Esta um dia chuvoso no acampamento, então recebemos ordens de ficar em nossos quartos e que, quando a chuva passar, voltaremos á treinar. Fiquei lendo um livro sobre guerra quando Kevin bateu na porta, um dos garotos com quem divido o quarto á abriu. Ele então entrou e se sentou ao meu lado na cama.

– Você tem uma visita. – ele disse.

– Não quero vê-lo. – falei.

– Mas ele quer... Vai ser bom para você. – ele disse.

Então respirei fundo, coloquei o livro de lado e o segui ate á sala de visitas. Quando entramos, lá esta meu pai sentado em uma das mesas, ele esta pensativo.

– Kentin. – ele disse quando me viu e me abraçou. Achei estranho esse comportamento, mas não disse nada e também não fiz nada.

– Vou deixa-los á sós, estarei no corredor. – disse Kevin e depois saiu da sala. Então voltei minha atenção para meu pai, ele esta abalado, mas não vou sentir pena dele.

– Quero saber como você está, ainda pensa em voltar? – ele perguntou.

– Sim, quero ver meus amigos. – falei.

– Amigos? – ele perguntou confuso.

– É... Sinto falta deles. – continuei.

– Pensei que queria se vingar. – ele disse.

– Mudei de ideia. - falei.

– Não posso acreditar que fez isso. – ele disse ficando com raiva. O olhei surpreso.

– É por culpa deles que sua mãe morreu. – ele disse.

– Não, não é. – falei.

– Por culpa deles você pensou em se vingar e deixou sua mãe sozinha... Se não tivesse vindo pra cá, ela ainda estaria viva. – ele disse. O olhei surpreso, não sei como, mas tudo que ele me disse, faz sentido pra mim.

– Não faça com que á morte de sua mãe seja em vão... Vingue-se, não só por você, mas por ela também. – ele disse e saiu da sala.

Será que devo escutá-lo? Será mesmo que ele está certo? Isso está tão confuso e ao mesmo tempo tão claro, mas estou com medo de acabar tomando á decisão errada... O que vou fazer?

[...]

[Despedida]

– Se cuide Kentin. – disse Kevin me abraçando.

– Obrigada, vocês também. – falei.

Todos os amigos que fiz, estão lá... Ate mesmo meu pai, eles parecem tristes e alegres ao mesmo tempo. Imploraram para que eu fosse fazer umas visitinhas á eles e falei que irei. Então depois de colocar minhas coisas no táxi, fui em direção ao aeroporto. O dia ainda esta nublado, de noite terá uma forte chuva, ainda bem que acordei bem cedo.

[...]

O Táxi então parou no aeroporto, peguei minhas coisas e entrei. Coloquei minhas malas na esteira e depois entreguei minha passagem.

– Tenha uma boa viagem senhor Swan. – disse á aeromoça.

Entrei e sentei no meu lugar. O avião esta bem vazio. Coloquei meu sinto de segurança e o avião decolou. Á sensação foi estranha e acabei dando uma risada por isso. Olhei á paisagem pela janela, mas não deu pra ver muito por causa do céu nublado.

– Precisa de algo, senhor? – perguntou á aeromoça.

– Não, obrigada. – falei. Ela então sorriu e foi perguntar para outro passageiro.

[...]

Depois de dar, o que pareceu ser um cochilo, olhei pra janela e já esta escurecendo.

– Está com fome, senhor? – perguntou uma outra aeromoça.

– Sim. – falei.

Então comi um pouco. Depois fui ao banheiro e voltei pro meu lugar. É, já estou chegando... Como vou me sentir quando vê-los de novo? De vê-las de novo? Como será daqui para frente? Será que terei mesmo coragem de me vingar delas? Deles? De todos?.

[...]

Não demorou muito para que o avião pousasse... Então sai, peguei minhas malas e sai de lá num táxi. Á viagem até minha casa não foi tão longa. Depois que sai do carro, paguei o taxista e então, quando ia entrar em casa, para minha surpresa, alguém abriu á porta e lá estão minha tia (Elena) e minha prima (Samantha).

– Kentin quanto tempo. – disse minha tia me abraçando. Então soltei ás malas surpreso e depois minha prima veio me abraçar.

– Nossa, você mudou tanto. – ela disse.

– Está ainda mais lindo. – disse minha tia. Então dei um rápido sorriso.

– Está com fome? – perguntou minha tia.

– Não, obrigada. – falei pegando minhas coisas e entrando em casa. Esta como antes, minhas fotos com meus pais na parede e alguns enfeites que minha mãe tanto gostava.

– Não sei se seu pai te falou, mas vamos morar aqui com você. – disse minha tia. Fiquei surpreso e elas deram um rápido sorriso.

– Tudo bem. – falei e subi ás escadas. Coloquei minhas coisas perto do meu guarda roupa e depois me joguei na cama... É, amanhã será um dia longo.

[Inicio das aulas]

Quando acordei, me arrumei e desci ás escadas... Elas já estão acordadas.

– Bom dia, Kentin. – elas disseram.

– Bom dia. – falei. Então nos sentamos á mesa. Minha tia não para de falar e vi que isso deixou Samantha desconfortável.

– Kentin, sua prima vai estudar com você, cuide bem dela, ok? – ela disse.

– Ok. – falei e fomos pra escola. Não demorou muito para que chegássemos, á escola parece maior do que antes e com mais alunos, também.

– KENTIN. – alguém gritou. Quando me virei lá estão Suzana e Nathaniel. Então ela veio me abraçar á abracei de volta.

– Nossa, como você mudou... – ela disse sorridente.

– É. – falei.

– Ah, é a sua namorada? – ela perguntou.

– Não, minha prima Samantha... Samantha essa é minha amiga Suzana. – falei.

– Olá. – elas disseram. Depois o sinal tocou... Não estou afim de assistir á aula, então me sentei embaixo de uma árvore. Para minha surpresa, Melissa entrou correndo com Castiel.

– Droga, á gente vai se atrasar. – disse Castiel. Quero tanto que eles terminem, me sinto bem e mal por isso. Vou fazer de tudo para que eles terminem, de TUDO.

[...]

Quando deu o sinal para o recreio, alguns alunos ficaram no pátio... Iris, Lysandre, Nathaniel, Suzana, Melissa e Castiel sentaram em uma mesa não muito longe de mim.

– Melissa... Kentin está de volta. – disse Suzana.

– Sério? – ela perguntou surpresa.

– Sim e ele está olhando para nós. – disse Suzana. Melissa então olhou para mim e depois voltou á olhar Suzana.

– Eu vou falar com á diretora sobre o show de talentos... Precisamos do apoio deles não é mesmo? – disse Melissa. Suzana concordou e Melissa ficou de pé. Agora é a minha chance... Fiquei de pé e a segui. Quando ela ia entrar na sala da diretora, á puxei.

– Ken? – ela disse confusa.

– Oi Mel. – falei e sorri. Vi suas bochechas ficarem rosadas e depois desviou o olhar.

– Senti sua falta. – falei.

– Eu também. – ela disse.

– Como você está? – perguntei.

– Bem... Eu acho, e você? – ela disse agora olhando em meus olhos.

– Não sei, ás vezes eu fico bem, outras mal... Estou confuso. – falei.

– Eu sinto muito. – ela disse. Então pude ver em seus olhos o quanto ela esta sendo sincera.

– Obrigada. – falei, depois fechei meus olhos para não chorar. Para minha surpresa ela me abraçou, então retribui e dei um sorrisinho de vencedor.

Ás aulas estão de volta, e eu também... Só quero ver os rostos deles de espanto ao me verem... Vai ser engraçado, muito engraçado. – Essas foram ás palavras que pensei antes de vir pra cá... É, eles estão surpresos, mas isso logo, logo vai passar, pois depois do que eu fizer, os rostos deles serão de medo. Principalmente de Castiel... Ele vai me pagar por roubar á garota que amo, ele vai sofrer, muito mesmo.