A viagem foi como sempre: briga pra ver quem fica em que vagão (sempre um na frente do outro) e sempre acabando os mais velhos em um, os mais novos em outro.

No vagão de Ted ficou: Vic (lógico), Hazi, Cam, Jay, Domi e um Fred esparramado no chão. De vez em quando uns amigos apareciam, ou então eles saiam, mas nunca ficavam quietos. Era azarações pra cá, risadas pra lá e diversão aqui.

Era algo que Ted gostava muito, a viagem. Havia algo de tranquilo e certo nisso. Ted achava que era a única coisa no ano que se podia contar, o resto era imprevisível.

Quando chegaram em hogwarts, a animação era palpável. Ted logo agarrou a mão de Vic e gritou aos outros:

– QUEM CHEGAR POR ÚLTIMO É GNOMO DE JARDIM! – e saiu rindo infantil.

Victoire ria tanto que tinha medo de cair. De vez em quando, olhava para trás e via os primos e amigos tentando alcança-los e ria ainda mais. Essa era uma das razões, ela tinha certeza, pela qual amava tanto Ted, ele era simplesmente tão espontâneo. As vezes não dava para prever o que ele ia fazer em seguida.

E ela decididamente não previu o que ele fez em seguida, quando a puxou contra si, sorriu e colocou ela na sua frente.

– E Victoire, oficialmente, não é um gnomo de jardim! Tcha daaa – disse ele, fazendo-a rodar.

Enquanto ria, Vic pensava que Teddy realmente precisava para com isso: puxa-la para perto de si, com aquele abdômen, aquele sorriso, aqueles olhos que nunca abandonavam os seus e aquele maldito cabelo azul. Não era possível que ele não percebesse o tamanho do efeito que causava nela só com simples gestos.

Saíram da frente da passagem então, para os outros passarem. Ted abraçou Vic de lado para andarem até as carruagens. Gostava dela ali, entre seus braços. Se sentia orgulhoso, como se ela fosse apenas dele e então ninguém mais olharia com desejo para ela...bom, pelo menos não os inteligentes. E claro, ela não era dele, mas ele pretendia mudar esse cenário.

– Oi Cameron – disse uma voz que parecia perdida em outro mundo.

Thea Lovegood Longbottom, igualzinha à mãe, com o desastre do pai. Também conhecida como O Precipício de Cam. E bota precipício nisso.

– Thea! – Disse Cam, com o maior sorriso do planeta – Como você está bonita hoje.

– galanteador como sempre – Disse ela sorrindo – pena que eu tenho namorado.

E saiu andando.

O sorriso de Cam sumiu e ele a seguiu. Enquanto os dois sumiam, ainda dava-se para ouvir a conversa:

– eu já disse que esse cara não presta

– ah, acha mesmo? Eu sempre achei ele bem interessante...

Suas vozes sumiram.

Há algo que você precisa entender: Thea pode ter a aparência perdida da mãe e o desastre do pai, mas seu jeito irônico, seus cabelos coloridos e tatuagens por todo o corpo a faziam uma filha quase irreconhecível . Era uma daquelas coisas estranhas da vida.

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Quando o banquete começou, ninguém se aguentava mais. Atacaram a comida sem dó, exclamando elogios e mais elogios. E então todos começaram a ficar com sono e começaram a se retirar.

Victoire se levantou.

– Vou indo – disse ela – quem vem junto?

– hum, sei não – disse Ted com uma voz que Vic sabia que ele ia falar merda - acho que não, é tão chato andar por ai com você...

Justo quando Vic achava que ele estava especialmente fofo neste dia adorável.

– Ai, ainda bem que você disse isso – e então começou a sussurrar – realmente estragaria minha reputação andar com você

Então virou e saiu andando. Logo Hazi estava ao seu lado rindo.

– espere ai, Srta. Reputação! – disse ela – você não deixaria eu sozinha com os senhores impopulares, né?

– Sabe Hazi – Vic sorriu – Acho que amo você.

– Sabe Vic – Disse Hazel – eu também sempre quis tocar no seu peito.

Victoire riu sem escrúpulos. Sussurrando, disse:

– Hazi?

– Que foi?

– Quer ser minha amante secreta e eterna que nunca vai me abandonar?

– ô Victoire, eu quero relacionamento serio, honey. Que história é essa de secreta?

– não quero mais também, vou ir falar com a Krista. Ela é bem mais bonita.

– se você me trocar por aquela vadia, eu te mato cadela.

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Domi andava pelos corredores sem um rumo exato. Ela saíra da mesa há uns tempos, disse que alcançaria Vic e Hazi, mas na verdade foi dar uma de suas usuais caminhadas solitárias por Hogwarts.

Gostava de fazer isso, ajudava a pensar. E tudo que Domi precisava no momento era pensar, e havia tanto para pensar, mas, de alguma forma, não havia nada.

Nada além dele. Por que Domi não conseguia tira-lo da cabeça? Era errado, pelo amor de Merlin! Mas mesmo assim, ela se rendia, falava à si mesma que não fazia mal tê-lo agora, que era só uma coisa passageira, que ela poderia muito bem terminar a hora que bem entendesse.

Mas ela sabia que tudo que ela dizia era mentira. Fazia um ano com essa mesma história, Merlin! Ele roubara seu coração e o guardara tão bem que Domi sabia que não conseguiria rouba-lo de volta.

Mas não era sobre isso exatamente que Dominique pensava. Era em como ela estava ignorando ele no ultimo mês.

Entendam, Domi entendia o quanto era sem sentido continuar com aquilo, ela nunca se contentaria com apenas momentos roubados. Dominique gostava de coisas concretas, e nada com ele poderia ser definido assim. E, sim, ela sabia o quanto o estava magoando, por que também a magoava, mas seu mecanismo de defesa não a deixava andar seus próprios passos nessas horas.

Domi sentia vontade de chorar. Chorar porque ela gostava do cara mais desejado de Hogwarts, seu melhor amigo, seu maldito primo, com a merda de um corpo perfeito, jogador de quadribol, cabelos eternamente bagunçados e um galinha nato. Chorar porque ela gostava de James, aquele que sempre cuida dela, que a entende e que a encarava furioso no exato momento.