Morgan


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente mil desculpa pela demora :/ mais você acreditam que fiquei sem net a manhã e a tarde inteira? pois e pra vocês verem eu fiquei louca so deu pra entrar agora enfim uahuahua e Bem vinda novas leitoras so falta vocês comentarem =] agora vou parar de escrever e colocar o proximo capitulo que pra falar ta OTIMO igual o anterior boa leitura



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Entrando na sala ela parou, surpresa, ao ver Klaus na ca­deira de rodas, elegantemente trajado. Usava smoking, sapatos pretos de cromo e camisa com abotoaduras de diamantes.

Isobel enfeitara a sala com belíssimos arranjos de flores das estufas e o fogo ardia na lareira. A mesa enorme tinha sido afastada para o lado e no lugar dela havia uma mesa pequena, posta para dois. Caroline arregalou os olhos ao ver a porcelana de Sèvres e os pesados copos de vinho de cristal lapidado, cada um deles valendo uma fortuna.

Tinha visto tudo isso antes, naquela noite do infeliz jantar, tão ostensivo, em homenagem a ela. Depois, Klaus a destruíra.

— Homenagem a uma lady — disse Klaus, gentil, e indicou a mesa. — Gostou?

— Muito. Está tudo maravilhoso. As flores são encantadoras. Em um pequeno vaso do lado dela havia um arranjo de botões de ouro. Ela estava fascinada.

— Diga-me como você está — ele pediu.

Caroline descreveu os tons de outono do traje e a textura do tecido. Klaus acenou com a cabeça, satisfeito.

Empurrando a cadeira de rodas para perto de uma mesinha, ele pegou os dois aperitivos. Seus gestos foram precisos, como se ele tivesse treinado bastante para repeti-los. Entregou um copo para Caroline e ergueu o dele para que ela o tocasse.

— A uma noite agradável — ela fez um brinde.

— À melhor noite que estou tendo em meses. Obrigado por fazer isso, Caroline. Significa muito para mim sentir-me humano de novo. — Ele aspirou o ar prazerosamente. — Você sabe escolher um perfume.

— Não o escolhi. Passaram um pouco desse perfume em mim, no salão.

— Isso importa?

— Faz-me sentir estranha, como se eu estivesse fingindo ser quem não sou.

Klaus mexeu-se na cadeira.

— Por que você disse isso?

— Disse o quê?

— Que se sentia estranha, como se estivesse fingindo ser quem você não é.

— É apenas uma frase. Eu poderia ter dito qualquer outra coisa.

— Suponho que sim. — Klaus ficou pensativo. — As vezes sinto que há um fantasma nesta sala.

Caroline controlou-se para não demonstrar seu espanto.

— Você acredita em fantasmas? — ele perguntou.

— Dos mortos, não.

— Nem eu. Acredito em fantasmas dos vivos. Dos ecos das pessoas, como elas foram um dia; pessoas que sentiram emoções tão fortes e profundas que elas permaneceram no ar.

— Sim, acredito nisso — Caroline murmurou.

— Achei que você me entenderia. — Ele fez um ligeiro mo­vimento com a cabeça como se quisesse afastar certas lem­branças e disse: — Isobel deixou o jantar no carrinho térmico. Você se importa de fazer as honras da casa?

Ela empurrou a cadeira para perto da mesa e Klaus tocou o vestido de chiffon, sentindo a textura da seda. Depois ergueu as mãos e repousou-as nos braços de Caroline. Era um toque muito leve, mas parecia queimá-la.

— Importa-se?

Caroline estava trémula, mas respondeu:

— Não. Tentei me arrumar para ficar como você queria.

— Posso continuar?

Apesar de pressentir o perigo, ela disse que sim. Devagar, Klaus foi descobrindo os ombros desnudos, apenas com as alças delicadas que seguravam o vestido. Alcançou o pescoço, o con­torno do queixo e sentiu a maciez dos cabelos.

— Posso parar se eu a estiver ofendendo.

— Não está me ofendendo, claro — Caroline falou em tom firme. Afinal, tudo o que estava sendo feito era uma espécie de terapia para levantar o ânimo do paciente. Mas os batimentos na base do seu pescoço tornaram-se acelerados e ela teve medo que Klaus percebesse sua agitação.

O suave toque da mão dele no seu rosto deixou-a frouxa e trêmula, especialmente quando ele traçou o contorno dos seus lábios, fazendo-a recordar aquele momento em que ele fizera a mesma coisa, seis anos atrás. O coração começou a pulsar loucamente e todo o seu corpo aqueceu-se, como se estivesse febril. Ele percebeu a reação e baixou a mão imediatamente.

— Não sei o que deu em mim. Creio que eu não devia ter feito isso.

— Não foi nada demais. Está tudo bem, sinceramente.

— Você estava tremendo. Desculpe.

— Não precisa se desculpar. Não estou tremendo. Sinto ape­nas um friozinho nos ombros porque o vestido é decotado. Va­mos jantar antes que a comida esfrie.

— Obrigado pelo esforço. Talvez você tenha pensado que nada disso faria diferença para mim, mas está fazendo. Gosto do perfume e mais ainda do vestido.

Caroline não poderia estar mais confusa e surpresa. O homem que ela havia conhecido jamais teria comportamento seme­lhante. Só podia imaginar que os anos o haviam mudado; ou talvez essa mudança resultasse do seu desespero.

— Quero que você me ajude um pouco mais — ele continuou.

— Você está usando as outras coisas?

— Oh, as sandálias! — ela exclamou com um ar inocente.

— Sim, estou usando.

— Você sabe que eu não me referi às sandálias. — Ele deu um sorriso malicioso e segurou a mão dela. — Quero saber se está usando as peças íntimas, de seda cor-de-pêssego.

— Ah, essas peças! — Ela aparentou surpresa. — Você não precisa saber sobre elas, estão sob o vestido.

— Você quer dizer que eu não poderia vê-las mesmo que enxergasse — ele completou. — Caroline, você não compreende? Estou tentando imaginá-la sem o vestido. Não me diga que nenhum homem jamais tentou despi-la mentalmente.

O rubor afluiu ao rosto de Caroline. Apesar da perturbação, conseguiu responder:

— Se tentou, pelo menos não expôs o que estava pensando. Devia envergonhar-se do seu comportamento, Klaus Mikaelson. E agora, solte a minha mão para eu servi-lo. Quer comer ou não?

Ele riu.

— Na falta de coisa mais interessante para fazer... Vamos, mulher, sirva um homem faminto.

Ela também riu e começou a servir o jantar.

 Estou feliz porque você aprovou a escolha de minhas roupas, embora o vestido não seja longo, como você sugeriu ― disse Caroline en­quanto eles saboreavam o delicioso jantar.

― Um vestido curto é mais prático. Você poderá usá-lo em mais ocasiões ― Klaus opinou.

Eles ouviram um leve ruído e Caroline logo percebeu que era Bob arranhando a porta, querendo entrar. Levantou-se e, mal girou a maçaneta, o cãozinho esgueirou-se pelo vão da porta, correu para a mesa e agachou-se aos pés de Klaus.

Foi um jantar alegre com o cãozinho reclamando bocadinhos e se "estufando como um leitão", conforme declarou Klaus. Caroline gostou da intervenção de Bob, que evitou que a conversa se desviasse para áreas perigosas.

Não que não gostasse daquele tipo de perigo, mas tinha consciência de que devia manter-se profissional.

Por fim, deu mais uma gulodice para Bob e ordenou que ele saísse. Fechou a porta e voltou rindo para a mesa. Klaus também ria, feliz.

― Não costumo admitir a presença dele quando estou jan­tando com uma lady. A culpa é sua. Desde que o encorajou a entrar no meu quarto, Bob está impossível.

― Sim, a culpa é minha ― ela admitiu, sorridente. Sentia-se leve, tola, e questionou-se se não teria exagerado na dose daquele excelente vinho.

Terminado o jantar, Klaus empurrou a cadeira para perto da lareira e transferiu-se para um pequeno sofá, sem que Caroline o ajudasse. Ela sentou-se do lado dele.

― Você parece diferente quando ri ― ele observou.

― Isso acontece com todo mundo.

― Não. Eu quero dizer que você parece transformar-se. Na maioria das vezes você é uma pessoa contida, como se quisesse esconder-se do mundo, atrás de uma porta trancada. Quando ri, essa porta se abre. Não muito, apenas uma fresta, o suficiente para torná-la provocante.

Caroline inspirou devagar. Como podia um homem cego e in­tolerante chegar tão perto da verdade sobre ela? Será que, por ter perdido a visão, ele tornara-se mais perceptivo? Ou teria ela se enganado a respeito dele o tempo todo?

― O que é, Caroline? Qual a razão do seu longo silêncio? Cheguei muito perto do seu segredo?

― Não tenho segredos ― ela respondeu, esforçando-se para seu tom soar casual.

― Não, essa resposta serve para a enfermeira Forbes. Con­verse comigo como Caroline e faça de conta que não estou cego.

"Se você não estivesse cego, teria me expulsado daqui", ela pensou.

― Acaba de me ocorrer que, apesar de estarmos juntos há várias semanas, eu não sei nem onde você nasceu ― Klaus observou.

Caroline já tinha imaginado que ele iria querer saber alguma coisa sobre a vida dela e estava preparada. Respondeu sem hesitar:

― Nasci numa cidadezinha bem parecida com Hempton Mikaelson. Nós morávamos numa casa geminada.

― Você sempre quis ser enfermeira?

― Suponho que sim. Meu pai nunca estava bem. Ele chegava em casa cambaleando e caía na cama. Eu fazia o possível para cuidar dele; preparava um chá, às vezes café, mas ele mal o aceitava porque dormia. Acordava bom e eu achava que o havia curado. Eu era pequena e não entendia que mal era aquele.

― Bebida?

― Sim.

― Pobre menina ― Klaus murmurou. ― Que fardo para uma criança.

― Quando não bebia ele era um homem encantador. Um dia ele caiu numa valeta e dormiu naquela umidade. Foi levado ao hospital, mas morreu sem ter recobrado a consciência. Os médicos disseram que ele tinha tido pneumonia.

― E você o amava.

― Muito.

― Como era sua mãe?

― Uma mulher determinada e sofrida. Sempre trabalhou muito. Morreu quando eu estava com dezessete anos.

Aquelas lembranças deixaram Caroline emocionada e ela foi até a janela.

― Conte-me o que está vendo ― Klaus pediu.

― É noite de lua cheia. Posso ver o lago a distância, a avenida de carvalhos e, no vale, luzes das casas.

― Deve ser uma cena linda.

― Você irá vê-la novamente, Klaus.

― Quando eu podia, nunca me detive para admirar a natureza. Havia sempre tanta coisa para fazer e faltava-me tempo. E agora, que perdi a visão e os movimentos das pernas, o que eu não daria para ficar de pé, simplesmente olhando a paisagem!

― Como eu disse, você voltará a enxergar ― Caroline falou com a maior ênfase de que foi capaz, para que ele não perce­besse que nem ela mesma tinha muita confiança nisso.

Voltou para o sofá.

― Há uma coisa na sua voz que me intriga desde que a ouvi pela primeira vez.

― O que tem a minha voz? ― Caroline indagou, as sobran­celhas arqueadas.

― Parece que você tem o maior cuidado em tirar dela toda a emoção.

― É a minha voz profissional.

― Foi o que eu pensei, mas... ― Klaus hesitou. ― Bem, não é da minha conta.

― Não é mesmo ― ela concordou, tensa.

― Não se zangue. ― Pensei que estávamos nos tornando ami­gos, e você podia contar-me coisas. Mas, realmente, não tenho o direito de intrometer-me.

― Você não está se intrometendo. Mas há coisas que não posso lhe contar.

― Por que não, Caroline?

― Porque há coisas que devemos guardar... para nós mesmos.

― Sinto muito. Não posso exigir que você confie em mim. Foi muita bondade sua ter falado comigo sobre uma parte da sua vida.

O tom dele era tão frio que deixou Caroline angustiada. Aca­bara estragando uma noite que tinha sido perfeita até então.

― Klaus, eu...

― Foi um jantar muito agradável ― ele falou no mesmo tom. ― Talvez agora esteja na hora de... Meu Deus!


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Notas finais do capítulo

Ta ai gente e se tiver alguma erro não excitem em me falar bjs e inté o proximo